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domingo, 6 de dezembro de 2015
NEW YORK 2015 - PARAÍSO URBANO - NOVAS ATRAÇÕES E DICAS
NEW YORK 2015 – NOVEMBRO DE PAZ URBANA NA BIG APPLE
Sempre quis estar em Nova York numa época mais tranquila, sem multidões nas ruas, com menos barulho, filas mais curtas, paz nos restaurantes e museus. Desde 2008, estive então por lá cinco vezes e nunca consegui mais do que uma turba ignara, ruidosa e desagradável, numa cidade que amo de paixão e onde sempre me senti feliz. Nesta sexta tentativa, de 12 a 24 de novembro, encontrei o que procurava.
Graças ao guia de viagens australiano, Lonely Planet, decidi encarar o frio da baixa temporada e fui plenamente recompensada nos 12 dias na cidade. Sol, frio civilizado, vento inevitável, lojas semivazias, Times Square caminhável. Uma delícia de estadia que incluiu 10 peças e musicais, 4 museus, e várias visitas turísticas por lugares onde é sempre bom voltar. O segredo é ir depois da Maratona de Nova York e sair antes do Thanksgiving (tudo fechado neste único dia em que os EUA param – só vale a pena ficar na cidade se o objetivo for assistir ao vivo e em cores a linda Macy’s Parade)
No MOMA abençoadamente vazio, vi a exposição das esculturas de Picasso sem atropelos, percorri salas e salas do Metropolitan sem esbarrar em ninguém, curti a maravilhosa exposição egípcia, Middle Kingdom e me deliciei com as novas peças Fabergé. Novidades para mim: Whitney e Tenement. O primeiro, a maravilha arquitetônica do incomparável Renzo Piano, que faz da falta de espaço do Meatpacking um ponto positivo. O segundo, um museu dedicado aos cortiços de outras eras nova-iorquinas e suas histórias incríveis.
No Whitney, Frank Stella e suas controversas obras brilhavam, junto ao acervo magnífico de modernistas americanos. A dica é tornar-se sócio temporário do museu (mínimo 50 dólares), pois o espaço limitado pode significar uma parada na venda de entradas e o turista perder a chance de conhecer este museu interessantíssimo. Antes de ir, compre a membership no site do museu e não pegue a fila do ingresso incerto, indo direto à entrada privilegiada dos patronos da instituição. No Tenement Museum só vai quem entende muito bem inglês, pois não há visita independente, só guiada por seres humanos que não falam qualquer outra língua que não o inglês. Para os que entendem, imperdível, com passeio a pé, antes ou depois, pelas redondezas da Orchard Street e entorno descolado.
Aos eternos e sempre interessantes pontos turísticos como Empire State e Memorial 9/11, adicionamos a High Line inteira, ida e volta em dias diferentes (olhares diversos, públicos distintos) e o monumental One World Trade Center, na sua beleza de vidro azul e a vista mais incrível da cidade e arredores. A Estátua da Liberdade parece um brinquedinho de plástico, diminuto e quase invisível na imensidão dos bairros-gigante da cidade. O elevador, que se chama sky-pod, percorre 100 andares em menos de um minuto. Com direito a ascensorista humana acalmando e explicando a experiência. O restaurante é ótimo e lojinha idem, mais atividades instrutivas por toda parte completam a experiência. É, por enquanto, o prédio mais alto do Hemisfério Oeste deste nosso conturbado planeta. Que Deus assim o conserve...
A balsa rápida e gelada até o Brooklyn, nos levou ao bairro judeu, às transformações “cool” de Williamsburg e ao Peter Luger, restaurante-experiência da área. A divertida volta foi a pé, percorrendo a Brooklyn Bridge por cima dos carros. Não tem preço!
Restaurantes novos, além do Peter Luger, que para quem ama carne vermelha e ambiente do tipo O Poderoso Chefão, é uma festa; o Standard Grill, no hotel de mesmo nome, pertinho do Whitney, é muito bom e descoladíssimo. E assim continua o Oyster Bar da Grand Central, onde não ia há quase 20 anos. Lagostas monumentais e preços idem. Vale o que cobram. O melhor custo-benefício continua sendo o Bar Boulud e a Osteria Circo é o pega-trouxa total. O bizarro Burger Joint vale pelo inusitado, pela música e pelo cheesegurger muito bom. Uma vez na vida, visto que tomar vinho tinto em copo descartável (aqueles moles de água) não é minha praia. O bar do Jam’s tem muita gente bonita e um Manhattan reconfortante. O Cosmopolitan do Warwick é poderoso, em atmosfera de bar clássico inglês.
Para os amantes do teatro, os musicais School of Rock e Dames at Sea são polos opostos de um gênero controverso. Ambos ótimos em suas respectivas categorias. Quem tiver a sorte de ver a peça britânica King Charles III se deparará com um dos espetáculos mais poderosos do planeta e China Doll, onde Al Pacino brilha imbatível, são as joias da coroa.
Para quem estiver em Nova Iorque no Thanksgiving, aqui vai uma sugestão de ceia típica razoavelmente barata. A do restaurante Cognac, onde por US$ 70 se prova os clássicos desta festa americana, de forma moderada e decente.
Nestes tempos de dólar a 4 reais e total instabilidade brasileira, a Big Apple é um desafio. Tudo é caro e o segredo é não converter.
Relax and enjoy it!
São Paulo, 06 de dezembro de 2015
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