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sábado, 11 de setembro de 2021
HAMBURG 2021 A CIDADE MAIS PODEROSA E AGRADÁVEL DA ALEMANHA
HAMBURG
A cidade que deu o nome relacionado ao sanduíche mais famoso do mundo, é uma delícia. Provei um hambúrguer por lá, fiz absoluta questão disso assim que cheguei à cidade e constatei que não é o melhor do mundo. Fiz questão de ir a um restaurante modernoso, mas muito típico, o Altes Mädchen, para verificar. O hambúrguer bateu asas e como o futebol, inventado na Inglaterra, alçou voo próprio e foi aperfeiçoado em outros países como Brasil e EUA.
Mas não foi pela bobagem acima que passei cinco dias em Hamburgo, maravilhosa cidade no norte da Alemanha. Quis conhecer este lugar que minha irmã caçula adora e escolhi o verão para evitar o congelamento das outras épocas. Decisão acertada, pois mesmo na segunda quinzena de julho, o lugar é frio, cinzento e venta muito. Nada que atrapalhe tanto o desfrutar desta cidade com C maiúsculo, minha favorita na Alemanha. Conheço Munique e Berlim, além de Dresden, lugares bastante interessantes, mas sem a classe, o charme e a ousadia de Hamburg (o nome em alemão e inglês, que prefiro à versão portuguesa).
Me hospedei no hotel Barceló, perto da estação ferroviária principal, pois fui de trem até lá vinda de Zurich. Não conhecia a cadeia espanhola e adorei a escolha. Excelente custo benefício. Aliás custo-benefício é um dos grandes atrativos da cidade. Assisti a dois belos concertos de órgão em importantes igrejas de lá e paguei 10 euros cada. Museus, de 10 a 14 o ingresso, boas refeições por volta de 28 euros. Preços muito camaradas se comparados aos da Suíça, França ou Inglaterra.
Hamburg é também famosa por seu porto muito importante e fazer um passeio de barco pelo rio Elbe dá uma boa idéia da magnitude das instalações. Por 20 euros o trajeto de barco por meio a belos navios de cruzeiro e monstruosos cargueiros chineses repletos de contêineres é fascinante. Sai às 10 da noite e é um programão. Bem como a visita a Filarmônica, o estonteante edifico misto de hotel e sala de espetáculo, a Elbephilarmonie. Hoje em dia é o cartão postal da cidade e vai a dica do drinque no hotel Westin, com vistas perfeitas da cidade, sem ter que necessariamente assistir a um dos caros e concorridos espetáculos de musica clássica.
Hamburg exibe vários mirantes com vistas incríveis, como o da torre da igreja principal, a St. Michaelis. A igreja é linda, os concertos celestiais e a vista imperdível. Outra vista-show, bem perto dali, é a do topo das ruínas da comovente igreja St. Nikolai. Não sobrou muita coisa depois da Segunda Guerra Mundial, mas o que sobrou é bonito e tocante. Com direito a museu e elevador ao topo da única torre remanescente.
Caminhar pela cidade é fácil, tudo plano e bem sinalizado. Rios, lagos, parques e represas por todos os lados, Hamburg é uma mistura inédita de Londres, Amsterdam, Copenhagen e Estocolmo. Nada tem de típica cidade alemã, é muito mais inglesa e nórdica e isto se reflete no povo elegante, moderno e comunicativo; simpáticos e prestativos. Por ser local portuário há muitos estrangeiros, a cidade é aberta e multicultural, encantadora. Importante centro artístico, de museus embasbacantes como a Kunsthalle a um sem numero de teatros, cinemas, arenas para shows, baladas, clubes noturnos; festa e cultura por todo lado. E muita música, pois é conhecida pelo apelido de Cidade-órgão devido ao número de órgãos sinfônicos que a cidade oferece. Mesmo nestes tempos pandêmicos a cidade não desistiu da música e os espetáculos correm soltos, com todas as precauções possíveis de distanciamento social.
A prefeitura, Rathaus, é construção do nível, ou mais bonita ainda do que a prefeitura de Paris ou Munique. Situada em bairro chique com lojas muito finas, pode ser visitada em horários específicos. Não fui por total falta de tempo, mas deve ser muito bonita por dentro também. A arquitetura em Hamburg é de vital importância e cria uma uniformidade especial em seus muitos edifícios de tijolos escuros, como a Chilehaus e o bairro bacana de Speicherschstadt. Tudo segue esta linha e as modernas construções em vidro, aço e madeira complementam tudo com harmonia e bom gosto. Muito bombardeada nas guerras, Hamburg é uma verdadeira fênix e ressurgiu das cinzas ainda mais bonita e poderosa, sendo uma das cidades mais ricas e inovadoras da Europa. Na certa, uma das mais interessantes.
O setor gastronômico de que tanto gosto é diversificado, mas comida na Alemanha não significa o mesmo que na Suíça, França e Itália. Só comi realmente bem em dois restaurantes, os mais baratos da viagem, os dois típicos alemães de maneiras distintas. O Erika’s Eck, um moquifo no bairro hippie de Schanzenviertel e o peculiar Krameramtsstubben. Este último instalado em um beco sem-saída antiquíssimo e lindo, muito preservado e atração turística top da cidade. A dica é visitar a igreja St. Michaelis e sua torre e cripta e depois ir até lá, muito pertinho.
Almocei no chique-clássico Firschereihafen, cuja comida não vale a pena e no The Cube, lugar descolado dentro do mega-museu Kunsthalle; tentei o Café Paris sem sucesso.
Hamburg é cultura, caminhadas, conhecimento, arquitetura, ótimas compras e história. Há belas praias de areia beira-rio para os poucos dias quentes do ano e o bairro-sexy-brega-arriscado, Reeperbahn fornece o toque “emoção da viagem”.
Zurique, 28 de julho de 2021.
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