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sábado, 17 de janeiro de 2015
NEW YORK CITY - PRÉ NATAL 2014
PRESENTE DE NATAL
NOVA YORK – DEZEMBRO 2014
Meu mais louco presente para mim mesma, duas noites na cidade, três dias intensos e maravilhosos no começo de dezembro passado, um bate-volta parecido com o que fiz em 2013 para Buenos Aires. Motivação, a mesma: teatro. Mas não só, pois a Big Apple tem bem mais a oferecer e quando lá estive em junho de 2014, aproveitei para comprar a entrada da peça A Delicate Balance, de Edward Albee, com a imbatível Glenn Close. Com tanta antecedência, o preço da passagem foi camarada por volta dos USD$ 1100 com assento especial. Fui sem bagagem, só uma bolsa, o que causou espanto total no funcionário simpático da alfandega americana que nunca havia visto brasileira sem bagagem. Nem tanto, pois a Amazon já havia entregado um novo conjunto de malas no hotel e, sem tempo para compras, outros itens também. Bom, prático, barato, delicioso! O velho e fedorento hotel Wellington serviu, mais uma vez, de hospedagem estratégica e desta vez me deram um quarto decente, após e-mails furiosos.
O presente foi caro e excêntrico e incluiu ainda as peças The River, The Real Thing e Cabaret. Quatro espetáculos em 3 dias, mais dois museus e três restaurantes. Uma bela maratona que mais cansou pelos infernais trajetos de táxi de e para aeroportos do que voos e fuso horário. Corridas envolvendo GRU são em geral tensas, mas numa quinta feira de dezembro, saindo as 16 30 da Vila Olímpia, resultou em estresse de uma hora e 45 minutos dentro do táxi. A volta, numa segunda feira na hora do almoço, não ficou atrás. Só rivalizando mesmo com JFK-Manhattan-JFK, muito ruim. Mesmo com todo o meu medo de avião, prefiro voar...
Os espetáculos da Broadway são magníficos e lotados, apesar de continuarem cada vez mais caros. The River, peça curta e intimista faz Hugh Jackman brilhar em seu real talento como ator e não só no papel “Wolverine- gatão”. The Real Thing revelou um Ewan McGregor estupendo, aliviando o texto pesado de Tom Stoppard. Cynthia Nixon, a Miranda de Sex and the City contracena muito bem com o ator inglês. Cabaret vale pelas musicas e a encenação brilhante no local onde era o famoso Studio 54, a boate-ícone de Nova York, reduto de famosos como o artista plástico Andy Warhol e Bianca Jagger entre outros. O publico participa do espetáculo como se estivesse na plateia de um cabaré de bordel, pode beber e comer, enfim, uma experiência rara na Broadway, famosa por seus teatros apertados e sufocantes. Os papéis centrais são de Alan Cummings e Emma Stone. Corretos e famosos, não impressionam nas pegadas inesquecíveis de Liza Minelli, Ann Reinking, Joel Gray e a direção magistral de Bob Fosse. É, no entanto, boa diversão e fuga inteligente dos musicais-infanto-ridículos que atraem milhares de idiotas ao cenário artístico da metrópole americana.
Gastronomia não variou dos sempre bons PJ’s, Serafina e Benoit. Sem tempo e forças para novidades, apostei no seguro e conhecido das três casas. Melhores e mais lotadas do que nunca, com direito a ver de perto atores como Bradley Cooper, Kathryn Erbe e o impagável ator norueguês Trond Fausa. Um divertimento a mais nesta cidade imensamente diversa e maluca. Frio, vento e chuva plenamente compensados por people-watching, profiteroles fumegantes, brunch perfeito e exposições inesquecíveis de Matisse no MoMa e Cubistas no Metropolitan. Escapada também às manicures coreanas perto do hotel e à tesoura certeira do cabeleireiro Danny Azouri, um israelense genial do Dario Salon na 57, entre Sexta e Sétima avenidas. Banhos quentes e relaxantes com os sais efervescentes da loja Sabon, ali perto. Uma festa para quem gosta de coisas cheirosas e coloridas. E sempre fugindo das intempéries do clima nova iorquino pré-natal e das incansáveis multidões das ruas, encontrei abrigo nos cinemas do Lincoln Center (Citizen Four e Homesman, um melhor do que o outro) e no Paris (The Imitation Game), favorito de sempre ao lado do Plaza.
Dicas aprendidas ao longo de mais de 30 anos indo com frequência a NYC:
• Compre entradas de museus online – poupa tempo e desgaste . Entradas de teatro direto nas bilheterias dos próprios. Sempre há lugar e se evita comissão extorsiva dos serviços de ingressos na internet.
• Tenha sempre em mente que quase todos os shows da Broadway, de qualquer espécie, são muito longos. Não raro três ou até quatro horas de entretenimento sem rival, mas sentado imóvel em poltronas apertadas e esmagando suas pernas por total e completa falta de espaço. Banheiros insuficientes e concorridos. Maneire na ingestão de líquidos e prepare a paciência.
• Se você não gosta de multidões, caminhe pela Sexta e Oitava, evitando ao máximo a Sétima, a Broadway e a Quinta. Uptown, leste e oeste, sempre. Midtown só mesmo para teatros, alguns restaurantes e Moma. Vá a pé ou de metrô. O transito está pior do que nunca. Times Square é um zoológico intragável. Mantenha distancia!
• Prenda a respiração quando estiver perto dos food trucks com placas: Halal Food. Cheiro nojento!
• NYC é fascinante, mas extremamente cansativa. Use cinemas, museus, praças, parques, salões de beleza e cafés tranquilos como pontos de descanso. Hotel, só para dormir e tomar banho. Por isso, escolha os mais baratos possíveis nesta cidade impossivelmente cara.
• Considere sua estadia por ali como um investimento e maximize seu tempo gastando em uma diária extra de hotel e não em bugigangas de outlets e camelôs. Pois, se vier do Brasil em voo noturno (a melhor opção) chegará ao hotel por volta de 7 da manhã. Insone e imundo. E só entrará em seu quarto às 3 da tarde. Roubada, pois tudo de interessante e útil só abre depois das 10 e você virará um fantasma exausto vagando pelas ruas. Com o relaxante check-in as 7 da matina você descansa, toma banho e está novo para não parar mais até altas da horas noite, assim driblando o fuso horário de 3 horas a menos.
Mesmo assim, dormindo pouco nestas duas noites e fazendo valer cada dólar do meu auto-presente de Natal, gastando no que mais gosto: viajar. Com intensa programação cultural, muitas caminhadas e algumas comprinhas inteligentes. Porque ninguém é de ferro...
São Paulo, 18 de dezembro de 2015
P.S.: quase sempre dedico meus artigos a amigos e familiares. Este é dedicado a mim e à minha incansável curiosidade viageira. Cheers!
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