JURERÊ INTERNACIONAL
Aos "órfãos da Bahia", quero dizer, os turistas paulistanos que, como eu, iam frequentemente à região de Porto Seguro (Trancoso, Arraial, Santo André, Corumbau) via Congonhas em rápidos e confortáveis voos de aproximadamente uma hora e meia de duração, ando descobrindo que Santa Catarina oferece boas opções de praias. A 50 minutos de vôo de São Paulo, sem necessidade de usar o absolutamente INDECENTE, CARO E LONGÍNCUO aeroporto de Guarulhos.
Claro que Santa Catarina não tem o charme, o clima, a temperatura do mar e os coqueiros da Bahia. Mas tem serviços bem melhores, limpeza incomparável e mar (gelado), muito bonito.
Neste ano visitei a divina Ilha do Papagaio em abril (descrita em artigo publicado aqui neste blog anteriormente) e em 12 de outubro de 2009, a praia de Jurere, a 40 minutos de Florianópolis. Nesta última, me hospedei no IL CAMPANARIO, hotel novo e confortável dos mesmos empreendedores que desevolveram o condomínio aberto chamado Jurerê Internacional. É, na verdade, a parte VIP da bela (de águas tranquilas e doce brisa) praia de Jurerê, reinado da moçada chique e dos bares famosos e elegantes. Mas não só de balada vive o lugar. Surpreendentemente, de história também; na forma de um impressionantemente bem conservado Forte de São José, em cima de uma colina na ponta esquerda de Jurerê que dá para a idílica Praia do Forte.
Restaurado de modo primoroso pela Universidade Federal de Santa Catarina e financiado pelo odioso Banco do Brasil, o Forte é na verdade um museu interessantíssimo, bem exposto e explicado, desvendando uma parte da história do Brasil que pouco conhecemos; a defesa de nosso território em ilhas e penínsulas e como viviam os soldados que por lá trabalhavam. Com direito também a linda vista e belos jardins. Muito, mas muito melhor do que as ruínas sem-graça, mas bastante mais famosas do Garcia D´Avila na Bahia.
Por uma trilha na mata, junto ao complexo histórico, chega-se a uma das praias mais bonitas do Brasil, a praia do Forte (muito mais bonita do que a homônima baiana, acredite se quiser). Areia super branca e fofa, mar-piscina transparente em tons de azul e verde, nem uma onda sequer. Morros floridos, vegetação pujante, calma e bares simples de praia completam um cenário idílico muito pouco frequentado por turistas.
Também a pé pela praia, seguindo na direção oposta, chega-se à praia preferida dos argentinos, Canasvieiras. Não é a "minha praia", mas serve como referencia.
O Il Campanario é uma bela escolha de hospedagem, principalmente para famílias e pessoas mais velhas. Para casais, falta clima romantico; mas sobra conforto nos quartos bem montados, espaçosos, munidos de pequena copa com microondas e cafeteira. Alguns tem vista parcial para o mar apesar do hotel ser a duas quadras da praia. O serviço é padrão eficiencia dos estados do sul do Brasil: pessoal bonito e com neuronios mais bem alimentados do que no resto de nosso atribulado país. O café da manhã é excelente e serviço de piscina idem. Os preços são de São Paulo. Jurerê é praia cara, nada de coisa para moçada surfista. O melhor restaurante do pedaço é o Taikô, um lugar muito agradável, com boa música e pratos que vão de especialidades japonesas cruas a risotos de camarão ao limão e às lulas a dorê mais saborosas do Brasil. Nem no Antiquarius de São Paulo comi lulas tão boas. São incríveis!
No Encanta as coisas são mais simples, piores e nem por isso mais baratas. Fuja! Jurerê em sua parte simples abriga restaurante perto, mas não pé na areia. O Guia 4 Rodas indica uma cópia do Toca da Garoupa de Florianóplois, o Toca de Jurerê, cujo chef foi funcionário da casa copiada. Deve ser bom, mas não provei, pois no quesito "comida típica de Santa Catarina", preferi seguir a dica de Sergio Doria e enfrentar o longo percurso do hotel até a linda e divertida Lagoa da Conceição. Lá se encontra o Ponta das Caranhas, lugar simples mas muito bem localizado à beira-lagoa, com um lindo jardim e cardápio farto em frutos do mar. Porções grandes e deliciosas, preços mais amigáveis do que os praticados na praia VIP. Vale o longo trajeto. Aliás, Lagoa e suas "pousadas de charme" e as opções mais descoladas perto do "Guarujá" Catarinense, Balneário Camboriú, serão meus próximos destinos praianos no sul. Talvez até revisitar Itapema, experiência péssima anterior. Como a praia é bonita e talvez a hospedagem já tenha progredido do horror que era nos idos dos anos 90, pode ser um risco interessante de se correr...
O bom de viver em país de dimensões continentais como o nosso é a plêiade de possibilidades turísticas. E cada vez mais, já que o Brasil é o país da moda e como dizem os americanos: Brazil rocks!
Totalmente de acordo. Bombamos!
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