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domingo, 15 de julho de 2012

PARTE 4

PARTE 4 - DIARIOS DE BUENOS AIRES Buenos Aires, 09 de julho de 2012 Hoje foi um dia inusitado, feriado nacional argentino e segunda feira, semi-mico cultural. Aproveitei para fugir do frio e ver 3 filmes no renovado Recoleta Mall a dois passos de meu hotel. O shopping é péssimo, mas os cinemas são excelentes. Madagascar 3 e Sombras Tenebrosas em espanhol são impagáveis. Minha segunda vez ouvindo Johnnie Depp dublado em espanhol mexicano. Uma delicia! Do lado menos trash, O Caminho, belo filme escrito, produzido e dirigido por Emilio Estevez, irmão do controverso ator Charlie Sheen. Uma historia real, toda passada na Espanha ao longo do Caminho de Santiago. Para mim que o percorri, emocionante. O almoço foi ótimo no sofisticado Duhau, do hotel Park Hyatt. Comida e serviço de primeira. Volto com prazer. O lado cultural ficou restrito a Igreja Nossa Senhora do Pilar, ao lado do cemitério da Recoleta, seu pequeno claustro e ao surpreendente Centro Cultural da Recoleta. Muito maior do que se imagina e instalado em antigo monastério, ele abriga todo o tipo de arte moderna, de exposição sobre famosos arquitetos argentinos, a museu de ciências para crianças e uma alegre variedade de arte comunitária. Artistas de bairros vizinhos expõem lá seus trabalhos, junto a médicos que pintam, escolhidos pelo Ministério da Saúde. Não é necessário ser famoso para exibir os trabalhos no Centro. Verdadeira democracia cultural. E os argentinos estão tão acostumados a museus grátis que se espantam com os que cobram ingresso. Ao saber que teria que pagar o equivalente a 2 reais para ver o acervo religioso da igreja do Pilar, uma senhora idosa rebateu: “Mas isso não é um museu?”. Para ela, museu não é coisa que se pague. Como as ruas, pertence a todos. Em um mundo perfeito...

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