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quarta-feira, 10 de julho de 2013

ESCAPADA A BUENOS AIRES (SUBTITULO - CORRIDA CULTURAL MALUCA) JUNHO 2013


                                             UM FIM DE SEMANA NO CEU  

 

               De minha amada Buenos Aires, há exatamente um mês. Uma decisão maluca, mas acertada: passar 24 horas na capital argentina fazendo tudo que eu gosto.

               Fui num sábado cedinho, sem bagagem. As 10 30 da manha já me encontrava registrada no hotel Íbis Corrientes, pulgueiro ficavel e bem localizado (para quem quer ir aos teatros a pé). Caminhei tranquilamente por um dia frio e ensolarado de junho 2013, vendo as vitrines da Santa Fe e curtindo a Recoleta, fazendo hora para um belo almoço no Duhau e passada rápida pelo Palais de Glace e Centro Cultural Recoleta para ver se havia exposições interessantes. No primeiro, sempre há algo de certo interesse, pois costumeiramente exibem duas mostras paralelas em andares diferentes. No segundo, nada desta vez. Só o clima muito alegre da feirinha da praça em frente; evento que não aprecio e onde não consigo encontrar nada de meu interesse para comprar, mas alegra a vida sofrida dos portenhos em mais uma desastrosa administração peronista.

               Uma passada pela igreja do bairro, que de certa maneira me faz lembrar com carinho da fofinha de Arraial da Ajuda. E depois um filme inconsequente, mas divertido no Recoleta Fashion Mall, seguido por enorme caminhada até o museu Xul Solar, lugar que nunca tinha visitado. Interessantíssimo, em casa onde morou o artista, tudo bem exposto e preservado. Uma espécie de Marc Chagall argentino, Xul deixou um importante legado de pinturas pequenas e delicadas, várias delas pintadas em vidro. Programa dos melhores para os interessados em arte.

               Mas o melhor estaria por vir, à noite: a peca estrelada por Ricardo Darin (verdadeiro motivo de tão rápida viagem), Cenas de um Casamento, de Ingmar Bergman. Se o filme era bom, esta versão argentina para o palco é ainda melhor, muito contundente e atual, num retrato acertado e amargo da vida conjugal. Ricardo Darin é ainda mais competente e fascinante no palco do que na tela e sua colega de cena, Valeria Bertuccelli é uma atriz de primeira. Os dois dirigidos pela atriz-monstro sagrado argentina, Norma Aleandro. Difícil parar de aplaudir!

               Para terminar a maratona, fui ver as 22 30, exausta, outra peca que decidi comprar horas antes, a forte e difícil Incêndios, de Wajdi Mouawad. Drama de palestinos, não fez meu gênero apesar do ritmo profissional do espetáculo.

               Na manha seguinte, após poderoso café da manha reforçado pelas deliciosas medias lunas do adorável café Biela, voltei a São Paulo, ao detestável e indecente aeroporto de Guarulhos.

               Foram horas geniais numa cidade genial, feitas possíveis pelas milhas acumuladas e a proximidade de Buenos Aires. Sem bagagem e ida e volta pelo central Aeroparque, mais perto do que ir a Gramado, outro lugar que adoro e vou com frequência.

               Em vez de acumular milhas para frustrados resgate de bilhetes a Europa ou aos EUA , missão impossível nos dias que correm, prefiro utilizá-las para voos domésticos ou Buenos Aires. Que é como se fosse na esquina... 

 

Arraial da Ajuda, 9 de julho de 2013.

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