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sábado, 10 de fevereiro de 2024

LONDRES - INVERNO 2024

LONDRES – INVERNO 2024 Fazia uns bons anos que não ia a capital inglesa no inverno e temia não aproveitar tanto como as 3 últimas vezes, no final da primavera. Temia o tempo chuvoso, o céu acinzentado, o vento que fustiga as ilhas britânicas e coisas do tipo. Mas Londres é Londres e mesmo com tempo frio e escuro, a cidade é vibrante e interessante na segunda quinzena de janeiro, tudo cheio e animado visto que a população está na cidade, nada de férias, tudo aberto, ativo, funcionando. Não tem aquele clima de ¨fim de feira¨, típico do curto verão londrino, em que os moradores se mandam em busca de praias e o que sobra nos teatros não são as produções top e sim os musicais velhos e um tanto cafonas. Fora as hordas de turistas... Janeiro é chique e discreto no vestir e falar das pessoas. É alegre e diversificado em teatros e música clássica, óperas e ballets. Exposições como as que vimos na Tate Modern são relevantes, importantes, majestosas, com público-alvo culto, nada de turistão genérico de bermuda e crocs. Capturing the Moment e o artista canadense Philip Guston tem curadorias perfeitas e preços salgados. Curioso, pois os grandes museus de Londres são grátis para todos, mas as mostras especiais custam o equivalente a 25 dólares por exposição. É uma escolha democrática, pois o acervo destes lugares, Victoria and Albert, por exemplo, é aberto e livre a todos. Quem quiser ou puder, paga as mostras especiais, uma boa solução para os museus em geral; que ao cobrar ingressos, afastam milhões de pessoas que não podem pagar por eles. É um sistema que elitiza a arte totalmente. O sistema britânico elitiza, mas bem menos. Só fui, desta vez, aos museus acima citados. Quis me concentrar nos dois, seus acervos interessantíssimos, os dois prédios bacanas, as longas e variadas caminhadas para acessar estas instituições londrinas de peso. Poucos e bons, em sete felizes dias na cidade. Muito teatro bom, restaurantes legais, outros nem tanto, companhia de amigos, comemoração do meu aniversário ali, coisa inédita até então. Como também inédito ver peça de autor e atores americanos numa cidade com tantos nativos maravilhosos. Plaza Suite, de Neil Simon, bomba por lá com Sarah Jessica Parker e Matthew Broderick. Divertida, texto muito inteligente, atuação maravilhosa do casal. Gastronomia de peso no restaurante do sexto andar da Tate Modern, com direito a vista espetacular da cidade. Comida maravilhosamente moderna, ambiente simples e descontraído. No outro lado do espectro culinário, o Jamón Jamón, no West End, oferece comida espanhola de verdade a preços razoáveis; raridade nesta cidade tão cara e na região dos teatros onde se paga muito por pratos fracos ou incomíveis, como é o caso do francês Cotes e do asiático Rose. Chiques e descolados, Nobu e Wild Tavern. O primeiro vendendo alimentos fusion (peruano, japonês e chines), o segundo, italiano com toques modernosos e lareira aconchegante no salão principal. Londres é como Nova York: muita oferta e pouca qualidade. É um garimpo constante de boas refeições, sempre um risco. Caro, mas divertido. Seguro mesmo só o departamento de alimentação da maravilhosa loja Harrod’s. Não tem erro! Zurich, 10 de fevereiro de 2024 Para Fa. Uma hostess perfeita.

Um comentário:

  1. Londres é o máximo e a oferta de peças teatrais está muito superior a da Broadway.

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