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domingo, 10 de julho de 2016
VINHOS BRASILEIROS, CANIONS, GRAMADO 2016, LAREIRA, FRIO
VINICOLAS BRASILEIRAS E LINDOS CANIONS NA SERRA GAÚCHA
GRAMADO UPDATE 2016
Há 9 anos vamos seguidamente a Gramado, uma média de três vezes por ano. No entanto, como a região das vícolas é meio longe da cidade, ficamos com preguiça e acabamos não visitando mais seguido esta jóia de coragem, qualidade e empreendedorismo que é a cultura do vinho no Brasil. Como competir com os bons e baratos vinhos chilenos e argentinos? Com qualidade e criatividade, como mostra a vinícola Miolo, em Bento Gonçalves; como foco apenas em vinhos top, como é o caso da pequena e vencedora produção da vinícola Don Laurindo.
Numa fria tarde de abril, 2016, passamos uma tarde percorrendo as belas estradas da serra e suas cidades limpas, vegetação e flores profusas, vistas lindas. Parando para almoçar na Casa di Paolo, que continua sendo a melhor da rede. Vamos sempre à filial de Gramado, mas a original, nos arredores de Bento continua sendo a melhor, naquela agradável e aconchegante casa de pedra, envidraçada, no meio da floresta. A combinação de frio, lareira, um Don Laurindo tannat e a maravilhosa cozinha da casa tornam a experiência inesquecível. Em nossa segunda vez, não desapontou; pelo contrário, reforçou nossa ótima impressão de muitos anos atrás.
A visita a Miolo é organizada e bem explicada, a degustação bastante minuciosa. A loja é um show e os diversificados produtos incluem até cosméticos usando uvas nas fórmulas. O creme de corpo com extrato de semente de uva é campeão. Na Don Laurindo, apenas degustação simples e a sensação de se estar num lugar pequeno, onde os donos curtem, amam o que fazem e a qualidade é mais importante que o lucro. Exemplar.
Mostrando o Brasil a nossos parentes europeus, tivemos que ir ainda mais longe e enfrentar estradas de terra onde ficamos com medos das coisas estarem “radicais” para chegar ao canion do Itaimbezinho. Que eles adoraram e nós idem, em nossa revisita invernal. Com chuvas fortes na região, há anos, o canion sensação está verdíssimo e suas cachoeiras enormes. As trilhas são curtas e fáceis e o parque está em bom estado de conservação. O almoço foi no Parador Casa da Montanha, onde já nos havíamos hospedado duas vezes antes. A comida é de fazenda gaúcha, com toques italianos (polenta mole com costela- yum...) dos imigrantes que fizeram da região uma das mais legais do país. Mais vinhos regionais, lareira crepitante, paisagens zen, momentos inesquecíveis.
Em Gramado, ousamos este ano ao escolher um apto. Airbnb. Boa decisão para quatro pessoas e nem sentimos falta dos hotéis Hoppner e La Hacienda onde sempre ficamos. Voltamos, no entanto, ao restaurante do La Hacienda, que continua sendo o melhor de Gramado. Duas vezes: um almoço e um jantar. Campeões em preço, qualidade e ambiente. Estávamos apreensivos, pois o La Hacienda foi vendido e as coisas poderiam estar diferentes. Não estão. Estão melhores do que nunca e a equipe é a mesma. Continuaremos prestigiando.
Na arena gastronômica o San Tao segue excelente, bem como a pastelaria ao lado da igreja e os suculentos e gigantescos carpaccios do bistrô envidraçado do Casa da Montanha. O Table D’Or anda lotado e vibrante – primeira vez há anos – e a comida e serviço, impecáveis. Também descobrimos os fantásticos alfajores Mukli na estrada para Nova Petrópolis. Não perde para os argentinos, na verdade são melhores e o doce de leite está no melhor nível dos portenhos. A pequena fábrica pertence a imigrantes uruguaios que fazem um trabalho perfeito. Existe um quiosque que vende alguns dos produtos num shopping movimentado de Gramado, o Largo da Borges. Mas o melhor mesmo é pegar o carro e ir até a fábrica. Vale a quilometragem e as calorias!
Zurique, 10 de julho de 2016.
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