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domingo, 15 de julho de 2012

PARTE 2 DA GASTRONOMIA ARGENTINA

PARAISO GASTRONOMICO BUENOS AIRES – JULHO 2012 Meus 3 primeiros dias aqui foram um inferno gastronômico relatado em artigo de mesmo nome. Felizmente, o La Cabaña, Duhau e Tomo 1 amenizaram a má impressão. O La Cabaña é velho conhecido e a qualidade continua insuperável. Para quem quer carnes soberbas em ambiente refinado, é a melhor pedida. O Duhau é o restaurante chique do chiquérrimo Park Hyatt. Não é intimidante como seria de se supor em estabelecimento desta ordem. Pequeno e aconchegante, romântico e com um terraço acolhedor, o cardápio diminuto e muito caprichado oferece o melhor de dois mundos: parrilla e opções mais light como peixes e saladas. Meu ojo de bife, batatas fritas com casca e sobremesa divina, com o sempre bem-vindo doce de leite envolto em panqueca gratinada e acompanhado de sorvete, foi maravilhoso. Por fim, o Tomo 1. Mal localizado no hotel Panamericano, o restaurante recebe 2 estrelas do Guia 4 Rodas Buenos Aires, em cidade que não exibe qualquer casa com 3 estrelas. Merece. A carta de vinhos apresentada em iPad é ótima e oferece preços justos e meu filet fantástico com purê e cebolas mostrou-se magnifico. A sobremesa superou a panqueca de doce de leite do La Cabaña, até então a melhor do mundo, em minha humilde opinião. A do Tomo 1 vem com nozes e está mais para crepe do que panqueca e o doce de leite do recheio é na verdade um caramelo puxa-puxa. Inesquecível... Em julho de 2012 não se come nestes estabelecimentos por menos de 200 reais por pessoa. Preços paulistas. C’est la vie...

COMENDO BEM E NEM TANTO EM BUENOS AIRES

INFERNO GASTRONOMICO Sartre já dizia que “o inferno são os outros”. Referia-se a pessoas, claro. Eu completaria que o “inferno são os outros restaurantes”. Já explico: Vim a Buenos Aires sonhando com as carnes suculentas, as empanadas fumegantes, o doce de leite inigualável, os vinhos dos céus. Bem, até agora, só os vinhos estão indo bem. O resto... Em 30 horas na capital argentina eu comi mal e caro. O primeiro foi o tourist trap, o nosso bom e velho “pega trouxa”. La Bourgogne, chef francês, hotel Alvear, Relais et Chateaux e por aí vai. Soa bom? Não é. Custa 270 reais com bom vinho e sem sobremesa. Serviço ótimo, lugar luxuoso mas sem graça, no porão do hotel, junto ao Spa. Não dá para entender que em hotel lindo como o Alvear o restaurante estrela fique no subsolo e a vista seja para os carros manobrando na ladeira. O cardápio é moderno e ousado, mas há opções de pratos franceses clássicos. Escolhi um de cada. A entrada de frutos do mar e arroz negro estava ok, mas meio fria. O filet ao poivre preparado e flambado em carrinho com fogareiro decepcionou pelo sem graça do gosto da carne, o molho fraco e acompanhamentos bobos. No dia seguinte, empanadas no famosos Sanjuanino. Outro tourist trap, cheia de brasileiros iludidos por empanadas caras e, de novo, frias. Serviço bom. Mas a “joia da coroa” foi meu jantar hoje. O festival da espuma do péssimo e francamente pretencioso, Tarquino. Fui parar lá por 2 motivos: menção do Guia 4 Rodas edição Buenos Aires (ótimo, por sinal) e o fato de estar instalado na mesma casa onde funcionou meu amado La Cabana. Fiquei curiosa para ver a reforma que fizeram no lugar e entrei pelo cano. Como se diz em inglês: curiosity killed the cat (a curiosidade matou o gato). R$ 150,00 jogados no lixo. A começar pela decoração: um sarcófago de mármore branco que faz de entrada, que precede um bar escuríssimo aonde uma lanterna viria a calhar. O salão do restaurante é quase tão escuro quanto e outra lanterna é necessária para ler o cardápio e a amarga conta. Tudo, ou quase é espuma. A pizza de entrada é uma “desconstrução” da mesma. Trocando em miúdos: espuma de pizza, na verdade sopa levinha de provolone. A tal porcaria deve ser degustada com 2 colheres que vem decoradas, uma com bola de vinho doce e gosto de xarope São Joao e a outra por uma fortíssima preparação de azeitonas. Pior impossível. O maitre e a garçonete bonita, ambos muito simpáticos, orientam a vitima-cliente a comer pão com pasta de grão de bico e consome de osso buco. Uma mistura infernal que embrulha estomago ate de um camelo! Após esta parte 1 da tortura, veio o prato principal, uma convencional entranha, corte argentino sem equivalente nacional. O comi pela primeira vez em restaurante argentino em Coral Gales e amei. Na própria Argentina já provei 3 vezes e não gostei: corte meio duro e com gosto de curral. O do Tarquino não foge a regra, repleto de nervos e duro de cortar; acompanhado por lentilhas frias e a mesma bolinha de vinho doce para dar um toque “especial” a parte 2 da refeição-sofrimento. A sobremesa foi o melhor do jantar e a espuma (outra vez) de doce de leite estava boa. O sorvete puxa para o chá verde, outra calda contem erva misteriosa e o bolo-borracha de banana e coco não tem gosto nem de um e nem do outro. O café e ruim. Sigo tentando.... E amanhã tem mais! Buenos Aires, 06 de julho de 2012

DESPEDIDA DE BUENOS AIRES

ULTIMO DIA EM BUENOS AIRES DIA 10 DE JULHO DE 2012 Adiós Pampa mía... Pena... fui muito feliz aqui.... Hoje compras, muitas caminhadas pela Recoleta e pelo centro, almoço divino no Tomo 1. Decidi rever o cemitério da Recoleta, que sempre, para mim, tem aquele clima do filme dirigido pelo genial Clint Eastwood:” Midnight in the Garden of Good and Evil”. Triste sem ser macabro, interessante e misterioso. Lugar cheio de gatos, pássaros e plantas, em meio a tumbas bem mantidas e outras abandonadas. O grande Jorge Luís Borges dizia que terminaria ali. Não sei se está lá ou não. Sua obra com certeza está por toda Buenos Aires. E pelo mundo... Em julho de 2012, algumas considerações sobre a cidade: 1- Muito suja apesar dos esforços incansáveis da prefeitura local. 2- Muito cara, preços de São Paulo. 3- Hospedagem no hotel Urban Suites. Bom preço, bom quarto, boa localização. Mas bem barulhento. Só vale a pena para quem sai o dia todo e usa o quarto só para dormir e tomar banho. 4- Dólar é rei na terra da “rainha Cristina”. Se você tiver dólar em dinheiro vivo, o que eles chamam no espanhol local de “efectivo”, sua vida fica mais fácil e mais barata. 5 – Vinhos Malbec custam assustadoramente mais do que os das outras uvas. Os por taça jamais valem a pena. Perceberam que brasileiros e americanos adoram os malbecs e metem a faca! Mas a Argentina de hoje é o que o Brasil foi há 30 anos. Inconstante e louca. Como bunda de nenê. Nunca se sabe o que vem pela frente. Isso posto, a capital do país é um doce deleite (nos dois sentidos) e vale muito, muito, muito a pena ser visitada.

PARTE 4

PARTE 4 - DIARIOS DE BUENOS AIRES Buenos Aires, 09 de julho de 2012 Hoje foi um dia inusitado, feriado nacional argentino e segunda feira, semi-mico cultural. Aproveitei para fugir do frio e ver 3 filmes no renovado Recoleta Mall a dois passos de meu hotel. O shopping é péssimo, mas os cinemas são excelentes. Madagascar 3 e Sombras Tenebrosas em espanhol são impagáveis. Minha segunda vez ouvindo Johnnie Depp dublado em espanhol mexicano. Uma delicia! Do lado menos trash, O Caminho, belo filme escrito, produzido e dirigido por Emilio Estevez, irmão do controverso ator Charlie Sheen. Uma historia real, toda passada na Espanha ao longo do Caminho de Santiago. Para mim que o percorri, emocionante. O almoço foi ótimo no sofisticado Duhau, do hotel Park Hyatt. Comida e serviço de primeira. Volto com prazer. O lado cultural ficou restrito a Igreja Nossa Senhora do Pilar, ao lado do cemitério da Recoleta, seu pequeno claustro e ao surpreendente Centro Cultural da Recoleta. Muito maior do que se imagina e instalado em antigo monastério, ele abriga todo o tipo de arte moderna, de exposição sobre famosos arquitetos argentinos, a museu de ciências para crianças e uma alegre variedade de arte comunitária. Artistas de bairros vizinhos expõem lá seus trabalhos, junto a médicos que pintam, escolhidos pelo Ministério da Saúde. Não é necessário ser famoso para exibir os trabalhos no Centro. Verdadeira democracia cultural. E os argentinos estão tão acostumados a museus grátis que se espantam com os que cobram ingresso. Ao saber que teria que pagar o equivalente a 2 reais para ver o acervo religioso da igreja do Pilar, uma senhora idosa rebateu: “Mas isso não é um museu?”. Para ela, museu não é coisa que se pague. Como as ruas, pertence a todos. Em um mundo perfeito...

PARTE 3

PARTE 3 – Diários de Buenos Aires Buenos Aires, 08 de julho de 2012 Um dia espetacular! Tudo a pé, da Recoleta a Puerto Madero. Primeira parada, Café Tortoni para churros e chocolate quente. Depois, uma olhada no delírio neogótico que é o Palácio Barolo, na mesma rua do café. Um dos prédios mais impressionantes numa cidade repleta deles. A Catedral Metropolitana, na sequencia e uma boa copia da Madeleine de Paris, merece ser visitada. Após olhada rápida na infame Casa Rosada, fui ao espetacular museu do Bicentenário, inaugurado no ano passado. Bem atrás da sede do governo, o museu é um show de modernidade construído com bom gosto e ousadia sobre as ruinas de um forte que havia no local. É um museu sobre politica argentina, pendendo ao peronismo e aos “nefastos” da dinastia Kirchner. Não importa, pois é tudo muito interessante e vídeos em telas grandes explicam cada etapa dos 200 anos da independência argentina, mesclado a pinturas, objetos, instalações e até um vestido bonito de Evita Peron. Os guardas oficiais da Casa Rosada estão por lá esplendorosamente uniformizados. O café é muito charmoso e a iluminação natural da moderna construção em vidro e aço pôs em relevo o antigo das ruinas. Imperdível! De lá, boa caminhada ao sempre vanguardista Faena Arts Center. Dois artistas cubanos que se intitulam Los Carpinteros desconstroem tudo em suas instalações controversas que podem ser desde uma avionetada cravada por flechas indígenas, passando por barracos de papelão empilhados e desmoronando, até postes de iluminação de ruas que mais parecem arvores com raízes. No outro espaço, a beleza e leveza das obras em papel de Manuel Ameztony. Vídeos e telas completam a experiência de cores suaves e uma espécie de floresta desconstruída. Muito bonito. Como ninguém é de ferro, almoço no meu amado La Cabana. Mais espetacular que nunca. Fiquei feliz de ver muitos brasileiros por lá. Dá de 10 no Cabana Las Lillas, vizinho, e é 100% argentino. Ao contrario do outro que é coisa do Rubayat em Buenos Aires. Quem quer ares paulistanos vai a São Paulo e não a Puerto Madero. Feliz com o almoço magnifico composto das melhores empanadas do planeta, filet mignon dos deuses e a melhor panqueca de doce de leita que já tive a honra de provar, hora de voltar a me regalar com as preciosidades da Coleção Fortabat. Vale os 15 reais do ingresso, mesmo preço cobrado pelo Faena. Cultura custa pouco nesta cidade... Mais caminhada até chegar à maravilha das maravilhas que se chama Teatro Colón, o terceiro melhor em acústica do mundo. Maior do que a Opera Garnier de Paris e tão bonito quanto, assisti a um ballet dançado pela companhia do próprio teatro. Show! O grande ator americano Dustin Hoffman disse que apesar de fases difíceis em sua vida e longos períodos de depressão, o que valorizava era mesmo sua capacidade de ainda se maravilhar. O Colón e o ballet avivaram a minha. Tão bom encher os olhos de lagrimas por estar num teatro que lembra minha infância nos espetáculos do Municipal, o ballet La Sylphide que não pode ser mais poético, a orquestra ao vivo glorificando a acústica perfeita do teatro. Lotado. E maravilhoso. Para minha mãe, que me iniciou na jornada de maravilhar-me.

PARTE 2

PARTE 2 DOS DIARIOS DE BUENOOS AIRES Buenos Aires, 07 de julho de 2012 Mais um dia de sol e frio, temperatura ideal para caminhar muito por esta bela cidade. Ajudada pelo ótimo e surpreendentemente pontual Buenosairesbus. Por 40 reais você usa o serviço por dois dias, um longo percurso do centro a Boca, Puerto Madero, Palermo e Belgrano. Embarques e desembarques múltiplos pelas 24 paradas do veiculo que conta com 2 andares, o segundo ao ar livre. Opção civilizada para ver mais desta enorme e interessantíssima cidade, sem enfiar-se no sujo metro onde não se vê nada. Primeira parada, o museu de Belas Artes da Boca, ou museu Quinquela Martin. O dito foi um patrono das artes no bairro pobre e feio, mas importante culturalmente por ser o berço do tango. O museu divide um prédio muito simples e velho, com escola, teatro e ambulatório. Um espaço típico de bairro, mistura boa de cultura com educação e saúde. O acervo é interessante e pinturas são de renomados artistas argentinos, de estilo figurativo como o do próprio Quinquela. Além de pinturas, esculturas e mobília do apartamento onde viveu o artista, o museu exibe figuras de proa de antigos navios; diferente e especial no sentido místico que conferiam às embarcações. Este museu foi dica de um amigo argentino e como fica em lugar tão feio, quase passa despercebido. Mas vale a visita, pois os quadros de Quinquela são impactantes em tamanho, cores, estilo dramático lembrando as fortes pinceladas de Van Gogh. As cores são poderosos tons de laranja escuro, preto ou vermelho e retratam perfeitamente a dureza e o perigo da vida portuária na primeira parte do século vinte. Incêndios na aérea e nas embarcações eram comuns e Quinquela mostra tudo isso perfeitamente em suas obras poderosas. Alias a Boca, bairro que continua feio e pobre, pode tornar-se num futuro não muito distante, o novo Puerto Madero. Mas via cultura e não especulação imobiliária. Para revitalizar a área, que além de horrenda e suja é também perigosa, vários museus e centros culturais estão aparecendo por lá. Até o chef mais famoso da Argentina, Francis Malmann, ousou abrir um restaurante vizinho à bela Fundacion Proa. O Patagonia Sur dá certo há mais de ano e pode ser a primeira de varias casas estilosas no bairro. De novo, não pude visitar o Proa que só funciona com exposições temporárias. Atenção brasileiros: uma exibição de arte pop Brasil-Argentina lá começa no dia 14 de julho. Deve ser barbara e tem forte patrocínio dos dois governos. À tarde, depois de mais uma refeição decepcionante, desta vez no bonito Fervor (comida razoável mas cara, serviço muito eficiente), lá fui eu de novo ao museu de Arte Decorativa ver a exposição especial Meraviglie Dalle Marche,que vai ate setembro próximo. Amarguei fila de meia hora e de novo me encantei com a casa-palácio dos Errazuriz. A mostra de 600 anos de pintura italiana é magnifica, mas totalmente centrada em temas religiosos. Para quem curte arte sacra, um prato cheio. Cara para padrões argentinos, 15 reais a entrada. No Quinquela paguei 4 reais. Zero pagamento no museu de artes plásticas Eduardo Sivori. Bela exposição de desenhos do artista húngaro radicado na Argentina, Lajos Szalay. O museu fica dentro dos Bosques de Palermo, gigantesca área de 80 hectares que é um mega-Ibirapuera portenho. O ultimo do dia com 4 museus foi o belo e pequeno museu de Arte Espanhola Enrique Larreta, em Belgrano. Outro semi-palacio de milionário argentino, que além de rico e de bom gosto também era escritor. Mobiliário precioso e retábulos sensacionais. Custo do ingresso: 50 centavos. A intrigante e totalmente redonda igreja da Imaculada Conceição, em frente, completou o dia cheio e alegre.

BUENOS AIRES 2012

DIARIO DE BUENOS AIRES São Paulo, 06 de julho de 2012 Voltei. Como prometi a mim mesma no final de setembro do ano passado, quando fiquei frustrantes 48 horas na majestosa capital argentina. Com sol, céu muito azul e preços bem mais altos do que os praticados em 2011. Mesmo assim, o numero de brasileiros aqui é impressionante. Só se ouve português. Mas como meu objetivo é cultural-gastronômico, não me importam as compras e muito menos os compatriotas. No lado gastronômico, dois extremos: o fino e caro La Bourgogne, a estrela do hotel Alvear e as boas empanadas do Sanjuanino. O melhor de dois mundos. Mas nem um dos dois me impressionou, nem o que se diz o melhor francês do país e nem o que reclama para si o titulo de “rei das empanadas”. Não voltaria a ambos. Por enquanto ganha o lado cultural e as visitas ao Palais de Glace, ao Museo de Arte Hispanoamericano e ao lindíssimo Museo Nacional de Arte Decorativo. No primeiro umas instalações chatas, mas exposição de fotos muito interessantes. Verdade nua e crua, a la Sebastiao Salgado. No segundo, mais fotos, mas desta fez feitas por um jesuíta suíço que viajou longamente pela América Latina documentando pessoas e igrejas. Sua foto preto e branca de Olinda é genial. Mar, igrejas e muitas palmeiras. Bem Brasil. Este museu tem importante acervo de arte sacra nos países latinos, prataria e pinturas cusquenhas mais bonitas do que as que vi em Cusco; tudo isso cercado por jardins andaluzes muito agradáveis e se encontra em uma mansão neocolonial de 1922, perto da Recoleta. O campeão do dia foi o palácio Errazuriz Alvear, em Palermo, sede do museu de arte decorativa. A casa é um espetacular palácio, uma espécie de San Simeon portenho. Tudo bonito e interessante e o salão principal, ao som de musica clássica nos remete a 1918, época em que foi construída a residência e os bailes que lá ocorreram. Em meio a estatuas de Rodin e obras de El Greco e Manet. Volto amanha para conferir uma exposição que celebra séculos de arte italiana no pais. Buenos Aires oferece além de museus ótimos, os mais baratos também. O Palais de Glace e grátis, bem como as sessões de cinema as sextas e finais de semana. O palácio-show custa 2 reais e o de arte hispano-americana cobra 50 centavos! Cultura ao alcance de todos. Como deveria ser no mundo inteiro.