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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

DUBAI - FEVEREIRO 2021

DUBAI – EMIRADOS ARABES –FEVEREIRO 2021 O sonho de conhecer Dubai é antigo, mas nunca me animava a ideia de encarar o voo de 15 horas até lá. Os relatos que tinha de amigos tampouco eram animadores, dizendo que era uma Las Vegas oriental, só prédios enormes e consumismo desenfreado. Nada pode estar mais longe da verdade do que tais tipos de afirmação. Dubai é muito interessante, há inúmeras opções culturais e gastronômicas, o lugar tem uma história real e bem presente, belissimamente contada nos centros culturais de Dubai, Sharjah e Abu Dahi, centros estes que exploram a rica história da região e renovaram antigos mercados e vilas de pescadores de pérolas para melhor ilustrar a história dos 7 emirados que em menos de um século resolveram se juntar, se fortaleceram, prosperaram com o descobrimento do petróleo e hoje são potencia regional. Estes centros oferecem visitas guiadas, almoços típicos e até bonitos bondinhos fazendo trajetos históricos. Dubai é um centro financeiro para o mundo árabe, asiático e africano. O novo centro financeiro, batizado de DIFC, é regidos por leis ocidentais do tipo sistema legal inglês, e não a sharia muçulmana, assim garantindo imparcialidade a negócios e empresas. Com baixos impostos e ótimas condições de vida e trabalho, o lugar atrai empresários do mundo todo. O aeroporto é o maior do mundo e pretendem fazer num futuro próximo um dez vezes maior ainda. Tenho amigos morando lá, que adoram a segurança, limpeza e bons salários. Todos falam inglês, a maioria da população é de diversos países do mundo, só vinte por cento são nativos dos Emirados ( em quinze dias no país só tive a chance de falar com um nativo). O resultado de tanta diversidade não pode ser mais rico e interessante. Começando pela arquitetura, que é de “cair o queixo”, coisa “das Arábias” mesmo! O Burj Khalifah, o maior prédio do mundo é mesmo sensacional, dentro do maior e mais fabuloso shopping do mundo, o Dubai Mall, repleto de aquários, fontes dançantes e até um teatro de opera, o Dubai Opera, que rivaliza com os grandes da Europa. Vi Aída e Carmen em duas montagens perfeitas com companhias líricas russas. Hoje em dia, o primeiro prédio famoso, o Burj al Arab parece um anão comparado ao resto. Os prédios não são só altos; muitos deles são verdadeiras obras primas de arquitetura moderna e todo o dinheiro do petróleo compra muitos talentos internacionais. Dubai é fake como dizem? Não acho. É um lugar que emprega muita gente e tem um projeto bem definido de desenvolvimento. É um reinado, portanto ditatorial. A contrapartida é a segurança absoluta, sólida infraestrutura e ótima qualidade de vida. Me hospedei no JA Ocean View, escolha acertada à beira da praia, bem no meio da agitação. Quartos espaçosos frente ao mar, ótimo café da manhã e preços razoáveis. Dubai é cidade cara, nada fica atrás de Nova York ou Paris. Escolhi o hotel também pelo lugar, com praia estruturada, muitos serviços, cinemas, lojas e alegre agitação. Fica de cara para a roda gigante que será inaugurada em breve, maior que a London Eye. Outra área que visitei com amigos foi a City Walk onde conheci o Café L’Occitane, um dos poucos além da filiais de Paris e Tóquio. Delicia de comida leve, bem mediterrânea. Outra praia legal é a La Mer, com seu restaurante turco-libanês Koos. Aliás, falta de belas praias com muita infra é o que não falta. Com areia branquinha, mar azul transparente repleto de peixinhos e limpo. Entre passeios alternativos para quem tem mais tempo por ali, seria o milagroso mesmo, Miracle Garden, onde plantam jardins floridos incríveis em meio ao deserto. Só em Dubai... Para entender definitivamente a história deste país do Oriente Médio que tanto esforço faz para se aproximar de Israel e acabar com as guerras perenes na região, uma visita ao Etihad Museum é imperativa. O prédio é lindo, obra de um genial canadense e as exposições bem ilustram o interessante processo de construção da nação árabe. O Museu do Futuro, não muito longe dali será o perfeito contraponto ao passado. De linhas arquiteturais ainda mais ousadas, o centro cultural será na certa bastante visitado. Bem como a Frame, torre em forma de moldura que se pode visitar por elevadores rápidos e “caminhar” sobra a cidade, em aterradora plataforma de vidro sobre o abismo. Atração imperdível! Bem como imperdíveis são os passeios de barco que saem da bela marina e dão uma ideia da majestade do bairro The Palm, aquelas imensas ilhas artificiais em formato de palmeira. O Yellow Boat é muito divertido, com “emoção”, a balsa regular do centro antigo até a marina é opção menos agitada e igualmente bonita. Passei também algumas horas em outro emirado vizinho, Sharjah. O museu da História Islâmica é imperdível, o Arabian Tea Room ali perto oferece samosas e bolo de tâmaras que valem a viagem e o centro cultural e artístico tem boa fama. Não pude ver quase nada, pois estava tudo em reforma por causa da Expo 2020 que vai acontecer de Outubro de 2021 a Maio de 2022. Ótima ocasião para conhecer o espetacular lugar que se tornou Dubai nos últimos 25 anos. Quem disse que é Las Vegas, Disney, é ignorante. Só indo, vendo e conferindo. E aproveitando demais, pois é uma delícia. Passei 12 dias lá e passaria mais 12, fácil! Mesmo nos chatos tempo pandêmicos que correm... Dubai é um grande lugar para se ir com crianças também e há playgrounds por toda parte, mega estruturas para crianças nos shoppings delirantes da cidade e cinemas variados com programações infantis intensas. Kids são muito bem vindas em todo lugar. Visitei um novo hub de negócios, start-ups de jovens , a Alkersal Avenue, conjunto de galpões reformados e descolados, com cafés e galerias de arte misturados. E perto dali, a deliciosa fábrica de chocolates Mirzam, onde se vê a fabricação dos produtos, se compra tudo fresco ou em embalagens chiques. O café de lá é delicioso e os croissants imbatíveis. Dicas de restaurantes: Café More no Mall of the Emirates, Coya, peruano chique e divino no hotel Four Seasons e Observatory, no andar 52 do hotel Marriot, este último com cominha fraquinha mas bons drinques e as melhores vistas do The Palm. Boa musica. No hotel Beach Rotana o restaurante Prego serve um rigatone ao pesto de pistache que é de morrer de bom... Importante recordar e informar os desavisados que a maioria dos restaurantes não serve bebidas alcoólicas, só garantidas em hotéis. Raro fora, pois a religião muçulmana dá as cartas neste setor... O único lugar em que vi servirem álcool, fora dos hotéis, foi no restaurante do museu do Louvre, Fouquet’s, em Abu Dhabi. Como é um projeto francês, não abriram mão do vinho, uma de suas mais importantes bandeiras culturais. Voltaria aos Emirados Árabes muitas vezes em minha longa vida viageira, pois encontrei uma vibração, modernidade, segurança, divertimento e inovação, raros em outros países deste nosso conturbado planeta. Tudo é superlativo por lá. Sempre tentando ser o maior e o melhor. Estão conseguindo! Lufingen, 22 de fevereiro de 2021

domingo, 21 de fevereiro de 2021

ABU DHABI E AS 1001 NOITES -- FEVEREIRO 2021

ABU DHABI – EMIRADOS ÁRABES Dois dias das 1001 noites! Ir a Dubai sem visitar a capital dos Emirados, Abu Dhabi é como ir a Roma sem ser o Vaticano. A viagem não será completa e se perderá as atrações que dão totalmente o toque 1001 Noites a este pequeno país petroleiro encravado estrategicamente no controverso Golfo Persa. Dubai tem charme e muito que fazer, enquanto Abu Dahi é uma espécie de Brasília, moderna, plana, avenidas grandes, um lugar sem alma e sem charme. É só dinheiro, negócios e política. Mas em meio à sem-graçeira, está um conjunto de belezas únicas que podem ser vistas com facilidade no programa proposto a seguir: Parta num taxi as 9 00 de Dubai, a Abu Dhabi, direto para a grandiosa Mesquita do Sheik Zayed. Reserve na internet, grátis. O passeio é organizado, magnífico e você verá um dos templos religiosos mais belos do planeta, no nível de um Taj Mahal moderno. Os detalhes de mármores e pedras incrustadas nas colunas e pisos com perfeições de desenhos e materiais, enormes lustres de ouro e cristal, tudo trabalhado perfeitamente, com arte e bom gosto. Inesquecível. Depois da visita dirija-se ao Louvre e almoce magnificamente no francesíssimo restaurante Fouquet. Comida clássica francesa servida em ambiente decorado com o que há de melhor atualmente nas lojas de design francesas. Há um adorável terraço onde comer “al fresco” e admirar a singular arquitetura do museu, é uma delícia. Depois do acepipe, visita ao museu, cujo acervo é modesto, mas perfeito. Um passeio maravilhosamente curado pela história da humanidade, com vária peças importantes de museus franceses suíços e alemães. Há quadros dos grandes mestres impressionistas, monumentos egípcios, estátuas gregas e outras preciosidades. Exposições temporárias completam a experiência. Os jardins do museus e a proximidade do mar torna tudo ainda mais precioso e ouvi dizer que o por do sol por ali é sensacional. Á noite, a estranha cúpula de aço brilha como uma lua incrustrada de diamantes. Cansado de museus e mesquita? Hospede-se e curta o hotel mais luxuoso do universo, o Emirates Palace, cuja construção mais parece um Versailles oriental do que um hotel. Nunca vi luxo descaradamente dourado espalhado com tanto bom gosto por um lugar. Tem praia particular onde se pode andar de camelo, bares, restaurantes, gol, spa e shows musicais de arrasar. Vale gastar uma boa grana na única noite de hospedagem em Abu Dhabi. No dia seguinte, também com a reserva feita anteriormente na internet, visita ao faraônico, sultanesco, Presidencial Palace, bem pertinho do Emirates Palace. Outra visita que ficará na lista “queixo-caído permanente”. Comida típica de qualidade no complexo do Heritage Village ali perto, com visita a construções típicas do século 18, reformadas e com interessantes visitas guiadas para entender as origens deste que é o emirado maior e mais rico do país. No setor compras Abu Dhabi perde muito para Dubai e só perca tempo com isso no Marina Mall, pertinho do Heritage Ville e no Abu Dhabi Mall para talvez comprar macarrons da francesa Ladurrée ou os intrigantes chocolates da libanesa Patchi. Depois disso pode voltar a Dubai. Feliz porque apreciou as maravilhas da mesquita, do Louvre e do hotel Emirates Palace. Para os fanáticos por carros, o circuito de Formula Um e o Mundo Ferrari podem completar a experiencia e até oferecer uma bela desculpa para uma segunda e feliz noite no Emirates Palace! Lufingen, 21 de fevereiro de 2021

sábado, 6 de fevereiro de 2021

CIRCUITO DO CHOCOLATE SUÍÇO - FEVEREIRO 2021

CIRCUITO DO CHOCOLATE SUÍÇO FEVEREIRO 2021 Na total falta do que fazer e com tudo fechado devido ao infernalmente persistente coronavirus,neste inverno suíço, me dediquei a conhecer o que o Estadão local (TAGES ANZEIGER- jornal top da Suíça) classificou como “as melhores confeitarias do país”. Como estou no meu 22º ano de vindas constantes a este reinado absoluto do chocolate e conheço bastante do cenário gastronômico local, lá fui eu, de trem, a várias cidades conferir se o jornal tinha razão ou não. Tinha. Total. Primeiro, voltei a Basel e me deliciei com marzipãs verdes dentro de singelas casquinhas de sorvete, bombas trufadas crocantes e marrons glacés da Brändli, minha velha conhecida. Imbatível nestes quesitos. Depois voltei a Winterthur para ver se a Vollenweider ainda estava boa. Estava. Suas trufas, junto com as da Teuscher, de Zurique, não tem concorrência e é impossível igualar o sabor e frescor dos ingredientes usados nas de champanhe ao leite, nas amargas e na Carmen, criação singular da Vollenweider. Esta última, oferece também bombas de tudo, ou seja, recheadas de todos os cremes celestiais possíveis e imagináveis, com coberturas que além de deliciosas, são verdadeiras obras de arte, lindas. Esta casa-símbolo da bonita, rica e fria Winterthur, vende os melhores dragês do mundo, aquelas pastilhas de chocolate cobertas por confeitos coloridos. Na Sprüngli, braço chique e confeiteiro da industrial Lindt, descobri mini-trufas Liliput e os marzipãs de frutas mais caros e mais saborosos do país. Nível dos belgas. Na Sprüngli, na hora do almoço exclusivamente, se compra sanduíches take-away maravilhosos e o melhor müsli deste país que inventou a iguaria. O de frutas vermelhas é uma refeição por si só, saudável e deliciosa. A bordo dos confortáveis, limpos e quentinhos trens suíços, conheci Fribourg, uma linda cidade na parte francesa da Suíça. O centro antigo, maravilhosamente preservado, ostenta uma catedral que é verdadeira miniatura da Notre Dame de Paris. Fui lá por causa da chocolateria Fleur de Cacao, artesanal. Seus caramelos, na verdade mais para ganache francês ao leite, são diferentes e deliciosos. Mas como estas coisas artesanais não fazem bem meu gênero, voltaria a Fribourg pela cidade, museus, passeios, restaurantes e atmosfera histórica. A Fleur de Cacao é para quem gosta de ver os donos fazendo os chocolates numa fabriqueta em meio à loja, coisa bonita mas que compromete um pouco a qualidade dos produtos, altamente perecíveis. Lucerne, onde já estive muitas vezes, me apresentou a chocolateria Max KÖNIG, a única das acimas citadas que só vende chocolate, nada mais. Na Suíça, confeitaria é mescla de padaria, doceira e chocolateria. Noventa por cento é assim e estranhei a loja bonita, chique e discreta Max König. Mini bombons do gênero chocolate-moderno, com recheios exóticos e sabores alucinantes. Vale muito os 52 francos por modesta caixinhas com 24 micro-bombons. Em reais, nos tempos que correm, mais de 300 reais por tal mimo... Vale? Para viciados como eu, muito! Ultima parada: Lugano e a confeitaria-restaurante Al Porto. Panetone pesado e rico na fartura de frutas e nozes, biscoitinhos Amaretti fofinhos, derretendo na boca e castanhas confeitadas. Além de quiches de tomate e abobrinha, “to go”. É um café elegante e antigo, com mesas bloqueadas pela pandemia, vitrine de estontear. Vale visitar Lugano nem que seja para “estacionar” em frente a Al Porto e maravilhar-se com os acepipes. Na próxima vez irei a Genebra, Perroy e St. Gallen conferir outros locais mencionados no jornal. Também tentarei visitar a Bertram’s onde supostamente se encontram os melhores profiteroles da Suíça. Fui e estava fechada. Espero que não permanentemente nestes tempos em que este vírus maldito destrói vidas e lugares... Lufingen, 6 de fevereiro de 2021

LUGANO E ASCONA - FEVEREIRO 2021

LUGANO E ASCONA Fevereiro 2021 Fugindo do frio, da neve e do cinza do inverno em Zurique, dirigimos cinco horas por estradas perigosas e nevadas, muitos desvios e confusão, para chegarmos até o sul da Suíça, fronteira com a Itália. Tudo isso para curtir um pouco de sol, sempre presente nesta região, apesar do frio da estação. Nos hospedamos na Villa Sassa em Lugano, uma mistura de hotel e apartamentos com serviços, amplo, vista linda, jardins de sonho, SPA poderoso, serviço de primeira e comida deliciosa. Em tempos pandêmicos e com todos os restaurantes, bares e cafés do país fechados, aproveitamos a brecha abençoada dos hotéis poderem servir alimentos a seus hóspedes, fartos de cozinhar. Na Suíça, só há delivery de restaurantes nos centros das três ou quatro cidades maiores, tudo com horários muito limitados, preços astronômicos. Os suíços não tem o hábito americano e brasileiro do delivery ou do take away. Gostam de comer fora, mas sempre em restaurantes, com serviço. Buffets, quilos e self services são muito raros. Ou cozinham ou vão a restaurantes. Entrega é só pizza mesmo... Por isso, além do sol, da mudança de aires e paisagem, sem contar parar de ouvir o bizarro suíço-alemão e deliciar-me com a beleza do idioma italiano, ficar num hotel com serviços nos pareceu um sonho, um luxo indefinível. Coisas da pandemia... Caminhar é a única coisa que é possível aproveitar atualmente em Lugano e seu lindo lago e calçadas bem cuidadas, além de parques e praças são adoráveis. Dar comida aos cisnes e patos completa o quadro bucólico das tardes de inverno. Cobiçar visitas a museus fechados, que devem ser bem interessantes, como o moderníssimo Arte e Cultura. Ao lado dele, uma igreja linda do século treze, exibindo os afrescos mais antigos do pais e maravilhosamente restaurados. Pelo menos a igreja estava aberta e rezar ainda não foi proibido pela patrulha pandêmica. Ufa! O mesmo em Ascona, que é menor e mais bonita do que Lugano. Já estivemos lá há uns anos, no verão fumegante. Desta vez caminhamos bem mais e exploramos belas áreas residenciais onde milionários locais e internacionais tem a sorte de possuírem lindas propriedades. Nada como tomar um prosecco beira lago, nem que seja sentados numa mureta e em copo de plástico. Apesar da limitação de nossa experiência, foram quatro dias muito agradáveis e relaxantes, uma mudança milagrosa em meio ao mundo-corona em que vivemos. Vai passar e voltaremos ao sul da Suíça em tempos normais. E livres! Lufingen, 6 de fevereiro de 2021