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segunda-feira, 7 de novembro de 2022
SANTO ANDRÉ E ARRAIAL- BAHIA OUTUBRO 2022
SANTO ANDRÉ E ARRAIAL – BAHIA 2022
Vou, há 20 anos, todos os anos ao Sul da Bahia, região que adoro, praias nordestinas de acesso caro, porém fácil aos estados do sudeste brasileiro. Há muito escrevo sobre a região e minhas experiencias por lá e meus leitores sabem o quanto adoro este paraíso baiano. Desta vez não fomos a Trancoso, mas jantamos uma noite em Arraial D’Ajuda. Continua pitoresca, limpa, alegre e com mais opções gastronômicas. Está também mais próspera e movimentada, o que nos alegrou; já vimos o vilarejo bem vazio e caído.
Há quatro novos restaurantes na Praça da Matriz e optamos pelo bom e caro Ro.Za, que substituiu o Egadi. Comida de autor, chef carioca que tenta apurar os paladares locais e turistas a uma comida fina e chique. Se vai conseguir, não sei. Afinal, nestes 20 anos, o único restaurante de qualidade imutável que sobreviveu, foi a excelente casa da Pousada Pitinga, o Cauim. O resto vai e volta e os mais simples da rua principal são os mais estáveis. No Ro.za os risotos de camarão, croquetes de costela desfiada, carpaccio de polvo e a casquinha de siri, foram pratos que nos deliciaram. Vale os preços salgados. No entanto, nos cobraram R$100,00 de rolha por um vinho que trouxemos, um absurdo de caro para a região. Além dos novos estabelecimentos na praça da linda igreja de Arraial, há dois com bom aspecto na bela ruazinha a direita da igreja. Voltaremos no próximo ano para conferir. Se os ditos sobreviverem!
Nos hospedamos em Santo André, por 12 noites, praia que continua calma e linda e que agora, milagrosamente, pós-pandemia, conta com dois ótimos restaurantes e um asiático razoável, além do constante e bom Victor Hugo. O João de Tiba é um novo espaço beira-rio, comandado por Miki, antiga chefe da Pousada do Corsário e o restaurante Floridita. No João de Tiba ela gerencia a cozinha e uma equipe bastante profissional. Comida maravilhosa a preços justos. Além de alguns pratos do Floridita, os pastéis de polvo, caranguejo, camarão e lagosta são fantásticos. Para quem gosta de comida japonesa, o Esai não faz feio, mas não gostamos do ambiente descuidado e vazio. O ceviche insosso e com muito limão também não ajudou. Pena, pois costumava ser um charme como restaurante italiano de um finado chef lá instalado há anos. Os novos donos sequer pintaram a casa, a aparência de descaso não anima.
A maravilhosa surpresa foi mesmo o minúsculo Luz de Minas e sua cozinha deliciosa que mistura acepipes mineiros aos baianos e o resultado não pode ser melhor. Siri na casca de queijo da Serra da Canastra, chutney de rapadura, brigadeiro de paçoca, de chocolate 70%, ao leite, uma festa. Polvo grelhado, palmito em rodelas gigantes e suculentas, camarão rosa, tudo muito bem-preparado e apresentado. Compramos também cachaças com as quais fazem das melhores caipirinhas que já tomei e o tal chutney de rapadura, perfeita combinação para quem gosta de sabores agridoces.
Tomara que Renata continue por lá, comandando este lugar, pequeno, agradável e simples, melhorando a oferta gastronômica de Santo André, palco de grandes e finados chefs como meu querido Stefano Berra.
São Paulo, 07 de novembro de 2022.
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