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domingo, 21 de julho de 2019

48 horas em Paris - Julho 2019

48 HORAS EM PARIS – JULHO 2019 Por onde começar? O que fazer em tão pouco tempo numa cidade tão linda, tão rica e que tem tanto a oferecer? Difícil... Mas como o objetivo principal era visitar uma aluna querida, as escolhas ficaram mais por conta deste feliz encontro no D’Chez Eux, restaurante clássico parisiense. Um magnifico jantar com vista deslumbrante para a cúpula dourada do Invalides, numa bela e ensolarada noite do verão europeu. Tradicionais escargots, patês, galinha ao molho de morrilles, sobremesas encharcadas de licores com altos teores alcoólicos, vinho tinto Sancerres e outras maravilhas. Vale o investimento por uma refeição que é uma verdadeira viajem no tempo através dos pilares da melhor culinária do mundo. E este foi o único restaurante que visitei desta vez, pois decidi explorar confeitarias finas e padarias idem no pouco tempo que me restava. Escolhas que me levaram a Angelina, instituição nobre da cidade desde os idos do início do século passado. O doce de castanhas, Mont Blanc, em versões cereja e natural não pode ser mais divino e lá provei os croissants melhores do universo, nuvens amanteigadas que devem ter sido inventados por algum anjo celestial... O café Angelina ao lado do Musée du Luxembourg, no parque lindo, de mesmo nome, é um oásis de paz numa manhã de terça feira e a fofa lojinha da marca, na rue du Bac oferece ainda mais opções de maravilhas, inclusive uma mini versão do portentoso Mont Blanc. Desta fez conheci uma outra instituição francesa, que é uma padaria misturada à confeitaria, que se chama, de modo geral, Viennoiserie; na certa devido à forte influencia austríaca deste modelo de negócio. Tudo feito ali mesmo, fresquinho, aromático e fumegante, ao lado do pequeno Hotel Max, um boutique chique-simples na rue D’Alesia, 14 arrondissement. Pães enormes e fumegantes, tortas de frutas maravilhosas. E tudo por acaso, pois este bairro é afastado do centro e nunca tinha estado na região. Calmo, só franceses por ali, vibe total de bairro, sem turistas. Cineminhas deliciosos, manicures chinesas e coreanas, transito leve, preços mais módicos que os em geral altíssimos de Paris. Ali perto, o toque cultural do Institut Giacometti, um bela casa em estilo Art Nouveau com compacta mostra das obras do grande escultor suíço. A poucos passos, a impactante Fondation Cartier, toda em vidro em meio a um bonito jardim onde vi uma exposição sobre árvores, extremamente interessante e repleta de artistas brasileiros, inclusive índios ianomâmis. Novidade também para mim foi o Atelier des Lumiéres, uma ideia poética e original de instalar um centro de artes numa antiga fábrica e ali projetar em todo o espaço, quadros de Van Gogh com música tocante e efeitos que fazem com que a plateia, ali espalhada por todo o espaço, faça parte dos quadros. O efeito é ao mesmo tempo emocionante e agradável, como se todos fossem parte de um mesmo sonho, coletivo. No Teatro Mogador, uma encenação do ballet Carmem em versão vanguardista de uma excelente companhia espanhola. Os cerca de quinze quilômetros de intensas caminhadas por Paris em um só dia me levaram também ao setor gourmet das famosas Galeries Lafayette e aos múltiplos andares de comidas alucinantes. Não há melhor definição para o termo “templo gastronômico”! Destaque para a seção de foie gras e trufas, a dos chocolates, queijos e especialmente, ao balcão dos marrons glacés e confeitos finos do moderníssimo chocolatier Jean Paul Hévin. Como sempre, o Musée D’Orsay lidera no quesito exposições e as mostras de Berthe Morrissot e a dedicada aos negros na arte dos dois séculos passados, são maravilhosas. Desta vez, as filas que atormentam o museu estavam mais amenas e as multidões menos intensas. Não há limite de quantas vezes se pode ir a Paris e não deixar de se maravilhar com a arquitetura sublime, os parques bem cuidados, gente interessante, vitrines apetitosas, um sem numero de opções de lazer, cultura por toda parte. Paris é mesmo uma festa, ainda mais no verão quando o rio Sena vira praia e o sol faz as cúpulas douradas inspirarem ainda mais. Demorei nove anos para voltar a Paris, mas espero que a próxima vez não esteja tão longe... Zurique, 21 de julho de 2019.

3 comentários:

  1. Querida filha você me transportou para o lugar que mais amo .Como sempre muito bem escrito.bjs.

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  2. Fernanda me deu de presente um passeio inesquecivel por Paris! Lindo!

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  3. Paes fumegantes, croissants amanteigados , senti o perfume e o sabor, delicia !!

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