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sábado, 26 de janeiro de 2019

NATAL GAÚCHO - 2018

NATAL GAÚCHO – 2018 Frequento Gramado há quase 12 anos e há 10 temos uma propriedade lá onde pretendemos construir a sonhada casa e lá nos aposentarmos com felicidade e tranquilidade. Porém, nunca tinha passado Natal na cidade, neste lugar que é a cara do Natal tupiniquim e abriga o mega evento que dura quase 3 meses, o Natal Luz. O que é isso? O que é Natal à brasileira, à “moda da casa”? Para mim Gramado é a expressão perfeita do conceito de Natal que grande parte dos brasileiros tem: aquela salada bem tropical com toques de inverno e neve, com o “bom velhinho” corretamente vestido para o Polo Norte de onde ele supostamente se origina; uma coisa sem pé nem cabeça, mas repleta de alegria e animação, lotada de comidas nativas e estrangeiras, algumas apropriadas a temperaturas bem acimas dos trinta graus, outras nem tanto. Gramado é o local perfeito para esta confusão que é o Natal brasileiro: catolicismo num país onde a maioria professa várias fés, americanismos inventados pela Coca Cola, caso do Papai Noel vestido de vermelho, que não existe nas origens europeias do mito. Como Gramado é o destino turístico mais visitado do Brasil, onde há frio, geada e de vez em quando neve, que tal encenar shows celebrando a diversidade brasileira, Jesus-menino, o frio comemorado em pleno verão, as crianças veneradas na cultura brasileira, as famílias, muitos comes e bebes e zero preocupação estética, cultural, histórica? É SÓ ALEGRIA e animação, características básicas dos brasileiros. Festa! E foi neste espírito festivo que eu e mais 10 familiares passamos o Natal em Gramado. Alugamos bons Airbnbs e curtimos a cidade e sua intensa programação. Optamos pelos aptos e não hotéis, pois os preços dos mesmos, nesta época do ano, ficam absurdos. Tudo triplica num piscar de olhos, um horror. O resto dos preços fica estável. Não é programa barato, mas eliminando o custo-hospedagem, dá para ser um projeto familiar divertido e razoável. Vejamos porque: • Há muitas opções de atrações natalinas grátis, como paradas e shows pelas ruas e praças e quem não quiser pagar os caros ingressos dos 3 espetáculos oficiais do Natal Luz, vai ver ainda assim muito Natal. As ruas principais são muito bem decoradas e a noite a iluminação é bastante bonita. Em frente ao cinema há sempre algo acontecendo e a Rua Coberta pulula de gente, bem ao gosto dos brasileiros. Como é verão e faz calor na cidade, o clima é de descontração total. • Opções alimentares vão do gourmet ao pastel, portanto há de tudo para todos. Ceias em restaurantes e hotéis tendem a ser caras, portanto a idéia de aluguel de aptos e casas é a melhor pedida para famílias. Em dezembro de 2018, a ceia em restaurante legal, mais barata, saía 170 reais por cabeça. Sem bebida, as top, algo por volta de 500 a 900 per capita. Portanto lá vai a dica para não ter trabalho e curtir as férias: encomendar ceia no restaurante MAGNÓLIA, em Canela. Comida deliciosa a preços decentes. • A Aldeia do Papai Noel e o Mini Mundo são lugares obrigatórios para crianças, especialmente as de até 10 anos. Para as mais velhas considere investir nos 3 shows patrocinados pelo Bradesco. Vale o investimento. E distrai os petizes. • Para sair da muvuca e variar o tema HO HO HO, dirijam-se aos cânions das cidades vizinhas e queimem as calorias em belas caminhadas pelos parques nacionais e suas belezas. Aluguem carro, pois a Serra Gaúcha a pé não tem graça e é grande demais. • Programa barato é visitar Canela e seus belos parques naturais, mais saudáveis e em conta. Os temáticos sempre lotados e mais caros, como o Hollywood Dream Cars, Parque a Vapor, Vale dos Dinossauros, Museu do Chocolate, Museu da Moda, Alpen Park e outras preciosidades. Bregas, cafonas, mas divertidas. • Para quem gosta de vinhos, a região de Bento Gonçalves é a pedida e tem de tudo para todos os paladares e bolsos. De lugares bem sofisticados como a Cave Geisse, à vinícola Aurora e passeio de Maria Fumaça. Esta região do Brasil é de intenso profissionalismo e tudo funciona como prometido. Bons queijos e frios podem ser comprados por lá e quem quer SPA sofisticado pode dirigir-se ao do Vinho, em frente a vinícola Miolo, ou mesmo em Gramado, ao famoso KUR. • Para quem quer neve de verdade e ver o pobre do Papai Noel em ambiente mais condizente com suas roupas, o Snowland, primeiro e até agora, único parque de Neve no Brasil, não decepciona. Pode-se esquiar de verdade, patinar, ter aulas, passar muito frio, fingir que está na Finlândia e por aí vai! Caro mas único. E como é Natal, de este presente para você e sua família e aproveite TUDO o que a Serra Gaúcha tem a oferecer. Gastando pouco ou muito, a viagem vai sempre ter algo em comum: será especial e inesquecível. À minha irmã Gisela, quem teve a idéia do Natal em Gramado e com quem compartilhei bons e maus momentos. Zurique, 26 de janeiro de 2019.

LUGARES DO CORAÇÃO BUENOS AIRES, GRAMADO NOVA YORK E ZURIQUE

LUGARES DO CORAÇÃO Buenos Aires, Gramado, Nova York e Zurique – 2018/2019. Por que gostamos tanto de alguns lugares e nem tanto de outros? Por que voltar a cidades e países nos quais estivemos várias vezes se existem tantos lugares maravilhosos no mundo para visitar? Por que o fascínio, a obsessão, a mania? Será conveniência de não mudar os destinos, de saber onde ficam as coisas, idiomas e comida familiares? Algo escondido nos recônditos do inconsciente? Traumas ou delícias da infância? Muitas as perguntas, poucas respostas. Não importa: viajamos por prazer e há lugares que certamente nos dão maior prazer que outros. Para mim, são as 4 cidades acima citadas, onde estive durante o período mencionado, cerca de 15 vezes no total. Demais? Pode ser. Foi bom? Genial! Por que? Não sei. Só o coração sabe. Mas como escrevo este blog de viagens há mais de 10 anos e meu intuito é orientar companheiros viageiros a viajar mais e melhor, aqui vão deliciosas dicas recentes destas quatro cidades que não podem ser mais diferentes uma da outra, fazendo do mistério acima proposto, uma questão ainda mais inexplicável... Buenos Aires, nos últimos anos ignorada por tantos brasileiros, parece agora inaugurar uma retomada no turismo brasileiro de qualidade. Não é para menos, pois a cidade tem muito a oferecer. Não é a Paris sul americana que já foi, mas ainda dá de mil em qualquer outra capital do continente sul americano. Vejamos porque: • Restaurantes sensacionais como TOMO I, NIÑO GORDO, EDELWEISS, ELENA e CROQUE MADAME para mencionar apenas alguns na enorme lista da cidade. • Museus de nível internacional: MALBA, PROA, BELLAS ARTES, ARTE DECORATIVO entre outros. A reforma do lindo PALAIS DE GLACE, na Recoleta, promete. • Calçadas e parques perfeitos para caminhadas e qualidade de vida ao ar livre. • BUQUEBUS ligando a capital argentina à Colonia de Sacramento no Uruguai, opção para dias ensolarados. • Cinemas e shoppings variados. • O Teatro Colón é uma das cinco casas de espetáculos mais importantes do mundo e está no circuito top dos artistas internacionais. • A Broadway latina oferece mais peças e shows do que a norte americana, com produções e espaços de alta qualidade. • Isso tudo, sem falar do dulce de leche, dos alfajores, da vida noturna, dos bares, dos vinhos, dos maravilhosos artigos de couro, das livrarias bem sortidas, da vibração do futebol, da elegância dos jogos de polo. • Os preços estão mais camaradas atualmente, devido à alta inflação argentina. Não é pechincha, mas as coisas estão mais em conta do que São Paulo e Rio. • Os hotéis e apartamentos de aluguel estão também mais baratos. Gramado é o destino turístico mais visitado do Brasil e um lugar-exemplo em termos de segurança, civilidade e limpeza. Foi o lugar que escolhi para me aposentar e a beleza da natureza torna tudo ainda mais atraente. A proximidade a Porto Alegre e à região produtora de vinhos, mais os únicos cânions de verdade do Brasil, fazem de qualquer passeio uma experiência ao mesmo tempo movimentada, interessante, relaxante, única. É um Brasil diferente, uma pausa na dobradinha, calor e praias + multidão, preços altos, congestionamentos e violência. Mais detalhes atualizados no meu novíssimo artigo NATAL GAÚCHO – 2018 Nova York dispensa maiores comentários, pois é consagradamente fabulosa. E oferece um leque de possibilidades inesgotável. Quanto mais vou, mais coisas descubro. Vamos lá: • Mais um lugar bom e barato para cheeseburgers incríveis. JACKSON HOLE, filial “roots” na 34 com 2nd Avenue. Escuro, não-turístico, uma espelunca servindo iguarias enormes e suculentas. Lugar para quem realmente aprecia hambúrgueres. Nada de frescuras para brasileiros tontos como o mega pega-trouxa JG Mellon. Fotos do cardápio no meu Facebook e Instagram. • Os chocolates e confeitos da Neuhaus e sua minúscula loja na Grand Central Station são o melhor snack doce do mundo. • Peças e shows estão cada vez mais inebriantes e inovadores. Vi Bryan Cranston, o Mr. White de Breaking Bad em Network. Sentei no palco, num restaurante montado no cenário, com jantar de verdade, comendo, bebendo e fazendo parte de uma história e elenco lendários nas artes cênicas norte americanas. Aonde mais isso seria possível? Caro? Claro, mas uma experiência destas não tem preço. Valem uma vida. • A sensação inebriante de se ver uma montagem top de MY FAIR LADY no Lincoln Center, Carousel na Broadway com a cantora lírica Renée Fleming, maravilhar-se com a beleza física de Matt Bomer e o talento impagável de Jim Parsons, o querido Sheldon de Big Bang Theory. • Gosta de dança? No City Center uma revival de A CHORUS LINE e um tributo ao coreógrafo-ícone Georges Balanchine. • Cinema? As salas do Lincoln Center são imbatíveis nos quesitos técnicos, no silencio e respeito do público, no conforto, no bar vegano-chique da entrada. • Cansou da cidade? Embarque na bela Grand Central, num trem divertidamente jurássico e barato, rumo à cidade-cenário-de-filme-romantico, Sleepy Holllow e passe o dia visitando KYKUIT, A MANSÃO EMBASBACANTE DA FAMÍLIA Rockfeller. Tudo limpo, organizado, agradável, só aberta à visitação de maio a novembro. Só visitas guiadas, a mais longa de 4 horas é a mais indicada para quem fala bem inglês e se interessa por história americana. A lição, in loco, é excelente, pois a história da cidade de Nova Iorque é inseparável da saga dos Rockfeller. Fora a beleza do trajeto de trem beirando o rio Hudson, a perfeição dos jardins com a folhagem multicolorida do outono, as obras de arte, esculturas, mobília, etc. Programão muito melhor do que o museu de arte contemporânea, ali na região, DIA BEACON; que é interessante mas perde muito na comparação com KYKUIT. Afinal, a fundadora do MOMA foi Abigail Rockfeller. • Peças teatrais com atores inesquecíveis como Glenn Close, podem ser vistas a preços módicos no Public Theater. O bar Joe’s Pub, dentro do edifício é muito legal, com shows grátis de música ao vivo. Ali pertinho, o restaurante LAFAYETTE É UM FRANCESINHO elegante e acessível. Muito descolado, dos mesmos donos de Balthazar e LOCANDA VERDE. • Caminhar por Chelsea está cada vez mais interessante e as ruas perto do museu WHITNEY só fazem melhorar. Incluindo aí a HIGH LINE e os novos prédios e até o fim de 2019, o teatro popular THE SHED e os observatórios espetaculares. • A nova tendência de tornar Nova Iorque mais barata e acessível, menos intimidante e mais inclusiva, é admirável. Muitas atividades e possibilidades grátis ou de baixo custo estão agora disponíveis. Pena que hotéis sigam caríssimos e aptos de aluguel não sejam confiáveis, muitos deles sublocados várias vezes. Outra coisa ainda cara e sofrida é o transporte aeroporto JFK /Manhattan. O transito é péssimo e os táxis pavorosos. Consegue ser pior do que GRU/São Paulo. • Viajar do Brasil a NYC com a AA é ainda a melhor pedida, pois o terminal 8 é ótimo, exclusivo da American. Check-in fácil, procedimentos de segurança mais amenos e rápidos. E o restaurante Bobby Van’s e seus tenros crab cakes. Evita-se a medonha comida do avião na volta ao Brasil, a preços módicos. Se você voltar com outras cias. Aéreas que não façam parte da One World você enfrenta o Terminal 4, um pavor de gentarada medonha e péssimas opções gastronômicas. A chegada no 8 também é incomparavelmente melhor. E finalmente, last but not least, por ultimo mas não por menos, em tradução livre, meu segundo lar, Zurique. Amor adotivo, por ser casada com um suíço, a maior cidade da Suíça é uma amostra do que grande parte dos lugares habitados por seres humanos na Terra, deveria ser. Um exemplo de limpeza, tranquilidade, civilidade, beleza e segurança. E muito divertimento e opções culturais. • A cidade adotou bicicletas e similares com vigor. As faixas estão agora por toda parte e bicicletas de aluguel estão por todo lado também. Pedalar beira lago/rio é um exercício de primeira. Muito respeito dos carros e leis draconianas protegem os ciclistas de modo eficiente. • Quase todos os bares e restaurantes possuem mesas ao ar livre e assim que o sol dá as caras, todo mundo senta nas calçadas e parques. Pode-se ingerir bebidas alcóolicas e compra-las, sem qualquer restrição, por toda a cidade. Só não pode dirigir. • Comida de rua é deliciosa, limpa e segura. Destaque para pães do tipo pretzel, sanduíches integrais, saladas, wraps e castanhas portuguesas quentes são agradáveis opções, junto a salsichões grelhados e sorvetes cremosos. • O principal museu de arte de Zurique, o KUNSTHAUS, que já é referencia mundial e possui acervo monumental, está duplicando seu espaço em obra faraônica que na certa porá Zurique nos circuitos de arte internacionais, tentando competir com a vizinha Basel e toda sua fama na arte contemporânea. • E para quem quer ver a Suíça urbana, sem esqui e fondue, seguem 3 sugestões: • Pular num ótimo trem e visitar a artística Basel é programão de dia inteiro. Em apenas 53 minutos de trajeto ferroviário chega-se numa cidade fácil e atraente, com um centro histórico lindo e museus do nível do Beyeler, em breve e até junho apenas, promovendo exposição Picasso nunca vista com os trabalhos do artista na fase azul e na rosa. Em Basel a confeitaria BRÄNDLI oferece marzipãs cobertos de chocolate que só existem lá e pães de mel picantes, cheios de especiarias os Läckerli, símbolo da cidade. Os restaurantes BESENSTILL, VOLKSHAUS E ELSBETHAN são inesquecíveis em seus respectivos estilos de modernidade, qualidade e tradição. • Outro dia livre em Zurique? Embarque em outro trem de 53 minutos rumo a Bern, a capital da Suíça. Mais museus e paisagens adoráveis e o melhor bife a milanesa do mundo, no Jack’s. Comemoro lá alguns de meus aniversários mais recentes e me dou de presente uns docinhos de sonho na confeitaria Beerle ao lado. • Em 20 minutos em outro trem se está em WINTHERTUR e suas espetaculares mansões antigas e poderosos museus financiados pelas seguradoras suíças. Almoço rápido no Vollenweider seguido de sobremesas comprando as trufas de champagne do restaurante/loja e conferindo exposições modernosas no Museu de Fotografia. Ou contemporâneas no Kunstmuseum. • No inverno, em Zurique, nos raros dias claros e ensolarados, a pedida é subir até as instalações-palácio do caríssimo hotel DOLDER e maravilhar-se com a vista chapante das montanhas nevadas que emolduram a cidade, seus edifícios e igrejas antigas muito bem conservados e o transparente lago de águas azuis. Parece foto-fake de cartão postal? Pois não é. Você está, pura e simplesmente, dentro do cartão postal! A Marcos Fabris. Uma criatura sofisticada como eu. ZURIQUE, 26 DE JANEIRO DE 2019.