Parece piada, mas é possível ver exibições de arte e ciencia na capital mundial da jogatina.
As magníficas reliquias do naugragio do famoso Titanic continuam em exibição no hotel Luxor e são espetaculares. Não menos, a mostra sobre a recriação de alguns inventos de Leonardo da Vinci e a fascinante técnica de um fotógrafo frances que teve acesso à Mona Lisa e pode recriar com precisão as cores em que foi originalmente pintada.
Impressionistas franceses? O hotel Bellagio não faz por menos e abre seu pequeno e luxuoso salão para que o publico confira as jóias de seu reduzido mas espetacular acervo.
Vale também a pena conferir as galerias de arte do monumental hotel Mandarin, especialmente a do artista americano Dale Chihuly. Seus "poemas em vidro" estão entre as criações mais bonitas e coloridas que um especialista da técnica pode alcançar. Agora ele também produz gravuras ousadas e interessantes e várias esculturas para espaços abertos.
Deve haver mais em termos culturais em Vegas, isso sem mencionar o novissimo Neon Museum, com os sinais luminosos que deram fama à cidade e o bizarro Museu Liberace. Há outro que conta as origens mafiosas da cidade e outro mais sério, com foco nas origens menos "criminosas" da área.
Nem só de jogo, sexo, shows e compras vive a Sin City (cidade do pecado)!
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domingo, 25 de novembro de 2012
domingo, 11 de novembro de 2012
versao atualizada do artigo Vegas e Orlando
FOLIAS AMERICANAS
LAS VEGAS E ORLANDO - NOVEMBRO 2012
Dois lugares artificiais, duas cidades muito divertidas.
Já estive em ambas varias vezes e resolvi voltar para conferir novidades. Primeiro Vegas e o espetacular complexo comercial e hoteleiro, City Center. Arquitetura arrojada, sem nada de “parque temático”, coisa comum em vários hotéis da área. Não é voltado a famílias e o forte são os adultos e convenções. Muita moçada bonita do Cosmopolitan, os menos endinheirados no Vdara, os chiques no Mandarim e os “genéricos” no Aria. Restaurantes variados, nada de muito bom. Mix, com decoração Jetsons bem legal mas cozinha fácil de esquecer. Aliás, fujam do Sage, com seu foie gras em forma de maionese pavorosa e cordeiro semi-podre com cheiro de curral – sem piada, minha irmã não saiu do banheiro no dia seguinte.
Comida correta no Postrio de Wolfgang Puck, no horrendo hotel The Venitian e supimpa no Restaurante Joel Robuchon. Continua sendo o melhor de Las Vegas e assim será. A mentalidade de grandes estabelecimentos gastronômicos que “era uma vez” reinava por lá, o vento levou. O mesmo “vento” que trouxe a recessão americana já iniciada em 2007, matou uma cena gourmet que estava florescendo por ali. Pena...
Nada de diferente nos cassinos, mas o hotel Vdara em que nos hospedamos, não possui um, coisa muito rara na cidade. Torna-se um oásis de paz em meio a tanta jogatina. O hotel é “bom e barato”, excelente custo beneficio com enormes suítes, vista estonteante entre outras amenidades, por cerca de 250 dólares a diária.
O shopping center do complexo, Crystals, é pequeno e bem luxuoso, lindo na sua concepção “cristal não lapidado”, coisa para quem pode. Só há marcas de grifes Robb Report. Poucas e boas. Um café e um restaurante para almoçinhos rápidos. Só. O resto é a força das marcas ultra Premium de joias e roupas que não precisam de maiores explicações. JK e Cidade Jardim não chegam nem perto...
Shows e gastronomia fracos desta vez. O novo espetáculo do Cirque du Soleil, Zarkana, não poderia ser pior. Participação pesada de palhaços, coisa que detesto. Menopause não vale a pena e o magico David Copperfield, apesar de bonitão e competente, apresenta show mais para programa de auditório do que ilusionismo sofisticado. Sinal dos tempos. O melhor mesmo, foi a apresentação barata e singela, em cassino mega brega, do magico Mac King. Por menos de 50 dólares, com direito a buffet-monstro, o publico se diverte com seu senso de humor simples e aguçado e alguns truques interessantes. Altamente recomendado.
Orlando para mim, desta vez, significou os estúdios da Universal e o ótimo hotel Portofino, dentro do complexo dos dois parques. Muito adequados a adultos e adolescentes, com algumas concessões a criancinhas, as atrações do estúdio de Hollywood que celebra seus 100 anos de existência, são bastante divertidas. A maravilhosa e alucinada montanha russa se faz passar por escola do Harry Potter, vale muito as longas filas e para quem gosta de coisas mais arrojadas ainda há varias “corridas malucas” pelos 2 parques. Adorei Spider Man, Terminator 2, Minion Mayhem, Simpsons, o show de maquiagem, o de rock Beetlejuice e o espetáculo com animais. Como também o autointitulado “o maior Hard Rock Café do mundo”. É enorme, a comida é boa, serviço muito simpático e se escapa da porcariada dentro dos parques. Outras opções adultas de bares, restaurantes, shows ao vivo, lojas e cinemas podem ser encontradas no City Walk, uma espécie de pré-entrada ao complexo Universal. Do estacionamento já se sai direto nos cinemas e numa parafernália de luzes e cores muito legal. Boa maneira de fugir em pouco dos parques e suas multidões em certas épocas do ano.
Fina comida e hospedagem no caro hotel Portofino. SPA delicioso, piscina imitando praia, jardins e lagos refrescantes, quartos grandes e confortáveis, localização perfeita, visual tão agradável que até parece um pouquinho a cidade italiana de mesmo nome, inspiração para o lugar. Acesso a pé para os parques, mas distante o suficiente do vulgo populacho que frequenta os mesmos.
Mas para mim que já estive cerca de 7 ou 8 vezes tanto em Orlando quanto em Vegas, já chega. O mundo é grande e há muito, muito, muito para se conhecer. Mas para quem não conhece, as duas cidades são um paraíso de diversão, compras e uma cafonice deliciosa. Sem dizer da “atração calórica-visual” dos obesos, em numero impressionante nos dois logradouros. Sem vergonha na cara, total: agora tem “bike-gorda”; significando bicicleta elétrica, reforçada e confortável para que não se exercitem nem um segundo e comam ainda mais enquanto negociam as ruas de Vegas, os cassinos, os buffets “coma-ate-morrer-por-20-dolares-em-24-horas” e principalmente, os parques de Orlando. Para que andar? O legal é ter uma bunda tão gigantesca que não cabem em certas montanhas russas onde os assentos precisam ser do tamanho de gente normal. Há até o “teste-bunda”, assentos fora das ditas atrações para que os monstrengos “provem” se cabem lá ou não. Tipo “provador de traseiros”!
Only in America...
Orlando, 10 de novembro de 2012
sábado, 10 de novembro de 2012
VIVA BREGA LAS VEGAS E GORDA ORLANDO
FOLIAS AMERICANAS
LAS VEGAS E ORLANDO - NOVEMBRO 2012
Dois lugares artificiais, duas cidades muito divertidas.
Já estive em ambas varias vezes e resolvi voltar para conferir novidades. Primeiro Vegas e o espetacular complexo comercial e hoteleiro, City Center. Arquitetura arrojada, sem nada de “parque temático”, coisa comum em vários hotéis da área. Não é voltado a famílias e o forte são os adultos e convenções. Muita moçada bonita do Cosmopolitan, os menos endinheirados no Vdara, os chiques no Mandarim e os “genéricos” no Aria. Restaurantes variados, nada de muito bom. Mix, com decoração Jetsons bem legal mas cozinha fácil de esquecer. Aliás, fujam do Sage, com seu foie gras em forma de maionese pavorosa e cordeiro semi-podre com cheiro de curral – sem piada, minha irmã não saiu do banheiro no dia seguinte.
Comida correta no Postrio de Wolfgang Puck, no horrendo hotel The Venitian e supimpa no Restaurante Joel Robuchon. Continua sendo o melhor de Las Vegas e assim será. A mentalidade de grandes estabelecimentos gastronômicos que “era uma vez” reinava por lá, o vento levou. O mesmo “vento” que trouxe a recessão americana já iniciada em 2007, matou uma cena gourmet que estava florescendo por ali. Pena...
Nada de diferente nos cassinos, mas o hotel Vdara em que nos hospedamos, não possui um, coisa muito rara na cidade. Torna-se um oásis de paz em meio a tanta jogatina. O hotel é “bom e barato”, excelente custo beneficio com enormes suítes, vista estonteante entre outras amenidades, por cerca de 250 dólares a diária.
O shopping center do complexo, Crystals, é pequeno e bem luxuoso, lindo na sua concepção “cristal não lapidado”, coisa para quem pode. Só há marcas de grifes Robb Report. Poucas e boas. Um café e um restaurante para almoçinhos rápidos. Só. O resto é a força das marcas ultra Premium de joias e roupas que não precisam de maiores explicações. JK e Cidade Jardim não chegam nem perto...
Shows e gastronomia fracos desta vez. O novo espetáculo do Cirque du Soleil, Zarkana, não poderia ser pior. Participação pesada de palhaços, coisa que detesto. Menopause não vale a pena e o magico David Copperfield, apesar de bonitão e competente, apresenta show mais para programa de auditório do que ilusionismo sofisticado. Sinal dos tempos. O melhor mesmo, foi a apresentação barata e singela, em cassino mega brega, do magico Mac King. Por menos de 50 dólares, com direito a buffet-monstro, o publico se diverte com seu senso de humor simples e aguçado e alguns truques interessantes. Altamente recomendado.
Orlando para mim, desta vez, significou os estúdios da Universal e o ótimo hotel Portofino, dentro do complexo dos dois parques. Muito adequados a adultos e adolescentes, com algumas concessões a criancinhas, as atrações do estúdio de Hollywood que celebra seus 100 anos de existência, são bastante divertidas. A maravilhosa e alucinada montanha russa se faz passar por escola do Harry Potter, vale muito as longas filas e para quem gosta de coisas mais arrojadas ainda há varias “corridas malucas” pelos 2 parques. Adorei Spider Man, Terminator 2, Minion Mayhem, Simpsons, o show de maquiagem, o de rock Beetlejuice e o espetáculo com animais. Como também o autointitulado “o maior Hard Rock Café do mundo”. É enorme, a comida é boa, serviço muito simpático e se escapa da porcariada dentro dos parques.
Boa comida e hospedagem no caro hotel Portofino. SPA delicioso, piscina imitando praia, quartos grandes e confortáveis, localização perfeita, visual tão agradável que até parece um pouquinho a cidade italiana de mesmo nome, inspiração para o lugar.
Mas para mim que já estive cerca de 7 ou 8 vezes tanto em Orlando quanto em Vegas, já chega. O mundo é grande e há muito, muito, muito para se conhecer. Mas para quem não conhece, as duas cidades são um paraíso de diversão, compras e uma cafonice deliciosa. Sem dizer da “atração calórica-visual” dos obesos, em numero impressionante nos dois logradouros. Sem vergonha na cara, total: agora tem “bike-gorda”; significando bicicleta elétrica, reforçada e confortável para que não se exercitem nem um segundo e comam ainda mais enquanto negociam as ruas de Vegas, os cassinos, os buffets “coma-ate-morrer-por-20-dolares-em-24-horas” e principalmente, os parques de Orlando. Para que andar? O legal é ter uma bunda tão gigantesca que não cabem em certas montanhas russas onde os assentos precisam ser do tamanho de gente normal. Há até o “teste-bunda”, assentos fora das ditas atrações para que os monstrengos “provem” se cabem lá ou não. Tipo “provador de traseiros”!
Only in America...
Orlando, 10 de novembro de 2012
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
NOVA YORK 2012
NOVA YORK – 3 dias depois do FURACAO SANDY
Pensei que não poderia voar de Zurique ate a Big Apple, viagem programada há mais de um ano, muito esperada, visto que NYC é a minha cidade grande favorita e estive aqui há quase 2 anos. Mais do que na hora de voltar!
E voltei, chegando no dia 01 de novembro de 2012 e partindo no dia 06. Pouco tempo, mas de qualidade. Certo que não pude ir ao Ground Zero ou finalmente aprender a usar o metro, coisas que tinha na lista do que fazer lá. A cidade estava limitada por tuneis e pontes fechadas, falta de combustível, transportes parcialmente suspensos, taxis raros e fornecimento de energia comprometido, ruas fechadas e lojas idem. Mesmo assim, o lugar continua sendo o máximo; feia e suja, louca e interessantíssima. Apesar da volta dos mendigos e sem-teto, coisa que eu não via por ali há mais de 10 anos. Movimentos de gente protestando contra os caciques de Wall Street por toda parte. Uma Nova Iorque sofrida e muito politica. A proliferação de camelôs também anda intensa e o pior mesmo são as inúmeras barracas de cachorro quente e “churrasquinho de gato”, estilo americano, árabe, grego. O cheiro é insuportável, fumaça nauseante, o visual péssimo. Até em frente à Apple, lugar nobre da cidade, as horrendas barracas-trailer enfeiam e emporcalham tudo. Resultado desastroso da recessão americana que já dura mais de 4 anos. Na véspera da eleição presidencial, na mesma semana do furacão cujo impacto foi semelhante ao ataque de 11 de setembro as Torres Gêmeas.
Contudo, este “empobrecimento” da metrópole deu espaço a uma espécie de humanização da mesma; na forma de ciclovias, ruas só para pedestres e canteiros com flores. As charretes com cavalos que sempre foram marca da área do Central Park, bem em frente ao Hotel Plaza, se juntaram bizarros riquixas. Sim, isso mesmo. Em vez de bestas de carga, seres humanos pedalando e levando as pessoas pelas gigantescas avenidas. Parece coisa da Ásia, mas não é. Mais uma maluquice nova-iorquina, licenciada pela não menos maluca prefeitura local. Como diz o velho ditado popular, “o mundo gira e a Lusitana roda”, e no rodar o vento levou o luxuoso e tradicional Hotel The Pierre. Continua no mesmo lugar, mas virou indiano, propriedade da cadeia de hotéis Taj. É o terceiro mundo invadindo tudo, do luxo ao lixo e por que não, também humanizando o lugar?
Como a cidade é grande e oferece muita coisa, sou da opinião que se deve focar em algo especifico e não ficar tentando fazer tudo, aproveitar cada minuto alucinadamente. Se a sua praia é vida noturna e gastronomia, invista só nisso; se for museu vá fundo na enormidade cultural que a cidade tem a oferecer. Compras? Arraste sacola até morrer!
Eu me concentrei nos teatros e cinemas, em casual dining e muitas caminhadas pelas ruas um tanto vazias da metrópole. Cheio mesmo só o Times Square, agora realmente uma praça com transito drasticamente reduzido e uma alucinante mistura de raças e línguas. O centro do mundo está lá, um espaço de convivência alegre e super vibrante. Vários artistas de ruas se exibem por ali e quiosques vendem de bolsas Vuitton falsas a empanadas chilenas. Tudo colorido e organizado e sob os olhos atentos da policia local, a não menos famosa NYPD. A megaloja da Virgin Records foi substituída por Sephora, Disney e Microsoft. Além de McDonald’s e M.A.C.
A maratona cancelada um dia antes, a cidade cheia de atletas profissionais e amadores. Os mais otimistas correram mesmo assim e no domingo a cidade ficou colorida de maratonistas que não se deram por vencidos e fizeram metade do percurso pelas ruas e dentro do Central Park. Vitoria da mobilização rapidíssima no Facebook. Pessoalmente, achei a atitude do prefeito Bloomberg muito errada ao cancelar um evento tão importante para a cidade. Dizem ser em respeito às vitimas do Sandy. Então tudo deveria fechar “em respeito” a isso? Decisão politica burra...
E os teatros , minha eterna paixão.
Nesta temporada, em 5 dias vi 7 espetáculos: Nice Work if you Can Get it, The Book of Mormon e Bring it On na categoria musicais. Não sou grande fá do gênero, mas estes 3 são geniais. O primeiro, é uma perola clássica da Broadway, estrelando o ótimo Mathew Broderick – sim, o marido da feia e chata Sarah Jessica Parker, infinitamente mais talentoso do que sua pretenciosa mulher. O musical é uma festa com a musica celestial dos irmãos Gershwin e brasileiros com pouco inglês podem ir tranquilos. O texto é leve e o que importa mesmo é a musica e a dança. O mesmo já não pode ser dito do FABULOSO The Book of Mormon, um dos espetáculos mais incríveis e inovadores que já vi em minha longa carreira de fã do teatro.
Caro (252 dólares por uma entrada comprada direto na bilheteria do teatro – jamais uso cambistas ou serviços-roubo pela internet) mas vale cada segundo da apresentação. É uma historia louca e irreverente, desconstruindo qualquer religião, por completo, com foco nos mórmons e similares. Para quem é religioso, um choque. Para quem gosta de textos brilhantes, geniais e engraçadíssimos, uma festa! Os tresloucados autores são os mesmos da serie televisiva, South Park. Não precisa dizer mais nada...
Mas aviso a brasileiros: não vá sem entender muito bem inglês. Apesar de musical, a coisa toda fica perdida no ar sem boa compreensão da língua. O mesmo vale, em menor medida, para o adolescente Bring It On, uma espécie de Glee versão Broadway. Como a dança e acrobacias, piruetas e saltos fabulosos são onipresentes, o inglês já não é tão importante. Muito adequado a jovens adultos e adolescentes. Apesar da temática semi-infantil, o texto é bom no sentido de expor diferenças sócio-racias de maneira inteligente. Boa musica.
Teatro pesado, de verdade, atuação de gigantes, ficou por conta do clássico de David Manet, Glengarry Glen Ross. Difícil, denso e brilhante na atuação icônica de Al Pacino, o texto perfeito se concentra na miséria humana do “tudo por dinheiro”. Vou rever o filme, no qual Al Pacino faz um papel diferente do que faz nesta versão teatral. Também pesada e seríssima, a obra-prima do norueguês Ibsen, An Enemy of the People. Atuação perfeita de um elenco coeso e eficiente, no drama de um medico que luta em defesa da verdade quando ela é extremamente inconveniente para políticos e população de uma pequena cidade norueguesa. Faz pensar na solidão de quem defende suas ideias contra tudo e contra todos.
Para contrabalançar, a comedia-sátira Forbbiden Broadway. Hilariante ao parodiar e arrasar os grandes êxitos comerciais do teatro local, como Lion King, Mary Poppins e porcarias do gênero. Mas só tem graça para quem, como eu, já viu muitas das peças e musicais da Broadway. Sem esse “histórico” a coisa toda fica sem sentido. Os 4 atores são brilhantes e o texto muito bom.
Finalizando a temporada, The Heiress. Chave de ouro maciço, uma joia do teatro clássico, com as interpretações magistrais de David Strathairn, Dan Stevens (o bonitão Mathew de Downton Abbey) e a divina Jessica Chastain, em minha opinião, a próxima Meryl Streep. Inglês de fácil compreensão. O nome da peça deveria ser: “vingança é um prato que dever ser degustado frio”.
Museu desta vez só o Guggenheim, que não visitava há muitos anos e com o qual finalmente me reconciliei. Motivo: exposição preto e branca de Picasso. Valeu a caminhada em dia ensolarado e frio, por cerca de 33 quarteirões. Andaria mais 40 que fosse para apreciar esta mostra de curadoria primorosa, em espaço perfeito. A arquitetura bisonha, em espiral, do museu proporciona a chance de observar as obras “ladeira acima e ladeira abaixo”, o que você não viu bem na ida, vê na volta. E o branco total do grande espaço serviu de cenário ideal para as obras do genial pintor espanhol; todas elas em tons de cinza, preto e branco, dai o titulo da mostra.
Nunca me canso de admirar a fertilidade e variedade de Picasso. Tantos estilos, tantas obras, tanto talento. Ali mesmo, numa sala que é acervo do museu, mais 30 Picasos, todos coloridos, um contraste interessante com a exibição temporária. Uma rica família alemã que doou os mesmos e mais alguns precisos impressionistas franceses ao museu. Nada como ter grana...
Alguns Kandinsys em outra sala especial, para quem gosta um prato cheio. Tudo isso contrasta e reduz a pó a mostra paralela de “arte contemporânea”; que nada mais é do que lixo reciclado se comparado aos Picassos, Monets, Gaugins, Van Goghs e outros fulanos que realmente sabiam pintar e elevar o substantivo “arte” a um alto patamar. As “novas aquisições’ da tal arte contemporânea não valem uma missa. Pensando bem, nem meia...
Cinema para fugir do vento gelado e só dei sorte: Argo, genial, The Sessions, lindo e triste, Flight , eletrizante e mais triste ainda e o melhor, um filme sueco, uma poesia visual que emociona incrivelmente, Simon and the Oaks.
Gastronomia ficou em segundo plano nesta visita a NY. Só 2 passadas por 2 filiais do Serafina. Uma para brunch e outra para almoço. Ambos ótimos. P.J. Clark’s desta vez decepcionou e perde p o cheeseburger de nosso Ritz paulistano. O DB Bistro Moderne continua correto e serviço perfeito. O mesmo vale para o Benoit. Também pudera, os dois pertencem a dois ícones da cozinha francesa, Daniel Bolud e AlainDucasse.
E a besteira brasileira de dizer que os restaurantes de São Paulo são mais caros que os de Nova York continua não colando. O almoço no P.J. Clark’s (o cheeseburger Cadillac de lá, menor do que o da filial paulistana e um copo de vinho estão em 100 reais), por exemplo, sai quase o dobro do Ritz. E a casa paulistana tem serviço melhor. Roupas e eletrônicos, as amadas “compras” dos brasileiros, isso sim, são bem mais baratas do que no Brasil. Mas continuo batendo na velha tecla: somando a cara passagem aérea para Nova York, os hotéis caríssimos e comida idem (sem falar dos preços dos teatros), NÃO vale a pena do ponto de vista financeiro.
O que vale é a experiência única de se estar no centro do mundo, da loucura e fascínio das ruas, da gente, dos excessos, brilho, luxo, diversão, cultura. As coisas que fazem da cidade o lugar mais diversificado do planeta, uma São Paulo rica e semi-civilizada, impossível de domar ou definir com precisão. A fênix que se renova e luta contra os malvados de toda espécie, sejam eles terroristas ou climáticos. O resto é falatório...
Nova York, 6 de novembro de 2012
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