Translate
quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
CAMINHO DO MAR - DEZEMBRO 2020
CAMINHO DO MAR – Dezembro 2020
Em tempos pandêmicos, dar uma escapada saudável e segura não está fácil, mas caminhar pela velha e boa estrada de Santos não é nada mal; 8.5 quilômetros entre a beleza da Mata Atlântica, o gorjeio alegre dos pássaros e flores coloridas quebrando o verde.
Minhas lembranças da estrada vão até minha infância e adolescência, quando subíamos esta serra de carro, aventura que durava muito tempo, devido ao fato de meu avo dirigir bem devagar para não bater no carro em mão contrária ou cair na valeta que escoa a água das inúmeras cachoeiras do trajeto.
Em 2004 a estrada foi reformada e com sinalização e estrutura adequadas, tornou-se um caminho de pedestres e um programão de fim de semana. A coisa funciona assim:
Pode-se começar pela entrada do parque estadual da Serra do Mar em Diadema ou pela entrada na refinaria da Petrobrás, em Cubatão. Comecei por Diadema e me engajei num grupo de 30 pessoas e um ônibus com guia para nos levar até Diadema e nos buscar em Cubatão. Esta é a maneira mais fácil e suave. Só descida. Para os atléticos, em boa forma, sugiro estacionar o carro no espaço externo a entrada do parque em Diadema, descer até Cubatão a pé e subir a pé. São maravilhosos e suados 17 quilômetros de exercício inesquecível.
Não é só natureza, mas história também. Há ruinas, estradas de mulas de 1700 em bom estado de conservação, construções bonitas de 1920, paradouros de viajantes, mirantes e uma reconstrução do lugar onde Dom Pedro I se encontrava com a famosa Marquesa de Santos. Por enquanto, tudo isto não está em bom estado de conservação, mas com o bicentenário da Independência do Brasil, daqui a menos de dois anos, há sérias intenções de restauro. Veremos. Mesmo assim, a atmosfera histórica é forte, a vista do mar e Santos é tão bonita que nos faz esquecer da miséria e poluição que é Cubatão.
O passeio é oferecido por várias agencias que tem como vantagem providenciar o transporte. Por outro lado, perde-se muito tempo com grupos em que nem todos se encontram no preparo físico adequado para a empreitada. Sugiro informar-se no site do parque e fazer o passeio de modo independente e no seu ritmo e preferência. Levando água e comida, pois não há NADA para comprar dentro do parque.
Em percurso que todos os paulistanos estão acostumados a fazer de carro e ônibus, caminhar e realmente vivenciar o deslumbre e riqueza da floresta, é um privilégio e um toque de esperança em tempos de morte, dor, confusão e caos político.
São Paulo, 10 de dezembro de 2020.
Assinar:
Postagens (Atom)