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sábado, 15 de fevereiro de 2020
NEW YORK - INVERNO 2020
NEW YORK – INVERNO 2020
Por que voltar sempre a uma cidade enorme, lotada, atualmente suja e cujo estado de manutenção das ruas lembra o de São Paulo? Barulhenta, caótica, cara, ou quentíssima no verão ou gelada no inverno, por quê?
Pelo teatro, pelo renovado MOMA, pelo Hudson Yards, pelo Brooklyn, por Chinatown e um sem-número de atrações de tirar o folego, muitas delas únicas; a cidade mais interessante dos EUA. Aliás, única para mim, pois através dos anos perdi todo e qualquer interesse pelos EUA, mas Nova Iorque continua no meu coração e na minha agenda. Talvez por sua capacidade infinita de renovação e superação, talvez por odiarem o Trump por lá, não sei e não importa; continuo fiel.
A cena teatral vibrante conta com nova atração: WEST SIDE STORY. Aquele musical antigão está fabuloso na versão super moderna de uns artistas belgas. Imperdível mesmo para quem não entende uma sequer palavra de inglês. Tina é outro espetáculo must-see, contando em animação frenética a vida da cantora Tina Turner. Moulin Rouge é melhor do que o filme com Nicole Kidman. Desta vez tomei coragem, cruzei Manhattan a pé e duas horas e meia depois cheguei ao Brooklyn e vi uma versão mega-cool de Medea. Para os andarilhos como eu, curtir a maluquice de Chinatown em tempos de Corona vírus é maluquice e atravessar a Manhattan Bridge junto com os trens do metro é outra; adrenalina total e relax completo depois, num filme russo no delicioso cineminha Film Forum, na Hudson Street.
Os cinemas de Nova Iorque são uma atração a parte, o acima citado é uma delícia e enormes bolos e cookies completam a pipoca tradicional. O Cinépolis de Chelsea é elegante e moderno, o AMC do Lincoln Centre gigante e diversificado, o AMC da Broadway dá medo de tão sujo e o Film Centre dentro do complexo do Lincoln Centre é estupendo. Por que ir ao cinema nesta cidade tão interessante? Para quem gosta de longas caminhadas e não quer perder tempo em quartos de hotel, os cinemas são uma pausa bem vinda, um descanso adorável. Fuga de chuva, neve, relax total.
Pela primeira vez assisti ballet na Big Apple e me encantei com a qualidade e tamanho do teatro dedicado à dança do Lincoln Centre. Compre o ingresso mais barato e você terá visão maravilhosa do espetáculo, neste teatro projetado para dança. Nunca vi nada igual e se estiver na época de natal por ali, não perca o Quebra Nozes, um lindo ballet clássico, encenado todos os anos. Emocionante e perfeito...
Conheci também o Museu da Cidade de Nova Iorque, na Quinta avenida. Compacto e intrigante, a história da metrópole é bastante rica e variada. Vale a pena conhecer. Como também vale ver a adição de 30% a mais de espaço ao nosso querido MOMA. Tudo mudado, nova loja, entrada, restaurantes, salas de exposição. A princípio um tanto estranho, mas a nova maneira de exibir as obras é bem mais interessante e inclusiva e nossos artistas brasileiros têm bastante destaque. Dica: comece do sexto andar e vá descendo até o subsolo. Tarefa de dia todo, com almoço lá mesmo.
A High Line tem agora uma parte nova, pequena, chama-se Plinth e está bem acima do Mercado Espanhol, restaurante e loja gourmet. Há uma enorme estátua negra, sombria e solene, pairando sobre a rua, sensacional! Deste novo ponto da High Line se pode ver parte do THE SHED e algumas lojas do THE SHOPS. O Shed é um espaço gigante de shows e exposições, com um café bem legal no andar térreo e o novo shopping do Hudson Yards se chama THE SHOPS, bem em frente ao Vessel. O shopping é lindo, os restaurantes super top, lojas idem e será lá a entrada para o observatório THE EDGE, com abertura programada para este ano. O Hudson Yards não para de surpreender e um passeio completo pela High Line, observatório, shopping, Shed e museu Whitney com direito a jantar na charmosa rua Gansevoort, no Meatpacking District, pertinho do Whitney, é outro programaço de dia inteiro.
No setor culinário sigo fiel ao The Standard Grill, ao Oyster Bar, P.J. Clark’s, Bar Bolud e às panquecas surreais do Café Fiorello e de novo e bacana adiciono o Charlie Palmer, no hotel Knickerbocker na Broadway. O chef famoso apresenta sensacional cozinha internacional com viés americano e italiano e o ambiente é bonito, escurinho, serviço rápido e simpático e o bar um point de encontro de gente bonita e descolada. Reservas são obrigatórias. Bem como obrigatórios são os cookies gigantes e fenomenais da Levain Bakery e os chocolates belgas da Neuhaus, agora em sua loja flagship na Madison, entre 52 e 53. Tem sorvetes belgas lá também. Yummmmmmm.....
Já deu para entender por que volto sempre a Nova Iorque?
São Paulo, 15 de fevereiro de 2020
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