ERRATA 2 SANTOS
A diária que pagamos foi de R$ 900,00 e o que nos foi reembolsado pelos "transtornos" da primeira noite R$888,00.
Compensação pela estadia péssima que tivemos lá de 06 de novembro a 08 de novembro.
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sábado, 12 de dezembro de 2009
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
ARMADILHA 2 SANTOS
Conferindo meu artigo anterior também datado de hoje e respectivas fotos, o tema comum a Monte Verde e o hotel acima citado é descaso, irresponsabilidade e total falta de profissionalismo.
Nos hospedamos por 2 noites no caro hotel entre Itú e Porto Feliz, pagando R$800,00 pelo que chamam enganosamente de Suite Master, que está mais para barraco do que suíte.
Suja, parca iluminação no banheiro, chuveiro com pouca água ora fervendo, ora gelada, tv e dvd que nunca funcionaram, apagões frequentes, portas que não fechavam, teias de aranha visíveis entre a cama e as mesas de cabeceira, lençóis sem passar e ofurô imundo.
Isso incluiu também café da manhã fraco e serviço péssimo. E ainda mais com direito a festa na primeira noite com som ensurdecedor e fogos de artifício às 3 da manhã. Sem contar os bebados na porta do quarto às 5!
Reclamamos e nos ofereceram a "noite infernal" de graça. Não pagamos a dita cuja para: não dormir, não contar com serviço de restaurante pois o mesmo estava bloqueado para o evento e não ver tv. Mas pagamos R$150,00 por uma garrafa de vinho branco italiano, o mais barato disponível na pífia carta de vinhos do estabelecimento (os outros com preços decentes estavam "em falta") e R$40,00 por serviço de manicure (só a mão).
É uma pena, pois o lugar é lindo e poderia ser uma ótima opção de fim de semana para os paulistanos. Não é, pois não pode ser chamado de hotel e muito menos de resort, como reza a literatura da casa. O pessoal não é profissional, bem treinado, mais parecendo um bando de caipiras fora de controle e permanentemente no mundo da lua.
Conferindo meu artigo anterior também datado de hoje e respectivas fotos, o tema comum a Monte Verde e o hotel acima citado é descaso, irresponsabilidade e total falta de profissionalismo.
Nos hospedamos por 2 noites no caro hotel entre Itú e Porto Feliz, pagando R$800,00 pelo que chamam enganosamente de Suite Master, que está mais para barraco do que suíte.
Suja, parca iluminação no banheiro, chuveiro com pouca água ora fervendo, ora gelada, tv e dvd que nunca funcionaram, apagões frequentes, portas que não fechavam, teias de aranha visíveis entre a cama e as mesas de cabeceira, lençóis sem passar e ofurô imundo.
Isso incluiu também café da manhã fraco e serviço péssimo. E ainda mais com direito a festa na primeira noite com som ensurdecedor e fogos de artifício às 3 da manhã. Sem contar os bebados na porta do quarto às 5!
Reclamamos e nos ofereceram a "noite infernal" de graça. Não pagamos a dita cuja para: não dormir, não contar com serviço de restaurante pois o mesmo estava bloqueado para o evento e não ver tv. Mas pagamos R$150,00 por uma garrafa de vinho branco italiano, o mais barato disponível na pífia carta de vinhos do estabelecimento (os outros com preços decentes estavam "em falta") e R$40,00 por serviço de manicure (só a mão).
É uma pena, pois o lugar é lindo e poderia ser uma ótima opção de fim de semana para os paulistanos. Não é, pois não pode ser chamado de hotel e muito menos de resort, como reza a literatura da casa. O pessoal não é profissional, bem treinado, mais parecendo um bando de caipiras fora de controle e permanentemente no mundo da lua.
FOTOS DO CARO HOTEL 2 SANTOS QUE FAZ JUS AO VELHO DITADO PORTUGUES: POR FORA BELA VIOLA, POR DENTRO PÃO BOLORENTO!
O QUE DEVERIA SER SEMPRE COMO A FOTO ACIMA ESTÁ RAPIDAMENTE SE TRANSFORMANDO NAS FOTOS ABAIXO. CONFIRA O TEXTO SOBRE A EX-BELA MONTE VERDE - MINAS GERAIS E O PARALELO DE IRRESPONSABILIDADE E FALTA DE PROFISSIONALISMO QUE TRAÇO ENTRE A CIDADE MINEIRA E O HOTEL 2 SANTOS. AMBOS, UM GRANDE ENGODO.
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O que Monte Verde-MG e o Hotel 2 Santos-Porto Feliz tem em comun?
DESCASO
Frequento Monte Verde, regularmente, desde 1985 e tive casa lá durante 16 anos; pensei até em morar nas montanhas bonitas desta parte do sul de Minas Gerais. Natureza rica, verde, preservada. Ainda bem que mudei de idéia e comprei terreno em Gramado. Monte Verde mudou. Para pior. Muito pior.
Com o passar dos anos e a falta de organização da população e comércio, Monte Verde se transformou em destino de casais jovens sem dinheiro procurando privacidade, bebados fora de controle pois o policiamento da cidade é ridículo, moçada irresponsavel destruindo a natureza com motos e quadriciclos; um reduto de turismo barato e feio refletido nas construções sem qualquer tipo de critério arquitetonico ou ambiental, ruas de terra, buracos mil, acesso indecente e lixo por todo o lado.
Paz e silencio das montanhas? Como? Com motos, tratores fazendo papel de "trem turístico" e emporcalhando tudo de fuligem negra, quadriciclos furiosos por toda parte, barulho ensurdecedor. Tudo isso pontuado por animais soltos por todo lado, cavalos abandonados revirando lixo, a tristeza de um lugar sem lei e sem responsabilidade.
Há cerca de um mes nos hospedamos por 2 sofridas e inesquecíveis noites no hotel 2 Santos, interior de São Pualo, região entre Itú e Porto Feliz. Grande erro. Pagando 800,00 reais a diaria casal com café da manhã, lá fomos todos animados para a Suíte Master. Revelou-se rapidamente lugar sujo, banheiro com iluminação precária, Tv e dvd que não funcionavam
Monte Verde virou um "motel montanhês vagabundo", lugar sem respeito por si e menos ainda pelos turistas. Uma vergonha que pode ser conferida nas fotos acima, tiradas na parte de "serviço" do Hotel Cabeça de Boi, um dos grandes predadores da região. Bloquearam a rua de trás do hotel com lixo e abandono.
domingo, 6 de dezembro de 2009
NATAL EM GRAMADO
Para quem gosta de festas natalinas bem típicas, aquelas com neve, renas e Papai Noel e não tem grana para ir à Europa, Lapônia, Canadá, Groenlandia ou Estados Unidos, Gramado pode ser uma opção interessante.
Claro, não há neve - pelo menos em dezembro. E muito menos renas. Mas existe o Natal Luz, uma série de eventos muito bem organizados e divertidos que fazem todos entrarem no espírito natalino.
Como? No calor do verão?
Bem, para começar, Gramado e região da Serra Gaúcha já tem cara de Hemisfério Norte. As pessoas, histórias, costumes e tradições. E o clima, claro, mais para frio, chuvoso e com direito à bruma escocesa. Até no verão.
Estivemos lá na segunda quinzena de novembro de 2009 e ainda fazia frio. Perfeito para as celebrações do Natal Luz, que há 24 anos não para de melhorar e encantar a todos.
Assistimos 3 espetáculos. Dois deles voltados para crianças, mas tão bem produzidos e alegres que acabam engajando os adultos também. A Fantástica Fábrica de Natal e o Grande Desfile. O primeiro, um espetáculo teatral muito bonito e o segundo, uma parada natalina bem divertida que inclui "neve espuma" e crianças das comunidades locais desempenhando papéis variados. Como tudo ocorre pontualmente às 21.30, o frio natural da região contribuiu para o "clima Pólo Norte". Ingressos devem ser comprados com antecedencia, pois tudo é bem cheio e concorrido.
Para os adultos, o melhor mesmo é o Nativitaten, à beira de um lago, show musical com tenores, barítonos, coral e sopranos. E fogos de artifício espetaculares. Difícil não se emocionar.
O profissionalismo dos eventos é impressionante. Pontualidade, limpeza e organização surpreendem.
Durante o dia há outros eventos, muitos deles gratuitos, mas não participamos pois como sempre, Gramado oferece muitas tentações. Como o day spa do Kur Hotel, o mais famoso e considerado melhor na América do Sul. O cardápio de tratamentos é extenso e desnecessário dizer que massagens e terapias corporais, além de banhos variados são ótimos e o serviço muito bom. Só não vale a pena comer no bistrô do spa, pois a comida é de regime e não servem qualquer tipo de bebida alcóolica. Se sua intenção é um dia light, tudo bem, do contrário evite. Caro e sem graça.
A boutique do Kur, na avenida principal da cidade é bem melhor sortida do que a pequena versão do spa, portanto guarde o cartão de crédito para gastar na loja de Gramado onde as opções de presentes para voce mesma ou amigos são maravilhosas e os preços razoáveis.
No spa, prepare o bolso. Os tratamentos são caros como é de se esperar em um estabelecimento 5 estrelas. Nada de absurdo, mas não espere pechinchas ou promoções.
Os parques prinicpais da região, Caracol e Ferradura, santuários naturais perfeitos para caminhadas e fotos magníficas, continuam lindos e bem cuidados e de novembro a janeiro o espetáculo da floração das hortensias é deslumbrante. O teleférico funciona acima de colinas inteiramente cobertas pelas flores em tons de azul, roxo e rosa. Simplesmente maravilhoso!
As compras são outro apelo forte de Gramado, destaque para Cristais de Gramado e o Território do Sapato. A primeira vende também bijuterias e jóias muito bonitas, além, claro, de embasbacantes peças de cristal e a segunda é uma espécie de outlet brasileiro de calçados que não fica nada a dever das melhores de Miami. Aqueles objetos de casa, tipo "country", podem ser encontrados na Wunderhaus; com direito a colchas de patchwork e belos entalhes de madeira.
O campo gastronomico é a derrocada de qualquer regime de emagrecimento e La Hacienda, Moscerino, La Table D' Or, El Fuego, Le Monde, O Lugar, Caceria e Giuseppe (mudou de nome para Casa di Paolo, mas o cardápio e os donos continuam maravilhosamente os mesmos) seguem na dianteira.
O La Hacienda é seguramente um dos lugares mais bonitos e romanticos do Brasil, o hotel que agora faz parte do Roteiros de Charme continua sendo o refúgio perfeito para quem gosta de "paz e amor/natureza" com requinte. Seu restaurante aberto ao público não-hóspede, não pode ser mais aconchegante, comida deliciosa e serviço muito atencioso e discreto. Sem contar a lareira, a vista, os vinhos...
Moscerino continua forte nos risotos. Table D'Or nos cogumelos gigantes recheados, El Fuego é o melhor para carnes, Le Monde incrivelmente inovador e ousado, O Lugar faz as vezes de "cozinha de autor" com cardápio reduzido e público descolado, o Caceria é elegante e austero com seu clima Llao Llao e o Giuseppe apresenta as tradições da cozinha dos colonos italianos com perfeição.
A cidade também é um dos poucos lugares do Brasil onde os restaurantes oferecem extensas opções de vinhos nacionais, ótima oportunidade de se provar as melhoras obtidas pelos vinicultores brasileiros. E que melhoras! O soberbo Don Laurindo tannat é só uma amostra entre muitos.
Gramado é divertida em qualquer época do ano, mas conhecer o Natal Luz é uma experiencia importante no cenário turístico de nosso país. Com a vantagem de que é um Natal longo, que vai de meados de novembro a meados de janeiro.
E para completar a experiencia tão européia em solo nacional, o chá da tarde do hotel Ritta Höppner é imperdível. Strudel, tortas e bolos são pequenos e delicados, o ambiente remete à Floresta Negra alemã, a música é suave e o espumante corre solto. Bom e barato, desfecho perfeito para um dos programas de viagem mais legais do Brasil.
Para quem gosta de festas natalinas bem típicas, aquelas com neve, renas e Papai Noel e não tem grana para ir à Europa, Lapônia, Canadá, Groenlandia ou Estados Unidos, Gramado pode ser uma opção interessante.
Claro, não há neve - pelo menos em dezembro. E muito menos renas. Mas existe o Natal Luz, uma série de eventos muito bem organizados e divertidos que fazem todos entrarem no espírito natalino.
Como? No calor do verão?
Bem, para começar, Gramado e região da Serra Gaúcha já tem cara de Hemisfério Norte. As pessoas, histórias, costumes e tradições. E o clima, claro, mais para frio, chuvoso e com direito à bruma escocesa. Até no verão.
Estivemos lá na segunda quinzena de novembro de 2009 e ainda fazia frio. Perfeito para as celebrações do Natal Luz, que há 24 anos não para de melhorar e encantar a todos.
Assistimos 3 espetáculos. Dois deles voltados para crianças, mas tão bem produzidos e alegres que acabam engajando os adultos também. A Fantástica Fábrica de Natal e o Grande Desfile. O primeiro, um espetáculo teatral muito bonito e o segundo, uma parada natalina bem divertida que inclui "neve espuma" e crianças das comunidades locais desempenhando papéis variados. Como tudo ocorre pontualmente às 21.30, o frio natural da região contribuiu para o "clima Pólo Norte". Ingressos devem ser comprados com antecedencia, pois tudo é bem cheio e concorrido.
Para os adultos, o melhor mesmo é o Nativitaten, à beira de um lago, show musical com tenores, barítonos, coral e sopranos. E fogos de artifício espetaculares. Difícil não se emocionar.
O profissionalismo dos eventos é impressionante. Pontualidade, limpeza e organização surpreendem.
Durante o dia há outros eventos, muitos deles gratuitos, mas não participamos pois como sempre, Gramado oferece muitas tentações. Como o day spa do Kur Hotel, o mais famoso e considerado melhor na América do Sul. O cardápio de tratamentos é extenso e desnecessário dizer que massagens e terapias corporais, além de banhos variados são ótimos e o serviço muito bom. Só não vale a pena comer no bistrô do spa, pois a comida é de regime e não servem qualquer tipo de bebida alcóolica. Se sua intenção é um dia light, tudo bem, do contrário evite. Caro e sem graça.
A boutique do Kur, na avenida principal da cidade é bem melhor sortida do que a pequena versão do spa, portanto guarde o cartão de crédito para gastar na loja de Gramado onde as opções de presentes para voce mesma ou amigos são maravilhosas e os preços razoáveis.
No spa, prepare o bolso. Os tratamentos são caros como é de se esperar em um estabelecimento 5 estrelas. Nada de absurdo, mas não espere pechinchas ou promoções.
Os parques prinicpais da região, Caracol e Ferradura, santuários naturais perfeitos para caminhadas e fotos magníficas, continuam lindos e bem cuidados e de novembro a janeiro o espetáculo da floração das hortensias é deslumbrante. O teleférico funciona acima de colinas inteiramente cobertas pelas flores em tons de azul, roxo e rosa. Simplesmente maravilhoso!
As compras são outro apelo forte de Gramado, destaque para Cristais de Gramado e o Território do Sapato. A primeira vende também bijuterias e jóias muito bonitas, além, claro, de embasbacantes peças de cristal e a segunda é uma espécie de outlet brasileiro de calçados que não fica nada a dever das melhores de Miami. Aqueles objetos de casa, tipo "country", podem ser encontrados na Wunderhaus; com direito a colchas de patchwork e belos entalhes de madeira.
O campo gastronomico é a derrocada de qualquer regime de emagrecimento e La Hacienda, Moscerino, La Table D' Or, El Fuego, Le Monde, O Lugar, Caceria e Giuseppe (mudou de nome para Casa di Paolo, mas o cardápio e os donos continuam maravilhosamente os mesmos) seguem na dianteira.
O La Hacienda é seguramente um dos lugares mais bonitos e romanticos do Brasil, o hotel que agora faz parte do Roteiros de Charme continua sendo o refúgio perfeito para quem gosta de "paz e amor/natureza" com requinte. Seu restaurante aberto ao público não-hóspede, não pode ser mais aconchegante, comida deliciosa e serviço muito atencioso e discreto. Sem contar a lareira, a vista, os vinhos...
Moscerino continua forte nos risotos. Table D'Or nos cogumelos gigantes recheados, El Fuego é o melhor para carnes, Le Monde incrivelmente inovador e ousado, O Lugar faz as vezes de "cozinha de autor" com cardápio reduzido e público descolado, o Caceria é elegante e austero com seu clima Llao Llao e o Giuseppe apresenta as tradições da cozinha dos colonos italianos com perfeição.
A cidade também é um dos poucos lugares do Brasil onde os restaurantes oferecem extensas opções de vinhos nacionais, ótima oportunidade de se provar as melhoras obtidas pelos vinicultores brasileiros. E que melhoras! O soberbo Don Laurindo tannat é só uma amostra entre muitos.
Gramado é divertida em qualquer época do ano, mas conhecer o Natal Luz é uma experiencia importante no cenário turístico de nosso país. Com a vantagem de que é um Natal longo, que vai de meados de novembro a meados de janeiro.
E para completar a experiencia tão européia em solo nacional, o chá da tarde do hotel Ritta Höppner é imperdível. Strudel, tortas e bolos são pequenos e delicados, o ambiente remete à Floresta Negra alemã, a música é suave e o espumante corre solto. Bom e barato, desfecho perfeito para um dos programas de viagem mais legais do Brasil.
JURERÊ INTERNACIONAL
Aos "órfãos da Bahia", quero dizer, os turistas paulistanos que, como eu, iam frequentemente à região de Porto Seguro (Trancoso, Arraial, Santo André, Corumbau) via Congonhas em rápidos e confortáveis voos de aproximadamente uma hora e meia de duração, ando descobrindo que Santa Catarina oferece boas opções de praias. A 50 minutos de vôo de São Paulo, sem necessidade de usar o absolutamente INDECENTE, CARO E LONGÍNCUO aeroporto de Guarulhos.
Claro que Santa Catarina não tem o charme, o clima, a temperatura do mar e os coqueiros da Bahia. Mas tem serviços bem melhores, limpeza incomparável e mar (gelado), muito bonito.
Neste ano visitei a divina Ilha do Papagaio em abril (descrita em artigo publicado aqui neste blog anteriormente) e em 12 de outubro de 2009, a praia de Jurere, a 40 minutos de Florianópolis. Nesta última, me hospedei no IL CAMPANARIO, hotel novo e confortável dos mesmos empreendedores que desevolveram o condomínio aberto chamado Jurerê Internacional. É, na verdade, a parte VIP da bela (de águas tranquilas e doce brisa) praia de Jurerê, reinado da moçada chique e dos bares famosos e elegantes. Mas não só de balada vive o lugar. Surpreendentemente, de história também; na forma de um impressionantemente bem conservado Forte de São José, em cima de uma colina na ponta esquerda de Jurerê que dá para a idílica Praia do Forte.
Restaurado de modo primoroso pela Universidade Federal de Santa Catarina e financiado pelo odioso Banco do Brasil, o Forte é na verdade um museu interessantíssimo, bem exposto e explicado, desvendando uma parte da história do Brasil que pouco conhecemos; a defesa de nosso território em ilhas e penínsulas e como viviam os soldados que por lá trabalhavam. Com direito também a linda vista e belos jardins. Muito, mas muito melhor do que as ruínas sem-graça, mas bastante mais famosas do Garcia D´Avila na Bahia.
Por uma trilha na mata, junto ao complexo histórico, chega-se a uma das praias mais bonitas do Brasil, a praia do Forte (muito mais bonita do que a homônima baiana, acredite se quiser). Areia super branca e fofa, mar-piscina transparente em tons de azul e verde, nem uma onda sequer. Morros floridos, vegetação pujante, calma e bares simples de praia completam um cenário idílico muito pouco frequentado por turistas.
Também a pé pela praia, seguindo na direção oposta, chega-se à praia preferida dos argentinos, Canasvieiras. Não é a "minha praia", mas serve como referencia.
O Il Campanario é uma bela escolha de hospedagem, principalmente para famílias e pessoas mais velhas. Para casais, falta clima romantico; mas sobra conforto nos quartos bem montados, espaçosos, munidos de pequena copa com microondas e cafeteira. Alguns tem vista parcial para o mar apesar do hotel ser a duas quadras da praia. O serviço é padrão eficiencia dos estados do sul do Brasil: pessoal bonito e com neuronios mais bem alimentados do que no resto de nosso atribulado país. O café da manhã é excelente e serviço de piscina idem. Os preços são de São Paulo. Jurerê é praia cara, nada de coisa para moçada surfista. O melhor restaurante do pedaço é o Taikô, um lugar muito agradável, com boa música e pratos que vão de especialidades japonesas cruas a risotos de camarão ao limão e às lulas a dorê mais saborosas do Brasil. Nem no Antiquarius de São Paulo comi lulas tão boas. São incríveis!
No Encanta as coisas são mais simples, piores e nem por isso mais baratas. Fuja! Jurerê em sua parte simples abriga restaurante perto, mas não pé na areia. O Guia 4 Rodas indica uma cópia do Toca da Garoupa de Florianóplois, o Toca de Jurerê, cujo chef foi funcionário da casa copiada. Deve ser bom, mas não provei, pois no quesito "comida típica de Santa Catarina", preferi seguir a dica de Sergio Doria e enfrentar o longo percurso do hotel até a linda e divertida Lagoa da Conceição. Lá se encontra o Ponta das Caranhas, lugar simples mas muito bem localizado à beira-lagoa, com um lindo jardim e cardápio farto em frutos do mar. Porções grandes e deliciosas, preços mais amigáveis do que os praticados na praia VIP. Vale o longo trajeto. Aliás, Lagoa e suas "pousadas de charme" e as opções mais descoladas perto do "Guarujá" Catarinense, Balneário Camboriú, serão meus próximos destinos praianos no sul. Talvez até revisitar Itapema, experiência péssima anterior. Como a praia é bonita e talvez a hospedagem já tenha progredido do horror que era nos idos dos anos 90, pode ser um risco interessante de se correr...
O bom de viver em país de dimensões continentais como o nosso é a plêiade de possibilidades turísticas. E cada vez mais, já que o Brasil é o país da moda e como dizem os americanos: Brazil rocks!
Totalmente de acordo. Bombamos!
Aos "órfãos da Bahia", quero dizer, os turistas paulistanos que, como eu, iam frequentemente à região de Porto Seguro (Trancoso, Arraial, Santo André, Corumbau) via Congonhas em rápidos e confortáveis voos de aproximadamente uma hora e meia de duração, ando descobrindo que Santa Catarina oferece boas opções de praias. A 50 minutos de vôo de São Paulo, sem necessidade de usar o absolutamente INDECENTE, CARO E LONGÍNCUO aeroporto de Guarulhos.
Claro que Santa Catarina não tem o charme, o clima, a temperatura do mar e os coqueiros da Bahia. Mas tem serviços bem melhores, limpeza incomparável e mar (gelado), muito bonito.
Neste ano visitei a divina Ilha do Papagaio em abril (descrita em artigo publicado aqui neste blog anteriormente) e em 12 de outubro de 2009, a praia de Jurere, a 40 minutos de Florianópolis. Nesta última, me hospedei no IL CAMPANARIO, hotel novo e confortável dos mesmos empreendedores que desevolveram o condomínio aberto chamado Jurerê Internacional. É, na verdade, a parte VIP da bela (de águas tranquilas e doce brisa) praia de Jurerê, reinado da moçada chique e dos bares famosos e elegantes. Mas não só de balada vive o lugar. Surpreendentemente, de história também; na forma de um impressionantemente bem conservado Forte de São José, em cima de uma colina na ponta esquerda de Jurerê que dá para a idílica Praia do Forte.
Restaurado de modo primoroso pela Universidade Federal de Santa Catarina e financiado pelo odioso Banco do Brasil, o Forte é na verdade um museu interessantíssimo, bem exposto e explicado, desvendando uma parte da história do Brasil que pouco conhecemos; a defesa de nosso território em ilhas e penínsulas e como viviam os soldados que por lá trabalhavam. Com direito também a linda vista e belos jardins. Muito, mas muito melhor do que as ruínas sem-graça, mas bastante mais famosas do Garcia D´Avila na Bahia.
Por uma trilha na mata, junto ao complexo histórico, chega-se a uma das praias mais bonitas do Brasil, a praia do Forte (muito mais bonita do que a homônima baiana, acredite se quiser). Areia super branca e fofa, mar-piscina transparente em tons de azul e verde, nem uma onda sequer. Morros floridos, vegetação pujante, calma e bares simples de praia completam um cenário idílico muito pouco frequentado por turistas.
Também a pé pela praia, seguindo na direção oposta, chega-se à praia preferida dos argentinos, Canasvieiras. Não é a "minha praia", mas serve como referencia.
O Il Campanario é uma bela escolha de hospedagem, principalmente para famílias e pessoas mais velhas. Para casais, falta clima romantico; mas sobra conforto nos quartos bem montados, espaçosos, munidos de pequena copa com microondas e cafeteira. Alguns tem vista parcial para o mar apesar do hotel ser a duas quadras da praia. O serviço é padrão eficiencia dos estados do sul do Brasil: pessoal bonito e com neuronios mais bem alimentados do que no resto de nosso atribulado país. O café da manhã é excelente e serviço de piscina idem. Os preços são de São Paulo. Jurerê é praia cara, nada de coisa para moçada surfista. O melhor restaurante do pedaço é o Taikô, um lugar muito agradável, com boa música e pratos que vão de especialidades japonesas cruas a risotos de camarão ao limão e às lulas a dorê mais saborosas do Brasil. Nem no Antiquarius de São Paulo comi lulas tão boas. São incríveis!
No Encanta as coisas são mais simples, piores e nem por isso mais baratas. Fuja! Jurerê em sua parte simples abriga restaurante perto, mas não pé na areia. O Guia 4 Rodas indica uma cópia do Toca da Garoupa de Florianóplois, o Toca de Jurerê, cujo chef foi funcionário da casa copiada. Deve ser bom, mas não provei, pois no quesito "comida típica de Santa Catarina", preferi seguir a dica de Sergio Doria e enfrentar o longo percurso do hotel até a linda e divertida Lagoa da Conceição. Lá se encontra o Ponta das Caranhas, lugar simples mas muito bem localizado à beira-lagoa, com um lindo jardim e cardápio farto em frutos do mar. Porções grandes e deliciosas, preços mais amigáveis do que os praticados na praia VIP. Vale o longo trajeto. Aliás, Lagoa e suas "pousadas de charme" e as opções mais descoladas perto do "Guarujá" Catarinense, Balneário Camboriú, serão meus próximos destinos praianos no sul. Talvez até revisitar Itapema, experiência péssima anterior. Como a praia é bonita e talvez a hospedagem já tenha progredido do horror que era nos idos dos anos 90, pode ser um risco interessante de se correr...
O bom de viver em país de dimensões continentais como o nosso é a plêiade de possibilidades turísticas. E cada vez mais, já que o Brasil é o país da moda e como dizem os americanos: Brazil rocks!
Totalmente de acordo. Bombamos!
domingo, 26 de julho de 2009
LAS VEGAS 2009
Minha ultima vez na SIN CITY (cidade do pecado), havia sido há dez anos e em 1999 já achava Las Vegas espetacular. O que mais construir? Impossível restaurantes melhores, shows mais espetaculares, luzes mais brilhantes, cassinos mais fulgurosos. Por que mexer em cavalo que está ganhando? Mas a cidade encravada entre as belas montanhas, no deserto, no estado de Nevada, não para. Nunca.
Começando pelos hotéis, que já enormes, dobraram de tamanho e quase todos construíram mais quartos, lojas, espaços de lazer e parques de diversões. Na cidade, o novo vira velho em pouco tempo e 10 anos atrás, o maravilhoso Bellagio não tinha concorrente. Agora tem dois e já parece um tanto ultrapassado. Fósseis como o MGM Grand sacudiram a poeira e exibem hoje uma coleção estonteante de bares, boates e restaurantes. Os cassinos continuam lá, com caça níqueis mais silenciosos, menos espalhafatosos e pasmem: sem moedas! Operados por notas de dólar ou tíquetes especiais. O barulho das cascatas de moedas faz falta? Não. Porque Las Vegas virou balada, o foco é o público jovem e o som discoteca impera nos cassinos. Quanto mais sofisticado, melhor o DJ; e melhor a boate nos hotéis e cassinos. As casas noturnas são muito bonitas, enormes, repletas de jovens vestidos de maneira muito sensual e moderna, renovaram o ar um tanto “velha Máfia” do lugar. A velharia, que imperava em Las Vegas, já não dá mais as cartas, as famílias concentram-se nos hotéis mais baratos e bregas e o forte mesmo é o público das enormes e freqüentes convenções de negócios que impulsionam a economia local e a moçada bonita.
No momento, julho de 2009, os hotéis mais cool são o Wynn e Encore, do mesmo dono, o genial Steve Wynn. O Encore, mais novo, onde nos hospedamos, é sensacional em sua decoração vermelha, seus restaurantes bárbaros, piscinas muito agradáveis, lojas chiquérrimas e apartamentos fabulosos. Por US$ 200 nos hospedamos em uma grande suíte munida de TV gigante, bem decorada e com vista panorâmica. Mas o preço do quarto engana; idem para a passagem aérea em preço promocional. Prometem férias baratas e Las Vegas pode ser TUDO, menos barata. E não é por causa do jogo (eu gastei míseros US$100 no vício) e sim pelos espetáculos, restaurantes, passeios, táxis, bares, exposições, discos e por aí vai. Por pessoa, fácil, sem compras, 500 dólares por dia para estes últimos itens citados. Parece muito? Façamos as contas:
Assistimos a 5 shows: LOVE (fantástico), Jersey Boys (ótimo), Le Rève (lindo), Blue Man Group (ridículo) e Phantom (grandioso). Preços variando entre 180 a 90 dólares por assento – e em nenhum deles compramos os mais caros, que com direito a champanhe e morangos com chocolate podem bater fácil nos 300 por cabeça. Para ver tigres e golfinhos no Mirage (altamente recomendável), outros US$ 15; se emocionar com a magnífica exposição de partes e objetos resgatados do naufrágio do Titanic, adicionais US$ 30. Qualquer corrida de taxi não sai por menos de 15 levando em conta o transito lento da cidade e não se bebe nada alcoólico decente por menos de 10 a taça ou dose. Discotecas cobram fácil US$ 100 a entrada e há enormes filas as sextas e sábados, os dias “hot”. Nenhum restaurante bom cobra menos do que 80 por pessoa. Portanto...
Vale? Totalmente. É a Disney dos adultos, um lugar onde divertir-se é a sua única obrigação como turista.
Para nós, grandes fãs da boa mesa, Las Vegas não fica atrás dos grandes centros gastronômicos internacionais. Seria exagero afirmar tal coisa, não fosse o fato incontestável de que a “bíblia gourmet” mundial, o respeitado Guia Michelin, publica agora anualmente um Guia Las Vegas. O guia francês ignora São Paulo, mas distribui nada menos do que 17 estrelas a casas de Las Vegas. Os três chefs top da França possuem estabelecimentos lá, em variados graus de qualidade. O mago das panelas, Joel Robuchon não faz por menos e exibe 1 casa com uma estrela e a outra, a jóia de sua coroa, com 3 estrelas – cotação máxima no Michelin. Guy Savoy ostenta restaurante com duas estrelas e Alain Ducasse brilha no Mix, com uma estrela.
Com tantas opções maravilhosas, nos deliciamos com a comida chinesa mais do que perfeita do Wing Lei, com a modernidade americana da churrascaria-chique SW, com os Picassos genuínos que enfeitam as paredes do restaurante de mesmo nome, com a inovação de uma cadeia de restaurantes deliciosa, The Capital Grille; com o hambúrguer-Nova York-sensação do Daniel Boulud Brasserie; com o brunch elegante do Tableau. E deixando o melhor para o final: com a comida, ambiente e serviço mais que perfeitos do Joel Robuchon. Tudo variando de 80 a 300 dólares por pessoa. Para fanáticas por cozinha de ponta como nós, sem dúvida!
Todos valeram as “facadas”? Sim, com exceção do Picasso, misteriosamente adornado por 2 estrelas Michelin. O ambiente é bonito, mas o serviço é esnobe e a comida, apesar de boa, não vale o que cobra. Também não ajuda o fato de estar localizado em frente às “fontes de águas cantantes” do hotel Bellagio, o que dá um tom artificial, meio Epcot Center à casa. Os garçons ostentam falsos sotaques franceses, o chef chama-se Julián Serrano, mas ataca sem piedade os clássicos da gastronomia francesa ao invés de ater-se a especialidades ibéricas, o que seria mais adequado. É pretensioso, fuja.
Do que mais gostamos? Joel Robuchon.
Decoração espetacular em tons de roxo, lilás, vermelho e preto. Um festival de bom gosto, flores e candelabros de sonho. Pequeno, intimista, serviço onde os garçons não andam, deslizam pelo ambiente. A formalidade é quebrada pelos carrinhos de pães e doces e suas escolhas divertidas, coloridas,engraçadas; pelo bolo de cerejas que o freguês ganha de brinde após o banquete, a gentileza dos funcionários. A comida é o melhor do melhor que a França tem a oferecer: inovadora, moderna, deliciosa, surpreendente, muito bem apresentada e honesta. Honesta por oferecer 5 opções de menu em restaurante onde normalmente as coisas começam em 300 dólares. Voce gasta os 300, ou bem mais, se quiser, mas pode-se experimentar este restaurante ímpar gastando 140, por exemplo. É uma maneira inteligente de tornar um pouco mais acessível a altíssima gastronomia de um 3 estrelas. Pontos para o Sr. Robuchon!
Dias de sonho em Las Vegas atualmente, em minha opinião, incluiriam estadia no Encore, preguiça nas piscinas do Wynn, panquecas de blueberry, gordas e fumegantes de café da manhã no Tableau bebericando champanhe,exposição do Titanic (fica em Las Vegas até 2018), a alegria do LOVE e a salada de pato de Peking do Wing Lei. E tenho dito...
Minha ultima vez na SIN CITY (cidade do pecado), havia sido há dez anos e em 1999 já achava Las Vegas espetacular. O que mais construir? Impossível restaurantes melhores, shows mais espetaculares, luzes mais brilhantes, cassinos mais fulgurosos. Por que mexer em cavalo que está ganhando? Mas a cidade encravada entre as belas montanhas, no deserto, no estado de Nevada, não para. Nunca.
Começando pelos hotéis, que já enormes, dobraram de tamanho e quase todos construíram mais quartos, lojas, espaços de lazer e parques de diversões. Na cidade, o novo vira velho em pouco tempo e 10 anos atrás, o maravilhoso Bellagio não tinha concorrente. Agora tem dois e já parece um tanto ultrapassado. Fósseis como o MGM Grand sacudiram a poeira e exibem hoje uma coleção estonteante de bares, boates e restaurantes. Os cassinos continuam lá, com caça níqueis mais silenciosos, menos espalhafatosos e pasmem: sem moedas! Operados por notas de dólar ou tíquetes especiais. O barulho das cascatas de moedas faz falta? Não. Porque Las Vegas virou balada, o foco é o público jovem e o som discoteca impera nos cassinos. Quanto mais sofisticado, melhor o DJ; e melhor a boate nos hotéis e cassinos. As casas noturnas são muito bonitas, enormes, repletas de jovens vestidos de maneira muito sensual e moderna, renovaram o ar um tanto “velha Máfia” do lugar. A velharia, que imperava em Las Vegas, já não dá mais as cartas, as famílias concentram-se nos hotéis mais baratos e bregas e o forte mesmo é o público das enormes e freqüentes convenções de negócios que impulsionam a economia local e a moçada bonita.
No momento, julho de 2009, os hotéis mais cool são o Wynn e Encore, do mesmo dono, o genial Steve Wynn. O Encore, mais novo, onde nos hospedamos, é sensacional em sua decoração vermelha, seus restaurantes bárbaros, piscinas muito agradáveis, lojas chiquérrimas e apartamentos fabulosos. Por US$ 200 nos hospedamos em uma grande suíte munida de TV gigante, bem decorada e com vista panorâmica. Mas o preço do quarto engana; idem para a passagem aérea em preço promocional. Prometem férias baratas e Las Vegas pode ser TUDO, menos barata. E não é por causa do jogo (eu gastei míseros US$100 no vício) e sim pelos espetáculos, restaurantes, passeios, táxis, bares, exposições, discos e por aí vai. Por pessoa, fácil, sem compras, 500 dólares por dia para estes últimos itens citados. Parece muito? Façamos as contas:
Assistimos a 5 shows: LOVE (fantástico), Jersey Boys (ótimo), Le Rève (lindo), Blue Man Group (ridículo) e Phantom (grandioso). Preços variando entre 180 a 90 dólares por assento – e em nenhum deles compramos os mais caros, que com direito a champanhe e morangos com chocolate podem bater fácil nos 300 por cabeça. Para ver tigres e golfinhos no Mirage (altamente recomendável), outros US$ 15; se emocionar com a magnífica exposição de partes e objetos resgatados do naufrágio do Titanic, adicionais US$ 30. Qualquer corrida de taxi não sai por menos de 15 levando em conta o transito lento da cidade e não se bebe nada alcoólico decente por menos de 10 a taça ou dose. Discotecas cobram fácil US$ 100 a entrada e há enormes filas as sextas e sábados, os dias “hot”. Nenhum restaurante bom cobra menos do que 80 por pessoa. Portanto...
Vale? Totalmente. É a Disney dos adultos, um lugar onde divertir-se é a sua única obrigação como turista.
Para nós, grandes fãs da boa mesa, Las Vegas não fica atrás dos grandes centros gastronômicos internacionais. Seria exagero afirmar tal coisa, não fosse o fato incontestável de que a “bíblia gourmet” mundial, o respeitado Guia Michelin, publica agora anualmente um Guia Las Vegas. O guia francês ignora São Paulo, mas distribui nada menos do que 17 estrelas a casas de Las Vegas. Os três chefs top da França possuem estabelecimentos lá, em variados graus de qualidade. O mago das panelas, Joel Robuchon não faz por menos e exibe 1 casa com uma estrela e a outra, a jóia de sua coroa, com 3 estrelas – cotação máxima no Michelin. Guy Savoy ostenta restaurante com duas estrelas e Alain Ducasse brilha no Mix, com uma estrela.
Com tantas opções maravilhosas, nos deliciamos com a comida chinesa mais do que perfeita do Wing Lei, com a modernidade americana da churrascaria-chique SW, com os Picassos genuínos que enfeitam as paredes do restaurante de mesmo nome, com a inovação de uma cadeia de restaurantes deliciosa, The Capital Grille; com o hambúrguer-Nova York-sensação do Daniel Boulud Brasserie; com o brunch elegante do Tableau. E deixando o melhor para o final: com a comida, ambiente e serviço mais que perfeitos do Joel Robuchon. Tudo variando de 80 a 300 dólares por pessoa. Para fanáticas por cozinha de ponta como nós, sem dúvida!
Todos valeram as “facadas”? Sim, com exceção do Picasso, misteriosamente adornado por 2 estrelas Michelin. O ambiente é bonito, mas o serviço é esnobe e a comida, apesar de boa, não vale o que cobra. Também não ajuda o fato de estar localizado em frente às “fontes de águas cantantes” do hotel Bellagio, o que dá um tom artificial, meio Epcot Center à casa. Os garçons ostentam falsos sotaques franceses, o chef chama-se Julián Serrano, mas ataca sem piedade os clássicos da gastronomia francesa ao invés de ater-se a especialidades ibéricas, o que seria mais adequado. É pretensioso, fuja.
Do que mais gostamos? Joel Robuchon.
Decoração espetacular em tons de roxo, lilás, vermelho e preto. Um festival de bom gosto, flores e candelabros de sonho. Pequeno, intimista, serviço onde os garçons não andam, deslizam pelo ambiente. A formalidade é quebrada pelos carrinhos de pães e doces e suas escolhas divertidas, coloridas,engraçadas; pelo bolo de cerejas que o freguês ganha de brinde após o banquete, a gentileza dos funcionários. A comida é o melhor do melhor que a França tem a oferecer: inovadora, moderna, deliciosa, surpreendente, muito bem apresentada e honesta. Honesta por oferecer 5 opções de menu em restaurante onde normalmente as coisas começam em 300 dólares. Voce gasta os 300, ou bem mais, se quiser, mas pode-se experimentar este restaurante ímpar gastando 140, por exemplo. É uma maneira inteligente de tornar um pouco mais acessível a altíssima gastronomia de um 3 estrelas. Pontos para o Sr. Robuchon!
Dias de sonho em Las Vegas atualmente, em minha opinião, incluiriam estadia no Encore, preguiça nas piscinas do Wynn, panquecas de blueberry, gordas e fumegantes de café da manhã no Tableau bebericando champanhe,exposição do Titanic (fica em Las Vegas até 2018), a alegria do LOVE e a salada de pato de Peking do Wing Lei. E tenho dito...
domingo, 14 de junho de 2009
quarta-feira, 10 de junho de 2009
LUA DE MEL NA GRÉCIA
ATENAS,METEORA E SANTORINI – JUNHO 2009
Grécia é lugar para lua de mel, escolha um tanto óbvia que fazia parte de minhas três falhas viageiras: até 2007 eu não conhecia Grécia, Egito e Uruguai. Agora já estive nos dois primeiros e preciso conferir a famosa, pelo menos, Punta Del Este. Amei o Egito, gostei da Grécia e tenho certeza que não apreciarei Punta. Mas um dia eu chego lá...
Para quem , até 2007, já tinha visitado os dois Pólos da terra e lugares exóticos como a Ilha de Páscoa, Taiti, Índia, Vietnam, Camboja e Laos, não conhecer a Grécia era quase uma vergonha. Portanto, unindo o útil ao agradável que é o caso de uma lua de mel, lá fomos nós para o berço da democracia. Que eu queria conhecer por mar e não por terra, mas acabamos indo na dobradinha avião e carro. Não foi má escolha, mas se um dia voltarmos à Grécia, coisa provável e que vale muito a pena, voltaria em cruzeiro, visitando ilhas menos batidas do que as inefáveis Mykonos e Santorini. A primeira ainda vou para conferir os peladões! Santorini tem seus encantos, mas uma vez basta. Apesar da beleza do mar, do inusitado da ilha-vulcão com uma cratera repleta de água azul-pavão, Santorini sofre de um turismo intenso que torna tudo muito caro, cheio, gente feia e faz com que a originalidade e fator pitoresco do lugar se perca nas hordas de europeus velhos, gordos e brancos procurando o sol que lhes falta em seus países. Santorini deve ter tido um “clima” Trancoso, por exemplo, há algumas décadas. Hoje em dia está mais para Camburi no auge do verão.
Estranha e inusitadamente, apreciamos bem mais Atenas e Meteora, lugares reais, com gregos de verdade. Nada de Disneylândia no mar Egeu.
Atenas é injustamente vilificada por brasileiros que a consideram cidade “feia e sem nada o que fazer”. Não é nem coisa nem outra. Pode não ostentar a arquitetura de Paris, por exemplo, mas seus uniformes e baixos prédios a tornam muito mais homogênea do que nossa horrenda São Paulo, por exemplo. Sem falar da localização a beira mar e das colinas principais, a famosa Acrópole e a mais alta Likavittos, que ostenta igreja bonita e restaurante luxuoso. O transito é intenso mas razoável, os táxis caros mas novos e o nível de segurança é um paraíso terrestre para qualquer brasileiro.
Há muito que fazer em dois setores: cultural e lazer. O primeiro, claro, tendo o Parthenon como ápice e o maravilhosos Museu Arqueológico Nacional como contraponto perfeito. Infelizmente, chegamos um tanto adiantados para a inauguração do novo Museu da Acrópole, que abre suas portas ao público do final de jun ho e até dezembro só cobrará 1 euro por ingresso. Vimos a bela, moderna e imponente construção em seus toques finas e mostra especial do fabulosos acervo no ótimo aeroporto de Atenas. Sensacional! Como também o são as ruínas de templos e centros de convivências dos tempos clássicos gregos e da ocupação romana. Tais ruínas, tão naturalmente tecidas na trama da moderna cidade dão um toque de charme a Atenas que poucas aglomerações urbanas de 6 milhões de almas, pelo mundo, podem oferecer. Isso sem mencionar o ônibus turístico de dois andares (Hop On, Hop Off), o de cima a céu aberto, que faz o percurso dos pontos turísticos principais por 18 euros, com direito a quantas paradas o freguês quiser, em período camarada e flexível de 24 horas. Boa forma de ver melhor a cidade, seus parques, o lindo estádio olímpico onde a primeira Olimpíada foi celebrada, a divertida troca da guarda em frente ao Parlamento e, de modo geral, a alegria do povo grego. Muito faladores e gesticuladores, gentis e grandes apreciadores de nosso futebol, os gregos são versáteis em matéria de idiomas e fazem de tudo para se comunicar com os turistas. O idioma não é tão difícil como parece, o alfabeto tem muitas letras latinas e os sons da bonita língua parecem ora espanhol, ora italiano com toques de russo. Outra bela surpresa deste país tão simpático e ensolarado.
A comida foi outra surpresa deliciosa e nos impressionou pelo quão saudável ela é. A salada grega (pepino, tomate, cebolas, azeitonas, pimentões e queijo feta regado por um divino azeite de oliva) é um dos carros-chefe, os queijos são muito interessantes e os vinhos idem. A “lasanha” grega (moussaka) é mais leve e saudável do que a italiana, uma genial mistura de massa, berinjela e um creme dos Deuses! Souvlaki é o espetinho tradicional e até aquela carne nojenta que fica girando em vitrines por toda a Turquia e Alemanha ( e o abjeto centro de São Paulo), o “gyro”, na Grécia tem melhor sabor e melhor apresentação.
Em Atenas fomos ao chique Milos, dentro do hotel Hilton; caro mas excelente. Mas o divertido mesmo é comer nos restaurantes em geral pequenos e charmosos no bairro Plaka, perto da Acrópole. Alguns deles bastante turísticos, mas não perdendo a qualidade da comida (Sissifos e Tepeni são bons exemplos visitados por nós). Os locais jovens vão mesmo aos bares e restaurantes de uma rua em Plaka paralela e encostada aos trilhos por onde corre moderno trem urbano, apertado entre os estabelecimentos comerciais e uma escola antiga restaurada pela grana poderosa de John Rockfeller. O trabalho de recuperação do edifício é tão bem feito que se tem uma ótima idéia de como os outros devem ter sido. Principalmente a famosa Biblioteca de Adriano, tristemente reduzida a escombros hoje em dia.
Não se deve esperar muito das ruínas gregas que são, como diz o próprio nome, ruínas. Apesar de vários e caros esforços de restauração, a maioria das construções foi severamente danificada através dos séculos, guerras, ocupações estrangeiras e terremotos. Mas são interessantes e especiais de qualquer modo e magnificamente completadas pelos acervos dos museus que regatam detalhes e a exposição ao ar livre e aos vândalos na certa destruiriam.
Em Atenas, alugamos um carro e dirigimos os 350 kms que separam Meteora de Atenas. Viagem interessante, por estradas em ótimo estado de conservação e motoristas bastante educados. Por que ir a Meteora, lugar que ninguém conhece? Não há praia, é longe de Atenas... O motivo reside nos monastérios incrustados em rochas altíssimas nas montanhas gregas, que até neve recebem no inverno. É um cenário muito bonito, flanqueado por duas cidadezinhas bem simpáticas Kalambaka e Kastrakis.
Nos hospedamos no Hotel Meteora Kastrakis, o melhor custo-benefício na viagem. Uma suíte grande, moderna e confortável por 140 euros. Com direito a terraço e vista maravilhosa. É de longe a melhor opção de hospedagem da região. Pela minúscula Kastrakis há restaurantes estilo familiar, bem gregos, com comida deliciosa. Na Grécia, apesar de não se ver vacas, a carne bovina é deliciosa e bem mais barata do que em outros países europeus. Não hesite em pedir hambúrgueres. São muito bons. Pimentões e tomates recheados com arroz são bons acompanhamentos.
Os monastérios podem ser visitados, de carro, em um dia e a pé em dois. Para quem gosta de caminhar, não há exercício mais prazeroso e as trilhas são bem marcadas. Montanhas, desfiladeiros, penhascos, precipícios, cavernas, rochas lindas e desafiadoras. Os monastérios são super diferentes e o clima é de paz total; uma espécie de Tibete grego. Um dos monastérios, em minha opinião o que apresenta localização mais espetacular, o Agia Triada (Holy Trinity) é tão fabuloso que foi usado como cenário para o filme de James Bond, For Your Eyes Only. Confiram e verão do que estou falando. Não é só efeito especial para cinema. Tais lugares existem e valem muito a pena serem visitados. Sua história é fascinante, pois desde o século onze, monges eremitas, fugidos das muitas guerras e perseguições no país, se refugiaram nas cavernas dos penhascos vertiginosamente altos e de acesso muito difícil e aos poucos foram construindo os bonitos monastérios, muitos deles exibindo portentosas obras de arte sacra e murais belíssimos.
Bem, deixamos o mais óbvio para o final: Santorini. O lugar do qual menos gostamos na Grécia e no qual encontramos a maior quantidade de brasileiros. Como nós, talvez desapontados pelo clima “Disney” da ilha, pela falta de espaço nos caros hotéis, pelas hordas de turistas feios, pelos asiáticos promovendo ridículos casamentos no mega-hype por do sol em Oia. E o que dizer das praias? Nada. Para brasileiros uma total perda de tempo. É ou areia grossa fervendo ou pedregulhos gigantes quentíssimos. Escolha! E o mar? Lindo e limpo, mas uma geladeira comparável á Antártida.
Santorini vale a pena ser visitada se o turista estiver instalado a bordo de belos navios de cruzeiro. Param lá, você visita as vilazinhas, tira fotos do vulcão, pode até ver o por do sol que é tão bonito quanto em QUALQUER outro oceano, praia, campo, etc. Faz compras nas portentosas joalherias, adquire souvenires interessantes, almoça ou janta nos excelentes 1800 e Ambrosia (em Oia); em Firostefanis dirija-se ao japonês Ginger, boa opção para variar da cozinha local. Para drinks, aperitivos e clima"balada light", o bar Azur, em Fira, é a pedida; mais descolado e charmoso impossível. Se o tempo der, visite também o Wine Museum, uma experiência deliciosa e uma das poucas coisas tradicionais que restaram na ilha; uma vinícola pertencente à mesma família desde 1870. Sim, porque com o turismo e os poderosos subsídios da União Européia, as coisas milenares e típicas de Santorini praticamente desapareceram. Esqueça o que se vê nos filmes, os agricultores vestidos com roupas típicas, mulas e burricos transportando uvas, festas da colheita, centenas de nativos aproveitando as benesses do ar marinho, da saudável comida mediterrânea, da vida tranqüila. Recuerdos do clássico e poético filme Zorba, o Grego...
O único cultivo da ilha é uva para vinhos; que por sinal são muito bons e visitar as várias vinícolas é um prazer para os apreciadores da bebida. Todo o resto é “importado” do resto da Grécia. Há espaço suficiente para o cultivo de várias coisas e rebanhos (não vimos uma vaca, cabra ou carneiro sequer), mas os locais estão completamente “estragados” pelo dinheiro fácil do turismo e dos subsídios. Uma pena, visto que a ilha tem sido habitada desde tempos pré-históricos e sua história é rica e curiosa. É triste ver dezenas de construções abandonadas, afetadas pela crise que ataca principalmente os países mais pobres da Europa. Gente que tentou investir em ainda mais um condomínio para turistas- se é que isso é possível – e entrou pelo cano.
Voltaria à Grécia. Mas em barco.
Aliás, vai aqui minha dica depois de 12 dias no país: conheça Atenas, alugue carro para Meteora e se tiver tempo, Tessalonica e alguns lugares do Peloponeso. Depois, embarque em cruzeiros pelas ilhas Cyclades ou outros grupos de ilhas, coisa que a Grécia tem de sobra. O turista precisará de um mês de férias e dinheiro, claro. Tal projeto pode ser dividido em dois, por exemplo. Viagem pelo continente e viagem por mar. Pode acreditar: é o ideal.
Santorini, 10 de junho de 2009.
A Mari Emmanuelides, amiga brasileira/grega que me deu boas dicas sobre o país de seus antepassados.
ATENAS,METEORA E SANTORINI – JUNHO 2009
Grécia é lugar para lua de mel, escolha um tanto óbvia que fazia parte de minhas três falhas viageiras: até 2007 eu não conhecia Grécia, Egito e Uruguai. Agora já estive nos dois primeiros e preciso conferir a famosa, pelo menos, Punta Del Este. Amei o Egito, gostei da Grécia e tenho certeza que não apreciarei Punta. Mas um dia eu chego lá...
Para quem , até 2007, já tinha visitado os dois Pólos da terra e lugares exóticos como a Ilha de Páscoa, Taiti, Índia, Vietnam, Camboja e Laos, não conhecer a Grécia era quase uma vergonha. Portanto, unindo o útil ao agradável que é o caso de uma lua de mel, lá fomos nós para o berço da democracia. Que eu queria conhecer por mar e não por terra, mas acabamos indo na dobradinha avião e carro. Não foi má escolha, mas se um dia voltarmos à Grécia, coisa provável e que vale muito a pena, voltaria em cruzeiro, visitando ilhas menos batidas do que as inefáveis Mykonos e Santorini. A primeira ainda vou para conferir os peladões! Santorini tem seus encantos, mas uma vez basta. Apesar da beleza do mar, do inusitado da ilha-vulcão com uma cratera repleta de água azul-pavão, Santorini sofre de um turismo intenso que torna tudo muito caro, cheio, gente feia e faz com que a originalidade e fator pitoresco do lugar se perca nas hordas de europeus velhos, gordos e brancos procurando o sol que lhes falta em seus países. Santorini deve ter tido um “clima” Trancoso, por exemplo, há algumas décadas. Hoje em dia está mais para Camburi no auge do verão.
Estranha e inusitadamente, apreciamos bem mais Atenas e Meteora, lugares reais, com gregos de verdade. Nada de Disneylândia no mar Egeu.
Atenas é injustamente vilificada por brasileiros que a consideram cidade “feia e sem nada o que fazer”. Não é nem coisa nem outra. Pode não ostentar a arquitetura de Paris, por exemplo, mas seus uniformes e baixos prédios a tornam muito mais homogênea do que nossa horrenda São Paulo, por exemplo. Sem falar da localização a beira mar e das colinas principais, a famosa Acrópole e a mais alta Likavittos, que ostenta igreja bonita e restaurante luxuoso. O transito é intenso mas razoável, os táxis caros mas novos e o nível de segurança é um paraíso terrestre para qualquer brasileiro.
Há muito que fazer em dois setores: cultural e lazer. O primeiro, claro, tendo o Parthenon como ápice e o maravilhosos Museu Arqueológico Nacional como contraponto perfeito. Infelizmente, chegamos um tanto adiantados para a inauguração do novo Museu da Acrópole, que abre suas portas ao público do final de jun ho e até dezembro só cobrará 1 euro por ingresso. Vimos a bela, moderna e imponente construção em seus toques finas e mostra especial do fabulosos acervo no ótimo aeroporto de Atenas. Sensacional! Como também o são as ruínas de templos e centros de convivências dos tempos clássicos gregos e da ocupação romana. Tais ruínas, tão naturalmente tecidas na trama da moderna cidade dão um toque de charme a Atenas que poucas aglomerações urbanas de 6 milhões de almas, pelo mundo, podem oferecer. Isso sem mencionar o ônibus turístico de dois andares (Hop On, Hop Off), o de cima a céu aberto, que faz o percurso dos pontos turísticos principais por 18 euros, com direito a quantas paradas o freguês quiser, em período camarada e flexível de 24 horas. Boa forma de ver melhor a cidade, seus parques, o lindo estádio olímpico onde a primeira Olimpíada foi celebrada, a divertida troca da guarda em frente ao Parlamento e, de modo geral, a alegria do povo grego. Muito faladores e gesticuladores, gentis e grandes apreciadores de nosso futebol, os gregos são versáteis em matéria de idiomas e fazem de tudo para se comunicar com os turistas. O idioma não é tão difícil como parece, o alfabeto tem muitas letras latinas e os sons da bonita língua parecem ora espanhol, ora italiano com toques de russo. Outra bela surpresa deste país tão simpático e ensolarado.
A comida foi outra surpresa deliciosa e nos impressionou pelo quão saudável ela é. A salada grega (pepino, tomate, cebolas, azeitonas, pimentões e queijo feta regado por um divino azeite de oliva) é um dos carros-chefe, os queijos são muito interessantes e os vinhos idem. A “lasanha” grega (moussaka) é mais leve e saudável do que a italiana, uma genial mistura de massa, berinjela e um creme dos Deuses! Souvlaki é o espetinho tradicional e até aquela carne nojenta que fica girando em vitrines por toda a Turquia e Alemanha ( e o abjeto centro de São Paulo), o “gyro”, na Grécia tem melhor sabor e melhor apresentação.
Em Atenas fomos ao chique Milos, dentro do hotel Hilton; caro mas excelente. Mas o divertido mesmo é comer nos restaurantes em geral pequenos e charmosos no bairro Plaka, perto da Acrópole. Alguns deles bastante turísticos, mas não perdendo a qualidade da comida (Sissifos e Tepeni são bons exemplos visitados por nós). Os locais jovens vão mesmo aos bares e restaurantes de uma rua em Plaka paralela e encostada aos trilhos por onde corre moderno trem urbano, apertado entre os estabelecimentos comerciais e uma escola antiga restaurada pela grana poderosa de John Rockfeller. O trabalho de recuperação do edifício é tão bem feito que se tem uma ótima idéia de como os outros devem ter sido. Principalmente a famosa Biblioteca de Adriano, tristemente reduzida a escombros hoje em dia.
Não se deve esperar muito das ruínas gregas que são, como diz o próprio nome, ruínas. Apesar de vários e caros esforços de restauração, a maioria das construções foi severamente danificada através dos séculos, guerras, ocupações estrangeiras e terremotos. Mas são interessantes e especiais de qualquer modo e magnificamente completadas pelos acervos dos museus que regatam detalhes e a exposição ao ar livre e aos vândalos na certa destruiriam.
Em Atenas, alugamos um carro e dirigimos os 350 kms que separam Meteora de Atenas. Viagem interessante, por estradas em ótimo estado de conservação e motoristas bastante educados. Por que ir a Meteora, lugar que ninguém conhece? Não há praia, é longe de Atenas... O motivo reside nos monastérios incrustados em rochas altíssimas nas montanhas gregas, que até neve recebem no inverno. É um cenário muito bonito, flanqueado por duas cidadezinhas bem simpáticas Kalambaka e Kastrakis.
Nos hospedamos no Hotel Meteora Kastrakis, o melhor custo-benefício na viagem. Uma suíte grande, moderna e confortável por 140 euros. Com direito a terraço e vista maravilhosa. É de longe a melhor opção de hospedagem da região. Pela minúscula Kastrakis há restaurantes estilo familiar, bem gregos, com comida deliciosa. Na Grécia, apesar de não se ver vacas, a carne bovina é deliciosa e bem mais barata do que em outros países europeus. Não hesite em pedir hambúrgueres. São muito bons. Pimentões e tomates recheados com arroz são bons acompanhamentos.
Os monastérios podem ser visitados, de carro, em um dia e a pé em dois. Para quem gosta de caminhar, não há exercício mais prazeroso e as trilhas são bem marcadas. Montanhas, desfiladeiros, penhascos, precipícios, cavernas, rochas lindas e desafiadoras. Os monastérios são super diferentes e o clima é de paz total; uma espécie de Tibete grego. Um dos monastérios, em minha opinião o que apresenta localização mais espetacular, o Agia Triada (Holy Trinity) é tão fabuloso que foi usado como cenário para o filme de James Bond, For Your Eyes Only. Confiram e verão do que estou falando. Não é só efeito especial para cinema. Tais lugares existem e valem muito a pena serem visitados. Sua história é fascinante, pois desde o século onze, monges eremitas, fugidos das muitas guerras e perseguições no país, se refugiaram nas cavernas dos penhascos vertiginosamente altos e de acesso muito difícil e aos poucos foram construindo os bonitos monastérios, muitos deles exibindo portentosas obras de arte sacra e murais belíssimos.
Bem, deixamos o mais óbvio para o final: Santorini. O lugar do qual menos gostamos na Grécia e no qual encontramos a maior quantidade de brasileiros. Como nós, talvez desapontados pelo clima “Disney” da ilha, pela falta de espaço nos caros hotéis, pelas hordas de turistas feios, pelos asiáticos promovendo ridículos casamentos no mega-hype por do sol em Oia. E o que dizer das praias? Nada. Para brasileiros uma total perda de tempo. É ou areia grossa fervendo ou pedregulhos gigantes quentíssimos. Escolha! E o mar? Lindo e limpo, mas uma geladeira comparável á Antártida.
Santorini vale a pena ser visitada se o turista estiver instalado a bordo de belos navios de cruzeiro. Param lá, você visita as vilazinhas, tira fotos do vulcão, pode até ver o por do sol que é tão bonito quanto em QUALQUER outro oceano, praia, campo, etc. Faz compras nas portentosas joalherias, adquire souvenires interessantes, almoça ou janta nos excelentes 1800 e Ambrosia (em Oia); em Firostefanis dirija-se ao japonês Ginger, boa opção para variar da cozinha local. Para drinks, aperitivos e clima"balada light", o bar Azur, em Fira, é a pedida; mais descolado e charmoso impossível. Se o tempo der, visite também o Wine Museum, uma experiência deliciosa e uma das poucas coisas tradicionais que restaram na ilha; uma vinícola pertencente à mesma família desde 1870. Sim, porque com o turismo e os poderosos subsídios da União Européia, as coisas milenares e típicas de Santorini praticamente desapareceram. Esqueça o que se vê nos filmes, os agricultores vestidos com roupas típicas, mulas e burricos transportando uvas, festas da colheita, centenas de nativos aproveitando as benesses do ar marinho, da saudável comida mediterrânea, da vida tranqüila. Recuerdos do clássico e poético filme Zorba, o Grego...
O único cultivo da ilha é uva para vinhos; que por sinal são muito bons e visitar as várias vinícolas é um prazer para os apreciadores da bebida. Todo o resto é “importado” do resto da Grécia. Há espaço suficiente para o cultivo de várias coisas e rebanhos (não vimos uma vaca, cabra ou carneiro sequer), mas os locais estão completamente “estragados” pelo dinheiro fácil do turismo e dos subsídios. Uma pena, visto que a ilha tem sido habitada desde tempos pré-históricos e sua história é rica e curiosa. É triste ver dezenas de construções abandonadas, afetadas pela crise que ataca principalmente os países mais pobres da Europa. Gente que tentou investir em ainda mais um condomínio para turistas- se é que isso é possível – e entrou pelo cano.
Voltaria à Grécia. Mas em barco.
Aliás, vai aqui minha dica depois de 12 dias no país: conheça Atenas, alugue carro para Meteora e se tiver tempo, Tessalonica e alguns lugares do Peloponeso. Depois, embarque em cruzeiros pelas ilhas Cyclades ou outros grupos de ilhas, coisa que a Grécia tem de sobra. O turista precisará de um mês de férias e dinheiro, claro. Tal projeto pode ser dividido em dois, por exemplo. Viagem pelo continente e viagem por mar. Pode acreditar: é o ideal.
Santorini, 10 de junho de 2009.
A Mari Emmanuelides, amiga brasileira/grega que me deu boas dicas sobre o país de seus antepassados.
domingo, 3 de maio de 2009
ILHA DO PAPAGAIO
Finalmente, após ter me hospedado no Plaza Itapema, no Ponta dos Ganchos e no Quinta do Bucanero, consigo gostar de um hotel de praia em Santa Catarina. Anos tentando e gastando dinheiro em lugares para os quais não voltaria.
A Ilha do Papagaio e seu simpático hotel me convenceram a explorar futuramente outros lugares praianos catarinenses. Afinal, após a reestruturação da malha aérea brasileira, minha querida Bahia, mais precisamente o sul da mesma, ficou caro e difícil. Ir a Santo André, um lugar paradisíaco, 30 kms ao norte de Porto Seguro, custa R$ 1700,00 em passagens aéreas e táxis. Inviável. Agora envolve vôos de 4 a 5 horas e o enfrentamento sempre desagradável do péssimo aeroporto de Guarulhos. Portanto, Santa Catarina, aqui vou eu! E viva Congonhas e o vôo direto e de preço razoável para Floripa!
O hotel da Ilha do Papagaio existe desde os anos 70 e só foi melhorando. Hoje, seus 20 aposentos de vários tamanhos e preços, oferecem conforto e lindas vistas para o mar. O restaurante é bom, se bem que caro, e o serviço é bastante profissional.
A ilha é linda, exclusiva do hotel e oferece várias trilhas que a exploram em sua diminuta totalidade. A praia é um charme e suas águas claras uma verdadeira piscina (há piscina artificial para quem precisar de tal coisa). Para os que gostam de caminhar em praias extensas, o barco do hotel, em parcos 5 minutos, leva os hóspedes até a Praia da Pinheira e seus 7 kms de exercício que terminam na bela e famosa Guarda do Embaú. Para quem quer variar da comida do hotel, na Pinheira há restaurantes simples. Não fomos, pois a ilha é tão agradável e romantica que deu preguiça...
Para os fãs de barco há possibilidade de passeios, esqui e caiaques.
Os 50kms que separam Papagaio de Florianópolis podem ser percorridos pelos mais agitados que necessitem de ação “cidade”.
A Ilha do Papagaio é adequada a casais e famílias e a divisão de espaços é muito bem feita de maneira a não dar a impressão de falta de espaço e confinamento.
Volto com prazer!
Finalmente, após ter me hospedado no Plaza Itapema, no Ponta dos Ganchos e no Quinta do Bucanero, consigo gostar de um hotel de praia em Santa Catarina. Anos tentando e gastando dinheiro em lugares para os quais não voltaria.
A Ilha do Papagaio e seu simpático hotel me convenceram a explorar futuramente outros lugares praianos catarinenses. Afinal, após a reestruturação da malha aérea brasileira, minha querida Bahia, mais precisamente o sul da mesma, ficou caro e difícil. Ir a Santo André, um lugar paradisíaco, 30 kms ao norte de Porto Seguro, custa R$ 1700,00 em passagens aéreas e táxis. Inviável. Agora envolve vôos de 4 a 5 horas e o enfrentamento sempre desagradável do péssimo aeroporto de Guarulhos. Portanto, Santa Catarina, aqui vou eu! E viva Congonhas e o vôo direto e de preço razoável para Floripa!
O hotel da Ilha do Papagaio existe desde os anos 70 e só foi melhorando. Hoje, seus 20 aposentos de vários tamanhos e preços, oferecem conforto e lindas vistas para o mar. O restaurante é bom, se bem que caro, e o serviço é bastante profissional.
A ilha é linda, exclusiva do hotel e oferece várias trilhas que a exploram em sua diminuta totalidade. A praia é um charme e suas águas claras uma verdadeira piscina (há piscina artificial para quem precisar de tal coisa). Para os que gostam de caminhar em praias extensas, o barco do hotel, em parcos 5 minutos, leva os hóspedes até a Praia da Pinheira e seus 7 kms de exercício que terminam na bela e famosa Guarda do Embaú. Para quem quer variar da comida do hotel, na Pinheira há restaurantes simples. Não fomos, pois a ilha é tão agradável e romantica que deu preguiça...
Para os fãs de barco há possibilidade de passeios, esqui e caiaques.
Os 50kms que separam Papagaio de Florianópolis podem ser percorridos pelos mais agitados que necessitem de ação “cidade”.
A Ilha do Papagaio é adequada a casais e famílias e a divisão de espaços é muito bem feita de maneira a não dar a impressão de falta de espaço e confinamento.
Volto com prazer!
segunda-feira, 27 de abril de 2009
O artigo abaixo foi escrito recentemente por Jean Pierre Trouvé, ex-aluno e amigo francês que vive no Brasil há mais de 20 anos.
Santé!
SÃO PAULO a PATAGONIA 14 000 km de PURO PRAZER
De:
Jean Pierre Trouve
Para:
Fernanda CAIUBY
Assunto:
SÃO PAULO a PATAGONIA 14 000 km de PURO PRAZER
Data:
03/04/2009 12:58
FERNIE ..pode corrigir e me mandar...depois te mando de novo...beijo
Eu mando este e-mail para FERNANDA que tem um blog bem interessante relatando suas viagens, sempre bem documentado
e objetivo....são boas dicas....
FERNANDA, depois corrigir os erros de Português ,pode divulgar no seu blog !!!
Eu mando para alguns amigos que se interessam ou que querem também fazer essa viajem,mesmo que seja de avião !!!
Eu tinha este "velho sonho" há muito tempo...viajar para a PATAGONIA, com tempo, de carro....em 1993 eu fui de moto
para USHUAIA com alguns amigos ( o começo da estrada de terra ! ) mas eu queria voltar com CHANTAL para curtir...devo dizer que a CHANTAL dirigiu o tempo inteiro( eu não gosto muito e ela prefere...então ...mas eu fui um co-piloto comportado, sem
abusar das siestas, conversando, fazendo cafunés, escolhendo as etapas, os postos de abastecimento, enfim....eu
assumi meu papel com honra, competência e bom humor...juro !!
Saímos dia 2 de Fevereiro de SP, bem cedo...a primeira etapa foi FLORIANOPOLIS...a estrada é ruim,tem que ter cuidado ,se concentrar, pois os caminhões são um perigo...estávamos de ECO SPORT blindado, que não é o melhor carro,mas foi tudo bem; nem
furamos um pneu...o ideal seria um 4x4 com motor mínimo 3.0....agora as estradas Argentinas são excelentes, muito bem cuidadas,seguras...as piores Argentinas são melhores que as melhores Brasileiras !!! só tem que administrar o abastecimento, pode-se andar 150 km sem um posto de serviço...!! o pior inimigo nas estradas são as vacas, as ovelhas e principalmente os guanacos ( tipo de lhama pequena , selvagem que vive no campo aberto em todo lugar da PATAGONIA.
Nós ficamos um dia inteiro em FLORIPA...para conhecer...infelizmente choveu...passamos 2 noites no SOFITEL
bem localizado na praia com um monte de restaurantes, pizzarias,bem perto...a segunda etapa foi PELOTAS,pedimos o melhor hotel da cidade que era sujo,ruim, sem manutenção ...evitar....
O 3o dia chegamos a PUNTA de LESTE a 2150 km de SP...paramos em CHUY, fronteira entre BRASIL e URUGUAY onde se pode comprar montes de coisas sem impostos, mais barato que em free shop de aeroporto....há algumas churrascarias corretas....
Nós conhecemos bem PUNTA pois passamos a cada ano uma semana na casa de amigos queridos que moram em SP mas tem casa lá há 25 anos....PUNTA é um lugar muito especial, seguro, charmoso, um clima de verão europeu ( 25 oC em media de dezembro a março), limpo, não muito caro,cheio de lugares para passear, bons restaurantes....pessoal muito gentil, acolhedor....pode pagar em US$ ou pesos Uruguaios...
Os hotéis :
* o melhor , e mais caro, é L'AUBERGE ( 350 US$ em Fevereiro) na BRAVA ( há duas frentes de mar em PUNTA: a BRAVA
do lado mar aberto e a MANSA do lado estuário do RIO de la PLATA)
* o CONRAD, mas há um cassino; é muito grande,luxuoso certo, mas moderno demais !!
* o SERENA, único hotel de PUNTA "pé na areia" ( mesmo preço que l'AUBERGE...em JANEIRO tem que contar
400/450 US....
* a pousada AL DI LÁ ( http://www.posadaaldila.com/) é uma boa opção ( 250 US$) é pequena ( 12 apartamentos) em
PUNTA BALLENA um bairro chique a 15 minutos da cidade, piscina,jardim, quartos confortáveis, não há restaurante
mas eles servem lanches,saladas...
a 300 metros tem o MEDIO y MEDIO ( reservar) provem o jamón crudo, as lulas na chapa, as papas bravas ( batatas
fritas em fatias com pimenta e pimentões) as carnes deliciosas...é também clube de jazz com ótimos concertos....é só
aberto de noite mas de dia o mesmo dono tem um restaurante na praia ,a 150 m, com cardápio similar....
* recomendamos o CLUB de LAGO,hotel na beira do lago SAUCE, entre floresta e golf, quartos de 35 m2, piscina gigante,
10 quadras de tênis de saibro,850 US$...por semana !!! café incluso....eles tem um beach clube a 5 minutos de carro...
é confortável,limpo, como é 20 minutos da cidade eles praticam preços "camaradas" em Fevereiro para ter clientes....
é realmente uma boa opção para quem fica uma semana ou mais....gosta de calma, natureza, tênis ou golf.....
é melhor jantar fora....a comida é boa ( Buffet) mas sem grandes atrativos...
* os bons restaurantes da cidade :
> HUELLA em JOSÉ INACIO, na areia, gente bonita, peixe e mariscos na plancha...na moda !! reservar
> o restaurante do hotel SERENA
> o PALENQUE ( churrascaria)
> o Iate clube frente ao porto...não é o restaurante do Iate clube que é privado...
> GUAPPA , por seu terraço a beira mar..
> o CICLISTA na cidade
> o GREGO para seus sanduíches, saladas no almoço
> os CARACOLES, clássico e familiar..
* para o shopping ,há lojas da TOMY HILLFIGER, LA MARTINA, GEOX,RALF LAUREN, LACOSTE etc...em geral
a metade dos preços de SP ( só ver os Brasileiros que fazem fila quando um navio de cruzeiro para em PUNTA...)
Depois de 3 semanas em PUNTA chegamos a BUENOS AIRES de BUQUEBUS ( balsa que atravessa o rio com carro....) 3 horas de MONTEVIDEO ou 1 hora de COLONIA...a bordo tem um free shop interessante....melhor pegar uma 1a classe para evitar
os viajantes barulhentos, falando alto monte de besteiras em português ou espanhol !!!
Em BUENOS AIRES ficamos no hotel MADERO ( ex SOFITEL) ( em PUERTO MADERO) a 300 m do desembarque do BUQUEBUS....
( http://www.hotelmadero.com/ ) 150 US$...muito bom ! perto do CABAÑAS LAS LILAS...famosa e incontornável churrascaria de PUERTO MADERO...a calle Florida, os shoppings da Florida e o BULLRICH são os indispensáveis para quem gosta de gastar....
Pode dar um pulo na RECOLETA e seus terraços frente ao parque para um almoço descontraído ou PALERMO VIEJO ou PALERMO
HOLLYWOOD para seus barzinhos charmosos, galerias de arte, restaurantes....SAN ELMO bairro de tango ( as milongas...bares
onde se dança um tango genuíno...) e de lojas de antiguidades......tem que procurar ....pode-se descobrir raridades !!!
Saímos de BUENOS AIRES para SANTA ROSA, capital de la PAMPA e passamos 2 noites numa estância ( VILLA VERDE)
a 6 km da cidade...comida legal, quartos confortáveis, sem sofisticação, piscina ...o que vale é o passeio de carruagem com o dono
explicando a historia das brigas entre o exercito Argentino e os índios Mapuches...ele construiu a reprodução de um "fortin"
do exercito, uma aldeia Mapuche....a família proprietária é muito legal....boa lembrança !!
O dia seguinte paramos em NEUQUEN...cidade sem grande interesse...mas o hotel COMAHUE ( http://www.hoteldelcomahue.com/ )
é super...120 US$..excelente serviço, quartos impecáveis, café da manha de 1a qualidade...nota 10...nos jantamos no restaurante
LA TOSCANA....excelentes carnes, vinhos bem escolhidos....28 US$ por pessoa !!! "regalo" como dizem nossos hermanos....
3 dias depois de ter saído de BUENOS AIRES chegamos a VILLA la ANGOSTURA, na beira do lago NAHUEL HUAPI, a 60 km de BARILOCHE...queríamos festejar nossos 40 anos de casados....ficamos no RELAIS et CHATEAUX LAS BALSAS.( http://www.lasbalsas.com.ar/) ..deixa fumar o cartão de credito.!..mas vale a pena !! puro encanto !! vista, quartos, comida, vinhos, a sala com lareira, o SPA com piscina aquecida...massagens, o lanche frente ao lago...que beleza ! ....simplicidade, bom gosto,requinte !!! a "cidade"fica a 7 km...cheia de lojas, restaurantes, bares....se não quiser LAS BALSAS, recomendamos LA ESCONDIDA hotel construído e administrado por 2 meninas Argentinas criadas em SP....12 quartos na beira do lago ( bairro PUERTO MANZANO) 7 km antes de chegar à cidade para quem vem de BARILOCHE....o restaurante é muito bom,original numa casinha ( a casa é da avó delas mas monumento histórico , pois é de 1887 se me lembro bem !!!) há piscina aquecida, sauna, jardim....vista para o lago...
Na cidade o melhor restaurante, aberto só à noite, é o bistrô com fachada branca frente ao posto YPF no fim da rua principal...
o chefe é o cunhado do futuro rei da DINAMARCA !!!
Depois de 4 dias em VILLA la ANGOSTURA fomos para BARILOCHE...só uma noite....para pegar primos no aeroporto...
recomendamos o flat LIROLAY ( http://www.lirolaysuites.com/ ) bem na beira do lago, um quarto excelente, uma sala, wifi, jacuzzi.vista
maravilhosa para o lago...120 US$ café incluso !!! regalo mais uma vez !!!
Recomendamos para jantar O PATAGON, boa carne, escolher o cordeiro assado na vertical....outro restaurante muito especial
se chama EL BOLICHE VIEJO...é uma cabana de madeira muito rústica, mas não acreditamos a qualidade da carne, as fritas,
o vinho, as saladas, a gentileza do serviço ( gaúchos vestidos a caráter..) para 25 US$ por pessoa !!! é localizado atrás do posto
da alfândega...para quem vem da cidade..pegar a estrada direção ao aeroporto...deixar a estrada à direita que leva ao aeroporto...continuar ..passar o posto de policia ...é na beira do rio LIMAY...o único rio na estrada...para quem vem de VILLA la
ANGOSTURA é o primeiro posto de policia/aduana na hora de passar a ponte acima do rio LIMAY....excelente momento
gastronômico !!!
De BARILOCHE fomos para JUNIN de los ANDES seguindo a estrada dos 7 lagos ( são 7 mesmo ! ) estrada de terra mas as paisagens são encantadoras.....atravessa a cidade de SAN MARTIN de los Andes, bonita, animado ponto de encontro de
trekkers, aventureiros do mundo inteiro....
Em JUNIN há 10 anos que passamos uma semana para pescar trutas, pesca com mosca ( fly fishing)..método o mais difícil do mundo...é tão complicado, delicado, técnica que precisa 10 anos para ser um pescador de bom nível....tem que contratar um guia
que tem uma balsa inflável ou rígida......o dia inteiro, desce o rio, o guia rema, pode ter 2 pessoas na balsa mais o guia...
é absolutamente genial mesmo para o acompanhante....muito seguro, tudo bem organizado, almoço na beira do rio, pode caminhar se quiser,visitar covas índias nas grutas, pinturas rupestres....isso é muito special, só o pessoal que conhece pode fazer...e tem que conhecer um guia competente, é nosso caso, uma família execional ( os FONTANAZZA). ANGEL o pai, foi professor nas comunidades Mapuche, alem da pesca , cada ano,ele organiza um assado numa comunidade Mapuche seguida de passeio a cavalo....( info@fchimeuin.com.ar ou http://www.fchimeuin.com.ar/ ) ficamos 5 dias ...quem gosta de golf , há um super golf entre SAN MARTIN e JUNIN ( CHAPELCO golf clube) .
A descida para EL CALAFATE começou....2000 km em 3 etapas, SARMIENTO ( cidade feia sem hotéis decentes....) PUERTO SAN JULIAN ( hotel BAHIA...correto 80 US$....há um bom restaurante na cidade OS NAOS...nome do tipo de barco do
MAGALHÃES...MAGALLENES dizem os Argentinos...pode visitar uma "copia" da embarcação com explicações bem interessantes....explicando que a origem do nome PATAGONIA vem dos habitantes PATAGON em espanhol ( que tem pé grande...de fato, os aborígenes tinham mais de 1,80 de altura quando os europeus da época não ultrapassavam 1,60m; outros dizem que o nome vem do nome de um povo da lenda da ATLANTIDA...).
EL CALAFATE é muito especial, a cidade foi construída no meio de nada, hoje tem só hotéis, restaurantes ,lojas...o grande atrativo são os glaciares ...PERITO MORENO que se visita a pé, fazer o trekking acima do gelo com crampões...e acabar bebendo o uísque com gelo do glaciar....é um dia cheio...2o dia fazer o cruzeiro no glaciar UPSALA e a bahia ONELI...o 3o dia
andar de jipe para os CERROS FRIAS com almoço numa estância....o 4o dia ir passar o dia na estância NIBEPO AÏKE com almoço,demonstração de tratamento das ovelhas como no século passado....todas as excursões são reservadas nos hotéis , é muito bem organizado, caro mas muito legal....encomendar os sanduíches no hotel....se quiser ficar mais um dia pode programar a excursão de EL CHALTEN para ver o FRITZ ROY, o cordão de cristal das montanhas ,a mais de 3000 m de altitude.....para quem vive num país tropical, é muito exótico...
* ficamos no hotel XELENA ( http://www.xelena.com.ar/) ...excelente, na beira do lago, vista magnífica,quartos grandes,
decoração design, muito simples mas de bom gosto, bom serviço,wifi...há um SPA com piscina e jacuzzi, água a 32oC...
massagens, sauna...para quem andou o dia inteiro ( pode ser frio, mesmo neste ano tivemos 20o durante o dia..pode ser 3
ou 4 oC de manha e de noite.....) um banho de piscina, uma massagem...com vista exclusiva para o lago ARGENTINO, o maior
do país, imenso, azul ou verde.....! faz parte dos grandes momentos da viajem....( preço 240 US$ )
* o melhor restaurante da cidade é o CASIMIRO BIGUÁ...só que frente ao sucesso, agora são 3....um CASIMIRO BIGUÁ
parilla, um wine bar e restaurante e um italiano...todos excelentes ..e pouco caros...
* para mudar há A TABLITA na entrada da cidade perto da ponte.....
* outra opção é o hotel LOS ALAMOS, muito tradicional, chique, com golf, SPA....nos mesmos preços....
A hora da volta chegou ...são mais de 3 000 km para BUENOS AIRES ....no caminho de volta paramos 2 dias na PENINSULA VALDES...a maior reserva de fauna marina do mundo...uma península desértica, batida pelos ventos, a única cidade ( 300 habitantes , é PUERTO PIRÁMIDES, o único hotel é LAS RESTINGAS...bem na praia...quartos de bom nível, restaurante,
na cidade não há muita escolha, 2 botequins....mas o grande negocio é a visita das praias cheias de leões marinhos, pingüins,
elefantes marinhos...todos com as crias ...é um espetáculo fora de serie....
Quem vai de avião tem que parar em PUERTO MADRYN....a 105 km de PUERTO PIRÁMIDES....aqui um guia, motorista muito competente, serio e muito simpático GASTON MÁRTIN..( http://mail.uol.com.br/compose?to=paston) ele pode pegar você no aeroporto mas também
guiar você na pinguineira ( 250 000 pingüins...numa estância onde se pode almoçar...passear no meio dos pingüins pouco selvagens..)
nas praias para ver os leões marinhos e as orcas, baleias assassinas, que saem da água para pegar e comer os filhotes
preguiçando na areia....é simplesmente fora de serie !...pegar binóculos e maquina com zoom....pode ficar lá 3 dias que não se arrependerão....a época das baleias é de julho a novembro mas é frio nesta parte do ano....
Depois desta etapa extremamente exótica e mágica, voltamos a BUENOS AIRES em 2 dias, pegamos o BUQUEBUS
direto e voltamos para passar a noite em PUNTA...o dia seguinte fomos até PORTO ALEGRE ( 860 km) dormimos no IBIS do aeroporto
pois ,evita entrar na cidade, é barato, limpo.......saindo cedo ,fomos até ITAPEMA...são 600 km mas a pior estrada do BRASIL, ruim, em obra, cheia de caminhões, sem sinalização, cheia de buracos.....felizmente há um super resort em ITAPEMA a beira mar,o PLAZA RESORT de ITAPEMA...200 US$ para uma quarto "pé na areia" jantar, café da manha para 2 pessoas.....
um dia voltaremos lá para passar uma semaninha...há golf, tênis, surf na praia, extremamente limpo, bem cuidado.,....
enfim o dia seguinte chegamos a SP 2 meses depois ,14 000 km de lembranças, encontros, momentos de grande alegria, a cabeça
cheia de céu azul, de noites estreladas ( uma tarde de chuva em 2 meses) de estradas sem fim,de desertos mágicos, de mar e lagos até o infinito....mas não é chato,há sempre um animal selvagem, uma cor,uma colina que leva o pensamento, enriquece os sonhos, deixa a mente voar...!!!
De avião, saindo de SP tem que programar 12 dias mínimo para BARILOCHE 2dias, EL CALAFATE 4 dias, USHUAIA 2 dias,
PENINSULA VALDES 3 dias, B.AIRES 1 dia...mas as viagens e transfer demora...o ideal seria 15 dias....se tiver que evitar uma etapa, seria USHUAIA simbólica mas sem grandes atrativos...
Algumas recomendações ;
* levar boné, chapéu,luvas, uma jaqueta de esqui com o interior removível em polartec...é o ideal...
* tênis ou sapatos leves de montanha..
* bermudas, camisetas...nada de sofisticado...o ambiente é esporte mesmo !!!
* uma mochila.
* protetor para pele e lábios, creme hidratante para rosto e mãos( o ar é muito seco e pode ser frio)
* levar US$ e cartão de credito permitindo sacar $ em qualquer banco.
* cuidado, não há maquinas para tratar os cartões com chip...eles pedem e anotam o No do cartão e o No de
segurança atrás...quando deixar o hotel pedir que eles risquem os No na sua frente...e mesmo assim ficar atento na volta
ver se não há gastos "estranhos" falar com a empresa de cartão antes da viajem, não é raro eles bloquearem o cartão para
checar os gastos !!!
Internet é genial para encontrar um monte de informações, reservar,comparar...é uma viajem cara, as excursões são caras, os hotéis também , se não quiser viajar em grupo, passear em fila....é mais caro mas compensa......
Acabando com uma historia bonita,uma lenda...vocês podem ver na beira das estradas um monte de "casinhas" com velas, estatuas
de santos, monte de garrafas de refrigerantes vazias, monte de bandeiras vermelhas...é uma tradição na PATAGONIA,
os caminhoneiros, os índios, os gauchos (nome em espanhol dos peões boiadeiros)....homenageiam ANTONIO GIL apelido O GAUCHITO...não é reconhecido pela igreja...
a historia diz que no inicio do século na época da revolta dos gauchos contra os grandes proprietários ( a PATAGONIA TRAGICA
e seus 1400 gauchos assassinados em EL CALAFATE pelos capatazes e sicários dos grandes proprietários...numa emboscada suja
depois de prometer negociar e ter desarmado os líderes gauchos). Havia um cara muito querido na província de Corrientes que tentava "importar" a revolta da PATAGONIA; ele roubava um pouco os ricos ,devolvendo para os pobres ....era muito popular...
Um dia o exercito o pegou e um general decidiu matar o GAUCHITO...antes de ser morto ele disse, pode me matar,mas seu filho vai ficar muito doente ...pode até perdê-lo...assim aconteceu,o GAUCHITO foi assassinado, quando o general voltou para casa, o filho estava doente e assim ficou, semanas...um dia sarou...e toda cidade pensou nas palavras do GAUCHITO que começou a ser considerado como um santo ,um pouco feiticeiro, que era capaz salvar gente da doença...desde esta época ele é
respeitado, o pessoal reza nestes "monumentos” improvisados, a lenda é muito viva...e o país inteiro conhece o GAUCHITO !!!
Bons passeios: aproveitem a vida, saboreiem os bons momentos...a soma das pequenas alegrias gera a FELICIDADE !!
Jean Pierre TROUVÉ http://mail.uol.com.br/compose?to=jptrouve mobile : + 55 11 81 82 95 76 office : + 55 11 28 94 60 59
A senha do assinante Uolmail é secreta. Nenhum funcionário do Uolmail está autorizado a solicitá-la. Trocar senha.
Santé!
SÃO PAULO a PATAGONIA 14 000 km de PURO PRAZER
De:
Jean Pierre Trouve
Para:
Fernanda CAIUBY
Assunto:
SÃO PAULO a PATAGONIA 14 000 km de PURO PRAZER
Data:
03/04/2009 12:58
FERNIE ..pode corrigir e me mandar...depois te mando de novo...beijo
Eu mando este e-mail para FERNANDA que tem um blog bem interessante relatando suas viagens, sempre bem documentado
e objetivo....são boas dicas....
FERNANDA, depois corrigir os erros de Português ,pode divulgar no seu blog !!!
Eu mando para alguns amigos que se interessam ou que querem também fazer essa viajem,mesmo que seja de avião !!!
Eu tinha este "velho sonho" há muito tempo...viajar para a PATAGONIA, com tempo, de carro....em 1993 eu fui de moto
para USHUAIA com alguns amigos ( o começo da estrada de terra ! ) mas eu queria voltar com CHANTAL para curtir...devo dizer que a CHANTAL dirigiu o tempo inteiro( eu não gosto muito e ela prefere...então ...mas eu fui um co-piloto comportado, sem
abusar das siestas, conversando, fazendo cafunés, escolhendo as etapas, os postos de abastecimento, enfim....eu
assumi meu papel com honra, competência e bom humor...juro !!
Saímos dia 2 de Fevereiro de SP, bem cedo...a primeira etapa foi FLORIANOPOLIS...a estrada é ruim,tem que ter cuidado ,se concentrar, pois os caminhões são um perigo...estávamos de ECO SPORT blindado, que não é o melhor carro,mas foi tudo bem; nem
furamos um pneu...o ideal seria um 4x4 com motor mínimo 3.0....agora as estradas Argentinas são excelentes, muito bem cuidadas,seguras...as piores Argentinas são melhores que as melhores Brasileiras !!! só tem que administrar o abastecimento, pode-se andar 150 km sem um posto de serviço...!! o pior inimigo nas estradas são as vacas, as ovelhas e principalmente os guanacos ( tipo de lhama pequena , selvagem que vive no campo aberto em todo lugar da PATAGONIA.
Nós ficamos um dia inteiro em FLORIPA...para conhecer...infelizmente choveu...passamos 2 noites no SOFITEL
bem localizado na praia com um monte de restaurantes, pizzarias,bem perto...a segunda etapa foi PELOTAS,pedimos o melhor hotel da cidade que era sujo,ruim, sem manutenção ...evitar....
O 3o dia chegamos a PUNTA de LESTE a 2150 km de SP...paramos em CHUY, fronteira entre BRASIL e URUGUAY onde se pode comprar montes de coisas sem impostos, mais barato que em free shop de aeroporto....há algumas churrascarias corretas....
Nós conhecemos bem PUNTA pois passamos a cada ano uma semana na casa de amigos queridos que moram em SP mas tem casa lá há 25 anos....PUNTA é um lugar muito especial, seguro, charmoso, um clima de verão europeu ( 25 oC em media de dezembro a março), limpo, não muito caro,cheio de lugares para passear, bons restaurantes....pessoal muito gentil, acolhedor....pode pagar em US$ ou pesos Uruguaios...
Os hotéis :
* o melhor , e mais caro, é L'AUBERGE ( 350 US$ em Fevereiro) na BRAVA ( há duas frentes de mar em PUNTA: a BRAVA
do lado mar aberto e a MANSA do lado estuário do RIO de la PLATA)
* o CONRAD, mas há um cassino; é muito grande,luxuoso certo, mas moderno demais !!
* o SERENA, único hotel de PUNTA "pé na areia" ( mesmo preço que l'AUBERGE...em JANEIRO tem que contar
400/450 US....
* a pousada AL DI LÁ ( http://www.posadaaldila.com/) é uma boa opção ( 250 US$) é pequena ( 12 apartamentos) em
PUNTA BALLENA um bairro chique a 15 minutos da cidade, piscina,jardim, quartos confortáveis, não há restaurante
mas eles servem lanches,saladas...
a 300 metros tem o MEDIO y MEDIO ( reservar) provem o jamón crudo, as lulas na chapa, as papas bravas ( batatas
fritas em fatias com pimenta e pimentões) as carnes deliciosas...é também clube de jazz com ótimos concertos....é só
aberto de noite mas de dia o mesmo dono tem um restaurante na praia ,a 150 m, com cardápio similar....
* recomendamos o CLUB de LAGO,hotel na beira do lago SAUCE, entre floresta e golf, quartos de 35 m2, piscina gigante,
10 quadras de tênis de saibro,850 US$...por semana !!! café incluso....eles tem um beach clube a 5 minutos de carro...
é confortável,limpo, como é 20 minutos da cidade eles praticam preços "camaradas" em Fevereiro para ter clientes....
é realmente uma boa opção para quem fica uma semana ou mais....gosta de calma, natureza, tênis ou golf.....
é melhor jantar fora....a comida é boa ( Buffet) mas sem grandes atrativos...
* os bons restaurantes da cidade :
> HUELLA em JOSÉ INACIO, na areia, gente bonita, peixe e mariscos na plancha...na moda !! reservar
> o restaurante do hotel SERENA
> o PALENQUE ( churrascaria)
> o Iate clube frente ao porto...não é o restaurante do Iate clube que é privado...
> GUAPPA , por seu terraço a beira mar..
> o CICLISTA na cidade
> o GREGO para seus sanduíches, saladas no almoço
> os CARACOLES, clássico e familiar..
* para o shopping ,há lojas da TOMY HILLFIGER, LA MARTINA, GEOX,RALF LAUREN, LACOSTE etc...em geral
a metade dos preços de SP ( só ver os Brasileiros que fazem fila quando um navio de cruzeiro para em PUNTA...)
Depois de 3 semanas em PUNTA chegamos a BUENOS AIRES de BUQUEBUS ( balsa que atravessa o rio com carro....) 3 horas de MONTEVIDEO ou 1 hora de COLONIA...a bordo tem um free shop interessante....melhor pegar uma 1a classe para evitar
os viajantes barulhentos, falando alto monte de besteiras em português ou espanhol !!!
Em BUENOS AIRES ficamos no hotel MADERO ( ex SOFITEL) ( em PUERTO MADERO) a 300 m do desembarque do BUQUEBUS....
( http://www.hotelmadero.com/ ) 150 US$...muito bom ! perto do CABAÑAS LAS LILAS...famosa e incontornável churrascaria de PUERTO MADERO...a calle Florida, os shoppings da Florida e o BULLRICH são os indispensáveis para quem gosta de gastar....
Pode dar um pulo na RECOLETA e seus terraços frente ao parque para um almoço descontraído ou PALERMO VIEJO ou PALERMO
HOLLYWOOD para seus barzinhos charmosos, galerias de arte, restaurantes....SAN ELMO bairro de tango ( as milongas...bares
onde se dança um tango genuíno...) e de lojas de antiguidades......tem que procurar ....pode-se descobrir raridades !!!
Saímos de BUENOS AIRES para SANTA ROSA, capital de la PAMPA e passamos 2 noites numa estância ( VILLA VERDE)
a 6 km da cidade...comida legal, quartos confortáveis, sem sofisticação, piscina ...o que vale é o passeio de carruagem com o dono
explicando a historia das brigas entre o exercito Argentino e os índios Mapuches...ele construiu a reprodução de um "fortin"
do exercito, uma aldeia Mapuche....a família proprietária é muito legal....boa lembrança !!
O dia seguinte paramos em NEUQUEN...cidade sem grande interesse...mas o hotel COMAHUE ( http://www.hoteldelcomahue.com/ )
é super...120 US$..excelente serviço, quartos impecáveis, café da manha de 1a qualidade...nota 10...nos jantamos no restaurante
LA TOSCANA....excelentes carnes, vinhos bem escolhidos....28 US$ por pessoa !!! "regalo" como dizem nossos hermanos....
3 dias depois de ter saído de BUENOS AIRES chegamos a VILLA la ANGOSTURA, na beira do lago NAHUEL HUAPI, a 60 km de BARILOCHE...queríamos festejar nossos 40 anos de casados....ficamos no RELAIS et CHATEAUX LAS BALSAS.( http://www.lasbalsas.com.ar/) ..deixa fumar o cartão de credito.!..mas vale a pena !! puro encanto !! vista, quartos, comida, vinhos, a sala com lareira, o SPA com piscina aquecida...massagens, o lanche frente ao lago...que beleza ! ....simplicidade, bom gosto,requinte !!! a "cidade"fica a 7 km...cheia de lojas, restaurantes, bares....se não quiser LAS BALSAS, recomendamos LA ESCONDIDA hotel construído e administrado por 2 meninas Argentinas criadas em SP....12 quartos na beira do lago ( bairro PUERTO MANZANO) 7 km antes de chegar à cidade para quem vem de BARILOCHE....o restaurante é muito bom,original numa casinha ( a casa é da avó delas mas monumento histórico , pois é de 1887 se me lembro bem !!!) há piscina aquecida, sauna, jardim....vista para o lago...
Na cidade o melhor restaurante, aberto só à noite, é o bistrô com fachada branca frente ao posto YPF no fim da rua principal...
o chefe é o cunhado do futuro rei da DINAMARCA !!!
Depois de 4 dias em VILLA la ANGOSTURA fomos para BARILOCHE...só uma noite....para pegar primos no aeroporto...
recomendamos o flat LIROLAY ( http://www.lirolaysuites.com/ ) bem na beira do lago, um quarto excelente, uma sala, wifi, jacuzzi.vista
maravilhosa para o lago...120 US$ café incluso !!! regalo mais uma vez !!!
Recomendamos para jantar O PATAGON, boa carne, escolher o cordeiro assado na vertical....outro restaurante muito especial
se chama EL BOLICHE VIEJO...é uma cabana de madeira muito rústica, mas não acreditamos a qualidade da carne, as fritas,
o vinho, as saladas, a gentileza do serviço ( gaúchos vestidos a caráter..) para 25 US$ por pessoa !!! é localizado atrás do posto
da alfândega...para quem vem da cidade..pegar a estrada direção ao aeroporto...deixar a estrada à direita que leva ao aeroporto...continuar ..passar o posto de policia ...é na beira do rio LIMAY...o único rio na estrada...para quem vem de VILLA la
ANGOSTURA é o primeiro posto de policia/aduana na hora de passar a ponte acima do rio LIMAY....excelente momento
gastronômico !!!
De BARILOCHE fomos para JUNIN de los ANDES seguindo a estrada dos 7 lagos ( são 7 mesmo ! ) estrada de terra mas as paisagens são encantadoras.....atravessa a cidade de SAN MARTIN de los Andes, bonita, animado ponto de encontro de
trekkers, aventureiros do mundo inteiro....
Em JUNIN há 10 anos que passamos uma semana para pescar trutas, pesca com mosca ( fly fishing)..método o mais difícil do mundo...é tão complicado, delicado, técnica que precisa 10 anos para ser um pescador de bom nível....tem que contratar um guia
que tem uma balsa inflável ou rígida......o dia inteiro, desce o rio, o guia rema, pode ter 2 pessoas na balsa mais o guia...
é absolutamente genial mesmo para o acompanhante....muito seguro, tudo bem organizado, almoço na beira do rio, pode caminhar se quiser,visitar covas índias nas grutas, pinturas rupestres....isso é muito special, só o pessoal que conhece pode fazer...e tem que conhecer um guia competente, é nosso caso, uma família execional ( os FONTANAZZA). ANGEL o pai, foi professor nas comunidades Mapuche, alem da pesca , cada ano,ele organiza um assado numa comunidade Mapuche seguida de passeio a cavalo....( info@fchimeuin.com.ar ou http://www.fchimeuin.com.ar/ ) ficamos 5 dias ...quem gosta de golf , há um super golf entre SAN MARTIN e JUNIN ( CHAPELCO golf clube) .
A descida para EL CALAFATE começou....2000 km em 3 etapas, SARMIENTO ( cidade feia sem hotéis decentes....) PUERTO SAN JULIAN ( hotel BAHIA...correto 80 US$....há um bom restaurante na cidade OS NAOS...nome do tipo de barco do
MAGALHÃES...MAGALLENES dizem os Argentinos...pode visitar uma "copia" da embarcação com explicações bem interessantes....explicando que a origem do nome PATAGONIA vem dos habitantes PATAGON em espanhol ( que tem pé grande...de fato, os aborígenes tinham mais de 1,80 de altura quando os europeus da época não ultrapassavam 1,60m; outros dizem que o nome vem do nome de um povo da lenda da ATLANTIDA...).
EL CALAFATE é muito especial, a cidade foi construída no meio de nada, hoje tem só hotéis, restaurantes ,lojas...o grande atrativo são os glaciares ...PERITO MORENO que se visita a pé, fazer o trekking acima do gelo com crampões...e acabar bebendo o uísque com gelo do glaciar....é um dia cheio...2o dia fazer o cruzeiro no glaciar UPSALA e a bahia ONELI...o 3o dia
andar de jipe para os CERROS FRIAS com almoço numa estância....o 4o dia ir passar o dia na estância NIBEPO AÏKE com almoço,demonstração de tratamento das ovelhas como no século passado....todas as excursões são reservadas nos hotéis , é muito bem organizado, caro mas muito legal....encomendar os sanduíches no hotel....se quiser ficar mais um dia pode programar a excursão de EL CHALTEN para ver o FRITZ ROY, o cordão de cristal das montanhas ,a mais de 3000 m de altitude.....para quem vive num país tropical, é muito exótico...
* ficamos no hotel XELENA ( http://www.xelena.com.ar/) ...excelente, na beira do lago, vista magnífica,quartos grandes,
decoração design, muito simples mas de bom gosto, bom serviço,wifi...há um SPA com piscina e jacuzzi, água a 32oC...
massagens, sauna...para quem andou o dia inteiro ( pode ser frio, mesmo neste ano tivemos 20o durante o dia..pode ser 3
ou 4 oC de manha e de noite.....) um banho de piscina, uma massagem...com vista exclusiva para o lago ARGENTINO, o maior
do país, imenso, azul ou verde.....! faz parte dos grandes momentos da viajem....( preço 240 US$ )
* o melhor restaurante da cidade é o CASIMIRO BIGUÁ...só que frente ao sucesso, agora são 3....um CASIMIRO BIGUÁ
parilla, um wine bar e restaurante e um italiano...todos excelentes ..e pouco caros...
* para mudar há A TABLITA na entrada da cidade perto da ponte.....
* outra opção é o hotel LOS ALAMOS, muito tradicional, chique, com golf, SPA....nos mesmos preços....
A hora da volta chegou ...são mais de 3 000 km para BUENOS AIRES ....no caminho de volta paramos 2 dias na PENINSULA VALDES...a maior reserva de fauna marina do mundo...uma península desértica, batida pelos ventos, a única cidade ( 300 habitantes , é PUERTO PIRÁMIDES, o único hotel é LAS RESTINGAS...bem na praia...quartos de bom nível, restaurante,
na cidade não há muita escolha, 2 botequins....mas o grande negocio é a visita das praias cheias de leões marinhos, pingüins,
elefantes marinhos...todos com as crias ...é um espetáculo fora de serie....
Quem vai de avião tem que parar em PUERTO MADRYN....a 105 km de PUERTO PIRÁMIDES....aqui um guia, motorista muito competente, serio e muito simpático GASTON MÁRTIN..( http://mail.uol.com.br/compose?to=paston) ele pode pegar você no aeroporto mas também
guiar você na pinguineira ( 250 000 pingüins...numa estância onde se pode almoçar...passear no meio dos pingüins pouco selvagens..)
nas praias para ver os leões marinhos e as orcas, baleias assassinas, que saem da água para pegar e comer os filhotes
preguiçando na areia....é simplesmente fora de serie !...pegar binóculos e maquina com zoom....pode ficar lá 3 dias que não se arrependerão....a época das baleias é de julho a novembro mas é frio nesta parte do ano....
Depois desta etapa extremamente exótica e mágica, voltamos a BUENOS AIRES em 2 dias, pegamos o BUQUEBUS
direto e voltamos para passar a noite em PUNTA...o dia seguinte fomos até PORTO ALEGRE ( 860 km) dormimos no IBIS do aeroporto
pois ,evita entrar na cidade, é barato, limpo.......saindo cedo ,fomos até ITAPEMA...são 600 km mas a pior estrada do BRASIL, ruim, em obra, cheia de caminhões, sem sinalização, cheia de buracos.....felizmente há um super resort em ITAPEMA a beira mar,o PLAZA RESORT de ITAPEMA...200 US$ para uma quarto "pé na areia" jantar, café da manha para 2 pessoas.....
um dia voltaremos lá para passar uma semaninha...há golf, tênis, surf na praia, extremamente limpo, bem cuidado.,....
enfim o dia seguinte chegamos a SP 2 meses depois ,14 000 km de lembranças, encontros, momentos de grande alegria, a cabeça
cheia de céu azul, de noites estreladas ( uma tarde de chuva em 2 meses) de estradas sem fim,de desertos mágicos, de mar e lagos até o infinito....mas não é chato,há sempre um animal selvagem, uma cor,uma colina que leva o pensamento, enriquece os sonhos, deixa a mente voar...!!!
De avião, saindo de SP tem que programar 12 dias mínimo para BARILOCHE 2dias, EL CALAFATE 4 dias, USHUAIA 2 dias,
PENINSULA VALDES 3 dias, B.AIRES 1 dia...mas as viagens e transfer demora...o ideal seria 15 dias....se tiver que evitar uma etapa, seria USHUAIA simbólica mas sem grandes atrativos...
Algumas recomendações ;
* levar boné, chapéu,luvas, uma jaqueta de esqui com o interior removível em polartec...é o ideal...
* tênis ou sapatos leves de montanha..
* bermudas, camisetas...nada de sofisticado...o ambiente é esporte mesmo !!!
* uma mochila.
* protetor para pele e lábios, creme hidratante para rosto e mãos( o ar é muito seco e pode ser frio)
* levar US$ e cartão de credito permitindo sacar $ em qualquer banco.
* cuidado, não há maquinas para tratar os cartões com chip...eles pedem e anotam o No do cartão e o No de
segurança atrás...quando deixar o hotel pedir que eles risquem os No na sua frente...e mesmo assim ficar atento na volta
ver se não há gastos "estranhos" falar com a empresa de cartão antes da viajem, não é raro eles bloquearem o cartão para
checar os gastos !!!
Internet é genial para encontrar um monte de informações, reservar,comparar...é uma viajem cara, as excursões são caras, os hotéis também , se não quiser viajar em grupo, passear em fila....é mais caro mas compensa......
Acabando com uma historia bonita,uma lenda...vocês podem ver na beira das estradas um monte de "casinhas" com velas, estatuas
de santos, monte de garrafas de refrigerantes vazias, monte de bandeiras vermelhas...é uma tradição na PATAGONIA,
os caminhoneiros, os índios, os gauchos (nome em espanhol dos peões boiadeiros)....homenageiam ANTONIO GIL apelido O GAUCHITO...não é reconhecido pela igreja...
a historia diz que no inicio do século na época da revolta dos gauchos contra os grandes proprietários ( a PATAGONIA TRAGICA
e seus 1400 gauchos assassinados em EL CALAFATE pelos capatazes e sicários dos grandes proprietários...numa emboscada suja
depois de prometer negociar e ter desarmado os líderes gauchos). Havia um cara muito querido na província de Corrientes que tentava "importar" a revolta da PATAGONIA; ele roubava um pouco os ricos ,devolvendo para os pobres ....era muito popular...
Um dia o exercito o pegou e um general decidiu matar o GAUCHITO...antes de ser morto ele disse, pode me matar,mas seu filho vai ficar muito doente ...pode até perdê-lo...assim aconteceu,o GAUCHITO foi assassinado, quando o general voltou para casa, o filho estava doente e assim ficou, semanas...um dia sarou...e toda cidade pensou nas palavras do GAUCHITO que começou a ser considerado como um santo ,um pouco feiticeiro, que era capaz salvar gente da doença...desde esta época ele é
respeitado, o pessoal reza nestes "monumentos” improvisados, a lenda é muito viva...e o país inteiro conhece o GAUCHITO !!!
Bons passeios: aproveitem a vida, saboreiem os bons momentos...a soma das pequenas alegrias gera a FELICIDADE !!
Jean Pierre TROUVÉ http://mail.uol.com.br/compose?to=jptrouve mobile : + 55 11 81 82 95 76 office : + 55 11 28 94 60 59
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A PRAIA MAIS BONITA DO MUNDO
Qual é ela? Tantas publicações tentam encontrá-la e sempre acabam divergindo, nunca há consenso, o máximo a que se chega é a uma “lista”; as cinco mais, as 10 mais e por aí vai. Eu tenho um método simples e individual, pois creio ser impossível eleger “a” mais bonita. Quem vai pesquisar tanta praia na vida? Não faz outra coisa? Qual é o título profissional? “Avaliador de praias”? Devido a esta dificuldade óbvia, aqui vai meu método:
A praia mais bonita do mundo reúne os seguintes itens:
1-acesso. Se for difícil já não vale. Sacrifício em férias nem pensar.
2-qualidade da areia e aparência da mesma. Não precisa ser branca e fofa, apenas agradável aos pés e aos olhos.
3-limpeza. Não precisa explicar.
4-vegetação. É necessário, de preferência a nativa.
5-a não-necessidade de se levar comida e bebida. Praia perfeita tem estes itens bens escondidos em barracas civilizadas, pousadinhas discretas, restaurantes atrás das árvores.
6-mar. Temperatura amena, de preferência morna e uma parte com ondas moderadas e outra calminha.
7-tempo bom a maior parte do ano.
8-ausência de farofeiros. Auto-entendível.
9- ausência de gente em geral. Quase impossível, mas encontrável. Com sorte. Pouca gente vale também.
10-ausência de axé, forró e outros gêneros musicais altos e hediondos.
11-ausência de veículos motorizados na praia e no mar.
Ponto, só isso!
Impossível? Risível?
Existe: Santo André, na Bahia.
Minha amada e querida Santo André para onde já fui 7 vezes, desde 2002. E as coisas só mudam para melhor por lá. Bem devagarzinho, bem baianinhamente, mas as boas novas estão chegando sempre. Vamos a elas:
Há um charmoso mini-shopping na única rua do povoado que não ultrapassa 800 moradores. É o Aldeia Tangerina. Lojinha e bar legais.
Pela primeira vez Santo André recebe um Internet café digno do nome, o Mata Encantada. Quatro belos computadores modernos com conexão por satélite. É iniciativa de um casal suíço que também é proprietário do Village Mata Encantada WWW.mataencantada.com, boa opção de hospedagem para quem quer alugar casa na praia. O café Mata Encantada é por enquanto o único estabelecimento do pedaço que serve café sofisticados como cappuccino, latte machiatto e trazem da Europa o divino e civilizado hábito do vinho em taça sem ser em restaurante. Boa parada para sanduíches e saladas. E como em Santo André não há livraria ou banca de jornal, os Schweizer (sobrenome dos donos) disponibilizam uma pequena biblioteca ambulante de troca de livros.
Ainda no ramo gastronômico, o Jacumã continua insuperável e seu chef Stefano talentosíssimo. Salada de camarão com mussarela de búfala, spaghettini feito lá mesmo com polvo e abobrinha, coroados por pudim de coco, são fabulosos! Isso sem contar que Simona, mulher de Stefano, foi barwoman em Milão e prepara coquetéis fantásticos. O Mojito dela é o melhor fora de Cuba. Já tentei este drinque em outros lugares pelo mundo, sem sucesso. O da Simona é ótimo. O Jacumã também oferece chalés pequenos e aconchegantes, à beira mar, plantados em lindo jardim. Mas no quesito hospedagem, a melhor suíte de Santo André pertence com honra e mérito a meus queridos amigos Pablo e Amadeo, do Casa Praia.
O Casa Praia é o restaurante-balada de Santo André. Abre de dia pero no mucho, pois os donos argentinos são notívagos e bomba mesmo à noite, com boa musica, bom papo, às vezes DJ, talvez palhaços, um dia cinema, no outro show de tango; pode ser quer tudo se misture à artesãos locais vendendo seus produtos, convidados especiais cozinhando pratos de cozinha étnica em noites temáticas.
E agora, além de tudo, eles construíram The One and Only: uma suíte única e enorme para casais apaixonados, gente que quer descanso e conforto e estressados em geral. Tudo muito bem decorado e charmoso e um terraço paradisíaco frente ao mar, ao lado de mata nativa, banheira ao ar livre, chuveiro com vista, café da manhã servido exclusivamente nas duas mesas da suíte, que também dispõe de espaço VIP para jantares à luz de velas, incenso e música, coisa que Pablo e Amadeo são experts em executar. Não há nada igual em Santo André.
Com o “aviso aos navegantes” que o barulho à noite pode incomodar a quem prefere só ouvir o mar, o vento e os insetos da floresta. Como a suíte é relativamente perto do restaurante, há barulho. Nada que tampões de ouvido, ventilador e ar condicionado não minimizem, mas vale o aviso, pois quem procura Santo André procura sossego e tende a ser, cada vez mais, um público exigente. E se você acorda cedo, negocie antes café da manhã no seu horário, pois ele não aparece antes de 9.00.
No outro lado do rio, em Santa Cruz Cabrália, conferi o estrelado e simples Restaurante da Vanda. Vale as estrelas que ela mantém há 22 anos, aquelas bem chatas de se conseguir no Guia 4 Rodas. O ambiente é simples, a caipirinha é muito boa e o arroz de polvo é baianíssimo. O diferencial é esse: comida baiana verdadeira, sem concessões aos turistas. A pimenta vem separada mas é só. O dendê corre solto, coentro e outros temperos de sabores exóticos idem. Eu volto para conferir moquecas.
O único suíço de Santo André antes dos Schweizer, o Beck, da pousada Gaili, mudou-se “além-rio” e tem um bar simpático e animado em pequena praia de Cabrália. Conserva o rock pesado da música ambiente, boas bebidas e cardápio com deliciosas especialidades suíças. É um lugar inusitado, bom para variar do padrão-praia.
E como sempre, não deixo de mencionar a melhor pousada de Santo André, a Vitor Hugo. Seu eficiente e sempre presente administrador, Sr. Oswaldo, continua firme no comando. Moquecas estilizadas e bem comportadas fazem par com caipirinhas deliciosas feitas com a cachaça Salinas. A de abacaxi vale a viagem!
São Paulo, 27 de abril de 2009.
Qual é ela? Tantas publicações tentam encontrá-la e sempre acabam divergindo, nunca há consenso, o máximo a que se chega é a uma “lista”; as cinco mais, as 10 mais e por aí vai. Eu tenho um método simples e individual, pois creio ser impossível eleger “a” mais bonita. Quem vai pesquisar tanta praia na vida? Não faz outra coisa? Qual é o título profissional? “Avaliador de praias”? Devido a esta dificuldade óbvia, aqui vai meu método:
A praia mais bonita do mundo reúne os seguintes itens:
1-acesso. Se for difícil já não vale. Sacrifício em férias nem pensar.
2-qualidade da areia e aparência da mesma. Não precisa ser branca e fofa, apenas agradável aos pés e aos olhos.
3-limpeza. Não precisa explicar.
4-vegetação. É necessário, de preferência a nativa.
5-a não-necessidade de se levar comida e bebida. Praia perfeita tem estes itens bens escondidos em barracas civilizadas, pousadinhas discretas, restaurantes atrás das árvores.
6-mar. Temperatura amena, de preferência morna e uma parte com ondas moderadas e outra calminha.
7-tempo bom a maior parte do ano.
8-ausência de farofeiros. Auto-entendível.
9- ausência de gente em geral. Quase impossível, mas encontrável. Com sorte. Pouca gente vale também.
10-ausência de axé, forró e outros gêneros musicais altos e hediondos.
11-ausência de veículos motorizados na praia e no mar.
Ponto, só isso!
Impossível? Risível?
Existe: Santo André, na Bahia.
Minha amada e querida Santo André para onde já fui 7 vezes, desde 2002. E as coisas só mudam para melhor por lá. Bem devagarzinho, bem baianinhamente, mas as boas novas estão chegando sempre. Vamos a elas:
Há um charmoso mini-shopping na única rua do povoado que não ultrapassa 800 moradores. É o Aldeia Tangerina. Lojinha e bar legais.
Pela primeira vez Santo André recebe um Internet café digno do nome, o Mata Encantada. Quatro belos computadores modernos com conexão por satélite. É iniciativa de um casal suíço que também é proprietário do Village Mata Encantada WWW.mataencantada.com, boa opção de hospedagem para quem quer alugar casa na praia. O café Mata Encantada é por enquanto o único estabelecimento do pedaço que serve café sofisticados como cappuccino, latte machiatto e trazem da Europa o divino e civilizado hábito do vinho em taça sem ser em restaurante. Boa parada para sanduíches e saladas. E como em Santo André não há livraria ou banca de jornal, os Schweizer (sobrenome dos donos) disponibilizam uma pequena biblioteca ambulante de troca de livros.
Ainda no ramo gastronômico, o Jacumã continua insuperável e seu chef Stefano talentosíssimo. Salada de camarão com mussarela de búfala, spaghettini feito lá mesmo com polvo e abobrinha, coroados por pudim de coco, são fabulosos! Isso sem contar que Simona, mulher de Stefano, foi barwoman em Milão e prepara coquetéis fantásticos. O Mojito dela é o melhor fora de Cuba. Já tentei este drinque em outros lugares pelo mundo, sem sucesso. O da Simona é ótimo. O Jacumã também oferece chalés pequenos e aconchegantes, à beira mar, plantados em lindo jardim. Mas no quesito hospedagem, a melhor suíte de Santo André pertence com honra e mérito a meus queridos amigos Pablo e Amadeo, do Casa Praia.
O Casa Praia é o restaurante-balada de Santo André. Abre de dia pero no mucho, pois os donos argentinos são notívagos e bomba mesmo à noite, com boa musica, bom papo, às vezes DJ, talvez palhaços, um dia cinema, no outro show de tango; pode ser quer tudo se misture à artesãos locais vendendo seus produtos, convidados especiais cozinhando pratos de cozinha étnica em noites temáticas.
E agora, além de tudo, eles construíram The One and Only: uma suíte única e enorme para casais apaixonados, gente que quer descanso e conforto e estressados em geral. Tudo muito bem decorado e charmoso e um terraço paradisíaco frente ao mar, ao lado de mata nativa, banheira ao ar livre, chuveiro com vista, café da manhã servido exclusivamente nas duas mesas da suíte, que também dispõe de espaço VIP para jantares à luz de velas, incenso e música, coisa que Pablo e Amadeo são experts em executar. Não há nada igual em Santo André.
Com o “aviso aos navegantes” que o barulho à noite pode incomodar a quem prefere só ouvir o mar, o vento e os insetos da floresta. Como a suíte é relativamente perto do restaurante, há barulho. Nada que tampões de ouvido, ventilador e ar condicionado não minimizem, mas vale o aviso, pois quem procura Santo André procura sossego e tende a ser, cada vez mais, um público exigente. E se você acorda cedo, negocie antes café da manhã no seu horário, pois ele não aparece antes de 9.00.
No outro lado do rio, em Santa Cruz Cabrália, conferi o estrelado e simples Restaurante da Vanda. Vale as estrelas que ela mantém há 22 anos, aquelas bem chatas de se conseguir no Guia 4 Rodas. O ambiente é simples, a caipirinha é muito boa e o arroz de polvo é baianíssimo. O diferencial é esse: comida baiana verdadeira, sem concessões aos turistas. A pimenta vem separada mas é só. O dendê corre solto, coentro e outros temperos de sabores exóticos idem. Eu volto para conferir moquecas.
O único suíço de Santo André antes dos Schweizer, o Beck, da pousada Gaili, mudou-se “além-rio” e tem um bar simpático e animado em pequena praia de Cabrália. Conserva o rock pesado da música ambiente, boas bebidas e cardápio com deliciosas especialidades suíças. É um lugar inusitado, bom para variar do padrão-praia.
E como sempre, não deixo de mencionar a melhor pousada de Santo André, a Vitor Hugo. Seu eficiente e sempre presente administrador, Sr. Oswaldo, continua firme no comando. Moquecas estilizadas e bem comportadas fazem par com caipirinhas deliciosas feitas com a cachaça Salinas. A de abacaxi vale a viagem!
São Paulo, 27 de abril de 2009.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
COMENDO BEM NO MÉXICO
Quem pensa que comida mexicana é só tortilla e taco, muito se engana e perde a enorme variedade de uma das cozinhas mais ricas e criativas do mundo.
Vamos começar pela cozinha inovadora e moderna de um restaurante maravilhosamente contemporâneo e ousado na Cidade do México, o Pámpano. Estranha filial de um restaurante mexicano em Nova York, o dono, só agora resolveu investir em sua terra natal e inaugurar um estabelecimento espetacular, tendo como sócio o famoso tenor mexicano, Plácido Domingo. Não posso imaginar lugar melhor para inciar-se nas salsas e moles mexicanos, molhos infernalmente bons e não necessariamente contendo toda a pimenta do mundo. Os níveis de “fogo” variam muito e os sutis sabores das centenas de chilis mexicanos é impressionante.
Para iniciar, três tipos de ceviches: peixe-espada, camarão e atum cru. Tudo pequeno, delicado, perfeito. Vinho branco chardonnay Casa Madero, mexicano; uma bela surpresa. O México produz brancos deliciosos a bom preço. E por que não? São vizinhos da Califórnia, produtora de vinhos ótimos; solo e sol são os mesmos. Não provei tintos, pois na primavera mexicana, o calor não permite, mas tomamos o Misión Cerocahui, também branco e também chardonnay. Um produto de impressionante qualidade, de uma micro vinícola embutida em um dos canions da belíssima Barranca del Cobre. Mas voltando ao restaurante Pámpano : seus tacos de lagosta são maravilhosos na mistura estranha e feliz do crustáceo com pasta de feijão preto e a opção de prato principal, peixe-espada grelhado mas não por isso menos suculento, ilhado em meio a um misterioso mole, não há igual. E no país que inventou o chocolate (palavra de origem asteca, por sinal), o conceito mexicano de petit gateaux é maravilhoso e no Pámpano vem em forma de pirâmide rodeada por molhos de frutas como carambola.
Em Oaxaca, capital gastronômica do país e maior, melhor e mais deliciosa produtora de chocolate, provamos e compramos diversas barras de um produto único, que só o México tem. Bruto, forte, aromático, um tanto amargo Por lá, preferem beber chocolate a mordê-lo, mas as barras são igualmente boas e podem ser suavizadas se derretidas em leite. Sempre em mesclas com canela, nozes, amêndoas e baunilha. Exclusivos e imperdíveis. Ganham seguidamente prêmios na Europa, inclusive no reinado máximo do chocolate, a Suíça. Ganham porque são bons e desafiam paladares convencionais. Não há nada, mas nada remotamente parecido no mundo. Você pode preferir o suíço, o belga ou até o brasileiro. Mas terá que reconhecer que o chocolate mexicano é bastante especial e nenhuma visita ao país é completa sem provar um pouco desta delícia asteca! Que deve ser consumida rápido, o que não é difícil, pois não contendo qualquer espécie de conservante, se deteriora e perde o gosto muito rápido, infelizmente.
Na Cidade do México há comida para todos os gostos e fomos até a um restaurante argentino interessante, o Evita. Bela e moderna decoração, bom serviço, localizado dentro do hotel Embassy Suítes. Mas a carne é norte americana e não sul americana, o que faz TODA a diferença. E é cara, porque carne boa do México é quase tão cara quanto nos EUA. Não sei por quê. O México é um país grande, espaço suficiente para gado,mas a carne dos bovinos custa muito e não é saborosa como a nossa ou a dos vizinhos argentinos.
Tivemos boa indicação do San Angel Inn, uma tradição da cidade, instalado em enorme hacienda do século XVI, mas não pudemos ir. Comida mexicana tradicional-chique. O Águila y Sol é outra pedida certa, mais na linha moderna e inovadora na interpretação da cozinha mexicana, tipo Pámpano e no mesmo bairro chique do mesmo, Polanco.
Mas é em Oaxaca que as delicias e misterioso da cozinha mexicana se desvendam, em ótimos e baratos restaurantes como o La Catrina de Alcalá e no La Casa de la Abuela. A modernidade e charme descolado ficam por conta do Los Danzantes (camarões nadando no molho de manga e mescal, fritos em flocos de coco) e do Temple (pratos de massa com frutos do mar e diversas pimentas locais). Como Oaxaca não fica muito longe do mar, seus frutos estão presentes por todos os estabelecimentos gastronômicos do lugar. Nos dois primeiros acima citados, pratos tradicionais e radicais, como gafanhotos e larvas; acreditem, deliciosamente fritos e fazendo parte de tortas, guisados e puros com um pouco de salsa. Altamente nutritivos e crocantes, valem a aventura de saboreá-los. Cordeiro e veado sempre vêm acompanhados dos riquíssimos moles, molhos mais grossos e consistentes do que as salsas, compostos de dezenas de ingredientes que vem de receitas familiares de centenas de anos. No La Casa de la Abuela as quesadillas fumegantes e seus queijos derretidos são muito especiais, junto com filet de frango fininho, pode ser carne de porco também, acompanhados do suave e sedoso guacamole, pilar irremovível e sagrado da cozinha mexicana.
No setor alcoólico, além dos vinhos surpreendentemente bons e baratos, claro, reina a tequila em primeiríssimo lugar e depois o mescal. São muito fortes e se prestam divinamente a coquetéis com frutas e diversas combinações com vodka, por exemplo. No Los Danzantes há uma espécie de Bellini, aquele divino drinque italiano, feito com pêssego e mescal. No Temple, outras combinações, desta vez envolvendo tequila e tamarindo, por exemplo. Tudo barato e criativo. No México, uma refeição “top” para duas pessoas, em restaurante nível Antiquarius do Rio ou São Paulo, não sai por mais do que 150 dólares, verdadeira pechincha se comparados aos 500 reais que pagamos por dita refeição no Antiquarius de São Paulo há apenas dois meses. Isso sem falar na maluquice que cobra o pretensioso e absurdo Fasano de São Paulo, 900 reais por um jantar. Não vale. Em Oaxaca, por exemplo, um jantar no pátio florido do chique hotel Camino Real, não sai por mais de 80 dólares. Com serviço atencioso, em convento do século 16, um lugar totalmente atmosférico; uma experiência de comer num monumento histórico dos mais importantes do país. Pontos para a salada César e as quesadillas e fajitas super saborosas.
Para quem precisa levar comida aos longos passeios da região de Oaxaca, ou cafés da manhã e refeições rápidas, deve dirigir-se ao Pan & Co e ao Café Brújula. Ambos de um americano apaixonado pelo México e oferecendo pães sensacionais, chocolates quentes e frios de matar de aromáticos e reconfortantes e as foccacias de azeitonas ou cebolas melhores do mundo. Sanduíches típicos da região, com finas lascas de carne, alface, tomate e abacate no pão francês também são opções reforçadas para extensas e fascinantes caminhadas. E ainda assim nos faltou prestigiar o restaurante El Naranjo, na linha México-comtemporaneo. Mais uma razão para voltar ao país e suas delícias gastronômicas.
Tomem cuidado os aventureiros gastronômicos quando pedirem huevos rancheros, um prato forte nos cafés da manhã típicos. São dois ovos fritos nadando numa sopa verde pavorosa e mega-apimentada. Se não faz seu gênero, fuja! E não se deixe enganar pela suposta tortilla que há debaixo dos ovos; ela vem submersa na medonha sopa. Ai, ai ai!
E se, por total azar o turista passar pela infeliz Puerto Vallarta, o Gazebo e o River Café lhe farão esquecer momentaneamente o quanto você é infeliz por estar numa das praias mais babacas do México, uma mescla horripilante de Guarujá, Praia Grande e Piscinão de Ramos. O Gazebo está localizado na Marina, região um pouco mais suportável da chata Vallarta e pertence a Luigi, um italiano legal. Brusquettas e paellas não fazem feio e a comida moderninha do River Café é também um alívio. Esqueça a decoração cafona, a música de elevador e os clientes obesos; Vallarta não fica nunca melhor do que isso. O restaurante “chique” (La Hacienda) do horripilante hotel Fies ta Americana tem comida surpreendentemente boa e os tartars de atum, saladas criativas e boas sobremesas também valem à pena e aliviam o suplício.
Em Mazatlán, outra praia fraca na costa do Pacífico, o destaque é o hotel Pueblo Bonito e seu restaurante Cilantro, literalmente na areia. Envidraçado, ar condicionado, serviço perfeito. Ceviche de camarão e as tradicionais combinações “à americana”, entre filet mignon e camarão ou lagosta, que tão estranhas nos parecem, mas que, em boas casas como o Cilantro, são muito saborosas, estão entre as estrelas do cardápio imaginativo e variado. Frutos do mar são oferecidos a preços acessíveis no país e como já mencionei, caro mesmo é carne bovina. Que se revelou muito boa nos hambúrgueres da cadeia americana Burger King e nestes mesmos sanduíches no restaurante do hotel Palácio del Sol, na capital da carne mexicana, Chihuahua. Nesta interessante cidade do norte do país, as carnes são tão boas e fartas que são vendidas cruas para viagem, embaladas à vácuo, no aeroporto! E também no 624, restaurante magnífico na Baja Califórnia, em San José del Cabo. O filet mignon gigante, acompanhado de batatas crocantes e espesso molho grosso e escuro, deliciosamente apimentado, foi campeão.
Nesta mesma casa, destaque para lagostas e saladas preparadas com a carne deste crustáceo, frutas, penne e coco. A casa é nova, o serviço não poderia ser mais simpático e eficiente, em ambiente mexicano-moderno e boa musica. A comida, na região de Los Cabos, é excelente. Mas bem mais cara do que em qualquer outra parte do México, visto que a Baja Califórnia e mais precisamente a região que engloba as cidades de Cabo San Lucas e San José los Cabos é atualmente a mais “hype” do país. Não só os costumeiros velhos, gordos e feios americanos endinheirados lotam os estupendos hotéis e condomínios, mas ali também os jovens e bonitos gringos, mexicanos “cool” e estrangeiros idem; os mesmos talvez, que costumavam freqüentar Cancun e Acapulco e se transferiram em massa para lá. Consequentemente, os preços “nas nuvens” também para lá se mudaram; jantar para dois variando entre 150 e 250 dólares é comum. Mas vale a pena e vamos ver por que:
Bares e restaurantes nas duas cidades existem quase em numero tão grande quanto os cactos nativos da região e há de tudo para todos os gostos; não para todos os bolsos. Quem quiser comida barata terá que comer nas cadeias de fast-food americanas ou nos carrinhos que vendem tacos nas ruas.
Em San José jantamos divinamente no Voilá que também oferece serviço de buffet para milionários variados da área e suas casas espetaculares. Burritos de nobres frutos do mar, mero chileno, seríssimas saladas César e salsas enlouquecedoras podem ser degustadas ao ar livre, à luz de velas e a céu aberto, pois quase não chove em Baja. No Voilá isto acontece em meio a uma linda e espaçosa loja de decoração; no meio dos vasos e objetos, um ótimo restaurante. Singular...
Cafés da manhã perfeitos podem ser encontrados no Café San José e seu terraço agradável no primeiro andar e em cenário menos idílico, mas com comida sensacional, na French Bakery, de propriedade de chef francês, Jacques Chretien, que também é proprietário de restaurante fino para jantares românticos a beira da praia, na vizinha San Lucas. A padaria francesa nada deixa a dever a qualquer estabelecimento similar na França e os croissants estão com certeza entre os melhores do mundo. Omeletes de queijo e camarão são fascinantes e as muitas opções de crepes doces e salgados deixam qualquer um maluco de dúvida: o que escolher? Como o paraíso não é barato, esplendidos cafés da manhã nãos custam menos do que 25 dólares por pessoa.
Na agitadíssima Cabo San Lucas, na chique Marina, despencando sobre a água azul do mar, o deck do Oyster Bar do Lorenzillo’s. Dito restaurante é filial do mega turístico templo da lagosta de Cancun. Aqui mais chique e exclusivo, sempre oferecendo lagostas suculentas e molhos/acompanhamentos variados. O serviço é um tanto fraco para lugar caro e com pinta de luxuoso, mas comida e localização compensam a falha. Para quem aprecia frutos do mar, o Lorenzillo’s é ideal.
Na pacata Todos Santos, “pueblito” na costa do Pacífico, a 100 kms de San José, uma das jóias da coroa da cozinha da Baja Califórnia, o italianíssimo Café San José. De proprietários genuinamente italianos, o cardápio não faz concessão alguma à comida mexicana e os clássicos do mediterrâneo estão todos lá, com menção honrosa para mariscos e lulas. Ambiente adorável, com jardim muito verde para região tão desértica, vale a distancia percorrida para quem quer experimentar algo diferente em ambiente totalmente zen. Prepare-se para pagar 80 dólares por almoço de um prato por pessoa e uma diminuta taça de vinho.
Mas a “facada” total está mesmo nos restaurantes do hotel 10 estrelas, One and Only Palmilla. Seus três restaurantes são abertos ao publico mediante reserva e são, claro, de alto nível em hotel cujas diárias começam nos 800 dólares. Jantares e almoços não ficam atrás. A estrela é o C, casa assinada pelo ultra-chef de Chicago, Charlie Trotter. Não é nem de longe tão bom quanto a matriz, mas apresenta carta de vinho fabulosa, serviço muito bom, alguns pratos da cozinha japonesa autenticamente preparados, sobremesas intrigantes e ambiente interno e externo bastante bonitos. Isso sem falar do moderníssimo bar e seus bons shows de jazz. Jantar para dois com vinho modesto está na casa dos 400 dólares. Almoços “al fresco” no Breezes, o “baratinho” do hotel vão por 70 dólares o casal para uma salada, um hambúrguer, água pequena (fiji, é claro...) e uma Coca light. Naturalmente, se paga o lugar, a vista, o mar, o status. E os outros comensais chiques, bonitos, interessantes.
Para pombinhos enamorados, o segundo melhor, o Água (auto denominado de “cozinha mexiterranea”), organiza jantares na praia começando em 360 dólares. Bebidas, taxas e gorjetas não incluídas. Nossa passagem pelo estabelecimento nos tornou 660 dolares mais pobres devido à ambientação “especial”: velas, lua cheia, musica ao vivo, 4 pratos, champagne, etc.
É para quem pode...
E para grandes comemorações!
Cabo San Lucas, 03 de maio de 2008
Quem pensa que comida mexicana é só tortilla e taco, muito se engana e perde a enorme variedade de uma das cozinhas mais ricas e criativas do mundo.
Vamos começar pela cozinha inovadora e moderna de um restaurante maravilhosamente contemporâneo e ousado na Cidade do México, o Pámpano. Estranha filial de um restaurante mexicano em Nova York, o dono, só agora resolveu investir em sua terra natal e inaugurar um estabelecimento espetacular, tendo como sócio o famoso tenor mexicano, Plácido Domingo. Não posso imaginar lugar melhor para inciar-se nas salsas e moles mexicanos, molhos infernalmente bons e não necessariamente contendo toda a pimenta do mundo. Os níveis de “fogo” variam muito e os sutis sabores das centenas de chilis mexicanos é impressionante.
Para iniciar, três tipos de ceviches: peixe-espada, camarão e atum cru. Tudo pequeno, delicado, perfeito. Vinho branco chardonnay Casa Madero, mexicano; uma bela surpresa. O México produz brancos deliciosos a bom preço. E por que não? São vizinhos da Califórnia, produtora de vinhos ótimos; solo e sol são os mesmos. Não provei tintos, pois na primavera mexicana, o calor não permite, mas tomamos o Misión Cerocahui, também branco e também chardonnay. Um produto de impressionante qualidade, de uma micro vinícola embutida em um dos canions da belíssima Barranca del Cobre. Mas voltando ao restaurante Pámpano : seus tacos de lagosta são maravilhosos na mistura estranha e feliz do crustáceo com pasta de feijão preto e a opção de prato principal, peixe-espada grelhado mas não por isso menos suculento, ilhado em meio a um misterioso mole, não há igual. E no país que inventou o chocolate (palavra de origem asteca, por sinal), o conceito mexicano de petit gateaux é maravilhoso e no Pámpano vem em forma de pirâmide rodeada por molhos de frutas como carambola.
Em Oaxaca, capital gastronômica do país e maior, melhor e mais deliciosa produtora de chocolate, provamos e compramos diversas barras de um produto único, que só o México tem. Bruto, forte, aromático, um tanto amargo Por lá, preferem beber chocolate a mordê-lo, mas as barras são igualmente boas e podem ser suavizadas se derretidas em leite. Sempre em mesclas com canela, nozes, amêndoas e baunilha. Exclusivos e imperdíveis. Ganham seguidamente prêmios na Europa, inclusive no reinado máximo do chocolate, a Suíça. Ganham porque são bons e desafiam paladares convencionais. Não há nada, mas nada remotamente parecido no mundo. Você pode preferir o suíço, o belga ou até o brasileiro. Mas terá que reconhecer que o chocolate mexicano é bastante especial e nenhuma visita ao país é completa sem provar um pouco desta delícia asteca! Que deve ser consumida rápido, o que não é difícil, pois não contendo qualquer espécie de conservante, se deteriora e perde o gosto muito rápido, infelizmente.
Na Cidade do México há comida para todos os gostos e fomos até a um restaurante argentino interessante, o Evita. Bela e moderna decoração, bom serviço, localizado dentro do hotel Embassy Suítes. Mas a carne é norte americana e não sul americana, o que faz TODA a diferença. E é cara, porque carne boa do México é quase tão cara quanto nos EUA. Não sei por quê. O México é um país grande, espaço suficiente para gado,mas a carne dos bovinos custa muito e não é saborosa como a nossa ou a dos vizinhos argentinos.
Tivemos boa indicação do San Angel Inn, uma tradição da cidade, instalado em enorme hacienda do século XVI, mas não pudemos ir. Comida mexicana tradicional-chique. O Águila y Sol é outra pedida certa, mais na linha moderna e inovadora na interpretação da cozinha mexicana, tipo Pámpano e no mesmo bairro chique do mesmo, Polanco.
Mas é em Oaxaca que as delicias e misterioso da cozinha mexicana se desvendam, em ótimos e baratos restaurantes como o La Catrina de Alcalá e no La Casa de la Abuela. A modernidade e charme descolado ficam por conta do Los Danzantes (camarões nadando no molho de manga e mescal, fritos em flocos de coco) e do Temple (pratos de massa com frutos do mar e diversas pimentas locais). Como Oaxaca não fica muito longe do mar, seus frutos estão presentes por todos os estabelecimentos gastronômicos do lugar. Nos dois primeiros acima citados, pratos tradicionais e radicais, como gafanhotos e larvas; acreditem, deliciosamente fritos e fazendo parte de tortas, guisados e puros com um pouco de salsa. Altamente nutritivos e crocantes, valem a aventura de saboreá-los. Cordeiro e veado sempre vêm acompanhados dos riquíssimos moles, molhos mais grossos e consistentes do que as salsas, compostos de dezenas de ingredientes que vem de receitas familiares de centenas de anos. No La Casa de la Abuela as quesadillas fumegantes e seus queijos derretidos são muito especiais, junto com filet de frango fininho, pode ser carne de porco também, acompanhados do suave e sedoso guacamole, pilar irremovível e sagrado da cozinha mexicana.
No setor alcoólico, além dos vinhos surpreendentemente bons e baratos, claro, reina a tequila em primeiríssimo lugar e depois o mescal. São muito fortes e se prestam divinamente a coquetéis com frutas e diversas combinações com vodka, por exemplo. No Los Danzantes há uma espécie de Bellini, aquele divino drinque italiano, feito com pêssego e mescal. No Temple, outras combinações, desta vez envolvendo tequila e tamarindo, por exemplo. Tudo barato e criativo. No México, uma refeição “top” para duas pessoas, em restaurante nível Antiquarius do Rio ou São Paulo, não sai por mais do que 150 dólares, verdadeira pechincha se comparados aos 500 reais que pagamos por dita refeição no Antiquarius de São Paulo há apenas dois meses. Isso sem falar na maluquice que cobra o pretensioso e absurdo Fasano de São Paulo, 900 reais por um jantar. Não vale. Em Oaxaca, por exemplo, um jantar no pátio florido do chique hotel Camino Real, não sai por mais de 80 dólares. Com serviço atencioso, em convento do século 16, um lugar totalmente atmosférico; uma experiência de comer num monumento histórico dos mais importantes do país. Pontos para a salada César e as quesadillas e fajitas super saborosas.
Para quem precisa levar comida aos longos passeios da região de Oaxaca, ou cafés da manhã e refeições rápidas, deve dirigir-se ao Pan & Co e ao Café Brújula. Ambos de um americano apaixonado pelo México e oferecendo pães sensacionais, chocolates quentes e frios de matar de aromáticos e reconfortantes e as foccacias de azeitonas ou cebolas melhores do mundo. Sanduíches típicos da região, com finas lascas de carne, alface, tomate e abacate no pão francês também são opções reforçadas para extensas e fascinantes caminhadas. E ainda assim nos faltou prestigiar o restaurante El Naranjo, na linha México-comtemporaneo. Mais uma razão para voltar ao país e suas delícias gastronômicas.
Tomem cuidado os aventureiros gastronômicos quando pedirem huevos rancheros, um prato forte nos cafés da manhã típicos. São dois ovos fritos nadando numa sopa verde pavorosa e mega-apimentada. Se não faz seu gênero, fuja! E não se deixe enganar pela suposta tortilla que há debaixo dos ovos; ela vem submersa na medonha sopa. Ai, ai ai!
E se, por total azar o turista passar pela infeliz Puerto Vallarta, o Gazebo e o River Café lhe farão esquecer momentaneamente o quanto você é infeliz por estar numa das praias mais babacas do México, uma mescla horripilante de Guarujá, Praia Grande e Piscinão de Ramos. O Gazebo está localizado na Marina, região um pouco mais suportável da chata Vallarta e pertence a Luigi, um italiano legal. Brusquettas e paellas não fazem feio e a comida moderninha do River Café é também um alívio. Esqueça a decoração cafona, a música de elevador e os clientes obesos; Vallarta não fica nunca melhor do que isso. O restaurante “chique” (La Hacienda) do horripilante hotel Fies ta Americana tem comida surpreendentemente boa e os tartars de atum, saladas criativas e boas sobremesas também valem à pena e aliviam o suplício.
Em Mazatlán, outra praia fraca na costa do Pacífico, o destaque é o hotel Pueblo Bonito e seu restaurante Cilantro, literalmente na areia. Envidraçado, ar condicionado, serviço perfeito. Ceviche de camarão e as tradicionais combinações “à americana”, entre filet mignon e camarão ou lagosta, que tão estranhas nos parecem, mas que, em boas casas como o Cilantro, são muito saborosas, estão entre as estrelas do cardápio imaginativo e variado. Frutos do mar são oferecidos a preços acessíveis no país e como já mencionei, caro mesmo é carne bovina. Que se revelou muito boa nos hambúrgueres da cadeia americana Burger King e nestes mesmos sanduíches no restaurante do hotel Palácio del Sol, na capital da carne mexicana, Chihuahua. Nesta interessante cidade do norte do país, as carnes são tão boas e fartas que são vendidas cruas para viagem, embaladas à vácuo, no aeroporto! E também no 624, restaurante magnífico na Baja Califórnia, em San José del Cabo. O filet mignon gigante, acompanhado de batatas crocantes e espesso molho grosso e escuro, deliciosamente apimentado, foi campeão.
Nesta mesma casa, destaque para lagostas e saladas preparadas com a carne deste crustáceo, frutas, penne e coco. A casa é nova, o serviço não poderia ser mais simpático e eficiente, em ambiente mexicano-moderno e boa musica. A comida, na região de Los Cabos, é excelente. Mas bem mais cara do que em qualquer outra parte do México, visto que a Baja Califórnia e mais precisamente a região que engloba as cidades de Cabo San Lucas e San José los Cabos é atualmente a mais “hype” do país. Não só os costumeiros velhos, gordos e feios americanos endinheirados lotam os estupendos hotéis e condomínios, mas ali também os jovens e bonitos gringos, mexicanos “cool” e estrangeiros idem; os mesmos talvez, que costumavam freqüentar Cancun e Acapulco e se transferiram em massa para lá. Consequentemente, os preços “nas nuvens” também para lá se mudaram; jantar para dois variando entre 150 e 250 dólares é comum. Mas vale a pena e vamos ver por que:
Bares e restaurantes nas duas cidades existem quase em numero tão grande quanto os cactos nativos da região e há de tudo para todos os gostos; não para todos os bolsos. Quem quiser comida barata terá que comer nas cadeias de fast-food americanas ou nos carrinhos que vendem tacos nas ruas.
Em San José jantamos divinamente no Voilá que também oferece serviço de buffet para milionários variados da área e suas casas espetaculares. Burritos de nobres frutos do mar, mero chileno, seríssimas saladas César e salsas enlouquecedoras podem ser degustadas ao ar livre, à luz de velas e a céu aberto, pois quase não chove em Baja. No Voilá isto acontece em meio a uma linda e espaçosa loja de decoração; no meio dos vasos e objetos, um ótimo restaurante. Singular...
Cafés da manhã perfeitos podem ser encontrados no Café San José e seu terraço agradável no primeiro andar e em cenário menos idílico, mas com comida sensacional, na French Bakery, de propriedade de chef francês, Jacques Chretien, que também é proprietário de restaurante fino para jantares românticos a beira da praia, na vizinha San Lucas. A padaria francesa nada deixa a dever a qualquer estabelecimento similar na França e os croissants estão com certeza entre os melhores do mundo. Omeletes de queijo e camarão são fascinantes e as muitas opções de crepes doces e salgados deixam qualquer um maluco de dúvida: o que escolher? Como o paraíso não é barato, esplendidos cafés da manhã nãos custam menos do que 25 dólares por pessoa.
Na agitadíssima Cabo San Lucas, na chique Marina, despencando sobre a água azul do mar, o deck do Oyster Bar do Lorenzillo’s. Dito restaurante é filial do mega turístico templo da lagosta de Cancun. Aqui mais chique e exclusivo, sempre oferecendo lagostas suculentas e molhos/acompanhamentos variados. O serviço é um tanto fraco para lugar caro e com pinta de luxuoso, mas comida e localização compensam a falha. Para quem aprecia frutos do mar, o Lorenzillo’s é ideal.
Na pacata Todos Santos, “pueblito” na costa do Pacífico, a 100 kms de San José, uma das jóias da coroa da cozinha da Baja Califórnia, o italianíssimo Café San José. De proprietários genuinamente italianos, o cardápio não faz concessão alguma à comida mexicana e os clássicos do mediterrâneo estão todos lá, com menção honrosa para mariscos e lulas. Ambiente adorável, com jardim muito verde para região tão desértica, vale a distancia percorrida para quem quer experimentar algo diferente em ambiente totalmente zen. Prepare-se para pagar 80 dólares por almoço de um prato por pessoa e uma diminuta taça de vinho.
Mas a “facada” total está mesmo nos restaurantes do hotel 10 estrelas, One and Only Palmilla. Seus três restaurantes são abertos ao publico mediante reserva e são, claro, de alto nível em hotel cujas diárias começam nos 800 dólares. Jantares e almoços não ficam atrás. A estrela é o C, casa assinada pelo ultra-chef de Chicago, Charlie Trotter. Não é nem de longe tão bom quanto a matriz, mas apresenta carta de vinho fabulosa, serviço muito bom, alguns pratos da cozinha japonesa autenticamente preparados, sobremesas intrigantes e ambiente interno e externo bastante bonitos. Isso sem falar do moderníssimo bar e seus bons shows de jazz. Jantar para dois com vinho modesto está na casa dos 400 dólares. Almoços “al fresco” no Breezes, o “baratinho” do hotel vão por 70 dólares o casal para uma salada, um hambúrguer, água pequena (fiji, é claro...) e uma Coca light. Naturalmente, se paga o lugar, a vista, o mar, o status. E os outros comensais chiques, bonitos, interessantes.
Para pombinhos enamorados, o segundo melhor, o Água (auto denominado de “cozinha mexiterranea”), organiza jantares na praia começando em 360 dólares. Bebidas, taxas e gorjetas não incluídas. Nossa passagem pelo estabelecimento nos tornou 660 dolares mais pobres devido à ambientação “especial”: velas, lua cheia, musica ao vivo, 4 pratos, champagne, etc.
É para quem pode...
E para grandes comemorações!
Cabo San Lucas, 03 de maio de 2008
domingo, 1 de fevereiro de 2009
ARGENTINA 2009
DO SUL AO NORTE EM 23 DIAS
No dia 19 de dezembro de 2008 partimos em direção a Buenos Aires, para mais uma estada rápida na capital argentina. Não é o caso de não gostarmos da cidade, pelo contrário, ela é encantadora; mas o país é tão grande – entre os 10 maiores territórios no mundo – que considero total falta de imaginação da maioria dos brasileiros, concentrar-se apenas em Buenos Aires e Bariloche. O país tem muito a oferecer e os preços ainda são razoáveis. Não é pechincha, pois a inflação da Sra. Kirchner beira os 30% ao ano. Oficialmente, 9%. Mentira, pois estivemos na Argentina 3 vezes em menos de dois anos (ver meus artigos PASCOA NA ARGENTINA E NATAL ARGENTINO). Os preços subiram e os argentinos se queixam amargamente da situação política e econômica de seu lindo país.
Novamente, nos hospedamos no Loi Suites, escolha acertada para quem quer localização central e fácil acesso ao Aeroparque, o Congonhas local. Em julho de 2004 pagamos US$ 100 por apartamento que hoje custa US$ 220. É inflação da pesada! Mas ainda assim, vale a pena pelo acesso a pé a nosso restaurante favorito na cidade, o maravilhoso La Cabaña. Minha terceira vez na casa, a primeira para jantar. Cheio, alegre, serviço ótimo e comida fantástica. Carnes indescritíveis e as melhores empanadas do planeta. Vale os US$ 100 por pessoa. Em nossa curta estadia portenha, revisitamos as Galerias Pacífico e compramos livros em uma das simpáticas livrarias do primeiro andar. Também tomamos sorvete de doce de leite no turístico Café Biela, na Recoleta. Tudo muito civilizado e agradável, como também é o Aeroparque, um aeroporto doméstico ainda simpático. Com direito a restaurante de comida japonesa muito bom. E foi via este aeroporto que tomamos o vôo para El Calafate e o deslumbramento da enorme geleira Perito Moreno.
Atualmente, no país, só há duas opções para vôos internos: LAN e Aerolíneas Argentinas. Prefira SEMPRE a primeira, mas encare a segunda se não houver jeito, que foi nosso caso. Tentamos reservar vôos em meados de outubro e a LAN já estava lotada; principalmente para o sul do país, de El Calafate para baixo. Por ser região fria e inóspita, a estação turística vai apenas de outubro a abril (melhor mesmo é ir de dezembro a março) e coincide com a estação de escaladas dos altos picos andinos na região centro-oeste, de Mendoza, fazendo com que vôos e preços se tornem difíceis e altos. Tivemos sorte com a Aerolíneas, que não apresentou atrasos sérios ou cancelamentos. Mas foi apenas isso: sorte. Cortes de vôos são rotineiros, a empresa está sendo estatizada por um estado falido e nosso vôo sem escalas Mendoza/Buenos Aires foi COM escala em San Juan. A maioria dos passageiros reclamou, pois tinham vôos de conexão, muitos deles perdidos. Conselhinho: se a Aerolíneas for inevitável, JAMAIS marque conexões com menos de 4 horas entre a chegada de um vôo e partida de outro. Principalmente se o “outro” vôo for em Ezeiza, o medonho aeroporto internacional de Buenos Aires.
El Calafate é uma pequena cidade às margens do azulíssimo Lago Argentino, um lugar belíssimo, de ventos fortes e paisagem árida. A cidade é simpática, possui bons serviços turísticos e hotéis variados. Escolhemos o moderno Design Suites pela localização romântica às margens do lago, mas não repetiríamos a estadia. É afastado da cidade, em região periférica-feia (perto de um lixão), caro para padrões locais (US$ 220) e por uns 50 dólares a mais seria melhor investir no adorável hotel Los Alamos, central e aconchegante. O serviço do Design beira o pavoroso, a limpeza dos quartos é duvidosa e a comida francamente indecente. Fuja e não se deixe enganar por fotos do prédio descolado, dos grandes vidros, do suposto clima “zen”. A realidade é composta de apartamentos acanhados, com armários minúsculos, cuja única vantagem é a bela vista. Reserve o queixo caído no quesito “vista”, para a geleira Perito Moreno. Se orçamento estiver apertado, o hotel Quijote não faz feio. Quartos simples, preços honestos e café da manhã razoável, além de lugar bem central.
E por falar em centro, a pequena via principal de El Calafate, onde tudo acontece, hospeda estabelecimentos dos mais interessantes. Além de uma casa de cambio, a Thaler, das mais concorridas, o verdadeiro “point” dos gringos locais, oferece ainda a aconchegante pizzaria La Lechuza; boa, barata e animada. O bar Libertador é uma versão local do portenho Café Tortoni e o restaurante Casimiro Biguá é excelente e lotado à noite. Com o mesmo nome há uma churrascaria e uma casa de massas. Fomos ao tradicional e mais transado, o Casimiro Biguá ao lado da casa de cambio Thaler. Não perca!
Alugamos carro para seguir viagem a Ushuaia e a filial da Localiza oferece um bom serviço. Preços nunca são bons na Argentina para locadoras oficiais, tipos as grandes americanas e a nossa Localiza. Mas eu nunca arriscaria as locadoras argentinas “genéricas”. Se nas grandes os carros são alugados em estado de manutenção/quilometragem duvidosos, o que dizer das mais baratas?
Alugar carro em El Calafate vale a pena se o viajante quiser ir além de Perito Moreno. Se ficar restrito a passeios locais e à geleira, é melhor contratar excursões nas várias agencias que vendem as mesmas. Se a intenção, na região, incluir El Chaltén, o carro é essencial. E eu não voaria mais de 3 horas Buenos Aires – El Calafate, enfrentando a turbulência amedrontadora dos ventos patagônicos e o serviço triste da Aerolíneas só para ir a Calafate. Bom, a geleira é mesmo fantástica e vale a visita, mas El Chaltén e o Parque Nacional Los Glaciares são igualmente imperdíveis para amantes da dobradinha natureza/caminhadas.
Bem, vamos por partes. Primeiro, Perito Moreno. Já vi geleiras em minha longa carreira de turista profissional (inclusive as do topo do Kilimanjaro, algumas chilenas, divertidas e civilizadas na Suíça e várias na Antártida), mas a acima citada ganha O Oscar do Gelo! Gigantesca e azul, é um show de som e luz. Em constante crescimento, movimenta-se como um paquiderme congelado e no processo de tal movimentação produz sons estranhíssimos, lúgubres e derrubadas de blocos de gelo constantes. Não é preciso cam inhar sobre ela, como oferecem agencias locais, ou mesmo tomar o barco para ver a maravilha por outro ângulo. É só pagar a entrada do parque, ir aos mirantes diversos e bem construídos espalhados por ali e divertir-se por horas com um dos espetáculos mais sensacionais que a natureza pode oferecer. Evite a mega-roubada de hospedar-se no caríssimo hotel Los Notros, cuja propaganda enganosa oferece a promessa de hospedagem “em frente à geleira”. Em frente, do outro lado da estrada e bem longe da dita cuja. Nada que se compare ao Hotel Explora, no sul do Chile, e à sua localização sem estrada pelo meio, realmente em frente à vista mais bonita do mundo. O Los Notros é uma pousada de luxo à beira da estrada, muito pequena, sem área própria ou privacidade. Mas o mesmo não se pode dizer do hotel de mesmo dono, o magnífico Los Cerros, na minúscula e adorável El Chaltén.
A vilazinha localizada a 220 kilometros de El Calafate e encravada entre enormes montanhas na fronteira com o Chile, é o centro urbano mais jovem da Argentina (1985), criado especialmente para popular o local em uma das muitas disputas fronteiriças entre nossos dois queridos vizinhos . Simples, acolhedora e muito simpática, El Chaltén está praticamente dentro do Parque Los Glaciares e o entorno é precioso, paisagem de contos de fadas; um ninho de sonho em meio a montanhas, neves, geleiras variadas, riachos e muito verde. Além da vistas maravilhosas para os picos severos e intrigantes da cadeia Fitz Roy (o próprio é um “Pão de Açúcar” patagônico de 3375 metros de altura). É também, auto-proclamada, a “Capital Nacional do Trekking”; não sem justiça, pois caminhar e escalar são mesmo as atividades principais ligadas ao turismo na região. Há cerca de dez trilhas básicas com níveis de dificuldade e duração distintos, algumas delas auto-guiadas e outras com necessidade de mapas ou guias. O Centro de Informações localizado na entrada da vila fornece boa orientação. Para os pescadores a área é também adequada no verão e simples passeios de barco oferecem paisagens inesquecíveis.
A viagem de carro de El Calafate a El Chaltén, por boa estrada recentemente asfaltada, é deslumbrante e vale parar muitas vezes para fotos. É um cenário único, solitário, magnífico, enorme. É uma das áreas mais bonitas e menos conhecidas da Patagônia Argentina e é possível hospedar-se em algumas pousadas ou hotéis-fazenda simples pelo caminho, se o fascínio com a paisagem for forte demais. Vale a pena, há estâncias oferecendo quartos e refeições por toda parte e até algumas mais sofisticadas, dispondo de atividades aquáticas e visitas com caminhadas às várias geleiras do parque nacional. A hospedagem em El Chaltén é variada: chalés simples, outros médios, pousadas semi-básicas e albergues de mochileiros. No quesito alimentação a coisa se sofistica mais e há lugares encantadores como o barzinho/lanchonete/restaurante La Senyera, de propriedade de donos espanhóis, catalão que denomina seu pequeno estabelecimento de Pulpería El Chaltén e oferece bizarrices como polvo em região bem longe do mar e pan com tomate, uma iguaria típica de Barcelona. Muito charmoso, todo em madeira rústica, boas empanadas, boa música e preços módicos.
Mas é no hotel Los Cerros que El Chaltén vislumbra o futuro e o potencial turístico da vila. Único alojamento de luxo na cidade, é uma proposta “zen”. Quartos muito confortáveis, grandes e bem decorados. Pequeno e eficiente SPA, vistas fabulosas às montanhas. Mas não há TV nos apartamentos e celular não pega por lá. Por enquanto...
Há Wi Fi no bar e dois computadores que podem ser usados pelos hóspedes. Só. O resto é paz, conforto, aconchego, exercío físico nas trilhas embasbacantes das montanhas e romance. E para completar o “repouso do guerreiro”, as iguarias fabulosas do restaurante estrelado do Los Cerros, na certa o melhor da província de Santa Cruz (na região andina). Nosso cardápio natalino, por exemplo, consistiu de 5 pratos muito bem preparados e apresentados, em amostras ousadas de camarões com berinjela defumada, truta grelhada com creme negro e nhoques na tinta de lula, peru laqueado com batatas, erva doce e alcaparras, ou ainda mesmo cervo envolto em massa folhada com purê cremoso de ervilhas, carpaccio de ameixas frescas e suco de frutas do bosque. Sobremesas leves e “buffet doce” ao final, para acompanhar as maravilhas, cada delas escoltadas por vinhos argentinos muito especiais e bem apropriados aos pratos. Desnecessário dizer que foi um dos natais mais felizes de nossas vidas. Em lugar paradisíaco e muito bem alimentados!
O Los Cerros não é nenhuma pechincha, claro, mas no Natal 2008, duas noites com café da manhã, um jantar e um almoço e a ceia fabulosa acima descrita, mais massagens, nos custou US$ 600,00 o casal. Vale o investimento. E como termo de comparação: o Los Notros, dos mesmos proprietários, apenas por estar supostamente localizado “perto” e com vista à geleira Perito Moreno, custa cerca de US$ 1000 a diária com pensão completa. Vale?
Mas como mordomia e sossego não são eternos, pena, lá fomos nós negociar os mais de 1000 quilômetros ou algo parecido que nos levaram de El Chaltén a Ushuaia. Em dois dias de belas paisagens, a Patagônia mística e desoladora em toda sua enorme amplidão. Cruzamos duas vezes a fronteira com o Chile e até balsa chilena tomamos. É tudo bem organizado, fácil, divertido. Boas e bem sinalizadas estradas, nem o trecho de terra de 120 kms foi difícil. A parada para o pernoite necessário foi em Rio Grande, uma cidade feia e sem graça à beira mar, ao sul da pior ainda Rio Gallegos. Mas não há jeito, os trajetos são longos mesmo na enorme Argentina e se o turista se encontrar por acaso em Rio Grande, a pousada Los Sauces quebra o galho e até tem restaurante decente onde se pode provar a estrela gastronômica do extremo sul chileno e argentino, a centolla; aquele caranguejão-monstro de águas profundas e geladas. Maravilhoso!
Última parada sulina: Ushuaia.
O trecho rodoviário de Rio Grande a Ushuaia é lindíssimo e dá vontade de percorrer de novo só para apreciar melhor as florestas austrais , repletas de notofagus, umas árvores lindas que não crescem no nosso quente e tropical Brasil. Mesmo no verão, há neve nos picos de montanhas que cercam Ushuaia e pode nevar a qualquer hora. O que é muito divertido: um dia acordamos com neve nos cumes e gelo por toda parte. Chuva transforma-se rapidamente em neve, bem no meio do dia. Em finais de dezembro!
A chegada a Ushuaia é emocionante, de montanhas e florestas se vai ao mar, ao famoso Canal Beagle, tão disputado entre Chile e Argentina. Suas águas cinza-chumbo, brilham prateadas quando o sol permite uma tímida passagem entre as nuvens sempre muito baixas à beira mar. A cidade é feia , mas charmosa e um tanto misteriosa, com aquele ar duvidoso e boêmio de lugares portuários; um misto de turistas, comércio, navios de todo tipo, veleiros, gente do mundo inteiro. Tudo isso encravado sobre a estreita e íngreme faixa de terra entre o Canal de Beagle e os Andes Costeiros. Com direito a floresta subindo as escarpas dos montes negros e nevados quase sempre.
O bizarro lugar é a cidade mais austral do mundo e merecida mente se auto-intula O Fim do Mundo; e lucra com isso na venda de todo o tipo de produtos “fim do mundo”. A loja do Parque Nacional Tierra Del Fuego vende ótimos souvenires do tipo. Baratos e de bom gosto. Aliás, Ushuaia oferece boas compras por ser área portuária de grande movimento internacional e zona franca livre de impostos; raridade na Argentina que fora vinhos, couros caros e doce de leite, está mais para cemitério do consumo do que paraíso.
O Parque Nacional deve ser visitado e aproveitado ao máximo pelas lindas paisagens, limpeza, boa sinalização e organização e por um singelo passeio no antigo trem que levava os prisioneiros condenados a passarem o resto dos seus dias no “fim do mundo”. Há restaurante decente e boa loja na área do parque e se o tempo permitir um piquenique, por que não? Há infra para isso e os locais adoram. Com direito a lindos coelhinhos pululando por todos os lados.
Ushuaia oferece bons hotéis em todas as categorias possíveis. Na alta estação, verão, caros. Três estrelas com apartamento acanhado sai por US$ 180 fácil e os cinco estrelas estão na faixa de 500 a 600. A maioria dos hotéis e restaurantes possui vistas fantásticas e almoços e cafés da manhã são sempre uma divertida festa para os olhos. Só a beleza da natureza já é um show. Adicionando-se o movimento do porto e o do aeroporto, onde se pode acompanhar pousos e decolagens o dia todo. Navios-chiques de cruzeiros antárticos ou não estão sempre por lá. Acompanhamos por horas a movimentação de um dos mais luxuosos do mundo, o alemão Europa, da varanda (fechada com vidro) do melhor restaurante da cidade, o Kaupé.É considerado um dos melhores da Argentina e vale mesmo a distinção. Entramos em delírio gourmet com um dos mais bem preparados pratos de centolla do universo, uma receita simples, realçando perfeitamente o sabor único deste caro e difícil crustáceo. Meu marido, optou por versão mais elaborada, envolta em crepes ao molho de açafrão e não se arrependeu. Ele foi de merluza negra e eu mergulhei no melhor bife argentino da viagem e, quiçá, que já pedi neste país,acompanhado do melhor molho cremoso com pimenta do reino em grão que já provei; antecederam panqueca de doce de leite ao conhaque, uma apoteose argentina, versão inspirada dos Crepes Suzettes franceses. Tudo em ambiente simples e agradável, onde a cozinha e não a decoração é a estrela absoluta. O serviço é cortes e eficiente, preços altos mas justos. Mas veja bem: o preço alto-Buenos Aires é US$ 100 por pessoa. Ushuaia, mesmo em altíssima temporada cobra 70.
Também prestigiamos o conhecido restaurante Chez Manu, o “darling” do guia Lonely Planet e outras referencias viageiras. Sua localização é preciosa, bem no alto das tais severas montanhas que abraçam a cidade, em meio às tais florestas fueguinas, coisa mesmo de cartão postal. Mas comida e ambiente decepcionam em relação à fama. O lugar é grande demais, frio, e a comida bastante comum para tanto elogio. Há mais casas boas em Ushuaia, mas como só ficamos por lá dois dias, fica para a próxima. Ushuaia vale mais tempo e os passeios de barco são lindo e inúmeros. Tomamos um catamarã no porto que nos levou a colônias de focas e pássaros e nos brindou com a vista mais espetacular do lugar: do mar, olhando para as montanhas àquela altura coroadas de neve, seguidas por verde da vegetação e as casinhas simples e coloridas espremidas na encosta. Pena que a Terra do Fogo seja tão longe, pois é tão interessante e oferece as possibilidades de esqui mais longas da América do Sul, de maio a novembro. Fora os passeios em trenós puxados por cães especialmente treinados para isso.
Pretendemos voltar um dia a quase todos estes lugares. A Patagônia argentina, de Neuquén até Ushuaia é deslumbrante. E isso porque ainda nem conhecemos as regiões de Esquel e El Bolsón. Não faltará oportunidade!
O mesmo entusiasmo não se aplica ao norte da Argentina, onde nunca tinha estado e para onde voamos, com escala em Buenos Aires. Mais precisamente a Salta, que é uma cidade grande e interessante onde nos hospedamos no ótimo hotel Sheraton. Com certeza, o melhor custo-benefício da viagem. Quarto grande e confortável, bom café da manhã, restaurante excelente, serviço alegre e gentil, dupla difícil de encontrar na Argentina, onde quase todos no setor parecem ser infelizes e agem como se seus empregos fossem uma indignidade.
Salta é bem movimentada e sua parte colonial atraente, principalmente a Plaza central e seus bons cafés, empanadas saltenhas famosas (as do Doña Salta são boas, mas apenas regulares se comparadas às dos cafés da praça, principalmente o localizado bem em frente ao tradicional hotel Salta; belas igrejas e museus. Não tivemos tempo de conferir se opções noturnas como a Rua Balcarce e seus famosos bares, ou as “Peñas de Salta”, espetáculos folclóricos, são mesmo dignos de nota. Entretanto, na certa, a cidade merece duas ou três noites e em longa viagem é boa parada para comprar suprimentos (a Farmacity é uma cadeia espetacular de farmácia/supermercado, sem igual no Brasil) ou alugar carros. Além de servir de base para passeios mais curtos na região. Mas não se vai a Salta como destino final e sim como porta de entrada/saída para o “Atacama” argentino. E para o “Trem das Nuvens”, infelizmente fora de operação no verão, devido às chuvas. Era trem de carga e passageiros, agora é atração turística, mas só funciona de abril a outubro. De toda maneira é bom que o viajante verifique época e horários de funcionamento antes de contar como certo o passeio. É com certeza nosso próximo objetivo quando voltarmos felizes ao norte Argentino. Que merece ser visitado mais de uma vez e com planejamento mais detalhado.
O Deserto do Atacama, no Chile, ou seja, do outro lado dos Andes, é magnífico e muitos brasileiros sabem disso. Mas existe o lado argentino, igualmente bonito e surpreendentemente diferente. Como pode ser diferente se também é deserto? É bastante distinto do lado chileno pela proximidade com os Andes e seus nevados e altíssimos picos. A água do degelo corre quase toda para o lado argentino, transformando os vales localizados entre os cânions, lá chamados de “quebradas”, em regiões férteis, verdes e apropriadas ao cultivo de frutas, por exemplo. O contraste entre as quebradas multicoloridas e o verde é estonteante e as boas estradas facilitam esta observação, entre Salta e a fronteira com a Bolívia, aonde infelizmente não chegamos. Mas chegamos à adorável vilazinha de Purmamarca e seu delicioso hotel Los Colores. Bom e barato, apenas alguns chalés em bonito estilo indígena-local, adobe imitando antigas vivendas nativas. Um charme em meio aos cânions coloridos, em especial o Siete Colores e seus tons divinos que vão do roxo ao amarelo, passando por vermelhos e até gamas de verde. Pode-se caminhar à vontade por esta maravilha natural e as oportunidades para fotos ao amanhecer ou por do sol são verdadeiramente preciosas. A minúscula e charmosa vila conta com, incrivelmente, um hotel cinco estrelas e seu igualmente estrelado restaurante, El Manantial Del Silencio. O hotel foi construído para imitar um monastério e o efeito é singular. Possui loja com artigos caros, mas de primeira da região e os tapetes e tapeçarias não podem ser mais bonitos. O bar é animado e o cardápio da casa inovador e leve, sem deixar de lado os cozidos fortes do norte argentino. Carta de vinhos reduzida e correta. No entanto, eu não me hospedaria lá devido ao grande numero de turistas velhos, feios e famílias com crianças que tiram um pouco o charme do lugar. Voltaria ao Los Colores, mais típico, mais espaçoso em termos de acomodações, no coração das quebradas, mais barato e adequado a casais.
Por toda a região genericamente conhecida como Quebrada de Humahuaca, há cidades e vilas oferecendo atrações diversas. É necessário carro e tempo para ver tudo e incluindo Salta, uma semana é o mínimo-ideal por lá. Jujuy é fora Salta a outra grande cidade do norte e também oferece possibilidades que não conferimos. Isso sem mencionar a fronteira com a Bolívia e o outro país que também apresentam atrativos turísticos. Mais uma semana. É a imensidão da América do Sul, tão linda e desconhecida por nós brasileiros...
Ao sul de Salta, via Cachi, encontram-se os vales do rio Calchaquí e suas vinícolas cuja estrela principal é a uva torrontés, cepa espanhola que dá origem ao extraordinário vinho branco de mesmo nome. Plantada por toda a gigantesca área viticultora da Argentina, é no tal Vale, alto e frio que os vinhos saem mais espetaculares ainda. A viagem de Salta a Cachi envolve um longo percurso por sinuosa e estreita estrada de terra morro acima, atingindo lugares a quase 2500 metros acima do mar e, conseqüentemente, vistas lindas de montanhas e vulcões nevados o ano todo, passando pelo curioso Parque Nacional Los Cardones, salpicado pelos cactos gigantes de mesmo nome. Paisagens lunares, florestas espessa, chorões debruçados sobre rios e riachos, há de tudo e fazem o turista esquecer as agruras da estrada precária. Além da paisagem incrível, Cachi é um vilarejo adorável de cerca de 2500 criaturas e arquitetura colonial bem preservada em suas brancas casas de adobe caiado e ruas de paralelepípedo. Oferece alguns bares, restaurantes e pousadas e uma praça principal das mais atraentes; como também é atraente o hotel La Merced Del Alto, fora da cidade, plantado em morro de paisagem bonita e florida.
Administrado pelo mesmo grupo do El Manantial Del Silencio, em Purmamarca, e construído no mesmo estilo monastério-chique, foi nossa opção para a virada de 2008 a 2009. Boa ceia, bons preços, quarto espaçoso e confortável, boa música ao vivo e belos vinhos e espumantes. No dia seguinte, seguimos caminho por uma estrada de terra ainda mais longa e tortuosa, com destino a Cafayate, a capital do vinho do norte da Argentina. Apesar de difícil, o caminho passa por formações geológicas estilo lunar, cânions, montanhas e vales ímpares, completamente diferentes dos visitados anteriormente. Imperdíveis e muito melhor aproveitados se tivéssemos nos hospedado na Finca Colomé, genial estância e bodega do grupo suíço, Hess. O lugar é paradisíaco, idem para os vinhos da casa e teria oferecido alívio da estrada. Fica para a próxima, com certeza!
Cafayate é a “metrópole” do vale Calchaquí, com quase 12000 habitantes. É uma cidade simpática, hospitaleira e oferece de tudo um pouco, além de estar localizada entre as grandes vinícolas do pedaço, como a Etchart e outras hoje pertencentes a grandes grupos internacionais. A maioria dispõe de visitas guiadas e degustações. Nada que se compare às de Mendoza, mas valem pelos vinhos torrontés e técnicas de cultivo um tanto diferentes das operações mais ao sul do país, devido à localização das parreiras a 1700 metros de altitude e seu especial micro-clima resultante. Hospedamos-nos numa delas, a El Esteco, um lugar lindo operado pela cadeia chique Starwood, aquela mesma do Sheraton. Chama-se Pátios de Cafayate, aproveitando uma casa antiga de fazenda, um cenário divino, instalações de primeira e até SPA com produtos de uvas, cremes faciais e corporais confeccionados com uvas tipo malbec, banhos torrontés, massagens com polpa da fruta e outros que tais. Tudo bem instalado, bonito, confortável e caro. Pena que a comida do hotel e o serviço não acompanhem o resto. Entretanto, apesar de existirem outras opções top na região, o Pátios de Cafayate e seus US$ 450 por suíte ampla e banheiro com jacuzzi dupla e café da manhã regular ainda é recomendável. A visita grátis para os hóspedes da vizinha Bodega El Esteco é interessante, apesar de que, como na imensa maioria das vinícolas argentinas, mesmo pagando, o visitante só prova vinhos das linhas mais baratas das casas. Ao contrário do Chile, onde impera a simpatia, a generosidade, o bom serviço e a estratégia de marketing inteligente de servir vinhos de primeira aos turistas, na Argentina impera a “mentalidade Gérson”, estúpida e antiquada. Pena, pois os produtos deste país que é o quinto maior produtor de vinhos do globo são tão bons quanto os do Chile, mas bem mal divulgados. Reflexo da atitude geral de um povo que está custando muito a baixar do salto...
Apesar de recomendados pelo nosso elegante hotel, com bilhetinho da gerente ao proprietário, não degustamos nada, nem pagando, na vinícola-boutique Yacochuya, localizada em lugar estonteante fora da cidade. Sei de fonte super confiável que os vinhos são ótimos e aqui em São Paulo vendidos pela distribuidora Grand Cru, nos Jardins. Mesmo assim, recebidos de má vontade pelo esnobe dono, o senhor Alberto Etchart, nada conseguimos. Parece que em certos dias da semana, aos sábados, se não me engano, há almoço pago com os tais vinhos especiais, mas não pudemos ter a honra...
Ainda sobre o tema, nas “bodegas” brasileiras, na região gaúcha de Bento Gonçalves, as degustações e visitas são totalmente grátis, a simpatia impera e apesar da qualidade dos vinhos estar ainda longe dos argentinos, as visitas são mais prazerosas e divertidas.
Em Cafayate, além de passagem rápida por padaria descolada em frente ao posto de gasolina principal, almoçamos muito bem no simples Terruño, na praça central. Apesar de empanadas um tanto secas, as massas e seus inventivos molhos estão entre as melhores do universo, sem exagero, e as sobremesas são bem interessantes. Bom e barato.
A Quebrada de Cafayate, nos arredores da cidade é monumental e de fácil visitação. Bela estrada asfaltada e sinalização perfeita, muito que ver e fotos impressionantes.
E, deste ponto, deveríamos ter voltado a Salta, tomado um avião até Mendoza, nosso objetivo final e evitados os vários dias de percursos estúpidos por regiões menos interessantes da Argentina, localidades “zero-interesse” tipo Tafí Del Valle, La Rioja; lugares sem nada de interessante para ver ou conhecer e trajetos rodoviários longos e cansativos. No verão, lugares fumegantes, paisagens desérticas como San Juan e nada de mais interessante a não ser o santuário da Difunta Correa, santa que não é reconhecida pela Igreja Católica, mas desperta paixões nos argentinos mais simples e crédulos. O lugar é pavorosamente feio, mas fascina pela história da Difunta, pela fé fortíssima das pessoas, pelas oferendas, pelo caótico, pelo genuíno e não-turístico propósito das instalações.
Entre Mendoza e Salta pode-se visitar Tucumã e Córdoba, cidades grandes que devem ser interessantes, mas para isso é necessário muito tempo e disposição.
E à famosa Mendoza, templo do vinho, agora na moda, o que a revista americana Newsweek recentemente chamou de “Napa Sul Americano”, referindo-se ao vale Napa, na Califórnia, região dos melhores vinhos norte americanos. E há muitos americanos por lá, seguindo as dicas da revista.
Mendoza é uma cidade bastante arborizada e gostosa de percorrer a pé,de 120.000 habitantes, numa planície seca ao pé dos Andes na região centro oeste da Argentina. Com as águas do degelo de gigantes como o monte Aconcágua, o deserto fica fértil e a ausência de chuvas fortes faz com que o lugar seja perfeito ao cultivo de uvas. E que uvas! A estrela, a malbec, faz as honras da casa e os vinhos são mesmo estupendos. Mas, apesar de estar na moda em publicações diversas através do mundo e várias no Brasil, Mendoza só interessa aos amantes do vinho e da gastronomia. E atenção aos brasileiros seduzidos pelas reportagens coloridas de nossas revistas de turismo pouco críticas: não há NADA a comprar que não seja vinho ou azeite de oliva, os shoppings são fracos, os filmes dos cinemas dublados em espanhol e opções limitadas de esportes radicais e esqui no inverno, longe, bem longe da cidade (cerca de 200 quilômetros). Não existem museu, shows, teatros e igrejas interessantes e vida noturna se resume, de novo, a vinhos e comida. Portanto, pense bem antes de enfrentar São Paulo-Buenos Aires, trocar de aeroporto e voar BA-Mendoza para se decepcionar.
Contudo, se beber e comer bem é seu objetivo único e principal, Mendoza pode ser interessante; mas não barato e vejamos por que. Em Buenos Aires come-se e bebe-se muito bem além dos atrativos óbvios de uma das maiores cidades do mundo, mas hospeda-se e faz-se o resto com relativo conforto e economia. Em Mendoza não. Quem quer experiência realmente divertida na área, tem que gastar. Hospedagem legal mesmo é só nos hotéis que começam em US$ 400 por dia e organizam visitas às vinícolas Premium que vão servir ao freguês, pagando claro, os vinhos realmente legais dos estabelecimentos. Alguns deles oferecem atraentes almoços junto a visitas e degustações: por cerca de US$80 por pessoa. Fim da primavera e durante o verão apresentam natureza verde e pujante e a divertida, mais cara, época da colheita. Inverno seca tudo, mas tem neve para quem gosta de esquiar (esporte não-barato). Talvez a época mais em conta seja o outono e sua lindas folhagem amarela e vermelha.
Como não sabíamos de tais truques, nos hospedamos no auge do verão no correto e simples Hotel Argentino, na praça principal, bem ao lado do famoso Park Hyatt. Por duas noites nos esprememos em quarto e banheiro minúsculos, com janela dando para uma parede, ar condicionado ruim no alto verão que é alto mesmo no lugar, por US$ 130 com café da manhã fraco. Outras 3 noites foram desperdiçadas em opção mais cara e pior, a supostamente descolada Pousada Tapiz, dentro da vinícola de mesmo nome. Indicada pelas 2 principais revistas de turismo brasileiras, o local é um engodo. Longe de tudo e de todos, no meio de área rural vinícola e olivícola que nem sequer oportunidades de belas caminhadas oferece, sem carro o visitante está frito. Gastamos fortunas de táxi para visitar outras vinícolas, todas espalhadas pelo gigantesco vale. Os quartos da Tapiz são regulares, sem janelas, apenas com portas de vidro que dão todas para um jardim interno, sem a menor privacidade. Aceitam crianças em pousada-chique de apenas 7 quartos e há bebes uivando na degustação grátis para hóspedes dos vinhos mais baratos da casa. Fuja! E fuja também do seu restaurante Terruño, um dos mais famosos do contexto, mas francamente péssimo (cordeiro fedendo a carneiro vivo e velho, entre outros percalços). Toda esta tortura por diária de US$ 170 (bom café da manhã).
Portanto, aqui vai minha idéia do que eu faria em próxima e improvável visita a Mendoza:
1- Estadia no Park Hyatt de no máximo 3 noites (ideal: chegar o mais cedo possível à cidade e voltar no vôo mais tarde possível a Buenos Aires). Garanto que em hotel deste pedigree, o concierge agenda as visitas às vinícolas em condições mais favoráveis aos hóspedes.
2- Passeio de dia inteiro à região longínqua mas bela do Parque Nacional Aconcagua, para ver o monte mais alto das Américas e percorrer bonitos vales. Nem sonhe em hospedar-se em lugares como Uspallata e Los Penitentes. Hotéis e pousadas são medonhos, não confie nas fotos! Alugue carro ou contrate motorista, vá bem cedinho e volte ao cair da tarde.
3- Almoço ou jantar no Azafrán e no Grill do Park Hyatt. O primeiro é um restaurante-loja genial, bons preços, entradas criativas,carnes, massas, sobremesas e vinhos espetaculares, a apenas algumas quadras da praça principal. O segundo, uma das churrascarias melhores do planeta, onde as carnes são as estrelas principais, claro, mas saladas e outras opções não ficam atrás. Serviço superior ao padrão da cidade e possibilidade de tomar vinhos de alta linha em copo, sem a obrigação de comprar a garrafa. Preços razoáveis e satisfação garantida.
4- Caminhada de umas duas ou três horas pelas ruas principais para sentir o clima da cidade. É suficiente.
5- Almoço na vinícola mais espetacular, simpática, honesta e bem organizada da Argentina: a Família Zuccardi.
Os almoços baratos e magníficos, apresentam-se em duas versões: típico ou degustação. O primeiro consiste em fabulosas empanadas, churrasco e sobremesa. Com três vinhos da casa muito bons. O segundo, um pouco mais caro, mas valendo cada centavo, é um banquete de seis pratos e seis vinhos maravilhosos. Em ousadas preparações variando de salada de lentilhas com laranja e cebola sobre biscoito de chocolate; bastões de truta e aliche empanados com espuma de coco e gaspacho; javali com molho de azeitonas e após outras duas sobremesas pequenas e leves, ravióli de abacaxi caramelizado e recheado de pudim de gengibre e damasco. Tudo perfeito, a US$ 60 por pessoa, com direito à visita das mais explicativas e completa à área de produção e engarrafamento da empresa.
E a loja é o único do lugar de toda a região de Mendoza em que se tem vontade de comprar algo!
Os azeites da Família Zuccardi estão no mesmo nível dos melhores europeus e a variedade Arauco, para quem gosta dos forte e intensos é fantástica.
Almoços podem ser em grandes e bem decorados salões tipo casa de fazenda e aconchegantes lareiras, em espaços de vidro, ensolarados e cheios de verde, ou embaixo das parreiras, ao ar livre. O serviço é alegre, bem humorado, informativo, paciente e eficiente.
A casa também oferece cursos de cozinha rápidos com degustações de vinhos, passeios de balão e passeios em carros antigos.
Verificar o site antes de ir a Mendoza é bem recomendável e ir a Mendoza sem visitar a Família Zuccardi é como ir a Roma e não ver o Papa e muito menos o Vaticano. Vá enquanto ainda pertence a uma família argentina visionária e bem intencionada.
E se o turista tiver que escolher entre sul e norte da Argentina? Não puder fazer tudo na mesma viagem?
Eu prefiro o sul, apesar do clima difícil e dos preços bem mais altos. Mas norte e centro devem ser visitados pelo menos umas duas vezes. De qualquer maneira, nosso vizinho mais próximo e conflitado é tão grande e interessante, tão diferente do nosso tropical Brasil, que merece mais atenção e tempo. Sempre e em qualquer época do ano.
São Paulo, 1 de fevereiro de 2009.
Para meu quase-marido, Urs Jaeger, o melhor companheiro de viagem e motorista do mundo!!!
Obrigada pela paciência e bom humor...
DO SUL AO NORTE EM 23 DIAS
No dia 19 de dezembro de 2008 partimos em direção a Buenos Aires, para mais uma estada rápida na capital argentina. Não é o caso de não gostarmos da cidade, pelo contrário, ela é encantadora; mas o país é tão grande – entre os 10 maiores territórios no mundo – que considero total falta de imaginação da maioria dos brasileiros, concentrar-se apenas em Buenos Aires e Bariloche. O país tem muito a oferecer e os preços ainda são razoáveis. Não é pechincha, pois a inflação da Sra. Kirchner beira os 30% ao ano. Oficialmente, 9%. Mentira, pois estivemos na Argentina 3 vezes em menos de dois anos (ver meus artigos PASCOA NA ARGENTINA E NATAL ARGENTINO). Os preços subiram e os argentinos se queixam amargamente da situação política e econômica de seu lindo país.
Novamente, nos hospedamos no Loi Suites, escolha acertada para quem quer localização central e fácil acesso ao Aeroparque, o Congonhas local. Em julho de 2004 pagamos US$ 100 por apartamento que hoje custa US$ 220. É inflação da pesada! Mas ainda assim, vale a pena pelo acesso a pé a nosso restaurante favorito na cidade, o maravilhoso La Cabaña. Minha terceira vez na casa, a primeira para jantar. Cheio, alegre, serviço ótimo e comida fantástica. Carnes indescritíveis e as melhores empanadas do planeta. Vale os US$ 100 por pessoa. Em nossa curta estadia portenha, revisitamos as Galerias Pacífico e compramos livros em uma das simpáticas livrarias do primeiro andar. Também tomamos sorvete de doce de leite no turístico Café Biela, na Recoleta. Tudo muito civilizado e agradável, como também é o Aeroparque, um aeroporto doméstico ainda simpático. Com direito a restaurante de comida japonesa muito bom. E foi via este aeroporto que tomamos o vôo para El Calafate e o deslumbramento da enorme geleira Perito Moreno.
Atualmente, no país, só há duas opções para vôos internos: LAN e Aerolíneas Argentinas. Prefira SEMPRE a primeira, mas encare a segunda se não houver jeito, que foi nosso caso. Tentamos reservar vôos em meados de outubro e a LAN já estava lotada; principalmente para o sul do país, de El Calafate para baixo. Por ser região fria e inóspita, a estação turística vai apenas de outubro a abril (melhor mesmo é ir de dezembro a março) e coincide com a estação de escaladas dos altos picos andinos na região centro-oeste, de Mendoza, fazendo com que vôos e preços se tornem difíceis e altos. Tivemos sorte com a Aerolíneas, que não apresentou atrasos sérios ou cancelamentos. Mas foi apenas isso: sorte. Cortes de vôos são rotineiros, a empresa está sendo estatizada por um estado falido e nosso vôo sem escalas Mendoza/Buenos Aires foi COM escala em San Juan. A maioria dos passageiros reclamou, pois tinham vôos de conexão, muitos deles perdidos. Conselhinho: se a Aerolíneas for inevitável, JAMAIS marque conexões com menos de 4 horas entre a chegada de um vôo e partida de outro. Principalmente se o “outro” vôo for em Ezeiza, o medonho aeroporto internacional de Buenos Aires.
El Calafate é uma pequena cidade às margens do azulíssimo Lago Argentino, um lugar belíssimo, de ventos fortes e paisagem árida. A cidade é simpática, possui bons serviços turísticos e hotéis variados. Escolhemos o moderno Design Suites pela localização romântica às margens do lago, mas não repetiríamos a estadia. É afastado da cidade, em região periférica-feia (perto de um lixão), caro para padrões locais (US$ 220) e por uns 50 dólares a mais seria melhor investir no adorável hotel Los Alamos, central e aconchegante. O serviço do Design beira o pavoroso, a limpeza dos quartos é duvidosa e a comida francamente indecente. Fuja e não se deixe enganar por fotos do prédio descolado, dos grandes vidros, do suposto clima “zen”. A realidade é composta de apartamentos acanhados, com armários minúsculos, cuja única vantagem é a bela vista. Reserve o queixo caído no quesito “vista”, para a geleira Perito Moreno. Se orçamento estiver apertado, o hotel Quijote não faz feio. Quartos simples, preços honestos e café da manhã razoável, além de lugar bem central.
E por falar em centro, a pequena via principal de El Calafate, onde tudo acontece, hospeda estabelecimentos dos mais interessantes. Além de uma casa de cambio, a Thaler, das mais concorridas, o verdadeiro “point” dos gringos locais, oferece ainda a aconchegante pizzaria La Lechuza; boa, barata e animada. O bar Libertador é uma versão local do portenho Café Tortoni e o restaurante Casimiro Biguá é excelente e lotado à noite. Com o mesmo nome há uma churrascaria e uma casa de massas. Fomos ao tradicional e mais transado, o Casimiro Biguá ao lado da casa de cambio Thaler. Não perca!
Alugamos carro para seguir viagem a Ushuaia e a filial da Localiza oferece um bom serviço. Preços nunca são bons na Argentina para locadoras oficiais, tipos as grandes americanas e a nossa Localiza. Mas eu nunca arriscaria as locadoras argentinas “genéricas”. Se nas grandes os carros são alugados em estado de manutenção/quilometragem duvidosos, o que dizer das mais baratas?
Alugar carro em El Calafate vale a pena se o viajante quiser ir além de Perito Moreno. Se ficar restrito a passeios locais e à geleira, é melhor contratar excursões nas várias agencias que vendem as mesmas. Se a intenção, na região, incluir El Chaltén, o carro é essencial. E eu não voaria mais de 3 horas Buenos Aires – El Calafate, enfrentando a turbulência amedrontadora dos ventos patagônicos e o serviço triste da Aerolíneas só para ir a Calafate. Bom, a geleira é mesmo fantástica e vale a visita, mas El Chaltén e o Parque Nacional Los Glaciares são igualmente imperdíveis para amantes da dobradinha natureza/caminhadas.
Bem, vamos por partes. Primeiro, Perito Moreno. Já vi geleiras em minha longa carreira de turista profissional (inclusive as do topo do Kilimanjaro, algumas chilenas, divertidas e civilizadas na Suíça e várias na Antártida), mas a acima citada ganha O Oscar do Gelo! Gigantesca e azul, é um show de som e luz. Em constante crescimento, movimenta-se como um paquiderme congelado e no processo de tal movimentação produz sons estranhíssimos, lúgubres e derrubadas de blocos de gelo constantes. Não é preciso cam inhar sobre ela, como oferecem agencias locais, ou mesmo tomar o barco para ver a maravilha por outro ângulo. É só pagar a entrada do parque, ir aos mirantes diversos e bem construídos espalhados por ali e divertir-se por horas com um dos espetáculos mais sensacionais que a natureza pode oferecer. Evite a mega-roubada de hospedar-se no caríssimo hotel Los Notros, cuja propaganda enganosa oferece a promessa de hospedagem “em frente à geleira”. Em frente, do outro lado da estrada e bem longe da dita cuja. Nada que se compare ao Hotel Explora, no sul do Chile, e à sua localização sem estrada pelo meio, realmente em frente à vista mais bonita do mundo. O Los Notros é uma pousada de luxo à beira da estrada, muito pequena, sem área própria ou privacidade. Mas o mesmo não se pode dizer do hotel de mesmo dono, o magnífico Los Cerros, na minúscula e adorável El Chaltén.
A vilazinha localizada a 220 kilometros de El Calafate e encravada entre enormes montanhas na fronteira com o Chile, é o centro urbano mais jovem da Argentina (1985), criado especialmente para popular o local em uma das muitas disputas fronteiriças entre nossos dois queridos vizinhos . Simples, acolhedora e muito simpática, El Chaltén está praticamente dentro do Parque Los Glaciares e o entorno é precioso, paisagem de contos de fadas; um ninho de sonho em meio a montanhas, neves, geleiras variadas, riachos e muito verde. Além da vistas maravilhosas para os picos severos e intrigantes da cadeia Fitz Roy (o próprio é um “Pão de Açúcar” patagônico de 3375 metros de altura). É também, auto-proclamada, a “Capital Nacional do Trekking”; não sem justiça, pois caminhar e escalar são mesmo as atividades principais ligadas ao turismo na região. Há cerca de dez trilhas básicas com níveis de dificuldade e duração distintos, algumas delas auto-guiadas e outras com necessidade de mapas ou guias. O Centro de Informações localizado na entrada da vila fornece boa orientação. Para os pescadores a área é também adequada no verão e simples passeios de barco oferecem paisagens inesquecíveis.
A viagem de carro de El Calafate a El Chaltén, por boa estrada recentemente asfaltada, é deslumbrante e vale parar muitas vezes para fotos. É um cenário único, solitário, magnífico, enorme. É uma das áreas mais bonitas e menos conhecidas da Patagônia Argentina e é possível hospedar-se em algumas pousadas ou hotéis-fazenda simples pelo caminho, se o fascínio com a paisagem for forte demais. Vale a pena, há estâncias oferecendo quartos e refeições por toda parte e até algumas mais sofisticadas, dispondo de atividades aquáticas e visitas com caminhadas às várias geleiras do parque nacional. A hospedagem em El Chaltén é variada: chalés simples, outros médios, pousadas semi-básicas e albergues de mochileiros. No quesito alimentação a coisa se sofistica mais e há lugares encantadores como o barzinho/lanchonete/restaurante La Senyera, de propriedade de donos espanhóis, catalão que denomina seu pequeno estabelecimento de Pulpería El Chaltén e oferece bizarrices como polvo em região bem longe do mar e pan com tomate, uma iguaria típica de Barcelona. Muito charmoso, todo em madeira rústica, boas empanadas, boa música e preços módicos.
Mas é no hotel Los Cerros que El Chaltén vislumbra o futuro e o potencial turístico da vila. Único alojamento de luxo na cidade, é uma proposta “zen”. Quartos muito confortáveis, grandes e bem decorados. Pequeno e eficiente SPA, vistas fabulosas às montanhas. Mas não há TV nos apartamentos e celular não pega por lá. Por enquanto...
Há Wi Fi no bar e dois computadores que podem ser usados pelos hóspedes. Só. O resto é paz, conforto, aconchego, exercío físico nas trilhas embasbacantes das montanhas e romance. E para completar o “repouso do guerreiro”, as iguarias fabulosas do restaurante estrelado do Los Cerros, na certa o melhor da província de Santa Cruz (na região andina). Nosso cardápio natalino, por exemplo, consistiu de 5 pratos muito bem preparados e apresentados, em amostras ousadas de camarões com berinjela defumada, truta grelhada com creme negro e nhoques na tinta de lula, peru laqueado com batatas, erva doce e alcaparras, ou ainda mesmo cervo envolto em massa folhada com purê cremoso de ervilhas, carpaccio de ameixas frescas e suco de frutas do bosque. Sobremesas leves e “buffet doce” ao final, para acompanhar as maravilhas, cada delas escoltadas por vinhos argentinos muito especiais e bem apropriados aos pratos. Desnecessário dizer que foi um dos natais mais felizes de nossas vidas. Em lugar paradisíaco e muito bem alimentados!
O Los Cerros não é nenhuma pechincha, claro, mas no Natal 2008, duas noites com café da manhã, um jantar e um almoço e a ceia fabulosa acima descrita, mais massagens, nos custou US$ 600,00 o casal. Vale o investimento. E como termo de comparação: o Los Notros, dos mesmos proprietários, apenas por estar supostamente localizado “perto” e com vista à geleira Perito Moreno, custa cerca de US$ 1000 a diária com pensão completa. Vale?
Mas como mordomia e sossego não são eternos, pena, lá fomos nós negociar os mais de 1000 quilômetros ou algo parecido que nos levaram de El Chaltén a Ushuaia. Em dois dias de belas paisagens, a Patagônia mística e desoladora em toda sua enorme amplidão. Cruzamos duas vezes a fronteira com o Chile e até balsa chilena tomamos. É tudo bem organizado, fácil, divertido. Boas e bem sinalizadas estradas, nem o trecho de terra de 120 kms foi difícil. A parada para o pernoite necessário foi em Rio Grande, uma cidade feia e sem graça à beira mar, ao sul da pior ainda Rio Gallegos. Mas não há jeito, os trajetos são longos mesmo na enorme Argentina e se o turista se encontrar por acaso em Rio Grande, a pousada Los Sauces quebra o galho e até tem restaurante decente onde se pode provar a estrela gastronômica do extremo sul chileno e argentino, a centolla; aquele caranguejão-monstro de águas profundas e geladas. Maravilhoso!
Última parada sulina: Ushuaia.
O trecho rodoviário de Rio Grande a Ushuaia é lindíssimo e dá vontade de percorrer de novo só para apreciar melhor as florestas austrais , repletas de notofagus, umas árvores lindas que não crescem no nosso quente e tropical Brasil. Mesmo no verão, há neve nos picos de montanhas que cercam Ushuaia e pode nevar a qualquer hora. O que é muito divertido: um dia acordamos com neve nos cumes e gelo por toda parte. Chuva transforma-se rapidamente em neve, bem no meio do dia. Em finais de dezembro!
A chegada a Ushuaia é emocionante, de montanhas e florestas se vai ao mar, ao famoso Canal Beagle, tão disputado entre Chile e Argentina. Suas águas cinza-chumbo, brilham prateadas quando o sol permite uma tímida passagem entre as nuvens sempre muito baixas à beira mar. A cidade é feia , mas charmosa e um tanto misteriosa, com aquele ar duvidoso e boêmio de lugares portuários; um misto de turistas, comércio, navios de todo tipo, veleiros, gente do mundo inteiro. Tudo isso encravado sobre a estreita e íngreme faixa de terra entre o Canal de Beagle e os Andes Costeiros. Com direito a floresta subindo as escarpas dos montes negros e nevados quase sempre.
O bizarro lugar é a cidade mais austral do mundo e merecida mente se auto-intula O Fim do Mundo; e lucra com isso na venda de todo o tipo de produtos “fim do mundo”. A loja do Parque Nacional Tierra Del Fuego vende ótimos souvenires do tipo. Baratos e de bom gosto. Aliás, Ushuaia oferece boas compras por ser área portuária de grande movimento internacional e zona franca livre de impostos; raridade na Argentina que fora vinhos, couros caros e doce de leite, está mais para cemitério do consumo do que paraíso.
O Parque Nacional deve ser visitado e aproveitado ao máximo pelas lindas paisagens, limpeza, boa sinalização e organização e por um singelo passeio no antigo trem que levava os prisioneiros condenados a passarem o resto dos seus dias no “fim do mundo”. Há restaurante decente e boa loja na área do parque e se o tempo permitir um piquenique, por que não? Há infra para isso e os locais adoram. Com direito a lindos coelhinhos pululando por todos os lados.
Ushuaia oferece bons hotéis em todas as categorias possíveis. Na alta estação, verão, caros. Três estrelas com apartamento acanhado sai por US$ 180 fácil e os cinco estrelas estão na faixa de 500 a 600. A maioria dos hotéis e restaurantes possui vistas fantásticas e almoços e cafés da manhã são sempre uma divertida festa para os olhos. Só a beleza da natureza já é um show. Adicionando-se o movimento do porto e o do aeroporto, onde se pode acompanhar pousos e decolagens o dia todo. Navios-chiques de cruzeiros antárticos ou não estão sempre por lá. Acompanhamos por horas a movimentação de um dos mais luxuosos do mundo, o alemão Europa, da varanda (fechada com vidro) do melhor restaurante da cidade, o Kaupé.É considerado um dos melhores da Argentina e vale mesmo a distinção. Entramos em delírio gourmet com um dos mais bem preparados pratos de centolla do universo, uma receita simples, realçando perfeitamente o sabor único deste caro e difícil crustáceo. Meu marido, optou por versão mais elaborada, envolta em crepes ao molho de açafrão e não se arrependeu. Ele foi de merluza negra e eu mergulhei no melhor bife argentino da viagem e, quiçá, que já pedi neste país,acompanhado do melhor molho cremoso com pimenta do reino em grão que já provei; antecederam panqueca de doce de leite ao conhaque, uma apoteose argentina, versão inspirada dos Crepes Suzettes franceses. Tudo em ambiente simples e agradável, onde a cozinha e não a decoração é a estrela absoluta. O serviço é cortes e eficiente, preços altos mas justos. Mas veja bem: o preço alto-Buenos Aires é US$ 100 por pessoa. Ushuaia, mesmo em altíssima temporada cobra 70.
Também prestigiamos o conhecido restaurante Chez Manu, o “darling” do guia Lonely Planet e outras referencias viageiras. Sua localização é preciosa, bem no alto das tais severas montanhas que abraçam a cidade, em meio às tais florestas fueguinas, coisa mesmo de cartão postal. Mas comida e ambiente decepcionam em relação à fama. O lugar é grande demais, frio, e a comida bastante comum para tanto elogio. Há mais casas boas em Ushuaia, mas como só ficamos por lá dois dias, fica para a próxima. Ushuaia vale mais tempo e os passeios de barco são lindo e inúmeros. Tomamos um catamarã no porto que nos levou a colônias de focas e pássaros e nos brindou com a vista mais espetacular do lugar: do mar, olhando para as montanhas àquela altura coroadas de neve, seguidas por verde da vegetação e as casinhas simples e coloridas espremidas na encosta. Pena que a Terra do Fogo seja tão longe, pois é tão interessante e oferece as possibilidades de esqui mais longas da América do Sul, de maio a novembro. Fora os passeios em trenós puxados por cães especialmente treinados para isso.
Pretendemos voltar um dia a quase todos estes lugares. A Patagônia argentina, de Neuquén até Ushuaia é deslumbrante. E isso porque ainda nem conhecemos as regiões de Esquel e El Bolsón. Não faltará oportunidade!
O mesmo entusiasmo não se aplica ao norte da Argentina, onde nunca tinha estado e para onde voamos, com escala em Buenos Aires. Mais precisamente a Salta, que é uma cidade grande e interessante onde nos hospedamos no ótimo hotel Sheraton. Com certeza, o melhor custo-benefício da viagem. Quarto grande e confortável, bom café da manhã, restaurante excelente, serviço alegre e gentil, dupla difícil de encontrar na Argentina, onde quase todos no setor parecem ser infelizes e agem como se seus empregos fossem uma indignidade.
Salta é bem movimentada e sua parte colonial atraente, principalmente a Plaza central e seus bons cafés, empanadas saltenhas famosas (as do Doña Salta são boas, mas apenas regulares se comparadas às dos cafés da praça, principalmente o localizado bem em frente ao tradicional hotel Salta; belas igrejas e museus. Não tivemos tempo de conferir se opções noturnas como a Rua Balcarce e seus famosos bares, ou as “Peñas de Salta”, espetáculos folclóricos, são mesmo dignos de nota. Entretanto, na certa, a cidade merece duas ou três noites e em longa viagem é boa parada para comprar suprimentos (a Farmacity é uma cadeia espetacular de farmácia/supermercado, sem igual no Brasil) ou alugar carros. Além de servir de base para passeios mais curtos na região. Mas não se vai a Salta como destino final e sim como porta de entrada/saída para o “Atacama” argentino. E para o “Trem das Nuvens”, infelizmente fora de operação no verão, devido às chuvas. Era trem de carga e passageiros, agora é atração turística, mas só funciona de abril a outubro. De toda maneira é bom que o viajante verifique época e horários de funcionamento antes de contar como certo o passeio. É com certeza nosso próximo objetivo quando voltarmos felizes ao norte Argentino. Que merece ser visitado mais de uma vez e com planejamento mais detalhado.
O Deserto do Atacama, no Chile, ou seja, do outro lado dos Andes, é magnífico e muitos brasileiros sabem disso. Mas existe o lado argentino, igualmente bonito e surpreendentemente diferente. Como pode ser diferente se também é deserto? É bastante distinto do lado chileno pela proximidade com os Andes e seus nevados e altíssimos picos. A água do degelo corre quase toda para o lado argentino, transformando os vales localizados entre os cânions, lá chamados de “quebradas”, em regiões férteis, verdes e apropriadas ao cultivo de frutas, por exemplo. O contraste entre as quebradas multicoloridas e o verde é estonteante e as boas estradas facilitam esta observação, entre Salta e a fronteira com a Bolívia, aonde infelizmente não chegamos. Mas chegamos à adorável vilazinha de Purmamarca e seu delicioso hotel Los Colores. Bom e barato, apenas alguns chalés em bonito estilo indígena-local, adobe imitando antigas vivendas nativas. Um charme em meio aos cânions coloridos, em especial o Siete Colores e seus tons divinos que vão do roxo ao amarelo, passando por vermelhos e até gamas de verde. Pode-se caminhar à vontade por esta maravilha natural e as oportunidades para fotos ao amanhecer ou por do sol são verdadeiramente preciosas. A minúscula e charmosa vila conta com, incrivelmente, um hotel cinco estrelas e seu igualmente estrelado restaurante, El Manantial Del Silencio. O hotel foi construído para imitar um monastério e o efeito é singular. Possui loja com artigos caros, mas de primeira da região e os tapetes e tapeçarias não podem ser mais bonitos. O bar é animado e o cardápio da casa inovador e leve, sem deixar de lado os cozidos fortes do norte argentino. Carta de vinhos reduzida e correta. No entanto, eu não me hospedaria lá devido ao grande numero de turistas velhos, feios e famílias com crianças que tiram um pouco o charme do lugar. Voltaria ao Los Colores, mais típico, mais espaçoso em termos de acomodações, no coração das quebradas, mais barato e adequado a casais.
Por toda a região genericamente conhecida como Quebrada de Humahuaca, há cidades e vilas oferecendo atrações diversas. É necessário carro e tempo para ver tudo e incluindo Salta, uma semana é o mínimo-ideal por lá. Jujuy é fora Salta a outra grande cidade do norte e também oferece possibilidades que não conferimos. Isso sem mencionar a fronteira com a Bolívia e o outro país que também apresentam atrativos turísticos. Mais uma semana. É a imensidão da América do Sul, tão linda e desconhecida por nós brasileiros...
Ao sul de Salta, via Cachi, encontram-se os vales do rio Calchaquí e suas vinícolas cuja estrela principal é a uva torrontés, cepa espanhola que dá origem ao extraordinário vinho branco de mesmo nome. Plantada por toda a gigantesca área viticultora da Argentina, é no tal Vale, alto e frio que os vinhos saem mais espetaculares ainda. A viagem de Salta a Cachi envolve um longo percurso por sinuosa e estreita estrada de terra morro acima, atingindo lugares a quase 2500 metros acima do mar e, conseqüentemente, vistas lindas de montanhas e vulcões nevados o ano todo, passando pelo curioso Parque Nacional Los Cardones, salpicado pelos cactos gigantes de mesmo nome. Paisagens lunares, florestas espessa, chorões debruçados sobre rios e riachos, há de tudo e fazem o turista esquecer as agruras da estrada precária. Além da paisagem incrível, Cachi é um vilarejo adorável de cerca de 2500 criaturas e arquitetura colonial bem preservada em suas brancas casas de adobe caiado e ruas de paralelepípedo. Oferece alguns bares, restaurantes e pousadas e uma praça principal das mais atraentes; como também é atraente o hotel La Merced Del Alto, fora da cidade, plantado em morro de paisagem bonita e florida.
Administrado pelo mesmo grupo do El Manantial Del Silencio, em Purmamarca, e construído no mesmo estilo monastério-chique, foi nossa opção para a virada de 2008 a 2009. Boa ceia, bons preços, quarto espaçoso e confortável, boa música ao vivo e belos vinhos e espumantes. No dia seguinte, seguimos caminho por uma estrada de terra ainda mais longa e tortuosa, com destino a Cafayate, a capital do vinho do norte da Argentina. Apesar de difícil, o caminho passa por formações geológicas estilo lunar, cânions, montanhas e vales ímpares, completamente diferentes dos visitados anteriormente. Imperdíveis e muito melhor aproveitados se tivéssemos nos hospedado na Finca Colomé, genial estância e bodega do grupo suíço, Hess. O lugar é paradisíaco, idem para os vinhos da casa e teria oferecido alívio da estrada. Fica para a próxima, com certeza!
Cafayate é a “metrópole” do vale Calchaquí, com quase 12000 habitantes. É uma cidade simpática, hospitaleira e oferece de tudo um pouco, além de estar localizada entre as grandes vinícolas do pedaço, como a Etchart e outras hoje pertencentes a grandes grupos internacionais. A maioria dispõe de visitas guiadas e degustações. Nada que se compare às de Mendoza, mas valem pelos vinhos torrontés e técnicas de cultivo um tanto diferentes das operações mais ao sul do país, devido à localização das parreiras a 1700 metros de altitude e seu especial micro-clima resultante. Hospedamos-nos numa delas, a El Esteco, um lugar lindo operado pela cadeia chique Starwood, aquela mesma do Sheraton. Chama-se Pátios de Cafayate, aproveitando uma casa antiga de fazenda, um cenário divino, instalações de primeira e até SPA com produtos de uvas, cremes faciais e corporais confeccionados com uvas tipo malbec, banhos torrontés, massagens com polpa da fruta e outros que tais. Tudo bem instalado, bonito, confortável e caro. Pena que a comida do hotel e o serviço não acompanhem o resto. Entretanto, apesar de existirem outras opções top na região, o Pátios de Cafayate e seus US$ 450 por suíte ampla e banheiro com jacuzzi dupla e café da manhã regular ainda é recomendável. A visita grátis para os hóspedes da vizinha Bodega El Esteco é interessante, apesar de que, como na imensa maioria das vinícolas argentinas, mesmo pagando, o visitante só prova vinhos das linhas mais baratas das casas. Ao contrário do Chile, onde impera a simpatia, a generosidade, o bom serviço e a estratégia de marketing inteligente de servir vinhos de primeira aos turistas, na Argentina impera a “mentalidade Gérson”, estúpida e antiquada. Pena, pois os produtos deste país que é o quinto maior produtor de vinhos do globo são tão bons quanto os do Chile, mas bem mal divulgados. Reflexo da atitude geral de um povo que está custando muito a baixar do salto...
Apesar de recomendados pelo nosso elegante hotel, com bilhetinho da gerente ao proprietário, não degustamos nada, nem pagando, na vinícola-boutique Yacochuya, localizada em lugar estonteante fora da cidade. Sei de fonte super confiável que os vinhos são ótimos e aqui em São Paulo vendidos pela distribuidora Grand Cru, nos Jardins. Mesmo assim, recebidos de má vontade pelo esnobe dono, o senhor Alberto Etchart, nada conseguimos. Parece que em certos dias da semana, aos sábados, se não me engano, há almoço pago com os tais vinhos especiais, mas não pudemos ter a honra...
Ainda sobre o tema, nas “bodegas” brasileiras, na região gaúcha de Bento Gonçalves, as degustações e visitas são totalmente grátis, a simpatia impera e apesar da qualidade dos vinhos estar ainda longe dos argentinos, as visitas são mais prazerosas e divertidas.
Em Cafayate, além de passagem rápida por padaria descolada em frente ao posto de gasolina principal, almoçamos muito bem no simples Terruño, na praça central. Apesar de empanadas um tanto secas, as massas e seus inventivos molhos estão entre as melhores do universo, sem exagero, e as sobremesas são bem interessantes. Bom e barato.
A Quebrada de Cafayate, nos arredores da cidade é monumental e de fácil visitação. Bela estrada asfaltada e sinalização perfeita, muito que ver e fotos impressionantes.
E, deste ponto, deveríamos ter voltado a Salta, tomado um avião até Mendoza, nosso objetivo final e evitados os vários dias de percursos estúpidos por regiões menos interessantes da Argentina, localidades “zero-interesse” tipo Tafí Del Valle, La Rioja; lugares sem nada de interessante para ver ou conhecer e trajetos rodoviários longos e cansativos. No verão, lugares fumegantes, paisagens desérticas como San Juan e nada de mais interessante a não ser o santuário da Difunta Correa, santa que não é reconhecida pela Igreja Católica, mas desperta paixões nos argentinos mais simples e crédulos. O lugar é pavorosamente feio, mas fascina pela história da Difunta, pela fé fortíssima das pessoas, pelas oferendas, pelo caótico, pelo genuíno e não-turístico propósito das instalações.
Entre Mendoza e Salta pode-se visitar Tucumã e Córdoba, cidades grandes que devem ser interessantes, mas para isso é necessário muito tempo e disposição.
E à famosa Mendoza, templo do vinho, agora na moda, o que a revista americana Newsweek recentemente chamou de “Napa Sul Americano”, referindo-se ao vale Napa, na Califórnia, região dos melhores vinhos norte americanos. E há muitos americanos por lá, seguindo as dicas da revista.
Mendoza é uma cidade bastante arborizada e gostosa de percorrer a pé,de 120.000 habitantes, numa planície seca ao pé dos Andes na região centro oeste da Argentina. Com as águas do degelo de gigantes como o monte Aconcágua, o deserto fica fértil e a ausência de chuvas fortes faz com que o lugar seja perfeito ao cultivo de uvas. E que uvas! A estrela, a malbec, faz as honras da casa e os vinhos são mesmo estupendos. Mas, apesar de estar na moda em publicações diversas através do mundo e várias no Brasil, Mendoza só interessa aos amantes do vinho e da gastronomia. E atenção aos brasileiros seduzidos pelas reportagens coloridas de nossas revistas de turismo pouco críticas: não há NADA a comprar que não seja vinho ou azeite de oliva, os shoppings são fracos, os filmes dos cinemas dublados em espanhol e opções limitadas de esportes radicais e esqui no inverno, longe, bem longe da cidade (cerca de 200 quilômetros). Não existem museu, shows, teatros e igrejas interessantes e vida noturna se resume, de novo, a vinhos e comida. Portanto, pense bem antes de enfrentar São Paulo-Buenos Aires, trocar de aeroporto e voar BA-Mendoza para se decepcionar.
Contudo, se beber e comer bem é seu objetivo único e principal, Mendoza pode ser interessante; mas não barato e vejamos por que. Em Buenos Aires come-se e bebe-se muito bem além dos atrativos óbvios de uma das maiores cidades do mundo, mas hospeda-se e faz-se o resto com relativo conforto e economia. Em Mendoza não. Quem quer experiência realmente divertida na área, tem que gastar. Hospedagem legal mesmo é só nos hotéis que começam em US$ 400 por dia e organizam visitas às vinícolas Premium que vão servir ao freguês, pagando claro, os vinhos realmente legais dos estabelecimentos. Alguns deles oferecem atraentes almoços junto a visitas e degustações: por cerca de US$80 por pessoa. Fim da primavera e durante o verão apresentam natureza verde e pujante e a divertida, mais cara, época da colheita. Inverno seca tudo, mas tem neve para quem gosta de esquiar (esporte não-barato). Talvez a época mais em conta seja o outono e sua lindas folhagem amarela e vermelha.
Como não sabíamos de tais truques, nos hospedamos no auge do verão no correto e simples Hotel Argentino, na praça principal, bem ao lado do famoso Park Hyatt. Por duas noites nos esprememos em quarto e banheiro minúsculos, com janela dando para uma parede, ar condicionado ruim no alto verão que é alto mesmo no lugar, por US$ 130 com café da manhã fraco. Outras 3 noites foram desperdiçadas em opção mais cara e pior, a supostamente descolada Pousada Tapiz, dentro da vinícola de mesmo nome. Indicada pelas 2 principais revistas de turismo brasileiras, o local é um engodo. Longe de tudo e de todos, no meio de área rural vinícola e olivícola que nem sequer oportunidades de belas caminhadas oferece, sem carro o visitante está frito. Gastamos fortunas de táxi para visitar outras vinícolas, todas espalhadas pelo gigantesco vale. Os quartos da Tapiz são regulares, sem janelas, apenas com portas de vidro que dão todas para um jardim interno, sem a menor privacidade. Aceitam crianças em pousada-chique de apenas 7 quartos e há bebes uivando na degustação grátis para hóspedes dos vinhos mais baratos da casa. Fuja! E fuja também do seu restaurante Terruño, um dos mais famosos do contexto, mas francamente péssimo (cordeiro fedendo a carneiro vivo e velho, entre outros percalços). Toda esta tortura por diária de US$ 170 (bom café da manhã).
Portanto, aqui vai minha idéia do que eu faria em próxima e improvável visita a Mendoza:
1- Estadia no Park Hyatt de no máximo 3 noites (ideal: chegar o mais cedo possível à cidade e voltar no vôo mais tarde possível a Buenos Aires). Garanto que em hotel deste pedigree, o concierge agenda as visitas às vinícolas em condições mais favoráveis aos hóspedes.
2- Passeio de dia inteiro à região longínqua mas bela do Parque Nacional Aconcagua, para ver o monte mais alto das Américas e percorrer bonitos vales. Nem sonhe em hospedar-se em lugares como Uspallata e Los Penitentes. Hotéis e pousadas são medonhos, não confie nas fotos! Alugue carro ou contrate motorista, vá bem cedinho e volte ao cair da tarde.
3- Almoço ou jantar no Azafrán e no Grill do Park Hyatt. O primeiro é um restaurante-loja genial, bons preços, entradas criativas,carnes, massas, sobremesas e vinhos espetaculares, a apenas algumas quadras da praça principal. O segundo, uma das churrascarias melhores do planeta, onde as carnes são as estrelas principais, claro, mas saladas e outras opções não ficam atrás. Serviço superior ao padrão da cidade e possibilidade de tomar vinhos de alta linha em copo, sem a obrigação de comprar a garrafa. Preços razoáveis e satisfação garantida.
4- Caminhada de umas duas ou três horas pelas ruas principais para sentir o clima da cidade. É suficiente.
5- Almoço na vinícola mais espetacular, simpática, honesta e bem organizada da Argentina: a Família Zuccardi.
Os almoços baratos e magníficos, apresentam-se em duas versões: típico ou degustação. O primeiro consiste em fabulosas empanadas, churrasco e sobremesa. Com três vinhos da casa muito bons. O segundo, um pouco mais caro, mas valendo cada centavo, é um banquete de seis pratos e seis vinhos maravilhosos. Em ousadas preparações variando de salada de lentilhas com laranja e cebola sobre biscoito de chocolate; bastões de truta e aliche empanados com espuma de coco e gaspacho; javali com molho de azeitonas e após outras duas sobremesas pequenas e leves, ravióli de abacaxi caramelizado e recheado de pudim de gengibre e damasco. Tudo perfeito, a US$ 60 por pessoa, com direito à visita das mais explicativas e completa à área de produção e engarrafamento da empresa.
E a loja é o único do lugar de toda a região de Mendoza em que se tem vontade de comprar algo!
Os azeites da Família Zuccardi estão no mesmo nível dos melhores europeus e a variedade Arauco, para quem gosta dos forte e intensos é fantástica.
Almoços podem ser em grandes e bem decorados salões tipo casa de fazenda e aconchegantes lareiras, em espaços de vidro, ensolarados e cheios de verde, ou embaixo das parreiras, ao ar livre. O serviço é alegre, bem humorado, informativo, paciente e eficiente.
A casa também oferece cursos de cozinha rápidos com degustações de vinhos, passeios de balão e passeios em carros antigos.
Verificar o site antes de ir a Mendoza é bem recomendável e ir a Mendoza sem visitar a Família Zuccardi é como ir a Roma e não ver o Papa e muito menos o Vaticano. Vá enquanto ainda pertence a uma família argentina visionária e bem intencionada.
E se o turista tiver que escolher entre sul e norte da Argentina? Não puder fazer tudo na mesma viagem?
Eu prefiro o sul, apesar do clima difícil e dos preços bem mais altos. Mas norte e centro devem ser visitados pelo menos umas duas vezes. De qualquer maneira, nosso vizinho mais próximo e conflitado é tão grande e interessante, tão diferente do nosso tropical Brasil, que merece mais atenção e tempo. Sempre e em qualquer época do ano.
São Paulo, 1 de fevereiro de 2009.
Para meu quase-marido, Urs Jaeger, o melhor companheiro de viagem e motorista do mundo!!!
Obrigada pela paciência e bom humor...
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