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domingo, 8 de outubro de 2017

BUENOS AIRES REVISITADA - E AMADA - EM 2017

BUENOS AIRES – FIM DE INVERNO 2017 Fria, muito vento, depois chuva torrencial. Nada que prejudique o prazer de 6 dias na capital argentina; mais limpa, mais otimista, alegre. Até o velho Caminito, a Boca, está sendo renovada e o museu PROA estará assim mais bem localizado. As exposições do PROA continuam ótimas e uma série de 13 vídeos-protesto, estrelada por Cate Blanchett foi uma experiencia única, diferente e sensacional. Também sensacional continua a comida argentina, principalmente para doceiros, vinheiros e carnívoros como eu. Os clássicos Cabaña e Tomo I seguem imbatíveis, bem como os cafés Tortoni e Biela, além do agradável café-resto Croque Madame, do museu Amália de Fortabat em Puerto Madero. O ambiente, cozinha e serviço do Elena estão melhores do que nunca e a novidade ficou por conta do Lalo de Buenos Aires, tradicional e autentiquíssima churrascaria portenha. O Lalo foi dica de um nativo sempre em busca de autenticidade. Segundo ele, a velha casa foi resgatada pela comunidade teatral da região da avenida Corrientes, que achava uma lástima o Lalo fechar as portas e dar espaço a cadeias de fast food e porcarias do gênero. Para quem quer comida verdadeiramente local, este restaurante é o legítimo herdeiro do bom Arturito, cujas portas se fecharam definitivamente no ano passado. O Lalo também conta com os garçons mau humorados e a clientela quase toda argentina, como o Arturito. Por acaso, descobri um alfajor ainda melhor do que o Cachafaz; Honnecker. Num quiosquinho do Pátio Bullrich. Os conitos e biscoitos de limão desta biboca-chique são também divinos. No campo cultural, a grande novidade está na abertura definitiva este ano, do magnífico CCK, um gigantesco e estarrecedor centro cultural, na antiga sede dos correios. O prédio é belíssimo, está muito bem restaurado e oferece vários espetáculos musicais gratuitos. Vi um lindo concerto vespertino ali, sem pagar nada. Há biblioteca, espaços variados de exposição, cursos, café. Imperdível. Assisti peças interessantes e até teatro alternativo desta vez. Mas o divertido mesmo foi Sugar, versão argentina do musical americano e Rock of Ages com elenco muito jovem e animado valeu o arriscado da proposta. Meu fanatismo por teatro é tanto que justifica a hospedagem no centro de Buenos Aires, longe da minha amada Recoleta e das atrações de Palermo e bairros mais descolados da cidade. Desta vez fiquei no grande e movimentado Hotel Panamericano, excelente custo-benefício na avenida Nueve de Julio. Foi a única coisa “barata” em Buenos Aires. O real está bem cotado em relação ao pesa, mas…. Nossa velha e bem conhecida inflação aumentou bastante até os preços dos baratíssimos táxis da cidade. Compras bem caras, restaurantes mais caros ainda; Buenos Aires não é nenhuma pechincha. Infelizmente. Trocar dinheiro, no entanto, ficou bem mais fácil e civilizado e não há mais o longo drama de copiosos formulários e documentos. O único prazer não-pago a peso de ouro continua sendo caminhar pelas ruas prazerosas da cidade e seus inúmeros parques. ” Para o ano”, veremos, a prefeitura promete total reforma da avenida Corrientes, com bastante espaço para pedestres e menos para veículos. Ver para crer.... Os aeroportos continuam péssimos. Maldição latino-americana! São Paulo, 08 de outubro de 2017