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terça-feira, 13 de agosto de 2024
BUENOS AIRES ERA MILEI - JULHO 2024
ARGENTINA PÓS MILEI – JULHO 2024
Estive na Argentina em dezembro do ano passado e parti no dia em que o tresloucado Javier Milei assumiu o poder. Voltei há cerca de um mês, ansiosa por ver o que tinha mudado. Para minha surpresa, pouco. Tudo está mais caro com a valorização do peso, mas só. Para o turista, a única mudança. Os moradores de rua não parecem ter aumentado, os bares e restaurantes seguem cheios, o Malba e os lindos parques da cidade, idem.
Para brasileiros, ainda compensa, no geral é mais barato do que São Paulo e Rio e, na certa, bem mais em conta do que Europa e Estados Unidos. Mais perto e acessível do que o Chile e o caro Uruguai, principalmente Puntal Del Leste. E o Free Shop dos aeroportos é ainda bem barato pois usa a cotação do câmbio oficial.
Portanto, malas na mão e partiu Buenos Aires, com o encantamento de sempre. Os teatros seguem vibrantes, com ou sem apoio do governo e as produções melhores do que nunca; a do musical Mamma Mia bate a da Broadway em encenação e animação. Um mistério tipicamente argentino. Recoleta e Palermo vibrantes de lojas lindas e bons restaurantes. Tem até mega hotel de luxo novo, numa das ruas mais encantadoras da cidade, a Calle Arroyo. Enorme e imponente, ainda não visitei, mas em abril, quando voltar, vou conferir o restaurante, que dá para a rua e tem uma cara boa. É na frente do famoso e escondido Florería Atlántico. Chama-se Casa Lucia, nome bizarro, visto que o imenso prédio está mais para o Plaza de Nova York do que nome de pousadinha de praia.
Depois de quase dois anos sem conseguir por os pés na casa, voltei ao Don Julio. Tudo segue bom, mas o Corte Comedor é hoje em dia superior. Mais barato, menos cheio, serviço amável, ambiente descontraído, sem os medonhos brasileiros genéricos, ambiente de bairro e comida estupenda. A passos dali há um lugar de empanadas, o Rincón Norteño, com das mais divinas do país (leve para viagem). Vale ir a Belgrano, que requer taxi, um tanto distante do centro e da Recoleta. Outro lugar, mais fácil, é o El Mirasol de Puerto Madero, carnes magníficas, preços razoáveis e ambiente agradável. Tem turistas, pero no mucho. Belo custo-benefício. Outra churrascaria boa, de bairro, sem turista algum, é o El Estrebe. Segue apetitoso e sua pequena loja de vinhos oferece pérolas tintas a preços bem adequados. Um achado!
Lima Nikkei e Bis para variar um pouco da carne bovina, bem como as fantásticas massas do La Parollacia, cuja filial da Recoleta é fácil e agradável quando se denta na parte de dentro como os argentinos o fazem. Na de fora, só brazucas brega mesmo.
Infelizmente, meu querido El Preferido, do mesmo dono do Don Julio, que era ótimo, decaiu. A comida não está tão boa e os preços na lua. Pena...
No quesito fugazzetta, Edelweiss e Pizza Cero seguem campeões. Como também campeão dos sorvetes, figos cobertos com chocolate, cranberries idem e outras delícias, é o Rapa Nui. A casa de guloseimas preferida de Cristina Kirchner. Bem... nada é perfeito.
Dica para quem quiser excelente cabeleireiro em Buenos Aires: Hairmony, na Recoleta. Profissionais de primeira, gentis e prestativos, belo ambiente. E os preços batem qualquer salão de São Paulo.
São Paulo, 13 de agosto de 2024.
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