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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

São Miguel do Gostoso

Que nome bizarro para uma cidadezinha perdida nos confins do Rio Grande do Norte! Por que Gostoso + nome de santo? Bem, o município é novo, existe há apenas 10 ou 15 anos e seus 10.000 habitantes decidiram mesclar o nome do padroeiro da cidade com o sentimento de se estar em suas praias maravilhosas, com o vento constante amenizando o calor, a delícia de suas águas mornas, a calma do lugar, uma paz só. Gostoso. E é assim, de maneira abreviada, que seus habitantes se referem a este lugar, 100 km ao norte de Natal, que se está tornando rapidamente um destino turístico dos mais agradáveis.
Já era Meca dos kitesurfistas, loucos pelo lugar e seus ventos perfeitos para a prática deste esporte que está virando mania entre os jovens em geral, não apenas os engajados em praticas aquáticas. E é divertido ver dezenas deles “voando” pelo mar. Há escolas (Escola Gostoso, claro) e material de aluguel no lugar. Os estrangeiros, principalmente portugueses e italianos, ajudaram a sofisticar a região, com seus surpreendentemente bons bares e restaurantes.
Gostoso é uma boa e diferente alternativa às praias do sul do estado, a famosa Pipa, por exemplo. Geografia totalmente distinta, dunas em vez de falésias, uma imensidão impressionante de areia sem fim. Particularmente bonita é Tourinhos, um bom passeio a pé, pela praia, seis belos quilômetros pontilhados por formações rochosas, resultando em charmosa baía de águas claras e uma vegetação “entortada” pelo vento, compondo um quadro pitoresco e bucólico. Tudo muito vazio. Ainda. A infra estrutura melhora rapidamente e o acesso de Natal é fácil e confortável por boa estrada de asfalto.
As praias estão entre as mais lindas do Brasil e boas pousadas, como a Só Alegria, são totalmente “pé na areia”. Comandada por um casal de paulistas de Ribeirão Preto, o estabelecimento é bem decorado, confortável e profissional. Por enquanto, a “top” de Gostoso. Seu restaurante, Malagueta, está entre os cinco melhores e o café da manhã, delicioso; criativo em receitas como o waffle de pão de queijo e “sanduíches” de tapioca.
O bar de praia J. Sparrow’s (nome do personagem de Johnny Depp em Piratas do Caribe) oferece pratos sofisticados como ceviche e preparações com polvo das mais descoladas. Além de caipirinhas diferentes, como a de uva preta e saquê. No capítulo comidinhas + boutique transada, o Madame Chita faz as honras com seus crepes voluptuosos e bolsas com a cara estranha da artista mexicana Frida Khalo. O pequeno Esquina do Brasil, na avenida principal, não desaponta no bem temperado arroz de polvo. Mas o melhor mesmo é o Hibiscus, invenção de um mineiro e de uma baiana. Suas reinterpretações de clássicos baianos como a moqueca e o risoto de camarão, são delicados e criativos. Bom serviço, ambiente bonito, opções razoáveis de vinhos. Os preços de toda essa farra ainda são decentes. Caros para a região, mas bem mais baratos do que os praticados no Sudeste.
O que há para fazer em Gostoso? Nada.
Relaxar, comer, dormir bem, andar infinitamente pelas praias gigantescas, nadar, passear de bugue pelas redondezas, ir de praia em praia comparando areias, mar e vegetação. Ler aqueles livros que sempre se deixa para depois, contratar massagem boa e barata, tentar esportes marítimos. E concordar com nativos e turistas: é tudo muito Gostoso!!!

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