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sábado, 8 de outubro de 2016

TOSCANA - OUTONO 2016

LUA DE MEL TOSCANA ITÁLIA 2016 - outono Após quase 17 anos de casados, celebramos esta “vitória” com 2 noites em Milão, 5 em Siena e 2 em Lucca. Tudo de carro, pelas maravilhosas estradas e lagos suíços e italianos. Com direito a parada no Eataly, excelente restaurante/loja de “beira de estrada” perto de Bologna. Nada como uma fantástica pizza quatro queijos para quebrar o longo trajeto entre Zurique e Milão. Ótimas escolhas, pouco tempo, tanto que ver... Milão elegante e movimentada, nunca vi tanta gente bonita e bem vestida na minha longa carreira de viagens por quase todo o planeta. Acidentalmente, nos hospedamos no NH Fiera Milano, excelente e barato, fora da cidade, mas ligado ao centro por ótima linha de metro. Uma boa dica para quem quer hospedagem de qualidade e bom preço, coisa totalmente impossível no centro de Milão. Fora a visita obrigatória à linda catedral, museu um tanto macabro da própria e praça em frente, tive o enorme privilégio de assistir uma ópera completa, A Flauta Mágica, de Mozart, no teatro mais famoso do mundo, o Scalla de Milano. Plateia e teatro impecáveis, companhia alemã, cantando e declamando em alemão, sem legendas. Coisa para gente entendida e culta. Não há qualquer concessão ao mundo moderno e só por isso, já vale a pena. Como também vale a visita ao museu Leonardo da Vinci, o gênio que viveu e criou genialidades por lá durante décadas. No Centro Ittico, um lado menos turístico da cidade, comemos muito bem no Raw Fish Café, que apesar de nome em inglês, não poderia ser mais italiano. Dica de meu amigo Stefano, chef italiano fantástico. Como nativo de Milão, nos deu esta preciosa sugestão e nos deliciamos com menus de peixes e crustáceos crus; peculiaridades como tartare de peixe cru chamado em italiano de ricciola, com romã, por exemplo. O restaurante que é especialista em frutos do mar e é dono de uma peixaria famosa, prepara tudo cru ou cozido, como queira o freguês. O ambiente interno é mais sóbrio e elegante e o” giardino”, mais descontraído. O vídeo, em italiano, no You Tube, sobre o restaurante dá uma boa ideia das maravilhas oferecidas. Siena foi a próxima cidade, no coração da Toscana. Alugamos um apartamento em zona residencial, boa pedida, pois visitamos cidades vizinhas e o acesso ficou fácil. Montalcino encantou pelos vinhos e a vista/cozinha do restaurante Osticcio, pelas ruas calmas, fazendas e vinícolas lindas por toda parte. San Gimignano, apesar de charmosa com suas inúmeras torres, não é passeio fácil devidos aos inúmeros grupos de turistas que lotam tudo. As lojas de comida da vilazinha são geniais e para vinhos finos a Antica Latteria é imbatível. Monterrigiano, ali perto, tem um clima mais zen e experiência mais prazerosa; aquela coisa de gelatto e prosecco na pracinha central, paz e história. Como também o delicioso almoço caseiro da fazenda Fattoria Poggio Alloro ali pertinho. Ao ar livre, sob o verdadeiro sol da Toscana; não como o filme, mas como a experiência de queijos, vinhos, carnes, tudo produzido e cultivado na fazenda. Uma experiência única e sem preço, por 30 euros por pessoa. Arezzo encanta pelas praças, movimento, joalherias, lindas igrejas e afrescos embasbacantes. Por ser maior e mais fora do roteiro turístico convencional, não é tão visitada e nem tão conhecida e por isso mesmo tem um clima mais autentico, sem aquela coisa de cidade-europeia-museu. Um lugar onde se vive e respira arte, mas onde as pessoas comuns casam nas igrejas, sem grande alarde, com festa informal pelas escadas das praças vizinhas. Cenas de uma Itália vibrante e real. O mesmo sentimos em Lucca e Siena, onde nem as magnificas catedrais, construções muito antigas e shows de opera, som e luz e outras coisas bem turísticas não conseguem tirar o encanto real dos lugares. Em Siena, onde já tínhamos estado há apenas uns meses, fizemos tudo turístico, mas também, por agora nos termos hospedado em apartamento em bairro residencial, fora do centro histórico, apreciamos outros aspectos deste maravilhoso lugar toscano. Subir até o topo da Torre da praça principal proporciona uma vista fabulosa, 360 graus de pura Toscana, um deleite visual. O gastronômico ficou por conta de um banquete no moderno PorriOne; cozinha italiana inovativa, usando produtos sazonais e regionais. Para comprar os mesmos, o destino certo é a loja da cooperativa agrícola local, Conzorcio Agrario di Siena. De enlouquecer, com tantos produtos divinos! Para quem gosta de doces, os biscoitos ricciarelli são de matar... Para os orgânicos, existe até viagem de um dia, em trem, no Treno Natura. Para ver e degustar produtos politicamente corretos da região. E para os apreciadores de vinho esta região da Toscana, conhecida como Val D’Orcia é top. Brunellos despesam maiores comentários. Para nós, no entanto, foi na região de Chianti, não muito longe de Lucca ou Siena, que visitamos uma vinícola absolutamente show, a Antinori. Enorme, moderna, arquitetura absolutamente fascinante, com direito a museu, degustações imperdíveis, loja belíssima e um almoço sem igual, com vista embasbacante, à sombra das parreiras e oliveiras do “quintal” maravilhoso da família que há séculos produz vinhos celestiais. Nossa ultima parada foi em Lucca, pela estrada do azeite de oliva e do vinho. Lucca é um encanto de cidade cujo centro histórico é cercado por enorme muralha perfeitamente preservada. A tal muralha é tão grossa que seu topo serve de parque e muita gente passeia, corre, anda de bike, namora e aproveita o genial restaurante San Colombano; que vai do cappuccino a vinhos caros, dos fumegantes paninis a sofisticados pratos com trufas e outras preciosidades. Doces e sorvetes de sonho... Para quem quer cozinha tradicional da cidade, sem frescura e só com italianos na casa, dirija-se a Locanda di Bacco, onde tartare de carne chianina, nhoques com creme de queijos e trufas negras, salames exóticos e tagliata com salada de rúcula são os anfitriões de um lugar onde modernidades não tem vez. E Lucca não tem apenas o usual repertório italiano de igrejas e museus com temas católicos. Também tem museu de arte contemporânea com direito a restaurante super moderno, como as obras lá expostas. é o L.U.C.C.A. Quando visitamos, havia uma exposição de fotografias de cinema que não ficava devendo a nada acontecendo pelos museus importantes do planeta. Fotos que Cartier Bresson tirou de Marilyn Monroe, por exemplo. Sendo a cidade natal do gênio da ópera, o fabuloso Puccini, espetáculos um tanto turísticos, mas nem por isso menos prazerosos, abundam por Lucca e é uma experiência emocionante ouvir ópera, árias de Manon Lescault, Turandot, Tosca e La Bohéme cantadas por capazes artistas locais, dentro de igrejas de valor histórico enorme, cercados por obras de Tintoretto e outros pintores de tal calibre. Para os muito católicos, a catedral de Lucca conta com o Volto Santo, uma imagem do século 13, de um Cristo Negro. Milagreira e muito respeitada, ela é exposta numa espécie de gaiola dourada, um show à parte dentro da catedral de mármore branco, fulgurante, uma verdadeira arca do tesouro milenar. Assim é a Toscana: um tesouro artístico, culinário, agrícola, cultural. E de moda, pois Milão e Firenze reinam absolutas no quesito fashion. Em Firenze existe até museu Ferragamo. A família de mesmo nome produz um dos vinhos mais poderosos da região, o Il Borro. Por 50 euros se compra uma garrafa de tinto inolvidável, bem mais barato do que sapatos e bolsas da famosa marca. E isso é o grande diferencial da Toscana: a mistura vencedora de qualidade, tecnologia, sofisticada simplicidade, tradição e respeito às raízes; qualidade de vida na casa dos 1000%. Uma viagem para ser feita sempre. Se não apenas em presença física, mas também, e muito, no coração! Zurique, 08 de outubro de 2016.

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