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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

ESTOCOLMO E AROSA - NOVEMBRO 2020

VIAGENS PANDEMICAS – ESTOCOLMO E AROSA NOVEMBRO 2020 Aproveitando os dias gelados e coloridos pela folhagem outonal, sol já esmaecido, mas luz ainda bonita num ano tão feio e conturbado como este maldito 2020, inesquecível pela pandemia do Corona vírus e suas nefastas consequências. Aproveitando para conhecer lugares da Europa nos quais nunca estive, apesar das restrições de viagens e incerteza que paira no ar desde março deste ano. Primeiro a pequena e charmosa Arosa, encravada nos Alpes suíços, alcançável por uma estrada que tem tantas curvas quanto os dias do ano (exatas 365!), um sacrifício que vale muito pela beleza das paisagens e o aconchego da neve, da lareira, das fondues e bebidas com alto teor alcoólico. Mas Arosa não é apenas mais uma estação de esqui na Suíça, visto que abriga um importante projeto de conservação animal, o Parque dos Ursos (BÄREN PARK), cujo diferencial é uma enorme área para ursos que sofreram abusos em cativeiro, usados em circos e restaurantes e tratados de maneira cruel. A estrutura do lugar é poderosa e se chega até o parque nos bondinhos que levam os esquiadores às pistas. Há monitores e sinalização que explicam tudo, histórias muito interessantes e é uma alegria ver os lindos bichos peludos, soltos, felizes e bem tratados. Nada de jaulas, só verde, neve, árvores, cavernas e rochas. Os tratadores escondem comida para os ursos nos lugares mais inusitados e os inteligentes bichos descobrem tudo e a criançada delira e torce por eles. Outro diferencial de Arosa é possuir um lago cristalino, cheio de bucólicos patos coloridos, em cujo entorno há cafés e restaurantes e um lugar plano para caminhadas e corridas. Em lugares íngremes e montanhosos, superfícies planas são uma benção! Além das atividades de neve, existem muitas caminhadas possíveis, vilarejos próximos, bom comércio, hotéis e restaurantes. Estações de esqui não são baratas, mas optar por Airbnb é boa solução e a oferta de casas e apartamentos é extensa. Compensa se comparado ao preço estratosférico dos hotéis e seus apertados quartos. Quanto à bela e chique Estocolmo, esplendida capital sueca, ela sempre esteve na minha bucket list, aquela relação dos 1000 lugares que se quer conhecer antes de partir desta vida para a outra dimensão. Mesmo sendo novembro uma época já fria e escura para aproveitar a cidade, o lugar é tão interessante, que nos faz esquecer a falta de luz solar e as temperaturas inóspitas. Estocolmo foi minha terceira capital escandinava, só faltando agora Helsinque. É minha segunda favorita, seguida pela campeã Copenhagen e a singela Oslo. Me surpreendeu pelo tamanho, luxo absoluto das enormes construções, a modernidade tecnológica e a gastronomia divina. Além de uma infinidade de teatros e museus rivalizando com Londres e Paris, numa cidade de apenas 1 milhão de habitantes. A Escandinávia tem fama de cara, é de fato, mas não tanto como a Suíça, meus país adotado e uma viagem pela Suécia não é necessariamente um bomba relógio no orçamento. Optei por um hotel simples, ao lado da estação central de trens, boa escolha. Nestes países nórdicos os padrões de limpeza e conforto são altos e hotéis mais em conta os tem também. Ficar perto das estações centrais de trem, na Europa, é ótima ideia, pois muitas delas são verdadeiros shopping centers, tem localizações privilegiadas e conexões fáceis ao aeroporto, que é bem o caso de Estocolmo. O Arlanda Express é um trem amarelo e maravilhoso, que facilita e barateia muito a vida do turista. Economize nisto e gaste das lojas fantásticas de Estocolmo, nos restaurantes e cafés celestiais. Museus e teatros tem muitos combos e promoções que amenizam os custos. Os inúmeros e belíssimos parques instalados em ilhas facilmente alcançáveis, são também ótimas escolhas de relaxamento, exercício e diversão. No setor gastronômico uma infinidade de restaurantes e cafés maravilhosos. No destaque: Nalen – cozinha moderna, risoto de cogumelos chanterelle com alcachofras fritas e sorvete de lingonberry (uma das muitas frutas dos bosques escandinavos) com amêndoas defumadas. Lisa Elmqvist – frutos do mar ultrassofisticados em meio a um mercado que vende tudo, silencioso e limpo, o incrível Saluhall. Kryp In – ambiente todo branco, ambiente aconchegante em casa muito antiga no bairro histórico Gamla Stan. Incrível custo benefício com cozinha mega sofisticada. Sopa de cogumelos, rosbife de rena com geleia de blueberry e cipreste refogado. Mousse de chocolate com óleo de oliva e sal arremata uma refeição inovadora e muito bem executada. Butiken – para sanduíches de salmão ou camarão com pão preto e cereais, bem típicos da Suécia e uma torta de brigadeiro como nunca vi fora do Brasil. Märten Trotzig – tradicional, para provar as famosas almondegas com molho rosado, purê de batata e compota de cranberry. Prato ícone da Suécia. Os cafés Vette Katten, Saturmus e Grillska Huset oferecem bebidas quentes e reconfortantes, doce extraordinários e sanduíches sensacionais. Destaque para os doces típicos, conhecidos como FISKA. O dammsugare, as bolas de chocolate ou caramelo cobertas de coco ralado e os pães doces de canela que mais parecem um enorme novelo de lã, são inacreditáveis. O doce Princess é um sonho de creme chantilly e marzipan e os doces de chocolate tipo “Nhá Benta” do Vette Katten não tem igual. Mas não só de comes e bebes vive Estocolmo e seus inúmeros museus e teatros consomem dias para serem visitados e adequadamente apreciados. Em tempos de pandemia, a maior parte destas atrações fechadas, consegui visitar o museu de fotografia mais interessante que já havia visto, o Fotografiska. Com direito a exposições de primeira linha, vistas maravilhosas de Estocolmo e um restaurante bom e descolado. Também assisti a um concerto de órgão na linda igreja Hedviga Eleonora. Na certa voltarei para conhecer o Palácio Real, visitar ilhas alcançáveis por balsas, passear pelos belos parques e curtir a vida noturna da chique e vibrante Estocolmo. Zurique, 19 de novembro de 2020