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domingo, 27 de setembro de 2015
VITORIA - ESPIRITO SANTO
BELA VITORIA – CAPITAL DO ESPÍRITO SANTO
Pena que este pequeno estado seja tão pouco conhecido dos brasileiros e tão pouco explorado turisticamente. Vitória, sua alegre e ensolarada capital, é uma versão pacífica e civilizada do Rio de Janeiro. Avenidas largas, calçadões e parque beira mar, bem cuidados, jardins muito agradáveis, cheios de quadras poliesportivas e ilhas por toda parte. Claro que o imenso porto ali pertinho não ajuda numa parte do visual e na balneabilidade de certas praias, mas há muitas para escolher.
O lugar, bairro, mais bonito e nobre é a Praia do Canto, com os melhores hotéis, lojas, bares e restaurantes. Nos hospedamos no Bristol Praia do Canto, muito bem localizado e com preços camaradas para quartos espaçosos com varanda frente ao mar. Café da manhã excelente e serviço muito amável.
Restaurantes bons como o típico Pirão, para se provar as deliciosas e únicas tortas capixabas e moquecas capixabas (sem leite de coco ou azeite de dendê), o maravilhoso e sofisticado Soeta e o Lareira Portuguesa são bem caros, pra lá de 200,00 reais por pessoa. Como o gigantesco e ótimo Shopping Vitória é ali mesmo na Praia do Canto, opções mais em conta, como a cadeia americana Outback, podem ser encontradas. Os cinemas deste shopping dão de dez em conforto nos de São Paulo.
Infelizmente, o aspecto cultural da cidade é fraco, seu centro histórico é insosso e dignos de menção, só mesmo o interessante museu da Vale, a famosa fábrica de chocolates Garoto e o belo Convento da Penha.
O ideal é aliar Vitória à região Serrana da Pedra Azul, fazer o passeio pelo Trem das Montanhas e encarar as 13 horas no trem da Vale entre Belo Horizonte e a capital capixaba. Opção perfeita seria Inhotim, em Minas, um pouco de Belo Horizonte pela parte cultural e gastronômica e daí, de trem, até Vitória e Pedra Azul. Uns 10 dias conhecendo um pouco destes estados brasileiros é boa ideia.
Principalmente com nosso pobre Real tão desvalorizado. Hora de ser patriota!
São Paulo, 27 de setembro de 2015
domingo, 20 de setembro de 2015
PEDRA AZUL - AYERS ROCK TUPINIQUIM E MAIS BONITA!
PEDRA AZUL – ESPIRITO SANTO
No quesito “pedra”, a mais famosa do Brasil é o Pão de Açúcar, mas na categoria beleza, a Pedra Azul é muito, muito superior. Uma bela surpresa para quem já conhece quase o país inteiro e já viajou por mais de 50 outros em quase 60 anos de vida muito bem vivida!
E justamente por ter tanta experiência de viagem é que fui dar com os costados num dos poucos estados brasileiros onde nunca estive, o Espírito Santo. A 100 quilômetros de Vitoria, na serra capixaba, há um parque estadual onde a principal atração é um morro gigante e meio esverdeado, com uma espécie de lagarto enorme em um dos seus lados. É um monólito que muda de cor mais de 30 vezes ao dia, conforme a luz solar, despido de vegetação, muito alto na imponência de seus 1000 metros de altura e na esquisitice da pedra em forma de lagarto, pendurada bizarramente de um dos seus lados. Reina soberano, cercado por todos os lados de Mata Atlântica preservada e outros montanhas ainda mais altas, como o famoso Pico da Bandeira, na fronteira com Minas. Em dias claros e ensolarados como os que tivemos sorte de vivenciar no final de agosto 2015, a paisagem é simplesmente magnifica e o clima friozinho, maravilhoso.
Tudo ajudado por gente muito simpática e eficiente, um agroturismo incrivelmente organizado e boas estradas por todo o lado. Por que tal região não é famosa, permanece um mistério para mim. Talvez pelo Espirito Santo ser estado pequeno, apesar de estar entre os dez mais prósperos do pais? Por ser ofuscado pela fama e deslumbre do Rio de Janeiro, pelos óbvios encantos da Bahia, pelo desenvolvimento de São Paulo, por não ter praias famosas? Mistério...
A bela região montanhosa tem opções variadas de hospedagem e escolhemos a pousada Rabo do Lagarto. Bonita e charmosa, mas muito cara pelo que oferece. Fomos atraídos por sua inclusão entre os membros do Roteiros de Charme, organização confiável em cerca de 90% das vezes. Contudo, 1150,00 reais por dia, para quarto muito charmoso, mas pequeno, é salgado demais para tempos de recessão. Acanhada também é a área da pousada, sem piscina ou qualquer espécie de área comum ou opção de lazer. O café da manhã é extraordinariamente caprichado e bom, o restaurante é mais ou menos, o serviço ok. Cobram, na verdade, a estonteante vista da Pedra Azul, que domina a paisagem local e o fato do hotel estar localizado bem em frente à Pedra, mas com privacidade o suficiente e silencio em pleno circuito turístico. Vale? Não. Há vários hotéis bons na região e segundo o Guia 4 Rodas, há dois outros em categoria superior e mais baratos. Da próxima vez tentamos, pois as montanhas capixabas são lindas e perfeitamente “voltáveis”.
O turismo é para quem gosta de paz, silencio, natureza, caminhadas e agroturismo com toques orgânicos. Tudo por lá jura ser o mais ecológico e politicamente correto possível e as fazendas que visitamos são muito interessantes, parecendo seriamente comprometidas com a moda do orgânico. O Sito dos Palmitos é o mais interessante de todos e os produtos que vendem, únicos. Tudo com explicações e orientações das mais intrigantes. Nunca vi tantos produtos que levam o palmito nas receitas, inclusive uma espécie de pão recheado com queijos, palmito e outros ingredientes, que posto no forno vira uma espécie de “fondue para viagem”. Divino! Bem como antepastos em azeite de oliva, damascos e castanhas. Dá vontade de comprar tudo e provar tudo, genial! A fazenda e hotel de mesmo nome, Chez Domaine, agrega o rural à hospedagem, com toques franceses pela imensa área verde. Caipirinhas extraordinárias e bons preços. Não conferimos o restaurante, mas o cardápio é longo e variado.
O campo gastronômico é promissor, mas absolutamente lotado nos fins de semana e feriados. Não conseguimos ir ao Alecrim e tampouco ao Don Due, ambos com excelente aparência e cardápios. Seguimos para o Lagoa da Lua, aconchegante e com comida honesta. Nada de espetacular, mas não faz feio. Visitamos os quartos da pousada de mesmo nome que parecem razoáveis. Também visitamos a pousada Aargau, coisa de família suíça estabelecida na região há tempo. O lugar é deslumbrante com a vista para a parte mais alta da Pedra Azul, emoldurada por imensas palmeiras. O dono prepara fondues, é claro, para ocasiões especiais, mas os quartos da pousada são bastante genéricos.
Mas como a Pedra Azul é mesmo a principal razão para se estar ali, visitar a área oficial do parque é muito importante. Só com os guias do parque e com dias e horários restritos. Vale a pena e há caminhadas em vários graus de dificuldade. A longa inclui até piscinas naturais e banhos nas mesmas, mas a subida até as ditas é íngreme e perigosa, coisa de cordas na pedra. Pulamos esta parte e nos contentamos com o resto, que é ótimo também. Há café e lojinhas, com estacionamento civilizado na entrada.
E se a Pedra Azul fosse no Rio, o Pão de Açúcar seria menosprezado, se não desconhecido...
São Paulo, 20 de setembro de 2015.
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