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segunda-feira, 11 de novembro de 2024

GUATEMALA - OUTUBRO E NOVEMBRO 2024

GUATEMALA – OUTUBRO E NOVEMBRO 2024 Dos cerca de 28 países em que estive nas Américas, de um total de 35 (dependendo do critério), a Guatemala é de longe o mais pobre e o menos interessante. Eu achava que fosse o Equador, mas a Guatemala ganha em pobreza e chatice. O Equador, pelo menos tem as Ilhas Galápagos, maravilhosas e únicas no mundo todo. Fui por uma semana a este mico caro e longínquo, motivada pelas festividades de Finados, lá chamado de Día de Los Muertos. No Brasil, dia 02 é o feriado; na Guatemala tudo ocorre no dia 01. Acho que tinha em mente o colorido e a alegria do México que também celebra o feriado com festas e não tristeza, como no Brasil, por exemplo. Pensei numa celebração à vida e aos bons momentos dela. Nada disso: na Guatemala as ditas “festas” são rituais macabros que mais parecem despachos de macumba do que outra coisa. Velas e oferendas horríveis e fedorentas no chão de algumas igrejas católicas que permitem tal descalabro, em honra a tradições indígenas. Dos maias, aquele povo que construiu uma civilização fantástica no México e América Central, mas cujos descendentes vivem numa pobreza abissal. Seus governos, em vez de promoverem igualdade, preferem que os maias atuais façam fogueiras e rituais em sítios arqueológicos e igrejas. Coisas que outras pessoas não podem fazer, mas que a fatia de mais de 50% do povo guatemalteco, pode, em nome dos “direitos indígenas”, que não promovem nenhum benefício real a quem realmente mais precisa. Política típica de república bananeira, a versão local do pão e circo. Na parte dita “católica” do país, as festividades em Antigua não ficam atrás no quesito filme de terror. Procissões e incenso sufocantes pelas ruas da Parati centro-americana, todos vestidos de negro, mulheres com véus da mesma cor no rosto, andores com Cristos monstruosos sendo carregados em caixões apavorantes por personagens que bem caberiam no seriado americano The Handmaid’s Tale. Pões más vibrações nisso... Bem, escolhi a data errada para visitar a Guatemala? Pode ser, mas há coisas bonitas e interessantes também; nada que justifique o custo e a distância, mas vamos lá: • Ruínas maias como Tikal são interessantes e o entorno de densas florestas é muito bonito, apesar da chuva incessante e a tristeza de um país que tem o potencial para ter uma Machu Pichu, diríamos, mas não tem dinheiro ou vontade política parta investir em tesouros arqueológicos. • Lago de Atitlán e os majestosos vulcões no entorno. Uma encantadora paisagem de lago azul rodeado por vulcões bem verdes. Ainda mais se o turista tiver a sorte de se hospedar no Hotel Atitlán, propriedade maravilhosa de uma texana que lá se estabeleceu há mais de 50 anos. Só vale o hotel e a vista. A cidade (buraco) chamada Panajachel, base do empreendimento, é o favelão de todo o resto. • Museu Nacional de Arte Maia na Cidade da Guatemala. Soberbo e especial em meio a feia capital do país. • Antigua, a antiga capital da Guatemala, uma Parati maior, preservada e cercada de interessantes vulcões furiosos. Lojas, bares, praças, restaurantes, imponentes igrejas, ruínas que remetem à Roma antiga, alguns museus dignos do nome, bom café e chocolates; um lugar alegre e vibrante. Tudo razoavelmente limpo e seguro, de longe o entorno mais agradável da região. • Rum Zapaca. Uma bebida que deve ter sido inventada pelos maias top de linha e é o melhor produto deste país. Especialmente as versões mais caras. Para quem quer um sabor latino, passeios pela riquíssima história das antigas civilizações desta parte das Américas, uma boa dica: vá ao México. Só um pouco mais longe, milhões de vezes mais interessante e com boa infraestrutura turística. Com as mesmas coisas que oferece a patética Guatemala, em versão 2.0. São Paulo, 11 de novembro de 2024.

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