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quarta-feira, 17 de setembro de 2025
Irlanda - agosto e setembro 2025
IRLANDA VERDE E TEDIOSA – AGOSTO/SETEMBRO 2025
Sempre tive curiosidade em conhecer a terra de James Joyce, de Pierce Brosnan, de Cillian Murphy. País celeiro de grandes artistas em diversas áreas, da icônica cerveja Guiness, da influência enorme no inglês falado nos Estados Unidos, de fomes épicas que moldaram Nova York e Boston, por exemplo. Tudo nas minhas expectativas sonhadoras e irrealistas da minha fértil imaginação. Mais um país” inventado” por mim...
Na realidade, a Irlanda é um país de fazendinhas bem cuidadas, vaquinhas e carneiros e um clima pavoroso onde chove o tempo todo. O grande verde tem seu preço e foi o último país europeu que me faltava conhecer. Valeu, mas não voltaria. Dublin, que eu sonhava ser uma cidade mítica e fascinante, na verdade é uma cópia pequena e perrengue de Londres, com comida ainda pior do que a britânica e whisky não tão bom quanto o escocês. A capital do país perde de longe para a vizinha Edimburgo, por exemplo e é de chorar de mixuruca se comparada a Londres.
Cork é razoável e só gostei mesmo de Galway, na costa oeste. Alegre e bonita, movimentada e povo muito aberto e falante, a cidade a beira mar é uma festa constante de música e bares. Aliás, povo e música são as melhores coisas da Irlanda.
As paisagens de falésias e penhascos é bonita, alguns sítios arqueológicos são muito interessantes, como Newgrange e Glendalough. Mas alerta aos sonhadores, que como eu esperavam maravilhas e mistérios da antiga cultura celta pululando por toda parte. Ledo engano, visto que a maior parte de igrejas, monastérios, monumentos e sítios arqueológicos é uma amontoados de pedras cinzentas, que, no máximo, dão um ar Game of Thrones aos lugares, mas acaba sendo quase monocromático com céu quase sempre cinzento, bruma, chuva, ventos furiosos, ruínas também cinzas e o verde eterno. O mar é escuro e bravo, falta colorido e contraste. E falta muita restauração, pois tudo foi desabando com o passar do tempo, tornando o entorno algo melancólico e triste.
Por isso os grandes escritores e produção cultural farta: o lugar é um tédio e usar a imaginação foi o que restou aos simpáticos e talentosos nativos.
São Paulo, 17 de setembro de 2025
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