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segunda-feira, 23 de maio de 2022
PORTO ALEGRE - MAIO 2022
UM DIA ALEGRE DE SOL EM PORTO ALEGRE
Já tinha tentado outras incursões a capital gaúcha, mas sem sucesso. Sua geografia confusa e montanhosa nunca me ajudou a apreciar a cidade pelo que ela é, em toda sua beleza, esplendor e complexidade.
Falar de cidade bonita no Brasil é limitar-se ao Rio de Janeiro, mas Porto Alegre e sua magnífica localização a beira do Rio Guaíba, na verdade, a enorme Lagoa dos Patos, é bonita pelo mosaico de cidade alta e baixa, as construções antigas do centro, as ilhas bem verdes, o tamanho do rio, o famoso pôr do sol e o calçadão gigante entremeado de parques bem cuidados, que faz a cidade ter um clima de praia muito gostoso.
O centro é razoavelmente preservado, caminhável e seguro durante o dia. Praça da Alfandega onde fica o museu MARGS, é muito verde e frequentada por todo tipo de gente, espaço bem democrático. O museu de arte anteriormente citado é pequeno e interessante e perto dali fica a Fundação Mario Quintana, lugar que já foi o famoso Hotel Majestic. Todo reformado, com cinemas, teatro, museu, café e livraria, é uma delícia passar tempo lá e aproveitar as inúmeras atrações. Tudo ou grátis ou bem barato, numa rua super verde e movimentada. Aliás, o verde é imperativo por lá, dos contrafortes da Serra Gaúcha às ilhas do Guaíba, passando pela verdadeira floresta urbana que é o bairro Moinhos de Vento, onde está um dos melhores hospitais do Brasil e alguns dos melhores restaurantes também.
O Bateau Ivre, casa francesa maravilhosa comandada pelo filho do falecido dono, um belo chef francês, teve várias estrelas no infelizmente finado Guia 4 Rodas da editora Abril. Continua merecendo as ditas, pois seu foie gras é suculento, camarões ao estilo tailandês com suaves batatas dauphine são um sonho e o serviço é perfeito. Idem no que se refere a ambiente e carta de vinhos.
Beira rio visitei o projeto Cais Embarcadero, lugar aprazível onde há restaurantes informais e descolados com vista para a água. O 20/9 é ótimo, cardápio enxuto e bem brasileiro. Do queijo coalho, ao burguer gaúcho, finalizando no sorvete com cocada, tudo é uma festa dentro de uns contêineres bem decorados. Pertence a um grupo de empresários da capital que tem hoje o melhor restaurante de Gramado, que é em Canela, o 1843 e também o Toro, bar restô com jazz ao vivo e comidinhas prazerosas. Ostentam além do mais, bela casa no Shopping Iguatemi, que é o dobro em tamanho do paulistano. Centro comercial excelente, com direito a pequena filial da confeitaria Berola, de Pelotas. Doces portugueses mais maravilhosos do que qualquer coisa que já se faz ou fez em Portugal. Ou no resto do Brasil.
No final da tarde, visita a Fundação Iberê Camargo, museu, loja e café dignos de Primeiro Mundo, arquitetura arrojada que lembra o Guggenheim de Nova York. Vi por lá uma exposição de Magliani, uma artista gaúcha magnífica. Sua vida e obra são a cara do Brasil. Imperdível. Á noite, peça A Vela, no curioso Teatro São Pedro.
Pela ida ao teatro, me hospedei num hotel na própria Praça da Matriz (o hotel tem o mesmo nome da praça), colado ao teatro, ao Palácio Piratini e à majestosa Catedral. O hotel é um muquifo bem típico das deterioradas regiões centrais das capitais brasileiras, mas totalmente viável por uma reforma da casa antiga, começo do século passado, uma experiencia diferente, barata e conveniente. Na manhã seguinte, um sábado frio e ensolarado, caminhei tranquilamente por ruas que no centro de São Paulo são agora inviáveis, dominadas pelo crack e violência.
Em Curitiba e Porto Alegre o centro é vivo e participativo. Tomara que assim continue!
São Paulo, 23 de maio de 2022
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