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sábado, 3 de agosto de 2019

48 HORAS NO TICINO - SUÍÇA ITALIANA - AGOSTO 2019

48 HORAS NO TICINO – SUÍÇA ITALIANA AGOSTO 2019 Havia muitos anos que não ia a Lugano, alguns menos a Ascona, que no verão europeu ferve com atividades, festivais de cinema e muita musica, parecendo que toda a Europa se dirige ao sul da Suíça, fronteira com a Itália, a caminho de Milão, para curtir férias e bons programas. E não é para menos, pois as belezas naturais e a ótima infraestrutura turística são bastante atraentes. Desta fez voltamos à minúscula Vernate, onde não tinha estado há 18 anos. O povoado medieval de ruelas estreitas e boas osterias oferece magníficas vistas do Lago di Lugano e suas águas muito azuis. As montanhas ao fundo são gigantescas e aportam um contraste bonito com a serenidade do lago. De lá se alcança facilmente a fronteira com a Itália e fazer compras em Ponte Tresa é uma delícia, sem falar dos limoncellos a beira do lago... Apesar destas belezas urbanas e repletas de civilização, não muito dali, bem perto de Locarno, visitamos vilarejos de montanha, como Fusio e Mogno, que verdadeiramente nos encantaram. O acesso é por ótima estrada, mas as curvas exigem bons e experientes motoristas, não é coisa para iniciantes, pois tais lugarejos parecem dependurados em penhascos monumentais. O verde brilhante, o frio, a bruma, o musgo, aquela atmosfera intensa de cenários como os do filme O Senhor dos Anéis, faz de Fusio e Mogno, um passeio maravilhoso. Primeiro, porque se escapa do burburinho e calor do verão e se mergulha nas trevas da idade média em menos de duas horas e o contraste é impressionante. Restaurantes bem típicos instalados em grutas, lojinhas de beira de estrada oferecendo os produtos locais, salames e tortas de nozes, queijos celestiais. Mogno tem uma arquitetura adorável com suas casas de pedra e telhados também de pedra e ali o principal atrativo, além delas e da natureza impressionante, é a mini-igreja projetada pelo famoso arquiteto Mario Botta, um primor de arquitetura arrojada num local que abrigou uma igrejinha do século 15, destruída pelo fogo. As duas imagens que restaram, um Cristo na cruz e uma Nossa Senhora com o Menino Jesus são doces lembranças de um passado remoto. O teto de vidro filtra uma luza perfeitas nas imagens e parece dar vida à construção austera em granitos cinza claro e escuro. Ainda um pouco mais perto das nuvens há dois quilômetros dali, a pequena Fusio também encanta pelo colorido alegre, bem italiano, de suas construções, pelas pinturas artísticas nas paredes externas das casas e pelo lindo Hotel Fusio, de uma elegante senhora suíça, de Berna. Ela mantém ali uma mini operação de um hotel com doze quartos e um micro restaurante bem decorado, elegante e com comida divina. O tiramissu é uma perfeição absoluta, receita original com biscoitos champanhe embebidos em limoncello e a batata rosti servida em frigideira chique, de ferro e acompanhada por lustrosos ovos fritos, bacon e cebolas, já é, por si só, mais do que motivo para ir a Fusio. Nesta parte da Suíça italiana, há inúmeros povoados como estes e uma semana dirigindo por lá, fazendo trekking nas desafiadoras trilhas, comendo e dormindo bem, é um programão. Tudo só abre de abril a outubro e uma combinação Ascona, Lugano, Locarno e montanhas nas cercanias é uma maneira diferente e maravilhosa de conhecer um pedaço do paraíso terrestre. Zurique, 03 de agosto de 2019.

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