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domingo, 25 de dezembro de 2022
Curitiba e interior do Paraná - novembro e dezembro 2022
CURITIBA SHOW E RESORT PÉSSIMO NO PARANÁ
Meus dias em Curitiba em novembro\dezembro de 2022 foram deliciosos. Temperaturas amenas, pouca chuva, muitas caminhadas pela cidade limpa e organizada, muito cinema e teatro também, com direito a mega espetáculo da rockeira veterana, Bonnie White e uma versão curiosa do balé Quebra Nozes, na Ópera de Arame. Esta última, um dos pontos turísticos da cidade e cartão postal eterno de Curitiba, que já havia visitado, mas onde nunca tinha assistido nada. Valeu a experiencia, mas fica aqui meus dois avisos para quem quiser assistir algo por lá: leve agasalho, pois a Ópera de Arame não possui qualquer isolamento térmico, Curitiba é 10 meses por ano fria e a Ópera fica numa pedreira com lago, muita mata em volta, bastante humidade. Outra dica é lembra-se de que o lugar é longe e tem trânsito. Ubers e táxis buscam pessoas lá, mas demoram mais, pois é fora de mão.
Manu Buffara continua sendo a melhor chef do Brasil e seu restaurante é impecável; assim como impecável é o K.asa, onde jantei pela primeira vez e amei. Comida, serviço, preço, ambiente, tudo nota 10. Nomade segue bem bom, idem para Durski, Terra Madre e Madero Prime. Os doces da Passion du Chocolat são e continuam divinos e o Pateo Batel, o melhor e mais agradável shopping do Brasil. Por isso amo Curitiba: parques, muito verde, limpeza, organização, eficiência dos serviços, o cinema mais fofo do país, o cine Passeio, restaurantes top e qualidade de vida raras aqui por terras tupiniquins.
E foi neste espírito, nesta “vibe”, que me arrisquei pelo interior do Paraná, para ficar quatro caras e infelizes noites no Virá Charme Resort. O lugar é bonito, mas comida e serviço péssimos, caríssimo, nada funciona nos chalés aparentemente luxuosos, beira lago; um mico. Há duas horas de Curitiba, por estrada mortalmente perigosa, a visita foi um grande fracasso. Mais detalhes nos meus comentários no Trip Advisor sobre esta armadilha paranaense.
Mas viajar é isso, nem sempre acertamos.
Neste 2022 que finda viajei por mais de onze países, em continentes diversos, a maior parte adoráveis, mas Iran e Virá “sem-charme” resort falharam.
Contudo, não desisto e vou continuar tentando. Que venha 2023, a Islândia gelada, Eslovênia idem, Viena com ópera, minha suave Suíça e os chocolates inesquecíveis, Malta, Buenos Aires no inverno e quem sabe, para coroar o segundo semestre, o Santo Gral viageiro: o Japão.
São Paulo, 25 de dezembro de 2022.
sábado, 24 de dezembro de 2022
FINAL DA COPA EM BUENOS AIRES- DEZEMBRO 2022
FINAL DA COPA DO MUNDO EM BUENOS AIRES – DEZEMBRO 2022
Neste ano abençoado que se finda, um ano para mim pelo menos, de muito amor, paciência, força, criatividade e viagens aos quatro cantos do mundo; foi nesta penúltima viagem internacional que encontrei uma alegria vibrante e uma conexão intensa com nossos vizinhos argentinos, os supostos “Hermanos”. Deveriam ser, pois temos muito em comum com eles, como já dizia nosso sábio presidente, Fernando Henrique Cardoso.
Estive na Argentina este ano, três vezes: junho, agosto e dezembro. Experiencias diferentes de inverno e verão, com Copa e sem ela. Diferentes hotéis, novos restaurantes, parques, caminhadas, olhares, percepções. Sempre Buenos Aires, ando com preguiça de me aventurar país afora, pois a atual estrutura aérea do país é precária e o Aeroparque continua bem ruinzinho. Apesar disso, foi ali que assisti à final da Copa que merecidamente foi ganha pelo time que tanto lutou por ela. Estar lá e ver três jogos seguidos, vibração das ruas, bares, gente alegre num país falido e problemático, tendo momentos de alívio do peronismo inclemente que tanto os atormenta há mais de 70 anos. O curioso, é que ao contrário daqui o comércio, principalmente shoppings, não fecha durante os jogos da Argentina. Fui ao cinema no segundo tempo da semifinal, na maior tranquilidade. Um privilégio, vivenciar tais diferenças culturais. Alegria, sem parar de trabalhar.
Desta vez me hospedei num apart-hotel bom e barato em Palermo e adorei. É na verdade a “fronteira” com a Recoleta, bem mais residencial e sem turistas, fora do circuito óbvio do city tour. Lá prestigiei e me deliciei com a carne maravilhosa do El Estrebe, com os sorvetes celestiais do RapaNui, com as minis lojinhas de brinquedos, papelarias antiguinhas, com o Cine Cosmos e seus filmes de arte (parte do complexo gigante que forma a Universidade de Buenos Aires), com as quase igualmente deliciosas carnes do Aires Criollos, que apesar de localizado na Santa Fé com Callao, não tem quase turistas. Turistas vão no Don Julio, onde consegui reserva com dois meses de antecedência. As 11:30 da manhã do dia da semifinal, lotado. Sempre perfeito.
As decepções foram o restaurante do elegante hotel Sofitel, que apesar de lindo apresenta comida fraca e servida quase fria, sem sal. O La Cabrera do Mercado de los Carruajes é regular e caro. Lá vi o Brasil perder para a Croácia, o que não ajudou. Mas o Mercado vale a visita e lá voltei para comprar muitas maravilhas na loja Cachafaz. Este lugar, foi estacionamento de carruagens nos tempos em que tais veículos existiam e agora, totalmente reformado, é um mix de lojas de comida, restaurantes e sorveterias. Pequeno, chique, bem decorado e iluminado, perto de Puerto Madero. No próprio, voltei como sempre ao museu Fortabat e ao Croque Madame, que além dos ótimos sanduíches e saladas, tem massas espetaculares. No quesito sobremesas, priorizei sorvetes e visitei: Freddo, Persicco, RapaNui, Cadore, Scannapieco; as duas últimas minúsculas, na Corrientes, os melhores sorvetes do mundo. Dulce de leche o Persicco é campeão e frutos vermelhos o RapaNui, que é aquela chocolateria maravilhosa e antiga de Bariloche, eleva os sorvetes de frutas patagônicas a um patamar bem alto.
Lima Nikkei continua bom e barato, apesar de decoração e serviço um tanto caídos. Pizza Cero e Zum Edelweiss, bombando nos itens fugazzetta, mas é no Don Julio que se come a melhor empanada do planeta, justamente a de fugazzetta.
Comida, restaurantes, vinhos, brinquedos, taxis, hotéis, teatro, música, museus, tudo bem barato. Roupas e acessórios continuam sem preços competitivos, apesar de lindos e de ótima qualidade.
Viva as vacas argentinas cujo couro, carne e leite tornam tudo uma festa!
E viva o teatro argentino, com uma monumental apresentação do balé natalino O Quebra Nozes, na versão do bailarino inesquecível, Rudolf Nureyev. Não sabia que era também coreógrafo. O nível técnico é espetacular, e como sempre, as produções do Colón são de embasbacar. Muitos shows de música, até drag queen em bar gay fui ver. Novidade para mim também as majestosas produções do Teatro San Martin e sua mega versão da peça de Garcia Lorca, Bodas de Sangue. O balé moderno e violento, La Era del Cuero, é uma coisa chocante e fabulosa, uma dança local chamada malambo, mistura folclórica e contemporânea. O coreógrafo Paulo Rotemberg e seus oito bailarinos excepcionais, 6 homens e 2 mulheres, seminus, apresentam um espetáculo estonteante. Até rock argentino fui ver, de graça, no CCK, um coroa descolado e famoso chamado Litto Nebbia; plateia em transe, bem divertido.
Na bela igreja da Plaza Guemes, em Palermo, perto do Don Julio, visitei pela primeira vez a bela e imponente Basílica do Espírito Santo. Rezei pela Argentina, por nós e pela Ucrânia.
Feliz Natal!
São Paulo, 24 de dezembro de 2022
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