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domingo, 17 de novembro de 2019

BUENOS AIRES 2019

BUENOS AIRES 2019 Peronista ao não, Buenos Aires ainda é um delicioso, fácil e barato destino para nós brasileiros, paraíso onde nosso sofrido e combalido real vale 15 vezes mais do que o moribundo peso. Portanto, aproveitem antes que acabe, pois o temerário Alberto Fernandez toma posse no dia 10 de dezembro próximo e tudo pode mudar. Por enquanto, as coisas continuam ótimas: carnes, vinhos, dulce de leche, alfajores, artigos de couro. Espetáculos teatrais idem, museus apresentam exposições de peso e as ruas continuam muito animadas. Com a moeda argentina derrotada, o numero de turistas estrangeiros só cresce e dependendo da hora que o voo chega a Ezeiza, as filas na imigração podem ultrapassar duas horas. Chato, mas o aeroporto sofre grande reforma e o público paga o pato. Espero que compense, visto que ir a Buenos Aires atualmente compensa muito. Veremos por que: 1- Restaurantes finos custam metade dos similares de São Paulo ou Rio. Destaque para o maravilhoso Piegari e sua entraña campeã, para o Pecora Negra e seu menu fixo de almoço durante a semana, incrivelmente barato. Idem bom e barato é o tal menu fixo do Elena, a churrascaria chique do hotel Four Seasons. O Tomo I continua maravilhoso, mas não é pechincha; mesmo assim, mais em conta do que os nossos gourmet. Como também não é pechincha, por se ultra descolado e com comida maravilhosa, o Casa Cavia, pertinho do Malba. 2- Hotéis continuam caros, mas Airbnb e Home Away apresentam boas soluções de hospedagem a preços bem baixos. Ficar em apto confortável e bem decorado na Recoleta sai por volta de 100 reais por dia. 3- Museus são, ou de graça ou com ingressos a 20 reais. Sem pagar nada se pode admirar as obras do inicio de carreira do artista Julio Le Parc, no museu de Belas Artes, numa mostra temporária e sem precedentes. A atual exposição sobre moda, no Arte Decorativo, no sensacional Palácio Errázuriz, veio direta de Londres e é muito interessante. Ernesto Neto, nosso grande artista, inicia agora 29 de novembro, até começo de fevereiro (10), uma mega exposição no Malba. Sessenta peças em uma bela retrospectiva de quarenta anos de carreira! 4- O Teatro Colón continua apresentando, Argentina quebrada ou não, artistas do porte da violinista alemã Anne Sophie Mutter, das irmãs Labéque, aquelas geniais pianistas francesas, de operas fabulosas como Os Contos de Hoffman. Dependendo da apresentação, as entradas têm preços razoáveis. E se não tiverem, são piada perto de Nova York ou Londres. 5- Vi recentemente uma montagem argentina de Cabaret, no Teatro Liceo, que por si só já vale a visita, pois é um cenário de teatro vivo, o verdadeiro cabaret de variedades a moda antiga. Bailarinos e cantores argentinos muito melhores do que a ultima montagem que vi na Broadway, com Alan Cumming e Emma Stone. 6- Preços de bons artigos de couro são, como sempre, altos. Os mocassins do Guido continuam chiques, mas os valores acompanham o dólar. As livrarias que fazem de Buenos Aires o último lugar do mundo em que elas reinam absolutas, seguem tabelas internacionais. Para quem lê bem em espanhol, a Waldhuter é obrigatória. 7- Os sorvetes de doce de leite do Freddo estão mais fabulosos do que nunca, melhores do que qualquer gelatto italiano. Por estas e por outras um fim de semana prolongado na cidade é um bom uso de milhas aéreas cada vez mais difíceis de trocar. Como há muita concorrência nos voos para Buenos Aires, as companhias de aviação quase dão de graça as tais passagens. Repito: vá antes que acabe! Zurique, 17 de novembro de 2019.

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