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terça-feira, 31 de dezembro de 2024

NEW YORK - NOVEMBRO 2024

FIM DE SEMANA PERFEITO – NOVA YORK E A RECONCILIAÇÃO Era uma vez uma cidade que eu amava, a única digna do nome e das viagens, num país chato e trumpista feito os EUA dos últimos 10 anos... Em outubro do ano passado, briguei com a Big Apple e jurei não voltar. Não durou muito o juramento e um pouco antes do Thanksgiving, voltei a cidade por apenas um final de semana; duas noites no avião e uma em Manhattan. Uma das loucuras viageiras melhores, mais “placenteras” e gratificantes que já fiz em minha carreira que já dura mais de 34 anos como viajante profissional. Não do setor turístico, mas do setor aventureiro, largos horizontes, curiosidade implacável; coisa do coração. Tudo funcionou maravilhosamente, dos voos pontuais até Newark, dos trens on time até a cidade; não peguei um táxi sequer, nada de congestionamentos, só infinitas caminhadas por ruas geladas, ventosas e semivazias. Um sonho... O segredo de contornar o trânsito infernal e os horríveis trajetos aeroporto-centro, é o voo-chave que parte de GRU as 21:00 a Newark e chega as 05:00 no melhor aeroporto de NYC. As 06:00 eu já estava saindo da Penn Station, caminhando radiante pelas ruas escuras de Gotham City, ouvindo meus passos ecoarem pelos corredores dos prédios altíssimos que são o backdrop clássico de Manhattan. Uma sensação de euforia, liberdade e extrema familiaridade com as ruas, parques, comércio, tudo que conheço como a palma da mão. Relativamente limpo desta vez, o frio espanta os porcalhões dos espaços públicos. E o que fazer lá tão cedo? Sem poder fazer check in no hotel? 1 -Cinema. Filmes maravilhosos no AMC Lincoln Center a partir das 8 da matina! 2 – Comprar cookies na Levain Bakery 3 – Café da manhã top no Fiorello’s. Zero turistas, só nativos. 4 – Compras na West Elm, algo de farmácia (vazias e com atendentes simpáticos a esta hora da manhã) 5 – Adquirir entradas para teatro. Sábado tem matine as 14:00 e evening show as 20:00. 6- Almoçar-jantar crab cakes e pecan pie no Wolfgang’s do prédio do The New York Times Um sábado alucinante de bom. Com direito a ver Jim Parsons em papel sério e de barba e musical sobre a vida do grande músico negro, Duke Ellington. No domingo, caminhada pelo Central Park, oração na Saint Patrick’s, almoço cedo no sempre divino P.J. Clark’s e tarde no Lincoln Center, embasbacada com a performance inacreditável de Robert Downey Jr em McNeal. Sua primeira vez nos palcos da Broadway. E o motivador máximo desta aventura, claro. Depois desta felicidade toda, caminhar de volta a linda Penn Station e tomar o trem a Newark. Chegando com tempo e tranquilidade ao aeroporto onde jantei tartare de atum e abacate no bar excelente do Terminal 2 e tomei o segundo Manhattan do dia. O único coquetel que me agrada, na cidade que amo. Melhor, impossível. Bem, em Londres dá para fazer parecido... Repetindo, o segredo do sucesso é o voo da United, o trem da volta que deve ser o Acela da Amtrack, bem mais caro do que o horrendo da New Jersey Transit, mas com conforto e sem multidão. Bagagem de mão vazia para umas comprinhas e nada de malas despachadas. Afinal, o bom da vida é a liberdade de ir e vir e a capacidade de maravilhar-se com a cena teatral da cidade, restaurantes, caminhadas, gente bizarra e o fim do outono nos parques. Uns dias antes do feriadão Thanksgiving, a Big Apple é semivazia e adorável. Outro ponto-chave: concentrar-se numa área e fazer, se possível, tudo por lá. Deu muito certo a hospedagen no The Empire Hotel, no prédio do P.J.’s, em frente ao Lincoln Center e perto de tudo que amo. Lugar adorável, menos barulhento do que Midtown. Percursos da rua 34 a 85. Tudo West. Sem museus desta vez. Não fizeram falta. São Paulo, 31 de dezembro de 2024