Há três anos não visitava minha querida Arraial, o segredo mais bem guardado do Sul da Bahia; não por mim, que a canto em prosa e verso há quase 10 anos. Felizmente, ninguém me ouve e Arraial continua um misto interessante de bucolismo, encanto de vilazinha baiana e sofisticação.
Fiquei no Maitei, o hotel chique do momento, colado no Paraíso do Morro onde me hospedei em 2002. O Maitei é bem construído e decorado, bem localizado e exibe serviço bastante acima da média local. Pertence a um bonito e descolado casal carioca que aposta no segmento luxo do lugar. Corajosos, mas para tudo há sempre os pioneiros...
Mas os preços salgados fazem com que o melhor custo-benefício da cidade seja ainda, invencível, a Pousada Beijo do Vento. O melhor é ficar na Beijo e jantar no Maitei. O risoto de camarão com abacaxi é ótimo e mais barato do que a porcaria semelhante que comi na noite anterior no bonito Aipim. Por meigos 65 reais!!! O Aipim é muito romântico e agradável, o serviço eficiente, mas a comida é francamente cara e ruim.
O melhor restaurante de Arraial continua sendo o Cauim, na Pousada Pitinga. Não há moqueca mais fumegante e nem camarões mais saborosos. Fora que é o único restaurante de bom nível à beira-mar na região. Perfeito para almoço.
A pizza do Rapha continua correta e agora conta também com ambiente coberto e musica ao vivo. Animado e bem freqüentado.
Há mais lojas, bares e restaurantes em Arraial. E o transito está extremamente restrito na rua principal. Boas notícias. A praça da igreja continua de cartão-postal e a igreja bem antiga, uma das primeiras do Brasil, concorre acirradamente com a Universal, vizinha de praça. Não há lugar melhor para se observar a vida tranqüila que levam os baianos da cidade.
Arraial consegue, em seu tamanho diminuto, separar sem segregar, os turistas independentes e de bom gosto, do pessoal CVC e dos baladeiros. Há lugares distintos para todos, sem mistura e nem confusão. Quem quer coisas de nível e preço mais altas, sem falar em menos barulho, fica mais perto da pizza do Rapha, do Beco das Cores, do Maitei. A CVC está perto do Manguti, os baladeiros entre os dois e os bregas na antiga “Broaduei”. Cujo “glamour” não existe mais, pois há poucos bares e bebedeiras e mais lojas e farmácias.
As lindas praias são de todos, mas não os bares, graças a Deus. Sting, boa parte dos bares à esquerda do reduto hippie-chic e o Plage Blanche dão o tom descolado e o resto fica entre CVC e o razoável. É só evitar os que recebem enormes e barulhentos grupos e seu dia de calma e relaxamento na praia está garantido.
E viva o governo baiano que finalmente está reformando o aeroporto de Porto Seguro!
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